Relatório de Educação Física 1º semestre/2017 Turma: Jardim 1 Professora: Andrea Desiderio da Silva Coordenadora: Lucy Ramos a liberdade e a poesia a gente aprende com as crianças (Manoel de Barros) Estou aprendendo sobre liberdade! A liberdade do tempo da criança que partilha o momento com o deus grego Ayon, um tempo experimentado. Um tempo que não se apreende, se vive! E que não se acaba, se etern iza. A turma da aranha!!!!!! Ligando, unindo, criando laços e construindo uma turma dia após dia. Iniciei o ano com o propósito de fazermos uma turma muito interessante e unida. De acordo com o planejamento para esta turma
Criança pequena, brincar e e scola da infância este tripé constitui hoje o ponto de partida para minhas pesquisas e ações pedagógicas no trabalho com criança pequena. Entendendo que o brincar é a linguagem da criança, que criança pequena é sujeito na nossa sociedade e que a escola da infância é o lugar potente para encontros, tateios e experiências. Há uma intensidade de desejos de dizer do vivido nas fotografias produzidas no interior das escolas, como tentativas de reter sentidos. Há uma carga de narrativas desejantes de comunicação na invisibilidade do cotidiano. Uma forma de contar sem palavras, de dar força ao que muitas vezes é ofuscado pelas narrativas
em que o foco recai sobre os processos e não sobre o efêmero. (Alik Wunder. Foto quase grafias. 2008) Estou também com a intenção de proporcionar experiências sensoriais que perpassem pelos 4 reinos propostos por Gaston Bachelard: mineral, animal, vegetal e imaginal. Além de o bservar e proporcionar que as crianças pequenas transformem espaços, partindo do espaço corpo para o espaço externo. Seguindo o tema do ano Transformamos a natureza em material de brincadeira e os espaços conhecidos em novos lugares. Brincamos com os elementos da natureza: água e terra. A água
O barro, a lama e a argila...e as flores.
O espaço da escola do Sitio é bastante propício para o desenvolvimento de muitas relações e diferentes linguagens, uma delas a corporal. Ao ler Santigo Barbuy
encontrei uma frase que ilustra muito bem a relação pessoa/pessoa que crio em minhas aulas de educação física. O espaço onde o encontro humano acontece o condiciona e o determina. Brincamos com luminescências, sombras, medos, descobertas, desafios...
As brincadeiras cantadas sempre fazem parte do repertório que trago para as crianças e este ano elas foram influenciadas por dois grupos que estou fazendo parte neste semestre: um grupo de estudos e pesquisa que tenho feito parte neste ano, com a Lucilene Silva, uma grande estudiosa do brincar, das brincadeiras cantadas; e também pela minha participação no grupo Caixeiras das Nascentes, coordenado pela musicista popular Cris Bueno. No início das aulas, em uma brincadeira nas árvores, entre as folhas e flores, começamos a cantar: Tá caindo fulô, ê tá caindo fulô...cai do céu, cai da terra...ê tá caindo fulô! As músicas que fomos cantando e brincando fizeram parte da nossa festa junina e foram as seguintes: Caranguejinho, Apambu, Se eu fosse um peixinho e para finalizar quisemos mostrar nossa relação com o grupo Sabuká da aldeia Kariri Xocó e cantamos um Toré. Caranguejinho, quém, quém, quém, quém, Caranguejinho, quém, quém, quém, quém, Caranguejinho, quém, quém, quém, quém, Tá na boca do buraco
Carangueijo sinhá... (um ritmo de Caroço) Apambu, apambu, aroeira matadeira, quem tem nome letra A, faz favor se ajoelhar... (repete por todas as letras do alfabeto, ou falando os nomes das pessoas). Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar eu tirava as Helenas das ondas do mar... (repete por todos os nomes de quem está na brincadeira, ou de uma maneira a combinar) Toré Kariri Xocó Etsami bói ói viró Kariri Xocó Sabuká (repete quantas vezes quiser) Sem seguir padrões ou modelos permito, e a ação é essa mesma, permissão. Permito que as pessoas escolham o que querem fazer, onde querem estar, como querem se mover! E é aí que o trabalho se desenvolve, no respeito, no corpo, na pessoa. Seguindo o que aconteceu em 2016 tivemos músicos que tocaram ao vivo conosco...quem sabe isso vire tradição! Brincantes e tocadores lado a lado! A cultura popular na espacialidade... A música ao vivo, tocada com instrumentos percussivos e de cordas conduziu a festa lindamente e possibilitou mostrarmos a força do brincar. A estética da apresentação das turmas do Jardim 1 e do Jardim 2, mostra fielmente a infância e sua mais divina característica. A alegria estava lá colocada para que todos pudessem apreciar. Sei que não foi simples para todos, soubemos respeitar medos, inseguranças,
vergonhas e investimos na formaçã o humana de cada uma das crianças dessas duas turmas. Depois da festa ainda tivemos tempo para brincar com os objetos que outras turmas utilizaram na festa!!! Boas férias a todos. Andrea Desiderio