Geometrias Sensíveis consiste num projeto que se apresenta em duas etapas: uma ação no espaço urbano e seu desdobramento num conjunto fotográfico.

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Transcrição:

Geometrias Sensíveis Regina Helena Pereira Johas 1 Geometrias Sensíveis consiste num projeto que se apresenta em duas etapas: uma ação no espaço urbano e seu desdobramento num conjunto fotográfico. Trata-se de uma proposição performática que aciona o trânsito entre a dança, o jogo e a plástica ao disponibilizar para o público a brincadeira Cama de gato, aqui em escala monumental. A ação uma forma-jogo-dança propõe o lugar como um espaço a ser praticado: lugar para se estar, para trocar, fabular e instaurar novos tempos. Os transeuntes podem tanto caminhar entre as arquiteturas instáveis criadas pelo entrelaçamento dos elásticos, quanto aprender a jogar com os proponentes que participam da ação. Cada integrante é instado a participar de modo ativo nessas configurações que oscilam entre formas ordenadas e projeções randômicas. As passagens e os movimentos entre as formas arquitetadas pelo entrelaçamento das linhas proporcionam o surgimento de novos modos de encadeamento, interrupções, retardos e acelerações no jogo-dança, mobilizando assim as margens de indeterminação do campo de forças das Geometrias Sensíveis. Pensada enquanto dispositivo mobilizado por proposições hápticas, enraizadas na afetividade do corpo, a ação investe em formas possíveis de interações táteis que valorizem o corpo e os processos propioceptivos, buscando acionar a inteligência corporal-cinestésica através do toque e da capacidade sensória em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação em relação aos outros. 1 Doutora em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes/USP, graduada em Artes Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e especializada em História da Arte pela Universidade de Colônia, Alemanha. É Professora Titular Doutora da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP)

Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014 Foi realizada inicialmente como parte das proposições do evento Virada Cultural, no pátio do Teatro Municipal em São Paulo, contando com a participação especial do grupo de dança ICATUPE e dos jovens artistas Ilma Guiderolli, João Alberto, Aira Bonfim e Paula Dalgalarrondo. O segundo núcleo do projeto o corpo fotográfico aqui apresentado retém da ação seu movimento entre os polos da forma e do informe, da ordem e do caos, da figura geométrica e do nó. Os dois núcleos que desenham o território das Geometrias Sensíveis ação e fotografia abraçam assim a vontade de operar com tempos múltiplos. O primeiro, enquanto duração, valoriza o sensorial e o lúdico. O segundo, a percepção destes diferentes estados que se articulam entre o entrópico e o ordenado. O desvanecimento progressivo da concepção de artista-propositor em nome de um regime de co-criação e a condição contemporânea de se estar em constante deslocamento são os outros vetores que orientam esta produção. Partindo da concepção da obra de arte como um organismo vivo, trazida à luz através da ação e da experiência proponho com esta forma-jogo-dança acionar aberturas dialógicas que as façam circular por zonas de vizinhanças, estabelecendo reverberações, encontros, mutações e novos fluxos. Repensando o mote beuysiano kunst=kapital (arte=capital), esta forma-jogo-dança propõe que a arte deve substituir a MOEDA no sistema: ela é que dever circular, e circular como uma força viva que nos enreda, que nos une como as tramas das camas de gato, como os fios de uma meada tecida entre mãos encadeadas. A força maior que impulsiona este projeto, portanto, é a possibilidade de transformar as coisas de dentro para fora, de contaminar as pessoas que nos circundam. Subjaz ao projeto, portanto, a compreensão da arte como um ato de resistência (não existe obra de arte que não faça apelo a um tempo que ainda não existe). 359

360 Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014

Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014 361

362 Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014

Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014 363

364 Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014

Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014 365

366 Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014

Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014 367

368 Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014

Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014 369

370 Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014

Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, V. 4, N. 7, Dezembro de 2014 371