PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli



Documentos relacionados
Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS

AGRAVO DE INSTRUMENTO nº /PE ( )

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

DECISÃO. Relatório. Tem-se do voto condutor do julgado recorrido:

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

AGRAVO DE INSTRUMENTO nº /PE ( )

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete do Desembargador Federal Ivan Lira de Carvalho (convocado)

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIáRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ BAPTISTA DE ALMEIDA FILHO

Superior Tribunal de Justiça

DECISÕES» ISS. 3. Recurso especial conhecido e provido, para o fim de reconhecer legal a tributação do ISS.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MINUTA DE JULGAMENTO FLS. *** QUARTA TURMA ***

R E L A T Ó R I O A EXMA. SRA. DESEMBARGADORA FEDERAL NILCÉA MARIA BARBOSA MAGGI (RELATORA CONVOCADA): É o relatório.

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

XV Exame de Ordem 2ª Fase OAB Civil - ProfessorAoVivo Qual a peça Juquinha? Prof. Darlan Barroso

41,14'1 ti. tha. ojlnt. Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIáRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO WILDO

IV - APELACAO CIVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR

Des. Federal Élio Siqueira Relator (convocado)

RELATÓRIO. 3. Recorre também o Sindicato, pugnando pela aplicação do IPCA em vez da TR e requerendo a condenação da UFCG em honorários advocatícios.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira

Superior Tribunal de Justiça

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Apelação Cível ri /001 Origem : 2 4 Vara da Comarca de naná

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIÃO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL UBALDO CAVALCANTE

ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Des. José Di Lorenzo Serpa

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO Seção de Direito Privado 31ª CÂMARA ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

(ambas sem procuração).

- A PBPREV é autarquia previdenciária estadual

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba Gabinete do Desembargador José Ricardo Porto

AGRAVO INTERNO EM APELACAO CIVEL

Dados Básicos. Legislação. Ementa. Íntegra

Discussões previdenciárias relevantes nos Tribunais Superiores. Evolução da jurisprudência sobre o tema

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des, Genésio Gomes Pereira Filho

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. VISTOS, relatados e discutidos estes autos acima. referenciados.

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

P O D E R J U D I C I Á R I O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete do Desembargador Federal Marcelo Navarro

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Superior Tribunal de Justiça

v.slpy PODER JUDICIÁRIO ACÓRDÃO " *

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DA VICE-PRESIDÊNCIA

Supremo Tribunal Federal

VISTOS, relatados e discutidos, os autos acima

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira

JI WrIlei. ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), VIVIANI NICOLAU E CARLOS ALBERTO DE SALLES.

Supremo Tribunal Federal

EMB. DECL. EM AC CE ( /01). RELATÓRIO

Nº COMARCA DE LAJEADO MUNICÍPIO DE LAJEADO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS

Superior Tribunal de Justiça

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 32721/ CLASSE CNJ COMARCA DE RONDONÓPOLIS ANIVALDO CORREIA DE MELLO

PODER JUDICIáRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO WILDO

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. Vistos, etc.

Desembargador SEBASTIÃO COELHO Acórdão Nº E M E N T A

Em face do acórdão (fls. 1685/1710), a CNTU opõe embargos de declaração (fls. 1719/1746). Vistos, em mesa. É o relatório.

RELATÓRIO. Após regularmente processados, vieram-me conclusos os autos por distribuição por sucessão, em abril de 2015.

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

Superior Tribunal de Justiça

Transcrição:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 125447-PB (0006137-02.2012.4.05.0000) AGRTE : PAULO ROBERTO JACQUES COUTINHO FILHO ADV/PROC : CARLOS FREDERICO NÓBREGA FARIAS e outros AGRDO : INCRA - INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA REPTE : PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL - 5ª REGIÃO Origem : 3ª Vara Federal da Paraíba (Competente p/ Execuções Penais) - PB RELATOR : Des. Federal IVAN LIRA DE CARVALHO (convocado) RELATÓRIO O EXMO. DESEMBARGADOR FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO (Relator Convocado): Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que, em sede de ação de desapropriação de imóvel rural para fins de reforma agrária, determinou a expedição do mandado de imissão de posse em favor do INCRA, relativamente ao imóvel rural denominado Fazenda Tambauzinho. Em suas razões recursais, o agravante defende a suspensão da determinação de imissão de posse, sob o argumento de que ainda estaria sujeita a apelação a sentença proferida nos autos da ação ordinária nº 007286-42.2010.4.05.8200, que fora ajuizada com a finalidade de ver reconhecida a produtividade do imóvel rural e consequente nulidade do decreto de desapropriação. Entende que, diante da decisão deste Tribunal, nos autos do AGTR 111463/PB a qual garantira a manutenção do agravante na posse do imóvel até o julgamento final da ação declaratória de produtividade não poderia ter sido determinada a imissão do INCRA na posse da fazenda, sob pena de violação da hierarquia entre as instâncias judiciais. Liminar deferida às fls. 42/44, para suspender os efeitos da decisão de imitir o INCRA na posse do imóvel, considerando a possibilidade de nova ocupação das terras. Contrarrazões ofertadas pelo INCRA, pugnando pela manutenção da decisão de 1º grau, fls.49/56, seguida pela manifestação da Procuradoria da República, fls.58/60, opinando pelo provimento do recurso. AGTR 125447 \7 1

Após, o agravante junta petição às fls. 62/75, alegando a perda de objeto da ação de desapropriação, em virtude do acórdão proferido no julgamento da ação declaratória de produtividade (AC542262), que reconheceu a produtividade do imóvel em litígio. Peço a inclusão do feito em pauta para julgamento. É o relatório. AGTR 125447 \7 2

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 125447-PB (0006137-02.2012.4.05.0000) AGRTE : PAULO ROBERTO JACQUES COUTINHO FILHO ADV/PROC : CARLOS FREDERICO NÓBREGA FARIAS e outros AGRDO : INCRA - INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA REPTE : PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL - 5ª REGIÃO Origem : 3ª Vara Federal da Paraíba (Competente p/ Execuções Penais) - PB RELATOR : Des. Federal IVAN LIRA DE CARVALHO (convocado) VOTO O EXMO. DESEMBARGADOR FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO (Relator Convocado): Conforme relatado, insurge-se o agravante contra decisão que, em sede de ação de desapropriação de imóvel rural para fins de reforma agrária, determinou a expedição do mandado de imissão de posse em favor do INCRA, relativamente ao imóvel rural denominado Fazenda Tambauzinho. Defende o recorrente a suspensão da determinação de imissão de posse, sob o argumento de que ainda estaria sujeita a apelação à sentença proferida nos autos da ação ordinária nº 007286-42.2010.4.05.8200, que fora ajuizada com a finalidade de ver reconhecida a produtividade do imóvel rural e consequente nulidade do decreto de desapropriação. Entende que, diante da decisão deste Tribunal, nos autos do AGTR 111463/PB a qual garantira a manutenção do agravante na posse do imóvel até o julgamento final da ação declaratória de produtividade não poderia ter sido determinada a imissão do INCRA na posse da fazenda, sob pena de violação da hierarquia entre as instâncias judiciais. Primeiramente, analiso a preliminar arguida, referente à perda de objeto da ação de desapropriação em razão do reconhecimento da produtividade do imóvel rural, declarado pela Quarta Turma no julgamento do Processo nº0007286-42.2010.4.05.8200. Ao meu sentir, a declaração de produtividade não implica na perda de objeto da ação de desapropriação, porquanto a produtividade do imóvel consiste em questão AGTR 125447 \7 3

incidental, pendência a ser examinada como pressuposto para resolução do litígio principal. Confira-se o posicionamento do STJ sobre a matéria: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ISS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE LEI MUNICIPAL. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI EM VIA PROCESSUAL INADEQUADA. DEMANDA CONTRA LEI EM TESE. 1. A jurisprudência desta Corte Superior admite a declaração incidental de inconstitucionalidade, de lei ou ato normativo do Poder Público, desde que a controvérsia constitucional não figure como pedido, mas sim como causa de pedir, fundamento ou simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal. Precedentes: RMS 27.911/CE, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 03/12/2008; REsp 1.106.159/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 24/06/2010. 2. No caso em análise, verifica-se que a pretensão deduzida pela autora consiste na "inexigibilidade da Lei n. 133/2003 do Município de Araçatuba, precisamente dos itens 4.21 e 4.22, em razão de sua inconstitucionalidade" (fl. 35), não tendo pedido concreto para que fosse desonerada do recolhimento da exação nos moldes exigidos pelo fisco municipal. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1285413/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/03/2011, DJe 22/03/2011) Por outro lado, no que atine às alegações do agravante que fundamentam o presente recurso, revestem-se de razoabilidade, uma vez que se cuida de imóvel produtivo e, portanto, não sujeito à desapropriação para fins de reforma agrária. Nesse sentido, confira-se a ementa de julgado da Quarta Turma deste Tribunal a respeito da questão específica da Fazenda Tambauzinho : CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE PRODUTIVIDADE. DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE. GRAU DE UTILIZAÇÃO DE TERRA (GUT). GRAU DE EFICIÊNCIA NA EXPLORAÇÃO (GEE). APURAÇÃO. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP). RESERVA LEGAL (RL). NOTIFICAÇÃO DO INCRA. AVERBAÇÃO DA RESERVA LEGAL. GUT E GEE SUPERIORES AO MÍNIMO LEGAL. CLASSIFICAÇÃO COMO PROPRIEDADE PRODUTIVA. CABIMENTO. AGTR 125447 \7 4

I. Hipótese em que se pretende a declaração de produtividade de imóvel rural, situado no Município de Santa Rita/PB, considerado pelo INCRA como improdutivo (GUT de 54,39% e GEE calculado em 99,97%) e passível de desapropriação, face o não atendimento de sua função social. II. Nos termos do art. 6º, parágrafo 1º e parágrafo 2º, da Lei nº 8.629/93, considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada econômica e racionalmente, atinge, simultaneamente, grau de utilização da terra (GUT) igual ou superior a 80% e de eficiência na exploração (GEE), igual ou superior a 100%. III. De acordo com o laudo oficial, "em todos os casos testados, o GEE se apresentou igual ou maior que 100%. No entanto, o cálculo do GUT sem reduzir da área total as áreas de (APP e RL) resultou sempre menor que 80%, porém quando consideradas tais áreas, o seu valor subiu para 98,32%". IV. A divergência entre o perito oficial e o assistente do autor/apelante sobre o total da Área de Preservação Permanente (APP) é menos de 2ha (dois hectares), sendo o cerne da questão, na realidade, definir se a área averbada como Reserva Legal (RL), no total de 24,90 ha (vinte e quatro hectares), deve ou não ser considerada como área aproveitável no cálculo do GUT. V. Ainda que realizada após a vistoria, a averbação da Reserva Legal à margem da inscrição da matrícula do imóvel apenas declara uma situação preexistente, imposta pelo art. 16, IV, da Lei nº4771/65. Precedente: (EDcl nos EDcl no Ag 1323337/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/11/2011, DJe 01/12/2011) VI. "Não é a averbação que indica a impossibilidade de exploração da referida área, mas a própria legislação ambiental, bastando, para tanto, sua caracterização como área de florestamento, nos termos do art. 10, IV da Lei 8.629/93" (PROCESSO: 200685000008250, AC431619/SE, DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA, Primeira Turma, JULGAMENTO: 13/11/2008, PUBLICAÇÃO: DJ 02/12/2008 - Página 224). VII. Por outro lado, também é juridicamente relevante a alegação de que, com a edição do Decreto nº 6686/2008, estariam suspensas as punições administrativas decorrentes da não averbação das áreas de reserva legal, até 11/12/2009, prazo este posteriormente prorrogado, pelo Decreto nº 70.029/2009, por mais 120 (cento e vinte) dias, contados da emissão dos documentos por parte do órgão ambiental competente ou instituição habilitada. Logo, o INCRA, ao desconsiderar que o agravante teria tempo para averbar a reserva legal, considerando improdutiva a propriedade rural, teria, indevidamente, aplicado punição administrativa sem respaldo legal. VIII. Assim, como o laudo pericial atesta que o GEE se apresentou igual ou maior que 100% e o GUT atingiu 98,32% (com a exclusão das áreas de APP e AGTR 125447 \7 5

RL), estão presentes os parâmetros legais para que a propriedade seja considerada produtiva, nos moldes fixados pelo art. 6º da Lei nº 8.629/93. IX. Honorários advocatícios no valor fixado pela sentença. Inversão do ônus da sucumbência. X. Apelação provida, para declarar a propriedade rural situada no Município de Santa Rita/PB como produtiva, nos termos requeridos na inicial. (PROCESSO: 00072864220104058200, AC542262/PB, DESEMBARGADORA FEDERAL MARGARIDA CANTARELLI, Quarta Turma, JULGAMENTO: 07/08/2012, PUBLICAÇÃO: DJE 09/08/2012 - Página 449) Ademais, como bem explicita a Procuradoria da República, In casu, a decisão de fls., inobservou o princípio da hierarquia entre as instâncias judiciais, ao descumprir decisão proferida no agravo de instrumento nº 111463-PB, emanada da 4ª Turma desta Corte Regional, que deu provimento ao agravo de instrumento; bem como desconsiderou decisão proferida pela mesma, que recebeu o recurso apelatório em seu efeito suspensivo, suspendendo, por conseguinte os efeitos da sentença proferida nos autos da ação declaratória de produtividade do imóvel. (grifos no original). Portanto, desconsiderar a existência desse julgado e determinar a imediata imissão do INCRA na posse do imóvel rural, segundo entendo, é medida que não se pauta pela cautela que deve permear a atividade judicante. Com essas considerações, dou provimento ao agravo para, confirmando a liminar, suspender os efeitos da decisão de imitir o INCRA na posse do imóvel. É como voto. AGTR 125447 \7 6

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 125447-PB (0006137-02.2012.4.05.0000) AGRTE : PAULO ROBERTO JACQUES COUTINHO FILHO ADV/PROC : CARLOS FREDERICO NÓBREGA FARIAS e outros AGRDO : INCRA - INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA REPTE : PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL - 5ª REGIÃO Origem : 3ª Vara Federal da Paraíba (Competente p/ Execuções Penais) - PB RELATOR : Des. Federal IVAN LIRA DE CARVALHO (convocado) EMENTA: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. REFORMA AGRÁRIA. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. APELAÇÃO RECEBIDA COM EFEITO SUSPENSIVO. AGTR111463/PB. DECISÃO GARANTINDO A POSSE DO IMÓVEL ATÉ O JULGAMENTO FINAL DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE PRODUTIVIDADE. INCRA. IMISSÃO DE POSSE. IMPOSSIBILIDADE. I. II. III. IV. V. Hipótese em que o agravante se insurge contra decisão que, em sede de ação de desapropriação de imóvel rural para fins de reforma agrária, determinou a expedição do mandado de imissão de posse em favor do INCRA, relativamente ao imóvel rural localizado no Município de Santa Rita/PB. As alegações do agravante revestem-se de razoabilidade, uma vez que se cuida de imóvel produtivo e, portanto, não sujeito à desapropriação para fins de reforma agrária, conforme declarado na AC542262/PB, julgada pela Quarta Turma em 07/8/2012. Assim, determinar a imediata imissão do INCRA na posse do imóvel rural, é medida que não se pauta pela cautela que deve permear a atividade judicante. Ademais, como bem assevera a Procuradoria da República, a decisão impugnada desconsidera a decisão proferida no AGTR111463-PB, publicada em 18/2/2011, que deu provimento ao agravo de instrumento para suspender a imissão do INCRA na posse do imóvel até o julgamento da ação declaratória de produtividade; bem como a decisão que recebeu o recurso apelatório em seu efeito suspensivo. Agravo de instrumento provido para suspender os efeitos da decisão de imitir o INCRA na posse do imóvel. AGTR 125447 \7 7

ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO, em que são partes as acima mencionadas. ACORDAM os Desembargadores Federais da Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, à unanimidade, em dar provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator e das notas taquigráficas que estão nos autos e que fazem parte deste julgado. Recife, 18 de setembro de 2012. Desembargador Federal IVAN LIRA DE CARVALHO Relator Convocado AGTR 125447 \7 8