6º Período - Fisioterapia PUC Minas - Belo Horizonte

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Transcrição:

6º Período - Fisioterapia PUC Minas - Belo Horizonte COMO POSSO SABER SE A CRIANÇA TEM ALGUM DISTÚRBIO MICCIONAL? VENHA CONOSCO PARA CONHECER UM POUCO MAIS... CAROLINA KESSEN, DANIEL HENRIQUE, DOUGLAS SCHETTINI, FABIANA BARROS, FILIPE CÉSAR, HENRIQUE MORAIS, RODRIGO SARMENTO E SARAH CARVALHO. Trabalho elaborado pelos alunos do 6º período do curso de Fisioterapia da PUC Minas de Belo Horizonte sob a coordenação da Profª Silvia Monteiro Bem Cuidado

INTRODUÇÃO Este ebook foi criado com objetivo de disponibilizar informações sobre os distúrbios miccionais na infância, condições que podem causar problemas psicológicos e má qualidade de vida da criança e da família.

DISTÚRBIOS MICIONAIS NA INFÂNCIA Os distúrbios miccionais da infância podem acometer as crianças em todas as idades, embora fiquem mais evidentes da retirada das fraldas até a adolescência. Os distúrbios miccionais na infância são classificados em dois grupos: distúrbios na fase de enchimento vesical (chamada de bexiga hiperativa), e distúrbios na fase de esvaziamento (disfunção miccional).

BEXIGA HPERATIVA A síndrome da bexiga hiperativa (BH) é definida pela Sociedade Internacional de Continência (ICS) como uma síndrome clínica caracterizada pela presença de urgência miccional, frequentemente associada a aumento da frequência e noctúria, acompanhada ou não de incontinência urinária.

DISFUNÇÃO MICCIONAL Na disfunção miccional a micção não ocorre de forma coordenada. Quando há a contração da bexiga, ao invés de haver relaxamento da uretra, o esfíncter uretral se contrai fazendo com que a micção seja realizada com pressão elevada e de forma insatisfatória. Com isso, temos um jato urinário fraco, esforço abdominal e resíduo urinário na bexiga após a micção, o que pode causar infecções urinárias. A disfuncão miccional infantil ocorre por uma incoordenacão vésico-esfincteriana, promovendo alterações urodinâmicas importantes e comprometendo o esvaziamento da bexiga.

ENURESE A enurese (ou perda involuntária de urina) é uma a condição heterogênea com diferentes mecanismos fisiopatológicos. Existem vários tipos de enurese: Enurese noturna perda involuntária de urina que ocorre à noite, durante o sono. Enurese diurna perda involuntária de urina que ocorre durante o dia, enquanto a criança está acordada (incontinência urinária). Enurese primária episódios de perda involuntária de urina em crianças que nunca alcançaram o controle completo da bexiga. Enurese secundária episódios de perda involuntária de urina em crianças que já chegaram a ter controle da bexiga por pelo menos 6 meses. Enurese monossintomática quando a perda involuntária de urina NÃO vem acompanhada de nenhum outro sinal ou sintoma. Enurese não monossintomática quando a perda involuntária de urina vem acompanhada de outros sinais e sintomas, tais como dor ao urinar, jato urinário fraco, dificuldade para começar a urinar, necessidade de fazer muita força para urinar, urgência para urinar, necessidade frequente de urinar, sede excessiva, enurese diurna e outros.

PREVALÊNCIA A prevalência dos distúrbios do trato urinário inferior são variáveis podendo ocorrer entre 2% a 25% das crianças, devendo-se sobretudo às diferenças de metodologia utilizadas nos estudos, além das diferenças culturais dos países.

OPÇÕES TERAPÊUTICAS MEDIDAS COMPORTAMENTAIS As orientações para mudanças de hábitos incluem uma conscientização da criança e da família para o problema e envolve: - Ingestão adequada de líquidos para estimular a micção regular e controlar infecções urinárias; - Eliminar quaisquer substâncias irritantes presentes na dieta como cafeína, bebidas gaseificadas, chocolate e sucos cítricos; - Controle da constipação intestinal estimulando a ingestão de alimentos ricos em fibras, ingestão adequada de líquidos e rotina defecatória; - É importante que a família e a escola estimulem as crianças a ir no banheiro urinar com intervalos regulares (em torno de 2 a 3 horas), e quando for fazer xixi, ir com calma e sem pressa, esperando a bexiga esvaziar por completo; - Fazer xixi antes de dormir; - Orientações na postura para urinar e evacuar. As crianças devem ser estimuladas a usarem suportes para os pés no banheiro, que permitam a elas ficarem com apoio quando estão sentadas no vaso sanitário. Esta manobra auxilia no relaxamento dos músculos do assoalho pélvico e facilita o uso da musculatura do abdômen, permitindo um melhor esvaziamento da bexiga e do intestino; - Orientar a higienização das partes íntimas, principalmente em meninas. Uma higienização inadequada, sem assepsia apropriada, pode resultar em infecção urinária.

TERAPIA DE RETREINAMENTO DO ASSOALHO PÉLVICO A reeducação dos músculos do assoalho pélvico é uma estratégia terapêutica muito eficiente. Tem como objetivo estimular os músculos do assoalho pélvico da criança ensinando-as a contrair e relaxar de forma adequada, para que o esvaziamento da bexiga ocorra de forma adequada. A reeducação dessa musculatura pode ser feita associada ao biofeedback, uma ferramenta terapêutica que fornece informações fisiológicas para monitorar a atividade muscular. ELETROESTIMULAÇÃO A eletroestimulação transcutânea tem sido utilizada com sucesso para tratamento dos sintomas vesicais na criança. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO O tratamento medicamentoso deve ser prescrito pelo médico de referência da criança.

ATENÇÃO Pais, familiares e pessoas responsáveis pelo acompanhamento da rotina das crianças devem ficar atentos ao comportamento, sinais e sintomas que podem estar relacionados com os distúrbios de micção. Suas consequências podem afetar o desenvolvimento e a autoestima das crianças, assim como o relacionamento dentro e fora da família. FIQUEM ATENTOS CASO OBSERVEM ALGUM SINAL OU SINTOMA DE UM DISTÚRBIO MICCIONAL NA CRIANÇA, PROCUREM O PEDIATRA DE REFERÊNCIA. ELE PODERÁ AJUDÁ-LOS.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA http://diretrizes.amb.org.br/_diretrizes/disfunca o-do-trato-urinario-inferior-nacrianca/files/assets/common/downloads/publication. pdf Alunos responsáveis: Carolina Kessen, Daniel Henrique, Douglas Schettini, Fabiana Barros, Filipe César, Henrique Morais, Rodrigo Sarmento e Sarah Carvalho Coordenadora: Silvia Monteiro