COLO PROTO CLÍNICO ABORDAGEM INICIAL DE PACIENTES COM SÍNDROMES CORONÁRIAS ISQUÊMICAS AGUDAS

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Transcrição:

PROTO COLO CLÍNICO ABORDAGEM INICIAL DE PACIENTES COM SÍNDROMES CORONÁRIAS ISQUÊMICAS AGUDAS Vinício Elia Soares Coordenador Executivo da Rede de Cardiologia Versão 2017

2 Objetivos Sistematização, de maneira objetiva, do atendimento inicial de pacientes com síndromes coronárias isquêmicas agudas (SCIA) nos serviços de emergência (UPA, CER, Emergências Hospitalares) da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Protocolos outros relacionados ao atual Síndromes coronárias isquêmicas agudas com supra de ST. Síndromes coronárias isquêmicas agudas sem supra de ST. Avaliação de pacientes com dor torácica. Considerações iniciais Embora muitos mecanismos fisiopatológicos respondam por eventos isquêmicos miocárdicos agudos, na maior parte das vezes, o substrato básico dessa condição é o processo aterotrombótico agudo intraluminal coronariano (figura 1). Quando a consequente limitação do fluxo sanguíneo para o miocárdio, decorrente desse processo aterotrombótico intraluminal, se faz de modo parcial, se manifestam, habitualmente, as SCIA sem supradesnível do segmento ST no eletrocardiograma. Por outro lado, quando a limitação de fluxo sanguíneo é significativa e persistente têm origem as SCIA com supradesnível do segmento ST. Nesse cenário a elevação de marcadores miocárdicos de necrose caracteriza o infarto agudo do miocárdio (IAM). Reconhecimento O diagnóstico é baseado principalmente na história clínica e no exame físico (tabela 1). Métodos complementares (ECG, exames laboratoriais, eventualmente outros métodos) devem ser empregados com correlação clínica. Insuficiência cardíaca, dor sem típicas características isquêmicas, síncope, quadros neurológicos, quadros digestivos, fenômenos embólicos periféricos podem ser manifestações atípicas de SCIA.

3 Idosos, pacientes do sexo feminino e diabéticos podem ter apresentações atípicas. Dissecção aórtica, pericardite, embolia pulmonar, pneumotórax e distúrbios digestivos podem simular SCIA (ver tabela 2 e protocolo clínico sobre avaliação na emergência de pacientes com dor torácica). O ECG é uma ferramenta fundamental na avaliação de pacientes com SCIA e deve ser realizado precocemente, idealmente com menos de 10 minutos da chegada do paciente (ver figura 2). Utilizar se necessário o laudo remoto (disponível 24 horas por dia nos 7 dias da semana). O supradesnível de ST auxilia na tomada de decisão para terapia de reperfusão. O ECG normal isoladamente não autoriza em hipótese alguma a liberação de pacientes com suspeita de SCIA (ver tabela 3). Aguardar resultados de exames laboratoriais (marcadores de necrose) para indicar terapia de reperfusão quando a clínica e o ECG confirmam o diagnóstico de SCIA com supra é um grave erro. Marcadores de necrose em determinações seriadas (curva com elevação e queda) caracterizam a necrose miocárdica. Os marcadores de necrose podem, entretanto, apresentar elevação em outras circunstâncias além das SCIA (tabela 4). Curva de marcadores de necrose sem elevação descarta necrose miocárdica mas não afasta em hipótese alguma SCIA sem necrose miocárdica (inclusive eventualmente SCIA de alto risco). Ações imediatas iniciais de caráter prático (figura 2) Acesso ao atendimento Ter agilidade no acolhimento para pacientes com dor (ou desconforto torácico). Garantir avaliação médica e realização de ECG, idealmente, com menos de 10 minutos após a chegada na unidade.

4 Avaliação clínica objetiva Caracterização da dor, cronologia dos eventos, antecedentes mórbidos, medicamentos em uso. Sinais vitais, exame físico objetivo (atenção para instabilidade elétrica, baixo débito e congestão pulmonar). Monitorização do ritmo cardíaco, PA, FC, FR, SpO2 (se disponível). Considerar diagnósticos diferenciais. Avaliar indicações e contraindicações para fibrinolíticos. Podem ser aplicados escores clínicos para avaliação do risco cardiológico e do risco hemorrágico. Métodos complementares ECG idealmente em menos de 10 minutos da chegada do paciente. Considerar consultoria remota para laudo do ECG e tomada de decisão. Exames laboratoriais (hemograma, plaquetas, TAP/INR, PTT, glicemia, uréia, creatinina, Na, K, Mg, troponina, CPK, CK-MB). Radiografia de tórax no leito. Intervenções terapêuticas (tabela 5) Solução salina isotônica (manter acesso venoso periférico). Administração de oxigênio nas primeiras horas objetivando SpO2 > 95%. Terapia antiplaquetária (AAS). Nitratos para alívio da dor com cautela para não induzir hipotensão. Analgesia narcótica se não houver alívio com nitratos.

5 Sequências após ações imediatas iniciais (figura 2) Confirmados diagnósticos alternativos (embolia pulmonar, dissecção aórtica, pericardite, outros) seguir protocolos específicos. Confirmada SCIA aguda com supra de ST (ou bloqueio de ramo esquerdo agudo) seguir protocolo específico. Confirmada SCIA aguda sem supra de ST seguir protocolo específico. Persistência de dúvida diagnóstica seguir protocolo específico (dor torácica). Referências I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia (Manejo Inicial da Síndrome Coronária Aguda). Arq. Bras. Cardiol. 2013, Volume 101, Nº 2, Supl. 3, Agosto 2013. http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/diretriz_emergencia.asp Acute Coronary Syndromes: 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2010, 122; S787-S817. http://circ.ahajournals.org/cgi/content/full/122/18_suppl_3/s787

6 Figura 01 Síndromes coronárias isquêmicas agudas PLACA VULNERÁVEL EVENTO AGUDO DESCONFORTO TORÁCICO TROBOSE SUBOCLUSIVA TROMBOSE OCLUSIVA ECG SEM SUPRA ST SEM SUPRA ST COM SUPRA ST MARCADORES BIOQUÍMICOS SEM ELEVAÇÃO COM ELEVAÇÃO COM ELEVAÇÃO DIAGNÓSTICO ANGINA ESTÁVEL IAM SEM SUPRA IAM COM SUPRA Visão esquemática relacionando substrato anatomopatológico, manifestações eletrocardiográficos, marcadores de necrose miocádica e diagnóstico final da condição miocárdica aguda (angina instável, IAM sem supra, IAM com supra).

7 Figura 2 - Ações imediatas iniciais de caráter prático DOR TORÁCICA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL dissecção aórtica pericardite embolia pulmonar pneumotórax hipertensivo rotura de esôfago PERMANECE A POSSIBILIDADE DE ISQUEMIA MIOCÁRDICA AVALIAÇÃO INTERVENÇÕES história direcionada acesso venoso periférico sinais vitais, e exame físico objetivo monitorização (ECG, PA, FR, SpO2) avaliação do risco (isquêmico/hemorrágico) solicitação de exames complementares O2 com fluxo - manter SpO2 > 95% AAS nitrato com atenção para não PA morfina se nitrato não aliviar a dor TOMADA DE DECISÃO IDEALMENTE COM 10 MINUTOS DA CHEGADA NA EMERGÊNCIA Confirmada SCIA com supra de ST / BRE agudo PROTOCOLO ESPECÍFICO Confirmada SCIA sem supra de ST PROTOCOLO ESPECÍFICO Permanece a dúvida sobre a etiologia isquêmica PROTOCOLO ESPECÍFICO (DOR TORÁCICA)

8 Tabela 01 Resumo dos principais aspectos para o diagnóstico das síndromes coronárias isquêmicas PATOLOGIA HISTÓRIA EXAME FÍSICO MÉTODOS COMPLE- MENTARES COMENTÁ- RIOS IAM COM SUPRA DE ST Desconforto ou dor torácica Tipo opressão, constrição, queimação, facada Intensidade moderada / intensa Localização retroesternal / torácica não restrita Em repouso (frequentemente) ou desencadeada por emoções ou esforços físicos Início agudo, acentuação rápida e progressiva Irradiação para MMSS (E>D), dorso, pescoço, mandíbula, dorso, abdome (epigastro) Duração prolongada (mais que 15 / 30 min) Habitualmente sem alívio com nitratos ou repouso Muitas vezes acompanhada de sudorese, tonteira, náusea, vômito, dispnéia, fadiga Comum identificação de fatores de risco de doença cardiovascular ou eventos cardiovasculares prévios Aparência de doença grave Agitação, ansiedade Hipotensão, hipertensão Taquicardia, bradicardia Sudorese Má perfusão periférica B4 (disfunção diastólica), B3 (disfunção istólica), ss apical, hipofonese de bulhas Estertores pulmonares (Killip > I) Turgência jugular Supra de ST persistente no ECG Bloqueio de ramo Habitualmente desenvolvimento subsequente de onda Q de necrose Arritmias (ES, TV,...) Elevação de marcadores de necrose (curva com elevação e queda) Apresentações atípicas em mulheres, idosos, diabéticos Dispnéia, síncope, eventos neurológicos, sintomas digestivas podem ser eventualmente mais exuberantes que o desconforto torácico

9 PATOLOGIA HISTÓRIA EXAME FÍSICO MÉTODOS COMPLE- MENTARES COMENTÁ- RIOS IAM SEM SUPRA DE ST Mesmas características do IAM com supra de ST Mesmas manifestações objetivas do IAM com supra de ST Supra de ST transitório Infra de ST Inversão de onda T Arritmias (ES, TV,...) Habitualmente sem desenvolvimento subsequente de onda Q de necrose Elevação de marcadores de necrose (curva com elevação e queda) Elevação de troponina sem elevação de CK- -MB caracteriza dano ou infarto miocárdico mínimo Mesmas considerações do IAM com supra de ST ANGINA INSTÁVEL Desconforto ou dor com as mesmas características do IAM (localização, irradiação, sensações) Intensidade leve / moderada / intensa Ocorrência em repouso ou com fatores desencadeantes com limiares progressivamente menores ou com repetições mais freqüentes e mais intensas das crises anginosas Duração intermediária (menos que 20 min) Resposta variável ao nitrato e repouso Eventualmente sudorese, tonteira, náusea, vômito, desconforto respiratório (menos que no IAM) Comum identificação de fatores de risco de doença cardiovascular ou eventos cardiovasculares prévios Mesmas considerações do IAM com magnitude dos eventos de uma maneira geral menos exuberante Alterações de ST/T Eventualmente arritmias ECG pose ser normal Sem elevação de marcadores de necrose ECG normal, isoladamente, não descarta evento coronário agudo

10 PATOLOGIA HISTÓRIA EXAME FÍSICO MÉTODOS COMPLE- MENTARES COMENTÁ- RIOS ANGINA ESTÁVEL Desconforto ou dor com as mesmas características do IAM (localização, irradiação, sensações) Intensidade leve / moderada Ocorrência desencadeada por emoções, esforços físicos, frio, alimentação, decúbito (não ocorre em repouso) Duração breve (menos que 2 / 10 min) Alívio com nitratos ou repouso Comum identificação de fatores de risco de doença cardiovascular ou eventos cardiovasculares prévios Aparência geral e sinais vitais eventualmente alterados durante o evento isquêmico (rápido retorno ao padrão habitual com alívio da isquemia) Eventuais e transitórias alterações de ST/T (rápido retorno ao padrão habitual com alívio da isquemia) ECG pode ser normal Desconforto respiratório e / ou fadiga podem ser manifestações de isquemia na ausência de dor ou desconforto torácico (equivalente anginoso)

11 Tabela 02 Diagnóstico diferencial nas SCIA CONDIÇÕES CARDIOVASCULARES dissecção aórtica pericardite / tamponamento embolia pulmonar miocardite Takotsubo miocardiopatia hipertrófica estenose e insuficiência aórtica prolapso mitral hipertensão arterial pulmonar quadro isquêmico estável CONDIÇÕES NÃO CARDIOVASCULARES rotura de esôfago e outros distúrbios esofágicos distúrbios gástricos e de vias biliares pneumonia, derrame pleural, pneumotórax distúrbios esqueléticos e neuropáticos de caixa torácica síndrome de hiperventilação e distúrbios psicogênicos

12 Tabela 03 Limitações do ECG no diagnóstico do IAM CONDIÇÕES NAS QUAIS O ECG PODE SER EQUIVOCADAMENTE INTER- PRETADO COMO DIAGNÓSTICO DE IAM (FALSO POSITIVO) repolarização precoce bloqueio de ramo esquerdo síndrome de pré-excitação síndrome de Brugada pericardite miocardite embolia pulmonar hemorragia subaracnóide distúrbios metabólicos (hipercalemia) cardiomiopatias colecistite persistência do padrão juvenil troca de cabos inadequado posicionamento dos eletrodos precordiais antidepressivos tricíclicos e fenotiazinas CONDIÇÕES NAS QUAIS O ECG PODE SER EQUIVOCADAMENTE INTER- PRETADO COMO NÃO DIAGNÓSTICO DE IAM (FALSO NEGATIVO) infarto prévio com onda Q e ou supra persistente de ST marcapasso em ventrículo direito bloqueio de ramo esquerdo

13 Tabela 04 Injúrias miocárdicas que cursam com elevação de troponinas INJÚRIA DECORRENTE DE ISQUEMIA MIOCÁRDICA PRIMÁRIA rotura de placa ateroescleróotica com trombose intraluminal coronária INJÚRIA DECORRENTE DE DESEQUILÍBRIO ENTRE OFERTA E CONSUMO DE OXIGÊNIO taqui e bradiarritmias dissecção aórtica ou grave doença da válvula aórtica cardiomiopatia hipertrófica choque (cardioênico, hipovolêmico, séptico) grave insuficiência respiratória anemia crítica hipertensão (com ou sem hipertrofia ventricular esquerda) espasmo coronário vasculite ou embolia coronária disfunção endotelial coronária sem doença coronária significativa INJÚRIA MIOCÁRDICA NÃO ISQUÊMICA contusão cardíaca, cirurgia cardíaca, ablação, marcapasso, choques de desfibrilador rabdomiólise com envolvimento cardíaco miocardite agentes cardiotóxicos (antraciclinas, herceptina) INJÚRIA MIOCÁRDICA MULTIFATORIAL OU DE CAUSA INDETERMINADA insuficiência cardíaca Takotsubo embolia pulmonar significativa ou hipertensão pulmonar acentuada sepse e condição médica crítica insuficiência renal doença neurológica crítica (acidente vascular, hemorragia subaracnóide) doenças infiltrativas (amiloidose, sarcoidose) exercício físico extenuante

14 Tabela 05 Intervenções terapêuticas imediatas iniciais INTERVENÇÃO DOSE COMENTÁRIO Salina isotônica Rotineiramente infusão lenta Extender uso além das 1 as horas em casos de hipoxemia, congestão pulmonar ou instabilidade hemodinâmica Oxigênio Nas primeiras 3 / 6 horas através de cânula nasal ou máscara facial com fluxo de 2 a 6 l/min objetivando SpO2 > 95% Extender uso além das 1as horas em casos de hipoxemia, congestão pulmonar ou instabilidade hemodinâmica AAS Primeira dose de 200 mg VO (mastigar o comprimido) Posteriormente 100 mg VO ao dia Não usar formas tamponadas ou de liberação entérica Dinitrato se isossorbida Para alívio da dor até 3 doses de 5 mg SL a cada 5 min Omitir em caso de hipotensão Evitar em casos de infarto de VD Contraindicado se uso recente de sildenafil (24 h) ou tadalafil (48 h) Morfina Pequenas doses com curtos intervalos (exemplo 2 mg a cada 5 min) caso nitrato não alivie a dor Atenção para depressão respiratória, hipotensão e vômitos

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