TV para Crianças: o impacto do fim da programação infantil diária da TV Globo 1



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TV para Crianças: o impacto do fim da programação infantil diária da TV Globo 1 Patricia Laura Kuhn 2 Lisandra Portela Steffen Danda 3 Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS Resumo O fim da programação infantil diária na Globo em 2012 transformou a grade matutina da emissora. Este trabalho visa analisar os motivos e o impacto desta mudança nas crianças. Nesse contexto a metodologia propõe a realização de uma pesquisa quantitativa, a partir da aplicação de um questionário em crianças de 3º e 4º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e particulares do município de Santa Rosa, no noroeste do Rio Grande do Sul. O intuito é analisar os hábitos de consumo das mídias e, principalmente, a recepção sobre a mudança na programação. Palavras-chave: Comunicação; Crianças; Televisão; TV Globo. Introdução No século XXI as crianças vivem rodeadas pelas mais diversas mídias. O acesso a cada um delas é fácil para a maioria do público infantil. Com tantas opções, é normal que os veículos fortaleçam o investimento para conquistá-lo. Contudo, a televisão aberta vai contra esta tendência. A TV foi reconhecida como a babá eletrônica das crianças. O apelido é oriundo de uma trajetória de grande atenção ao público infantil ao longo da evolução da televisão no Brasil. Por horas e horas, a TV era a grande companheira dos pequenos. No entanto, as crianças hoje começam a serem deixadas de lado. A TV aberta está primando por programas voltados ao público adulto, que conquistam maior audiência. A Globo é um exemplo dessa mudança. A escolha pelas crianças como públicoalvo desde o seu primeiro dia de transmissão é algo que realmente ficou no século passado. A tradicional programação da emissora voltada aos pequenos deu espaço para 1 Trabalho apresentado no IJ 05 Rádio, TV e Internet do XV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul, realizado de 8 a 10 de maio de 2014. 2 Graduada no Curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo da Unijuí, email: patricialaurakuhn@hotmail.com. 3 Orientadora do trabalho. Professora do Curso de Comunicação Social da Unijuí, email: lisandra.steffen@unijui.edu.br. 1

programas sobre saúde, culinária e comportamento. A programação infantil que predominava nas manhãs da Globo foi reduzida até ser extinta. Com base nesses pontos, este trabalho busca analisar os motivos e o impacto do fim da programação infantil diária na TV Globo em 2012. A proposta é conseguir compreender o motivo do fim da programação infantil, bem como identificar a repercussão desta mudança. Este trabalho propõe uma pesquisa quantitativa com crianças em idade escolar de colégios públicos e particulares do município de Santa Rosa, no noroeste do Rio Grande do Sul. Ao todo são seis escolas participantes num total de mais de 400 alunos entrevistados. A pesquisa consiste na aplicação de um questionário com questões voltadas ao consumo das mídias, em especial à televisão e à programação infantil. É relevante que esses fatores sejam levantados e analisados para que se conheçam as novas formas de identificação das crianças com os meios de comunicação de massa, em especial com a TV, pois nas palavras de Silverstone (1989, p.77), estudar televisão é o mesmo que estudar o cotidiano. 1 Televisão: a integrante da família moderna Uma casa sem televisão é algo quase inimaginável. Este meio de comunicação se tornou parte da rotina de cada um dos indivíduos. Ver TV é um dos hábitos mais constantes da humanidade desde o último século. Aos poucos, esse utensílio destina ao entretenimento e informação desde sua criação [...] foi tornando-se indispensável nos lares e em quase todas as instituições de nações em todos os continentes (BEZERRA, 1999, p. 17). O retângulo com som e imagem é um meio diferenciado. A TV estimula partes do cérebro que outros meios não atingem tão eficazmente: emoções e memória de longo prazo 4. Por isso, a televisão encanta telespectadores há mais de seis décadas, com foco em entretenimento, informação e cultura. No Brasil, a televisão é o meio com maior penetração na sociedade. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), existem mais domicílios com televisor do que com geladeira no Brasil (IBGE, 2010). A relevância da Televisão no Brasil é tão grande que: 4 Dados da pesquisa de Thinkbox s Engagement Study UK. Vídeo-etnografia: estudo da memória baseado em laboratório e estudo quantitativo de 3 mil pessoas. 2

Passar horas a fio fitando diretamente um eletrodoméstico que parece imprescindível, inclusive na opinião do Supremo Tribunal de Justiça brasileiro, que decidiu ser o aparelho de televisão um bem que não pode ser penhorado, chegando a afirmar que: [...] o Brasileiro não vive sem a televisão (BEZERRA, 1999, p. 17). A grande popularidade da TV no país se deu a partir de um histórico de muito investimento. O resultado é ter hoje uma emissora entre as maiores do mundo. A Globo, líder em audiência no Brasil, está ao lado da CBS, ABC, BBC, Televisa e CNN, formando o time das seis gigantes da televisão. A inserção da televisão na vida de cada brasileiro é algo determinante na formação do indivíduo. Dessa forma, a relação TV e crianças necessita de uma análise profunda para se compreender quais os tipos de referenciais que este meio está passando para elas. A relação entre o público infantil e a televisão ao longo da expansão desse meio de comunicação de massa foi muito próxima. O longo tempo de exposição ao meio, o transforma em grande influenciador desses indivíduos. Bezerra (1999) explica: No país em que quase 90% dos lares têm pelo menos um aparelho de TV, já disseram que a televisão é tão boa que hipnotiza. [...] Há quem diga que ela é um veículo de educação e formação. Que ela desestrutura a família. [...] Que seria bom se os pais pudessem interferir na programação assistida por seus filhos. Que ela tenta substituir a escola. Que está influenciando os jovens a cometer barbaridades. [...] Que programas adultos são os mais assistidos pelas crianças. Depois de tudo o que já foi dito uma coisa é certa, não há como negar que a televisão exerce influência no comportamento das pessoas. Será que alguém duvida? (BEZERRA; 1999, p. 94-95). A influência da TV sobre as crianças é muito clara. Por exemplo, a criança pequena, por não saber diferenciar a realidade da fantasia incorpora muitas vezes personagens como super-heróis e tenta imitá-los. Este vínculo com a realidade é fruto de uma falta de discernimento típico desta faixa etária. Segundo pesquisa realizada em 23 países pela Universidade de Utrecht, na Holanda, 44% das crianças não conseguem diferenciar a realidade do veem na telinha (BACELAR, 1998, p. 34). No entanto muitos pais acreditam que as crianças são muito novas para entender o que se passa na televisão, Eles não sabem que as crianças armazenam as informações inconscientemente (CARDOSO, 2008, p. 41). Outros pais supõem que os filhos mais crescidos conseguem separar, o que é bom e o que é ruim, assim armazenando apenas a parte positiva. Se realmente eles soubessem diferenciar eles imitariam as atitudes vistas 3

nos programas? Eles tentariam voar como os seus heróis voam se soubessem discernir o bom do ruim?, completa Cardoso (2008, p.41). A programação também tem grande influência sobre as crianças. Programas infantis têm horários específicos que proporcionam conteúdo com faixa etária livre para todos os públicos, conforme determinação do art. 76 do Estatuto da Criança e do Adolescente, As emissoras de Rádio e Televisão somente exibirão no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas (BRASIL, 1990). Por isso a importância de uma programação de qualidade voltada ao público infantil. 1.1 A TV das crianças: o fim da programação infantil na Globo O Brasil é o país que as crianças mais assistem televisão, são em média cinco horas por dia (LINN, 2006). As emissoras, com conhecimento sobre a identificação do público infantil com o meio, investiram em programas voltados aos pequenos desde o início da trajetória da TV no país. A TV Globo, inaugurada em abril de 1965 no Rio de Janeiro, em seu primeiro dia de transmissão escolheu as crianças como público-alvo. O programa infantil Uni- Duni-Tê foi uma das primeiras produções da Globo, junto ao telejornal Tele Globo, da série Rua da Matriz e da novela Ilusões Perdidas, de Enia Petri. Em uma trajetória que contatou com diversos programas voltados ao público infantil, a Globo produziu novela, programas de auditório, gincanas, programas de desenhos animado e muito mais com foco nas crianças. Mas foi com o Xou da Xuxa, TV Colosso, Angel Mix e Bambuluá que a partir de 1993, a programação matutina da Globo se consagrou ao pequenos. A partir de janeiro de 2002, a TV Globinho ocupou a tradicional programação das manhãs da emissora. Apresentado por jovens, o programa tinha como principal atração os desenhos animados. Entre 2005 e 2007, o programa passou a ser exibido somente aos sábados e a programação foi substituída pelo TV Xuxa (MEMÓRIA GLOBO, 2013b). Em 1º de janeiro de 2008, a TV Globinho voltou a ser um programa diário, exibido de segunda a sexta, às 9h30, e aos sábados, às 8h. O programa era apresentado por jovens que anunciavam os desenhos e falavam sobre curiosidades. No entanto, no dia 25 de julho de 2012, a Globo inicia uma nova fase nas manhãs de sua programação. As crianças deixam de ser o público-alvo e os programas 4

diários da emissora passam todos a serem voltados aos adultos. O Encontro com Fátima Bernardes ocupa o espaço matutino da TV Globinho com foco no público feminino. Com a mudança de horário da TV Globinho, a emissora extinguiu sua programação infantil diária. O novo programa nas manhãs não tem qualquer vínculo com este público. O programa de auditório é uma mistura de variedades e prestação de serviço, com entrevistas. Apesar de ser de faixa etária livre, o Encontro com Fátima não tem como foco às crianças. No entanto, a programação infantil ainda sofre mais alterações. Nos sábados em que há jogos de vôlei, futsal, treinos de Fórmula 1, entre outros esportes, há redução de tempo. Outro fator de altera a exibição destes programas é o fato das afiliadas da emissora terem o sábado pela manhã para produções locais. É o caso da RBS TV, afiliada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Nela a programação infantil é reduzida de quatro horas na Globo, em rede nacional, para apenas duas horas. Os programas infantis também estão em horários alternativos. Ao meio dia cada afiliada produz o seu telejornal local. No entanto, programação da emissora via satélite que é transmitida para receptores de parabólica, contempla neste horário o Festival de Desenhos. Na madrugada, o Festival de Desenhos também é transmitido. Sem horário definido, em média ele é apresentado das 4h30 às 5h30, com desenhos dos anos 1990. Ainda assim a TV Globinho é o carro-chefe da programação infantil, pois é transmitida em rede nacional em horário mais adequado à faixa etária. Ao ser contatada, através da sua Central de Atendimento ao Telespectador (CAT), a Globo não quis se manifestar sobre o fato, nem realizar nenhuma indicação de programas que fossem destinados às crianças em sua programação. 1.2 Repercussão e os motivos das mudanças na programação da Globo Apesar da alteração na programação da Globo ocorrer apenas em junho de 2012, o anúncio ocorreu ainda em dezembro do ano anterior, quando Fátima Bernardes anunciou sua saída do Jornal Nacional. A partir desta notícia começaram as especulações sobre o horário do novo programa da jornalista e as mudanças na grade da emissora. Estes comentários levaram a Globo a emitir um comunicado oficial: Em respeito ao nosso público, ao nosso elenco e aos anunciantes, esclarecemos que a nossa grade das seis da manhã ao meio-dia passará a ser dedicada ao público adulto em 2012. A TV Globinho estará no ar aos sábados. Haverá quatro blocos de programação distintos 5

telejornalismo, Mais Você, Bem-Estar e o novo programa a ser conduzido pela jornalista Fátima Bernardes. Esta nova atração ainda está em fase de elaboração sem data certa para estrear (TOLIPAN, 2011, p.1). A repercussão do anúncio do fim da TV Globinho foi negativa em importantes sites e blogs sobre televisão. Em sua coluna no Estadão.com.br, Cristina Padiglione, destacou na época, Assim que o novo programa de Fátima Bernardes estrear, não restará um só minuto nas manhãs da Globo para contar histórias à criançada (PADIGLIONE, 2012). No blog de Mariana Zylberkan, na Veja On-line, a colunista fez uma ressalva sobre o tempo da programação dedicado às crianças. Segundo ela, nos últimos anos, a TV aberta brasileira vem mostrando sinais de cansaço numa das funções mais significativas de sua história recente: o entretenimento voltado ao público infantil. Com cada vez menos horas dedicadas às crianças, a televisão, no papel de babá eletrônica, está a um passo de se aposentar. (ZYLBERKAN, 2012a, p.1). Quando o Encontro com Fátima estreou, as críticas à mudança da programação movimentaram as redes sociais. No caso do microblog Twitter, o assunto foi parar nos tópicos mais comentados (Trend Topics) daquele dia. Nas postagens apareceram pessoas contrárias à mudança e também sátiras à substituição. Apesar da Globo não querer se manifestar sobre os motivos para a substituição da programação, o Diretor-Geral da TV Globo, Octávio Florisbal, ao anunciar os lançamentos da emissora para 2012, destacou, Os programas infantis não dão audiência e o retorno publicitário é baixo. (ZYLBERKAN, 2012b). Ou seja, nas palavras de Cristina Padiglione (2012), o fato é que programação infantil não dá dinheiro nem audiência. A falta de interesse dos anunciantes nesses programas é explicada por Boni: CRIANÇA NÃO TEM PODER AQUISITIVO, portanto, não é um consumidor direto e não tem poder decisório sobre as compras. No máximo, pede alguma coisa que deseja ou repete comerciais que viu na televisão, influenciando pais e responsáveis. Para os veículos de publicidade, o que conta é o cliente (OLIVEIRA SOBRINHO, 2011, p. 223). Para os anunciantes que optam por este público-alvo o investimento é voltado para a TV por assinatura. Segundo o Diretor Geral, a tendência, entre os canais abertos pelo resto do mundo, é enxugar o infantil e deixar esse filão para os canais pagos, que têm cada vez mais público (PADIGLIONE, 2012). 6

Em dados de 2012 divulgados pela Veja On-Line, a TV aberta voltada para crianças vem sendo substituída pelos canais pagos que hoje detêm 70% do bolo publicitário direcionado ao segmento infantil. O fortalecimento do mercado dos canais infantis na TV por assinatura é crescente e até mesmo a Globo decidiu investir neste segmento. No mesmo período que a emissora extinguia a sua programação infantil diária, a Globosat lançava o canal Gloob, focado no público que está saindo da idade pré-escolar e que ainda não entrou na adolescência. No entanto, é preciso compreender de que forma que as crianças em geral receberam esta mudança na programação da Globo e quais impactos a TV por assinatura tem em seu cotidiano. 2 Pesquisa quantitativa sobre TV e Crianças A mudança da programação da Rede Globo afetou diretamente o público infantil. Para compreender o impacto do fim da TV Globinho diária, uma pesquisa de campo foi realizada com crianças de seis escolas de Santa Rosa, no noroeste do Rio Grande do Sul. A pesquisa consistiu na aplicação de um questionário com 16 questões de múltipla escolha. Participaram do estudo, escolas públicas e privadas do município nas turmas de 3º e 4º ano que possuem suas aulas no turno da tarde, ou seja, que são o público alvo dos programas infantis matutinos. A aplicação ocorreu durante os meses de agosto e setembro de 2013. A faixa etária abrangeu crianças de 8 a 13 anos, em sua maioria com 9 e 10 anos. As seis escolas pesquisadas somaram um total de 408 alunos, os quais correspondem uma amostragem de cerca de 4% da população dessa faixa etária, considerando os dados do IBGE (2012) que aponta que Santa Rosa tem 9.700 crianças na faixa dos 5 aos 14 anos. O consumo dos meios de comunicação foi o tema geral da pesquisa aplicada. Entre os cinco meios descritos na pesquisa, 47% dos entrevistados responderam que o meio que mais gostam é a internet. A televisão ficou em segundo lugar com 44%. Os outros meios ficaram muito atrás no gosto dos entrevistados. A opção Outro ficou com 3%, Revista e Rádio com 2% e Jornal com apenas 1%. Na opção Outro, os participantes apontaram entre outros, o telefone, o videogame e o livro. 7

Gráfico 1 Qual meio você mais gosta? Embora esse dado corresponda ao total das crianças que participaram da pesquisa, nas escolas públicas a TV ainda é o meio de maior preferência com 48%. No entanto a internet está logo atrás com 44%. Gráfico 2 Qual meio você mais gosta? Escolas Públicas Nas escolas particulares, a internet tem índices de preferência mais altos que a TV. A metade dos alunos pesquisados destacou que o meio que mais gosta é a internet. Em segundo lugar a TV com 42%. Gráfico 3 Qual meio você mais gosta? Escolas Particulares A diferença dos hábitos de consumo dos meios de comunicação entre as escolas públicas e particulares está muito nítida quando perguntados sobre o que mais fazem 8

nas horas livres. As crianças das escolas públicas preferem assistir TV aberta (40%) ou navegar na internet (33%), apenas 17% assistem TV por assinatura. Na opção Outro (10%) foram apontadas atividades como brincar, estudar, andar de bicicleta, ler, etc. No entanto as crianças das escolas particulares têm outros hábitos de lazer. Navegar na internet é a preferência de 46% delas. Em segundo lugar ficou assistir canais da TV por assinatura (27%) e em terceiro com apenas 11% assistir canais da TV aberta. Na opção Outro o índice foi maior (15%) e as atividades descritas foram brincar, jogar futebol, andar de bicicleta e jogar vídeo game. Apesar de a internet ter grande índice de identificação entre os entrevistados das escolas públicas e particulares, 98% das crianças responderam que assistem televisão, contrariando as estimativas da Rede Globo, quanto à audiência. Em relação à internet, é possível observar que a melhor condição financeira das crianças facilita o acesso a este meio, tendo em vista que 95% dos alunos das escolas particulares apontaram que navegam na internet, enquanto nas escolas públicas o número é reduzido a 68%. Na soma entre todos os alunos participantes da pesquisa, 80% deles afirmaram que navegam na internet. Apesar da grande ligação dos entrevistados com a televisão e a internet isso não ocorre com outros meios. Entre os participantes da pesquisa, 59% apontaram que não escutam rádio e 56% não leem jornal ou revista. A TV por assinatura, apesar de ser paga, é acessível para 57% dos entrevistados. O índice é ainda maior entre as crianças de escolas particulares, 76% delas afirmaram ter TV por assinatura em casa. Entre as crianças, 44% delas afirmaram que assistem televisão de 1 a 2 horas por dia e 37% de 3 a 4 horas. Ficar em frente à TV por mais de 5 horas é a realidade de 14% delas. Nas escolas públicas este índice chegou a 20%. Nesta opção do questionário, que tinha espaço descritivo, alguns entrevistados apontaram que assistiam até 12 horas por dia. Apenas 5% responderam que não assistem televisão diariamente. Gráfico 4 Quantas horas por dia assiste TV? 9

Com base no tempo que as crianças passam em frente à televisão, é fundamental observar o que elas gostam de assistir. Do total de entrevistados, 53% escolheu o desenho animado como sua preferência. Atrás ficaram as opções Novela com 27% e Seriados com 11%, seguido da opção Outro com 6%, nesta opção as crianças descreveram que gostam de assistir futebol e filmes. Jornalismo e Programas de Auditório foram a escolha de apenas 2% cada. Gráfico 5 O que você mais gosta na TV? Nas escolas particulares, o índice de preferência por desenhos animados cai para 44% e o dos seriados sobe para 17%. Diferentemente das escolas públicas, nas quais a opção Seriados foi a escolha de apenas 6% dos alunos e os desenhos foi de 59%. O canal que as crianças mais assistem, de acordo com a pesquisa é SBT com 37% de preferência, seguida pela Disney com 17%. Em terceiro lugar está a Nickelodeon com 14%, em quarto a Globo com 13% e logo atrás o Cartoon Network com 12%. Na sequência da classificação ficaram: Band com 3%, Gloob (o canal infantil pertence à Globosat e é transmitido apenas na TV por assinatura) e a opção Outro ambas com 2%. A Record, a Redetv e o Canal Tooncast ficaram com 0% de preferência. No total dos canais, 53% são da TV aberta e 45% da TV por assinatura, a opção Outro fica com 2%. Para avaliar o impacto do fim da programação infantil diária da Globo é importante saber se a as crianças assistiam essa programação. Ao serem perguntadas sobre isso, 54% delas disseram que não assistiam a TV Globinho nas manhãs da emissora, contra 46% que apontaram que sim. Entre as crianças das escolas particulares, apenas 34% responderam que assistiam, nas públicas o índice foi de 57%. Para identificar o impacto é necessário saber se os entrevistados perceberam alguma alteração na programação infantil da Globo. Nos resultados dos questionários aplicados, apenas 23% afirmaram que sim. Para os que responderam positivamente o 10

questionário abria espaço para descrever qual a diferença percebida. As respostas mais frequentes foram: A TV Globinho agora é só no sábado, Não tem mais desenhos durante a semana, Tem menos desenhos. Ainda entre as observações, destaque para um estudante de escola particular apontou: só tem coisa chata. Entre os 23% que responderam que sim fica clara a insatisfação com a mudança. A programação infantil da Globo em rede nacional é resumida à TV Globinho aos sábados. No entanto 59% das crianças entrevistadas afirmaram que não assistem. A aprovação das crianças em relação à programação também é baixa. Apenas 8% afirmaram que gostam da programação diária da emissora. No entanto, a maioria das crianças apontou que sente falta de outro tipo de programa na emissora: 37% queriam mais desenhos animados, 25% queriam uma novela infantil e 6% queriam seriados infantis. Um total de 68% de crianças insatisfeitas com a programação. Ainda 24% delas apontaram que não sentem falta, pois não assistem o canal. Gráfico 6 Você sente falta de uma programação infantil durante a semana na Globo? Tradicionalmente, conforme visto na história dos programas infantis da Globo, a manhã era destinada para este público. No entanto, conforme a pesquisa, 58% das crianças desta faixa etária assistem mais TV à noite. O turno matutino é a opção de apenas 36% dos entrevistados. Apenas 6% assistem mais TV à tarde. Gráfico 7 Em que turno você assiste mais TV? 11

Na programação matutina, que ficou em segundo lugar, o programa Encontro com Fátima Bernardes apesar de ter a faixa etária livre, é destinado ao público feminino adulto. A nova programação não foi aprovada pelas crianças: 79% delas afirmaram não gostar do programa. 2.1 Análise sobre o impacto do fim da programação infantil da Globo O impacto das outras mídias, principalmente com a chegada da internet, não afetou o forte vínculo que as crianças têm com a televisão. Apesar do meio on-line estar em crescimento no gosto dos entrevistados, ainda é inferior em relação à ligação das crianças com a televisão. O dado que mostra que quase todas as crianças entrevistadas assistem TV revela que mesmo a Globo mudando sua programação por causa dos dados do IBOPE, ainda são altos os índices de audiência relativos às crianças. O grande tempo em frente a este meio de comunicação mostra o quanto ele é importante na rotina de cada uma destas crianças, ou seja, tem grande influência sobre a formação do indivíduo. É possível observar que a diferença entre a preferência das crianças das escolas públicas e particulares, em relação ao seu tempo livre, mostra que o público alvo infantil da televisão aberta pertence em sua maioria à classe C- D E. As crianças da classe A B C+ preferem a internet e a TV por assinatura. A preferência pela TV aberta pelo público das escolas públicas é um resultado social. Ela não tem custo, diferente da TV por assinatura e a internet. Por isso, mesmo que a TV aberta não proporcione a programação que as crianças dessas classes gostariam, ela é a opção multimídia mais próxima da sua realidade. No caso das crianças de classes sociais mais elevadas, a preferência pela internet e TV por assinatura mostra que a TV aberta não tem programas suficientemente interessantes para este público. A programação infantil diária da emissora foi extinta principalmente por causa dos índices de audiência, o que pode ser observado parcialmente na pesquisa. Apenas um terço dos entrevistados das escolas particulares respondeu que assistia a TV Globinho diariamente. O dado mostra que as classes ABC+ eram minoria entre os telespectadores do programa. A audiência maior era entre as crianças das classes C-DE, em que mais da metade respondeu que assistia. Apesar desse número não ser tão 12

expressivo, é possível observar que o impacto do fim da programação infantil foi maior entre as crianças das classes mais baixas. Mesmo com a alteração na programação diária da Globo, ela apareceu em quarto lugar no índice de preferência entre os entrevistados. Este fator mostra que as crianças ainda assistem a programação da emissora, mesmo ela não sendo voltada diretamente para este público e não sendo do gosto do mesmo. Como é o caso do Encontro com Fátima Bernardes que teve rejeição por parte da grande maioria dos entrevistados. Os desenhos animados são preferência entre as crianças. Atualmente, este é o foco da Globo durante a programação aos sábados, ou seja, a emissora está correta em relação ao gosto da maioria do público-alvo. Mas a pesquisa deixa claro que o programa não agrada a maioria das crianças. O dado reafirma duas alternativas: a primeira de que os desenhos não são do gosto das crianças e a segunda de que há outras programações mais interessantes para elas nesse horário em outros canais ou outros meios. O horário destinado à programação infantil também não é o mais adequado para as crianças. A grande maioria dos entrevistados apontou a noite como turno que mais assiste TV. Na Globo, o turno da noite é destinado para programas mais adultos como novelas e seriados. Ou seja, é importante ressaltar, então, que a única programação infantil da Globo não é atraente para este público-alvo. Ou seja, nas palavras de Boni, Deu curto-circuito na babá eletrônica? (OLIVEIRA SOBRINHO, 2011, p. 379). Conclusão A TV tem forte influência na vida de cada indivíduo, fator fortalecido pela grande inserção dela na sociedade. Assim, o fim da programação infantil diária foi uma mudança muito forte na tradicional grade da Globo. Mesmo com base no dado que mostra que menos de um quarto percebeu a alteração na programação matutina da emissora, não se pode avaliar que o fim da TV Globinho nas manhãs da emissora teve um impacto pequeno nas crianças. O dado mais relevante é que a maioria absoluta das crianças que assistem a Globo sente falta de uma programação infantil, com mais seriados, desenhos e novelas. Ou seja, elas podem não ter percebido as mudanças, mas deixam claro que estão carentes de programas que sejam de seu interesse. Nas palavras de Fernando Gomes, gerente do departamento infanto-juvenil da TV Cultura, As emissoras não estão preocupadas com a formação da criança, preferem 13

transferir a missão para a TV paga (GOMES, 2012 apud ZYLBERKAN, 2012a), e a Globo seguiu esta tendência. Ou seja, com o lançamento do canal infantil da Globosat, na visão da Globo apenas as crianças com poder aquisitivo mais elevado merecem ter uma programação adequada à sua faixa etária. Em meio a este cenário, o SBT reina absoluto na TV aberta quando o assunto é público infantil. É um nicho que o canal está sabendo aproveitar e vem conquistando resultados. Este fator pressupõe que a Globo tenha errado na sua estratégia perante o público infantil. O canal Gloob possui apenas 2% da preferência das crianças enquanto o SBT possui 37%. O dado revela que uma programação infantil com investimentos e adequação aos horários de maior interesse das crianças tem resultado sim na TV aberta. A Globo deixou de investir em público e ele começa a abandonar a emissora. Este fator apesar de parecer irrelevante, pode ter reflexos no futuro. O domínio do mercado pela emissora se dá, em grande parte, pela tradição de sua programação em que todos os públicos eram abrangidos. Ou seja, se ligava a TV pela manhã e se desligava à noite, sem precisar trocar de canal para agradar aos gostos de toda a família. Atualmente a situação é outra. As crianças hoje deixam de se vincular ao canal, o que pode ser algo muito negativo com resultados a longo prazo, pois ela não estão cultivando essa ligação. As crianças sentem falta de uma programação adequada a elas. A Globo deixou claro sua mudança de estratégia. Mas é de suma importância que a TV aberta tenha consciência de sua responsabilidade social, que se preocupe sempre em elevar o nível de suas atrações [...]. E que, além do entretenimento, informe e preste serviços à comunidade e à nação. Assim, com certeza, a TV aberta ainda terá pela frente um longo futuro (OLIVEIRA SOBRINHO, 2011, p. 276). Ou seja, é necessário lembrar sempre do compromisso social que há por trás da TV. Não pode ser tudo balizado por audiência e faturamento, a TV precisa ir além, precisa agregar valor. Dessa forma, com todas as mudanças, a TV aberta ainda brilha mais forte que as outras possibilidades de escolhas para as crianças. A babá-eletrônica pode até ter um curto-circuito, mas ainda está em pleno funcionamento, basta saber como explorá-la. REFERÊNCIAS BACELAR, Jorge. A Letra: Comunicação e Expressão. Estudo em Comunicação. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 1998. 124 p. BEZERRA, Wagner. Manual do Telespectador Insatisfeito. São Paulo: Summus, 1999. 136 p. 14

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