Aaspiração pulmonar do conteúdo gástrico

Documentos relacionados
Tempo de Latência e duração do Efeito do Brometo de Rocurônio no Paciente submetido ao Transplante Renal *

Sugamadex. Quando, como e por que? Nádia Duarte

Efeitos Neuromusculares e Cardiovasculares do Pipecurônio. Estudo Comparativo entre Diferentes Doses*

Influência do Propofol e do Etomidato no Bloqueio Neuromuscular Produzido pelo Rocurônio. Avaliação pela Aceleromiografia

Orocurônio (ORG 9426) é um bloqueador neuromuscular

MONITORIZAÇÃO DO BLOQUEIO NEUROMUSCULAR

Tempo de Latência e Duração do Efeito do Rocurônio, Atracúrio e Mivacúrio em Pacientes Pediátricos *

Avaliação do Bloqueio Neuromuscular em Crianças no Momento da Reversão do Bloqueio e da Retirada da Cânula Endotraqueal

Análise Crítica da Monitorização com Índice Biespectral

Anestesia no paciente obeso Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos fármacos anestésicos: como valorizar?

Transplante renal intervivos (Doador)

Efeito do propofol associado à efedrina no tempo de latência do cisatracúrio

Etomidato e vecurônio na indução anestésica de cardiopatas chagásicos crônicos

WorkShop Anestesia Intravenosa. Dr. Daniel Volquind TSA/SBA

Gustavo Gameiro Vivancos, TSA 1, Jyrson Guilherme Klamt, TSA 2, Luís Vicente Garcia, TSA 2 INTRODUÇÃO

Perspectivas Médicas ISSN: Faculdade de Medicina de Jundiaí Brasil

Profa Dra Eliana Marisa Ganem CET/SBA do Depto. de Anestesiologia Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP

Anestesia. em cirurgia cardíaca pediátrica. por Bruno Araújo Silva

Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências. Avaliação de Tecnologias em Saúde

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

Anestesia fora do Centro Cirúrgico

Sufentanil Intranasal como Medicação Pré-Anestésica em Crianças*

Aanestesia geral é freqüentemente administrada

Efeito da Administração do Atracúrio sobre a Recuperação do Bloqueio Neuromuscular Induzido pelo Pancurônio *

Bases da monitorização neuromuscular

Dose Preparatória Versus Injeção Única. Estudo Comparativo entre Diferentes Doses de Cisatracúrio *

Succinilcolina vs. rocurônio para indução em sequência rápida

Estudo Comparativo entre Uma e Duas Doses Efetivas (DE 95

I PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E ATUALIZAÇÃO EM ANESTESIOLOGIA E DOR DA SARGS ANESTESIA PEDIÁTRICA: PODEMOS REDUZIR A MORBIMORTALIDADE?

Anestesia Venosa Total em Procedimentos Ambulatoriais

Oadvento de drogas bloqueadoras neuromusculares

ARTIGO CIENTÍFICO. Rev Bras Anestesiol 2000; 50: 3:

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS CARDIOVASCULARES DA DEXMEDETOMIDINA, ISOLADA OU ASSOCIADA À ATROPINA, EM FELINOS

Protocolo consciência durante anestesia

Bloqueadores Neuromusculares Despolarizantes. Profa. Dra. Eliana Marisa Ganem Depto. Anestesiologia FMB UNESP

Anestesia para cirurgia ambulatorial na criança

RESUMO OBESIDADE E ASMA: CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E LABORATORIAL DE UMA ASSOCIAÇÃO FREQUENTE. INTRODUÇÃO: A asma e a obesidade são doenças crônicas com

Fernando Squeff Nora, TSA 1, Rodrigo Klipel 2, Gustavo Ayala 2, Getúlio Rodrigues de Oliveira Filho, TSA ; 57: 3: SCIENTIFIC ARTICLE

SISTEMA CARDIOVASCULAR

Aropivacaína, anestésico local amino amida,

Controle da via aérea em paciente com trauma cervical e hipertensão intracraniana

Disciplina de Medicina Intensiva e Emergências Pediátricas HC FMB - UNESP

Gustavo Gameiro Vivancos, TSA 1, Jyrson Guilherme Klamt, TSA 2, Luís Vicente Garcia, TSA 2

I Data: 06/01/2005. II Grupo de Estudo: Silvana Márcia Bruschi Kelles Adolfo Orsi Parenzi Lélia Maria de Almeida Carvalho. III Tema: Remifentanil

Faculdade de Medicina e Instituo de Estudos em Saúde Coletiva- IESC. Exercícios de Revisão

Anexo da Política de Anestesia e Sedação

ARTIGO CIENTÍFICO SCIENTIFIC ARTICLE. Rev Bras Anestesiol 2002; 52: 1: 19-23

Adrenalina. Vasoactivo. Apresentação: ampolas de 1 mg/1 ml (1 mg/ml) Dose de indução: 0,5-1 mg

Protocolo de melhores práticas para intubação em situações de emergência

Avaliação Pré-Anestésica

RETALHOS ÂNTERO-LATERAL DA COXA E RETO ABDOMINAL EM GRANDES RECONSTRUÇÕES TRIDIMENSIONAIS EM CABEÇA E PESCOÇO

ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS EM RATOS ANESTESIADOS PELA ASSOCIAÇÃO DE CETAMINA E MIDAZOLAM COM USO DE DOSES CRESCENTES DE FENTANIL

I Data: 14/01/2005. II Grupo de Estudo:

Título da Conferência LARINGOESPASMO. Nome:Dra. BELMIRA LUIS Medica Anestesiologista HPDB 08\11\2017

Complicações dos Procedimentos Videolaparoscópicos. Profa. Dra. Eliana Marisa Ganem

Avaliação dos Parâmetros Hemodinâmicos entre a Laringoscopia Rígida e o Estilete Luminoso em Pacientes Coronariopatas

Laparoscopia Ginecológica: Estudo Retrospectivo de Complicações Intra e Pós-Operatórias*

Sedação e Analgesia. Introdução

Farmacodinâmica do Cisatracúrio no Transplante Renal *

JEJUM PRÉ-ANESTÉSICO E OPERATÓRIO. Localizador: Data: Vigência: Revisão: Página: HND.ANT.POP /5

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

Protocolo de Sedação e Anestesia no Serviço de Radiologia - Diagnóstico por Imagem

Lesão neurológica pós-bloqueio periférico: qual a conduta?

Medicação Pré-anestésica Medicação Pré-anestésica (MPA) Medicação Pré-anestésica Considerações Importantes

Cirurgias videolaparoscópicas e bloqueio neuromuscular, o que há de novo?

Laringoespasmo Bloqueio neuromuscular prolongado após uso de succinilcolina Hipertermia maligna Anafilaxia

ria: Por Que Tratar? Can Dr. Daniel Volquind TSA/SBA

PROTOCOLOS HAOC Capítulo JCI Responsável pela elaboração Nº Doc. Data da 1ª Versão

Tabela 1 Características dos voluntários selecionados para o ensaio de bioequivalência. D.P.I. = desvio do peso ideal; D.

Avaliação da telelaringoscopia no diagnóstico das lesões benignas da laringe

MANUAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE DA TAKAOKA ANESTESIA

RESUMO. Palavras-chave: Pressão arterial. Alteração cardíaca. Atividade física. Fisioterapia cardiorrespiratória. INTRODUÇÃO

Recomendações Portuguesas para a Gestão do Bloqueio Neuromuscular

1.Cite fatores maternos, obstétricos, fetais e do ambiente de prática obstétrica que aumentam a incidência de cesarianas.

INCIDÊNCIA DE NÁUSEAS E VÓMITOS NO PÓS-OPERATÓRIO EM PEDIATRIA

PLANO DE CURSO 8 PERÍODO ANO:

UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES CAMPUS DE ERECHIM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM

CRITÉRIOS E EXAMES COMPLEMENTARES PARA REALIZAÇÃO DE ANESTESIA PARA EXAMES DIAGNÓSTICOS

PROPOFOL SEDATION DURING ENDOSCOPIC PROCEDURES: SAFE AND EFFECTIVE ADMINISTRATION BY REGISTERED NURSES SUPERVISED BY ENDOSCOPISTS

Revista Brasileira de Anestesiologia

FARMACOLOGIA Aula 3. Prof. Marcus Vinícius

Universidade de Brasília. Monitorização. Gabriel M N Guimarães TSA-SBA, MSc. Gabriel.med.br

VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS DA PRESSÃO DO LÍQUIDO CEFALORRAQUEANO NA CISTERNA MAGNA

Comparação e Avaliação da Concordância entre Pressão Arterial Periférica (Casual e Ambulatorial) em Idosas Fisicamente Ativas

Questão 1 Sabe-se que o consumo mensal per capita de um determinado produto tem distribuição normal com desvio padrão σ = 2kg

Efeitos Adversos da Electroconvulsivoterapia

Analgesia Pós-Operatória em Cirurgia de Grande Porte e Desfechos

Anestesia Venosa Total em Obesidade Mórbida

brometo de pancurônio Novafarma Indústria Farmacêutica Ltda. solução injetável 2mg/mL x 2mL

Anais do 38º CBA, p.1956

COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

FÁRMACOS USADOS EM AMINAIS DE LABORATÓRIO ANESTÉSICOS E ANALGÉSICOS

AVERIGUAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL NO REPOUSO E APÓS ATIVIDADE FÍSICA EM ACADÊMICOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA

2ª. PARTE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA APÓS BLOQUEIO SUBARACNÓIDEO: RELATO DE CASO

AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE MUCOSA TRATADOS COM ANTIMONIAL

POLÍTICAS HAOC Capítulo JCI Responsável pela elaboração Nº Doc. Data da 1ª Versão

Modelos Farmacocinéticos de Propofol em TCI

Como eu faço? INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL. Geysa Câmara

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

Transcrição:

Rev Bras Anestesiol 1997; 47: 5: 401-407 Artigo Científico Tempo de Latência do Rocurônio e da Succinilcolina e Condições de Intubação Traqueal* Pedro Thadeu Galvão Vianna, TSA 1, Yara Marcondes Machado Castiglia, TSA 2, Eliana Marisa Ganem, TSA 3, Ieda Harumi Takata 4, José Reinaldo C. Braz, TSA 5, Paulo Roberto Curi 6 Vianna PTG, Catiglia YMM, Ganem EM, Takata IH, Braz JRC, Curi PR - Onset time and Intubating Conditions of Rocuronium and Succinylcholine Background and Objectives - Pulmonary aspiration of gastric content during induction of anesthesia for emergency surgical procedures is a serious complication; fast endotracheal intubation under these circumstances is of vital importance to secure the airways. Despite its numerous side effects, succinylcholine is used for this purpose. Rocuronium is the most recently introduced aminoesteroid neuromuscular blocking drug with short onset. The objective of this study was to compare the onset time and intubating conditions of rocuronium and succinylcholine. Methods - After informed consent, forty-five patients were randomly allocated into three groups of 15: Group I (GI) = succinylcholine 1 mg.kg -1 ; Group II (GII) = rocuronium 0.6 mg.kg -1 ; Group III (GIII) = rocuronium 0.9 mg.kg -1.Every patient was premedicated with midazolam 15 mg per os and induction of anesthesia was made with fentanyl 10 µg.kg -1 and etomidate 0.3 mg.kg -1. The neuromuscular block was monitored with the TOF-Guard neuromuscular transmission monitor. The TOF-Guard neuromuscular monitor uses an accelerometer to measure the response to nerve stimulation. The stimulating electrodes were placed close to the course of the ulnar nerve at the wrist. The onset time was considered as the time between the end of neuromuscular drug injection and the twitch height (T1) decrease to 10 %. Heart rate and arterial blood pressure were registered at 6 moments before and after induction of anesthesia. Results - The onset time results were: Group I, 71 s; Group II, 120 s and Group III, 70 s or GI=GIII < GII (F= 8.862; p < 0.01). There were 43 patients exhibiting excellent intubating conditions and 2 with good intubating conditions. Heart rate and arterial blood pressure showed alterations due to induction of anesthesia and intubation. Conclusions - Rocuronium 0.9 mg.kg -1 can be used in rapid sequence induction because it has a short onset time which is similar to that of succnylcholine. It is likely that rocuronium would be a good indication in patients with high intracranial pressure, burns and neuromuscular diseases. KEY WORDS - NEUROMUSCULAR BLOCKERS: rocuronium, succinylcholine * Trabalho realizado no CET/SBA do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP 1 Professor Titular do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP 2 Professora Adjunta Livre Docente do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP 3 Professora Assistente Doutora do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP 4 Médica Anestesiologista do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP 5 Professor Titular do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP 6 Estaticista e Professor Titular da Faculdade de Medicina Veterinária - UNESP Correspondência para Pedro Thadeu Galvão Vianna UNESP - Deptº de Anestesiologia - Rubião Junior 18618-970 Botucatu - SP Apresentado em 18 de fevereiro de 1997 Aceito para publicação em 02 de maio de 1997 1997, Sociedade Brasileira de Anestesiologia Aaspiração pulmonar do conteúdo gástrico durante a indução anestésica em pacientes de cirurgia de emergência e com estômago cheio é uma séria complicação que pode resultar em morte; nesta circunstância, a rápida intubação traqueal (IOT) é de vital importância. Apesar dos diversos efeitos colaterais, a succinilcolina é freqüentemente utilizada na indução destes pacientes porque produz, em curto período de tempo, ótimas condições de intubação; assim, torna-se desejável a introdução de um BNM adespolarizante que também possuacurtotempodelatência 1,2, porém sem os inconvenientes efeitos colaterais da succinilcolina. O rocurônio é um promissor bloqueador neuromuscular (BNM) adespolarizante aminoesteróide monoquartenário, caracterizado pela ausência de efeitos cardiovasculares, curto Revista Brasileira de Anestesiologia 401

VIANNA, CASTIGLIA, GANEM E COLS tempo de latência e duração de ação intermediária, semelhantemente ao atracúrio e ao vecurônio. Estruturalmente o rocurônio é o 2- morfolino-16-alil-pirrolidino, derivado do 3- hidroxi análogo do vecurônio 3. É menos lipossolúvel que o vecurônio, sendo excretado principalmente pelo fígado e também pelos rins. Sua potência bloqueadora neuromuscular é seis vezes menor que a do vecurônio 1,2. A dose efetiva 95 (ED 95 ) é de 0,3 mg.kg -1 durante a anestesia com opióide, podendo ser reduzida na presença de agentes inalatórios. A base do desenvolvimento do rocurônio surgiu na proposta de Bowman e col 4, sugerindo que os BNM adespolarizantes com menor potência possuem menor tempo de latência. Em outras palavras, a hipótese seria, quanto maior a massa do BNM, menor a latência, hipótese esta confirmada em estudos em que se utilizaram BNM esteróides, tanto em animais 4, quanto em seres humanos 5. Baseando-se nestas afirmativas, resolveu-se estudar o tempo de latência do rocurônio nas doses de duas a três vezes a ED 95, comparando-se os resultados com os obtidos em pacientes submetidos aos efeitos da succinilcolina. MÉTODO Esta pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP e todos os 45 pacientes deram consentimento por escrito. Os critérios de inclusão foram: idade entre 18 e 65 anos, classificação do estado físico em ASA I ou II e o Índice de Massa Corpórea (IMC = peso em quilogramas/quadrado da altura em metro) inferior a 30. Na avaliação pré-anestésica, usou-se ocritériodemallampati 6 para previsão de dificuldade de IOT, sendo aceitos os pacientes das classes I e II. Todos receberam 15 mg de midazolam, por via oral, como medicação pré-anestésica 90 minutos antes de irem para o Centro Cirúrgico. Os pacientes selecionados foram divididos aleatoriamente em três grupos: G I - 15 pacientes (succinilcolina 1 mg.kg -1 ), G II - 15 pacientes (rocurônio 0,6 mg.kg -1 )egiii-15 pacientes (rocurônio 0,9 mg.kg -1 ). A injeção destas drogas foi em tempo inferior a 15 segundos, e realizada em veia periférica, simulando a técnica de intubação seqüencial rápida para cirurgia de emergência. Monitorização do Bloqueio Neuromuscular Usou-se o método da aceleromiografia, com o equipamento TOF-Guard 7,8 para a monitorização da transmissão neuromuscular. A aceleromiografia é baseada no fato de que, se a massa é mantida constante, a aceleração do polegar em resposta à neuroestimulação é proporcional à força da contração. No trajeto do nervo ulnar, próximo ao punho, os eletrodos foram fixados com o auxílio de duas placas, com distância entre elas de aproximadamente 5 cm. O eletrodo negativo (preto) foi fixado na posição distal e o positivo (branco), na posição proximal. Um pequeno transdutor piezoelétrico foi fixado ao polegar do membro em estudo. O braço e a mão foram fixados a um suporte, porém o polegar foi deixado livre e em condições de se movimentar. Após a indução anestésica, o monitor de BNM foi ligado, passando a funcionar através de controle automático que determina o nível da estimulação supramáxima necessária para que a contração muscular do primeiro estímulo, T 1, atinja o nível de 100 % (nível controle); isto é seguido automaticamente de estimulação supramáxima da salva de quatro estímulos a cada 15 segundos. Considerou-se o tempo de latência como o período de tempo medido entre o término da injeção do BNM e a depressão de T 1 de 10% e, também, ausência de T 2,T 3 et 4. A indução da anestesia foi feita com fentanil 10 µg.kg -1 e etomidato 0,3 mg.kg -1. Todos os pacientes tiveram as avaliações da pressão arterial realizadas pelo método auscultatório de Riva-Rocci. A freqüência cardíaca foi avaliada através do ECG. Em todos os in- 402 Revista Brasileira de Anestesiologia

TEMPO DE LATÊNCIA DO ROCURÔNIO E DA SUCCINILCOLINA E CONDIÇÕES DE INTUBAÇÃO TRAQUEAL divíduos empregou-se o oxímetro. Os atributos hemodinâmicos de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e de freqüência cardíaca foram avaliados: no pré-anestésico (controle-momento 0), após a indução (momento 1), durante a intubação (momento 2), um minuto após a intubação (momento 3), três minutos após a intubação (momento 4) e cinco minutos após a intubação (momento 5). As condições de intubação foram analisadas segundo o critério proposto por Goldberg ecol 9 : 1 - excelentes (passagem fácil do tubo traqueal sem tosse, cordas vocais relaxadas); 2 - boas (leve tosse, cordas vocais relaxadas); 3 - ruins (passagem do tubo traqueal com tosse moderada ou bucking, movimentos nas cordas vocais); 4 - impossíveis (cordas vocais com adução ou não visualizadas, sem relaxamento da mandíbula). Os resultados foram submetidos à análise estatística de perfil de Morisson 10 eao método estatístico não paramétrico de Kruskal- Wallis, sendo considerados estatisticamente significativos os resultados que tiveram p < 0,05. RESULTADOS Os grupos foram homogêneos em relação ao peso, à idade, à altura, ao sexo (M = masculino e F = feminino) e ao estado físico segundo os conceitos da American Society of Anesthesiology (ASA) (Tabela I). 1. Pressão arterial sistólica A análise de perfil deste parâmetro hemodinâmico mostrou não existir diferença entre grupos no conjunto dos momentos (GI=GII=GIII), F=0,45, p< 0,50. Existiu diferença entre os momentos de todos os grupos F=6,81 p< 0,01; as menores médias ocorreram em M1 e M5 para todos os grupos, tabela II. 2. Pressão arterial diastólica A análise de perfil deste parâmetro hemodinâmico mostrou não existir diferença entre grupos no conjunto dos momentos (GI=GII=GIII), F= 0,44, p< 0,50. Existiu diferença entre os momentos de todos os grupos F= 7,73, p< 0,01; o conjunto destas médias foi menor em M1 em5 (Tabela III). Tabela I - Características Demográficas dos Pacientes Peso (kg)* Idade (anos)* Altura (cm)* Sexo M:F ASA I:II Grupo I 67 ± 14 44 ± 10 163 ± 4 5:10 11:4 Grupo II 66 ± 13 41 ± 11 165 ± 9 3:12 9:6 Grupo III 62 ± 12 44 ± 11 160 ± 10 5:10 10:5 * média e desvio PADrão (DP) Tabela II - Pressão Arterial Sistólica (mmhg): M0 (controle), M1 (após a indução), M2 (durante a IOT), M 3 (1 min após a IOT), M 4 (3 min após a IOT), M 5 (5 min após a IOT)- Média ± DP Momentos M0 (controle) M1 M2 M3 M4 M5 G I - n=15 124±14 117±20 125±31 129±34 123±28 116±21 G II - n=15 130±22 115±28 129±34 129±36 136±29 126±22 G III - n=15 131±26 117±26 132±26 141±35 136±29 126±22 Tabela III - Pressão Arterial Diastólica (mmhg): M0 (controle), M1 (após a indução), M2 (durante a IOT), M3 (1 min após a IOT), M4 (3 min após a IOT), M5 (5 min após a IOT)- Média ± DP Momentos M0 (controle) M1 M2 M3 M4 M5 G I - n=15 83±12 83±22 90±32 92±28 88±24 83±21 G II - n=15 84±17 76±24 85±23 85±20 85±26 78±17 G III - n=15 85±12 77±16 94±17 96±19 91±15 85±12 Revista Brasileira de Anestesiologia 403

VIANNA, CASTIGLIA, GANEM E COLS Tabela IV - Freqüência Cardíaca (batimentos/minuto): M0 (controle), M1 (após a indução), M2 (durante a IOT), M3 (1 min após a IOT), M4 (3 min após a IOT), M5 (5 min após a IOT), Média ± DP Momentos M0 (controle) M1 M2 M3 M4 M5 GI - n=15 83±18 70±14 76±17 82±20 79±19 76±14 GII - n=15 80±14 68±134 83±19 80±19 82±16 74±17 GIII - n=15 79±14 66±14 75±18 80±17 76±19 74±13 3. Freqüência cardíaca A análise de perfil deste parâmetro hemodinâmico mostrou não existir diferença entre os grupos estudados (GI=GII=GIII), F= 0,66, p< 0,50, porém houve diferença entre os momentos, ou seja, a freqüência cardíaca foi menor em M1 de todos os grupos F= 9,27, p< 0,01 (Tabela IV). 4. Tempo de Latência 250 200 150 100 50 0 (seg) (Seg) ** GI GII GIII TEMPO DE LATÊNCIA GI = Succinilcolina 1 mg.kg mg/kg -1 GII = Rocurônio 0,6 mg.kg mg/kg -1 GIII = Rocurônio 0,9 mg.kg mg/kg -1 GI GII GIII 55 61 41 58 64 55 59 64 55 60 70 64 60 75 65 61 82 68 70 115 70 71 120 70 72 120 73 75 130 73 77 142 75 78 160 90 96 190 95 100 195 110 130 240 120 Este parâmetro, principal objetivo desta pesquisa, estudado através da análise estatística não paramétrica de Kruskal-Wallis, para amostras independentes, mostrou-se significantemente aumentado no Grupo II (rocurônio 0,6 mg.kg -1 ), enquanto os Grupos I (succinilcolina 1 mg.kg -1 ) e III(rocurônio 0,9 mg.kg -1 )tiveramtempos de latência similares, (GI=GIII) < GII, F= 8,862 e p<0,01; estes resultados são apresentados na tabela V e, em dados individuais, na figura 1. Tabela V - Tempo de Latência - Mediana dos Resultados, em Segundos Grupo I (succinilcolina 1 mg.kg -1 ) n=15 71 Grupo II (rocurônio 0,6 mg.kg -1 ) n=15 120* Grupo III (rocurônio 0,9 mg.kg -1 ) n=15 70 *estatisticamente significativo p< 0,01 5. Condições de Intubação Traqueal Os pacientes dos três grupos apresentaram, em sua maioria, excelentes condições de IOT, com exceção de dois pacientes de G I (succinilcolina 1 mg.kg -1 ), que apresentaram nota 2 ou boas condições. Fig 1 - Tempo de latência DISCUSSÃO Este trabalho mostra que a dose de rocurôniode0,9mg.kg -1 eadesuccinilcolinade1 mg.kg -1 possuem o mesmo tempo de latência. Isto faz do rocurônio o substituto da succinilcolina na seqüência de intubação rápida nas cirurgias de emergência, devendo ser acrescentado que o rocurônio não apresenta os efeitos colaterais da succinilcolina. Estas conclusões estão de acordo com as de outros autores 11-14. AED 95 do rocurônio é de 0,3 mg.kg -1, porém a dose clínica mais comumente utilizada durante a indução anestésica é 0,6 mg.kg -1 (2 x ED 95 ). O inconveniente de se aumentar a dose de 2 para 3xED 95 é o aumento previsível e proporcional da duração de efeito do bloqueio neuromuscular (BqNM) da média de aproximadamente 35 minutos (0,6 mg.kg -1 de rocurônio) para 55 minutos (0,9 mg.kg -1 de rocurônio) 14. Desse modo, a succinilcolina continua insubstituível quando o procedimento cirúrgico é de curta duração. 404 Revista Brasileira de Anestesiologia

TEMPO DE LATÊNCIA DO ROCURÔNIO E DA SUCCINILCOLINA E CONDIÇÕES DE INTUBAÇÃO TRAQUEAL O emprego da aceleromiografia justificase pela acurácia e facilidade de uso, fator fundamental em pesquisa clínica. Para determinação do tempo de latência, considerou-se o tempo decorrido entre o final da injeção do BNM e a redução de T 1 de 10%. Optou-se para este nível de bloqueio porque existe diferença entre o relaxamento da musculatura do território ulnar e da musculatura laríngea, sendo que a musculatura laríngea é relaxada mais precocemente. Além disso, está bem estabelecido que a administração do BNM, suficiente para produzir 90 % de depressão da contração muscular, em res-posta à estimulação do nervo ulnar, irá produzir adequado relaxamento cirúrgico 15, conceito este que foi comprovada nesta pesquisa pelas excelentes condições de IOT obtidas nos três grupos. Ficou comprovado, também, a hipótese de Bowman e col 4, correlacionando menor potência (portanto, necessidade do emprego de maior massa da droga) e menor tempo de latência do BNM. Ao realizar este estudo com rocurônio, procurou-se utilizá-lo em pacientes hígidos, adultos, jovens, sem obesidade e sem dificuldade à IOT. Obteve-se, então, grupos uniformes sob o ponto de vista demográfico. Dentre os fatores capazes de interferir nos resultados, destaca-se o peso corporal, pois o tempo de latência é menor nos obesos quando comparado ao tempo de latência de indivíduos de peso normal. Entretanto, estes resultados não foram estatisticamente significantes 16. Outro fato importante foi a grande estabilidade hemodinâmica determinada pelo rocurônio em doses elevadas; as alterações de PAS, PAD e FC foram conseqüência da indução anestésica com opióide (fentanil) e com o hipnótico etomidato. Pode-se, também, notar que o fentanil,nadosede10µg.kg -1, bloqueou apenas parcialmente os reflexos cardioestimulantes da IOT. Os estudos farmacológicos mostraram, em animais de experimentação, que o rocurônio, em dose capaz de reduzir a contração muscular em 90%, tem duração de BqNM menor que a encontrada com o vecurônio 7. Nos animais pesquisados, o aumento do rocurônio de 2 para 3 x ED 95 causou diminuição do tempo de latência de 108 para 48 segundos. Do mesmo modo, doses acimade3xed 90 não determinaram alterações na freqüência cardíaca ou na pressão arterial, em varias espécies animais. Nas doses de BqNM, com o rocurônio, houve apenas um pequeno efeito vagolítico e nenhuma resposta da membrana nictitante (transmissão ganglionar) quando se produziu estimulação simpática pré-ganglionar; neste caso, a relação transmissão ganglionar/bqnm foi de 22 para o rocurônio e de 228 para o vecurônio. Com relação ao bloqueio vagal, o rocurônio é cem vezes menos potente que o pancurônio e duas vezes mais potente que o vecurônio. Possui, também, um comportamento diferente daquele do pancurônio, pois não modifica a resposta cardioaceleradora à estimulação simpática, mesmo que sejam administrados 10 mg.kg -1, que é, aproximadamente, 11 vezes a dose máxima utilizada na presente pesquisa. A estabilidade cardiocirculatória do rocurônio nas doses de duas e três vezes a dose efetiva (ED 95 ) demonstra ser esta droga muito segura do ponto de vista prático, pois apresenta discreto efeito vagolítico, que irá diminuir a bradicardia causada pelos opióides, sem contudo provocar taquicardia acentuada, como pode acontecer com o uso do pancurônio. Concluindo, os resultados deste estudo e de diversos autores 11-14 indicam que o rocurônio apresenta diminuição do tempo de latência dose-dependente; na dose de 0,9 mg.kg -1 tem tempo de latência similar ao da succinilcolina. Este fato capacita-o a ser o substituto da succinilcolina, na técnica de intubação seqüencial rápida para cirurgia de emergência. Portanto, nestas condições, resta apenas aguardar maior experiência clínica 14,18. Revista Brasileira de Anestesiologia 405

VIANNA, CASTIGLIA, GANEM E COLS Vianna PTG, Castiglia YMM, Ganem EM, Takata IH, Braz JRC, Curi PR - Tempo de Latência do Rocurônio e da Succinilcolina e Condições de Intubação Traqueal Justificativa e Objetivos - Nas cirurgias de urgência - paciente com o estômago cheio - é importante a rápida intubação traqueal e a manutenção das vias aéreas. Dentre os bloqueadores neuromusculares (BNM), a succinilcolina possui o menor tempo de latência. Contudo, também apresenta vários efeitos colaterais. Recentemente, surgiu o rocurônio, que é um BNM adespolarizante com baixo tempo de latência. O objetivo deste estudo foi comparar o tempo de latência da succinilcolina com o do rocurônio. Método - Quarenta e cinco pacientes adultos foram divididos em três grupos de 15: GI= succinilcolina 1 mg.kg -1 ; GII= rocurônio 0,6 mg.kg -1 ; GIII= rocurônio 0,9 mg.kg -1. Todos os pacientes receberam 15 mg de midazolam, por via oral, como medicação pré-anestésica, e fentanil (10 µg.kg -1 ) e etomidato (0,3 mg.kg -1 ) para indução anestésica. A monitorização do bloqueio neuromuscular foi realizada com o método da aceleromiografia (TOF-Guard) no trajeto do nervo ulnar. Considerou-se o tempo de latência como o tempo decorrido entre o final da injeção do BNM e a redução de 10% da contração muscular do 1º estímulo (T1) supramáximo. A pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e freqüência cardíaca (FC) foram registradas em seis momentos antes e depois da indução da anestesia. Resultados - A mediana do tempo de latência G I = 71 s, do G II =120 s e G III = 70 s, dando um F=8,862, p<0,01, ou seja, (G I = G III) < G II. As condições de intubação traqueal (IOT) foram excelentes na maioria dos pacientes de ambos os grupos. Conclusões - Neste estudo obtiveram-se resultados similares entre o tempo de latência da succinilcolina e do rocurônio (G III). Desse modo, abre-se a possibilidade de o rocurônio a 0,9 mg.kg -1 ser o substituto da succinilcolina, quando se necessita tempo de latência curto; este BNM estará também indicado em queimados, portadores de doenças neuromusculares e nos pacientes com aumento da pressão intra-ocular e intracraniana pois, nestas condições, a succinilcolina é contra-indicada. O rocurônio na dose de 0,9 mg.kg -1 é também o BNM alternativo na técnica seqüencial de intubação rápida. UNITERMOS: BLOQUEADORES NEUROMUS- CULARES: rocurônio, succinilcolina Vianna PTG, Castiglia YMM, Ganem EM, Takata IH, Braz JRC, Curi PR - Tiempo de Latência del Rocuronio y de la Succinilcolina y Condiciones de Intubación Traqueal Justificativa y Objetivos - En las cirugías de urgencia - paciente com el estómago lleno - es importante la intubación traqueal rápida y la manutención de las vias aéreas. De los bloqueadores neuromusculares (BNM), la succilcolina posee el menor tiempo de latencia. Con todo esto, también presenta varios efectos colaterales. Recientemente, surgió el rocuronio, que es un BNM adespolarizante con bajo tiempo de latencia. El objetivo de este estudio fue comparar el tiempo de latencia de la succinilcolina con el del rocuronio. Método - Cuarenta y cinco pacientes adultos fueron divididos en tres grupos de 15: GI= succinilcolina 1 mg.kg -1 ; GII= rocuronio 0,6 mg.kg -1 ; GIII= rocuronio 0,9 mg.kg -1. Todos los pacientes recibieron 15 mg de midazolan, por via oral, como medicación pré-anestésica, y fentanil (10 µg.kg -1 ) y etomidato (0,3 mg.kg -1 ) para inducción anestésica. La monitorización del bloqueo neuromuscular fue realizada con método de la aceleromiografia (TOF-Guard) con el trayecto del nervio ulnar. Se consideró el tiempo de latencia como el tiempo transcurrido entre el final de la inyección del BNM ya la reducción de 10% de la contracción muscular del 1º estimulo (T1) supramáximo. La presión arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) y frecuencia cardíaca (FC) fueron registradas en seis momentos antes y después de la inducción de la anestesia. Resultados - La mediana del tiempo de latencia GI= 71 s, del GII= 120 s y GIII= 70 s, dando um F=8,862, p < 0,01, o sea, (GI = GIII) < GII. Las condiciones de intubación traqueal (IOT) fueron excelentes en la mayoria de los pacientes de ambos los grupos. 406 Revista Brasileira de Anestesiologia

TEMPO DE LATÊNCIA DO ROCURÔNIO E DA SUCCINILCOLINA E CONDIÇÕES DE INTUBAÇÃO TRAQUEAL Conclusiones - En este estudio se obtuvieron resultados similares entre el tiempo de latencia de la succinilcolina y del rocuronio (GIII). De este modo, se abre la posibilidad del rocuronio a 0,9 mg.kg -1 ser el substituto de la succinilcolina, cuando se necesita corto tiempo de latencia; este BNM estará también indicado en quemados, portadores de enfermedades neuromusculares y en los pacientes con aumento de la presión intra-ocular y intracraneana, ya que en estas condiciones, la succinilcolina es contra indicada. El rocuronio en dosis de 0,9 mg.kg -1 es también el BNM alternativo en la técnica secuencial de intubación rápida. REFERÊNCIAS 01. Wierda JMKH, De Wit APM, Kuizenga K et al - Clinical observations on the neuromuscular blocking action of Org 9426, a new steroidal non-depolarizing agent. Br J Anaesth, 1990;64:521-523. 02. Wierda JMKH, Kleef UW, Lambalk LM et al - The pharmacodynamics and pharmacokinetics of Org 9426, a new-depolarizing neuromuscular blocking agent, in patients anaesthetized with nitrous oxide, halothane and fentanyl. Can J Anaesth, 1991;38:430-435. 03. Wierda JMKH, Hommes FDM, Nap HJA et al - Time course of action and intubating conditions following vecuronium, rocuronium and mivacurium. Anaesthesia, 1995;50:393-396. 04. Bowman WC, Rodger IW, Houston J et al - I: Structure: action relationships among some desacetory analogous of pancuronium and vecuronium in the anesthetized cat. Anesthesiology, 1988;69:57-62. 05. Kopman AF - Pancuronium, gallamine and d-tubocurarine compared: Is speed of onset inversely related to drug potency? Anesthesiology, 1989;70:915-920. 06. Mallampati SR, Catt SP, Guigino LD et al - A clinical sign to predict difficult tracheal intubation: a prospective study. Can Anaesth Soc J, 1985;32:429-434. 07. Viby-Mogensen J, Jensen E, Werner M et al - Measurement of acceleration: a new method of monitoring neuromuscular function. Acta Anaesthesiol Scand, 1988;32:45-48. 08. Jensen E, Larsen SW, Sztuk F et al - The TOF-Guard: a new neuromuscular transmission analyzer. Anesthesiology, 1993;79:A963. 09. Goldberg ME, Larijani GE, Azad SS et al - Comparison of tracheal intubating conditions and neuromuscular blocking profiles after intubating doses of mivacurium chloride or succinylcholine in surgical outpatients. Anesth Analg, 1989;69:93-99. 10. Morrison DF - Multivariate Statistical Methods. New York: McGraw-Hill,1967; 338p. 11. Cooper R, Mirokhur RK, Clarke RSJ et al - Comparison of intubating conditions after administration of ORG 9426 (Rocuronium) and suxamethonium. Br J Anaesth, 1992; 69:269-273. 12. Huizinga ACT, Vanderbrom RHG, Wierda JMKH et al - Intubating conditions and onset of neuromuscular block of rocuronium (ORG 9426): A comparison with suxamethonium. Acta Anaesthesiol Scand, 1992;36:463-468. 13. Pühringer FK, Khuenl-Brady KS, Koller J et al - Evaluation of the endotracheal intubating conditions of rocuronium (ORG 9426) and succinylcoline in outpatients surgery. Anesth Analg, 1992;75:37-40. 14. Magorian T, Flannery KB, Miller RD - Comparison of rocuronium, succinylcoline, and vecuronium for rapid-sequence induction of anesthesia in adult patients. Anesthesiology, 1993; 79:913-918. 15. Viby-Mogensen J - Neuromuscular Monitoring, em: Anesthesia 4 th Ed, New York, Churchill Livingstone, 1994;1345-1361. 16. Pühringer FK, Khuenl-Brady S, Mitterschiffthaler G - Rocuronium bromide: time-course of action in underweight, normal weight, overweight and obese patients. Eur J Anaesthesiol, 1995; 12(Suppl. 11):107-110. 17. Marshall RJ, Muir AW, Sleigh T et al - An over view of the pharmacology of rocuronium bromide in experimental animals. Eur J Anaesthesiol, 1994;11 (Supl. 10):9-15. 18. Vianna PTG, D Angelo S, Estrada LEN, Ganem EM - Uso de rocurônio na seqüência de intubação rápida em paciente tetraparético e com hérnia de hiato. Relato de caso. Rev Bras Anestesiol,1996; 46( Supl. 21):CBA 146. Revista Brasileira de Anestesiologia 407