PROCESSO: 0001344-03.2010.5.01.0005 - RTOrd



Documentos relacionados
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Preparo comprovado às fls. 49/52.

RECURSO ORDINÁRIO TRT/RO RTOrd A C Ó R D Ã O 7ª Turma

EXERCÍCIO DE SALA Do mérito: 2.1- Da responsabilidade do recorrente:

Acórdão 8a Turma. V O T O CONHECIMENTO Conheço do recurso, eis que atendidos os requisitos de admissibilidade.

PROCESSO: RO

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

PROCESSO: RTOrd. Acórdão 10a Turma

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

ACÓRDÃO. Rio de Janeiro, 05 de outubro de Desembargador ROBERTO FELINTO Relator

R E L A T Ó R I O. A) A entidade a quem o APELADO efetuou doações durante o ano

A reclamante recorrente alega, em síntese, que deve ser reformada a decisão quanto ao intervalo do digitador.

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, provenientes da 05ª VARA DO TRABALHO DE MARINGÁ, sendo recorrente

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

Juiz LEANDRO BORGES DE FIGUEIREDO Acórdão Nº E M E N T A

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA

O Dano Moral no Direito do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (5ª Turma) GMCB/jar

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RECURSO ORDINÁRIO TRT/RO RTOrd A C Ó R D Ã O 4ª Turma

PROCESSO: RTOrd

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

Contrarrazões do autor, às fls. 353/362.

APELANTE: EDWALTER CUNHA COUTO APELADO: LOTÉRICA RONDON PLAZA SHOPPING LTDA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PROCESSO: RTOrd

DESEMBARGADOR MARCELO GONÇALVES DE OLIVEIRA Órgão Julgador : 7ª Turma

OPERADOR DE TELEMARKETING INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 29 DESTE TRIBUNAL REGIONAL

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima identificadas:

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

EMENTA CIVIL - DANOS MORAIS - NEGATIVA NA CONCESSÃO DE PASSE LIVRE EM VIAGEM INTERESTADUAL - TRANSPORTE IRREGULAR - INDENIZAÇÃO DEVIDA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MINUTA DE JULGAMENTO FLS. *** SEGUNDA TURMA ***

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

PROCESSO: RTORD

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (4.ª Turma) GMMAC/r4/asd/eo/h/j

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 32721/ CLASSE CNJ COMARCA DE RONDONÓPOLIS ANIVALDO CORREIA DE MELLO

CONSUMIDOR. CARTÃO DE CRÉDITO. PAGAMENTO. DIVERGÊNCIA CÓDIGO DE BARRAS. QUITAÇÃO DEMONSTRADA POR OUTROS MEIOS DE PROVA.

ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Des. José Di Lorenzo Serpa

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente) e PAULO ALCIDES. São Paulo, 12 de julho de 2012.

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Poder Judiciário Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira

: MIN. DIAS TOFFOLI GRANDE

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (1ª Turma) GMWOC/th/af

APELAÇÃO CÍVEL nº /AL ( )

Recurso Ordinário:

Superior Tribunal de Justiça

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima identificadas: RELATÓRIO

RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL MANOEL DE OLIVEIRA ERHARDT - 1º TURMA

4 PRIVAI)OS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO -

Superior Tribunal de Justiça

EMBARGOS INFRINGENTES EM APELAÇÃO CÍVEL nº /RN ( /01)

1, 91 I, L.; Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D.

APELAÇÃO CÍVEL. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. BENEFICIÁRIO DO

APTE: FLAVIO COELHO BARRETO (Autor) APTE: CONCESSIONÁRIA DA RODOVIA DOS LAGOS S.A. APDO: OS MESMOS

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SAO PAULO - SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO. 30 a Câmara

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

35 a Câmara A C O R D A O * *

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 6ª Câmara de Direito Privado ACÓRDÃO

Processo n AÇÃO REPARATÓRIA DE DANO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO. Réus: MARCOS ROBERTO PINCELA MATEUS e SADIA S/A

E M E N T A: RESPONSABILIDADE POR DANO MORAL. DÍVIDA PAGA. TÍTULO INDEVIDAMENTE PROTESTADO. ILEGALIDADE. PROVA. PRESUNÇÃO DO DANO.

IV - APELACAO CIVEL

LABORATÓRIO 3. VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2ª FASE DIREITO DO TRABALHO LABORATÓRIO 3 PROFA. Maria Eugênia

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ª

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado

Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho por força do Regimento Interno TST. É o relatório. 1 CONHECIMENTO

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 74587/ CLASSE II COMARCA DE RONDONÓPOLIS

Responsabilidade em saúde

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SILVIA ROCHA (Presidente) e PEREIRA CALÇAS. São Paulo, 8 de agosto de 2012.

DIREITO ADMINISTRATIVO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO RO Fl.1

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO 3ª Turma

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS

PoderJudiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete do Desembargador Marcos A. Souto Maior

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 2ª Região

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROCESSO: RO

EMB. DECL. EM AC CE ( /01). RELATÓRIO

CÍVEL Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

O Eg. Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, em acórdão de fls. 382/404, negou provimento ao Recurso Ordinário do Reclamante.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL

A CÓRDÃO CÍVEL Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE. Vistos, relatados e discutidos os autos. EFN Nº /CÍVEL

A C Ó R D Ã O Nº XXXXXXXXX (N CNJ: YYYYYYYYYYYYY) COMARCA DE XXX XXXXXXX M.C.L... L.V.B... M.P... APELANTE APELANTE APELADO

Transcrição:

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO Gab Des Rosana Salim Villela Travesedo Av. Presidente Antonio Carlos, 251 6o. andar Castelo Rio de Janeiro 20020-010 RJ A C Ó R D Ã O 10ª T U R M A PROCESSO: 0001344-03.2010.5.01.0005 - RTOrd COOPERATIVA. ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA DO TOMADOR DOS SERVIÇOS. NEXO DE CAUSALIDADE. CONFIGURAÇÃO. É ônus daquele que se beneficia da força de trabalho do cooperado, em seu estabelecimento, garantir que a prestação da atividade laborativa se desenvolva em um meio ambiente seguro e saudável, sob pena de responsabilidade - subjetiva e objetiva - pelo infortúnio decorrente de sua incúria, haja vista a teoria da assunção dos riscos da atividade econômica (CLT, art. 2º). Na seara reparatória, o norte há que ser a dignidade da pessoa humana epicentro da Lei Maior art. 1º, III a valorização do trabalho e a função social da propriedade empresarial CF, art. 170, dando azo à indenização vindicada. Apelo empresarial improvido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de recurso ordinário em que são partes: PRONEP MEDICINA DOMICILIAR - HOME CARE, como recorrente e CINTIA GUIMARÃES DOS SANTOS DE LIMA e COOPERATIVA DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS DE SAÚDE LTDA., como recorridas. Cuida-se de recurso ordinário interposto pela segunda ré (tomadora dos serviços), objetivando a reforma da sentença de fls. 374/377, proferida pela MM. Juíza Monica de Almeida Rodrigues, da 5ªVT/RJ, que julgou improcedente o pedido quanto à primeira ré e procedente em parte quanto à segunda. Investe contra a condenação no pagamento de indenização por dano moral. Custas e depósito recursal, às fls. 386/387. Contrarrazões, às fls. 390/399. 6492 1

É o relatório. V O T O: Conhecimento: Recurso ordinário interposto a tempo e modo. Conheçoo. Mérito: Da indenização por dano moral: No afã de esquivar-se da condenação, a segunda ré PRONEP MEDICINA DOMICILIAR - HOME CARE imputa à empresa AIR LIQUID a responsabilidade pela manutenção e fiscalização do cilindro de oxigênio causador do acidente que deu azo à indenização por dano moral, no importe de R$25.000,00. Invoca o depoimento pessoal da autora, o qual, a seu dizer, noticiaria inexistência do nexo de causalidade. Trata-se, contudo, de falaciosa tese. Deflui do panorama processual que a trabalhadora prestou serviços à PRONEP, como enfermeira, na qualidade de cooperada, por meio da COOPERATIVA DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS DE SAÚDE LTDA., na residência da Sra. Maria (beneficiária de Plano de Saúde da PETROBRAS, que firmara convênio com a recorrente para administração do home care), tendo sofrido acidente de trabalho aos 26/07/2009. É fato incontroverso que, na citada data, o cilindro de ar que fornecia oxigênio à enferma traqueostomizada, caiu sobre o pé esquerdo da recorrida, causando-lhe fratura exposta dos 2º e 3º artelhos, como se infere dos documentos de fls. 32/34 e 41/52. Tal infortúnio resultou na concessão de benefício previdenciário pelo INSS (fl. 48) e na impossibilidade de a obreira utilizar calçado ao longo do dia. Releva notar que o motivo determinante da queda do pesado balão de oxigênio foi o fato deste não possuir suporte que o fixasse à parede, a despeito da providência solicitada à recorrente por parte de familiar da enferma (fl. 350). Sublinhe-se que as circunstâncias afetas ao acidente e as consequências dele advindas não foram em momento algum contestadas pelas rés, sendo certo que a insurgência da recorrente cinge-se ao nexo de causalidade, na medida em que nega sua responsabilidade pela fiscalização do uso do indigitado equipamento. 6492 2

Exubera da prova oral produzida, todavia, que, à PRONEP incumbia o dever de manutenção e fiscalização de todo o equipamento do home care, verbis:...que quem monta a estrutura do home care é a 2ª ré; que a cooperativa entra apenas com o pessoal... (depoimento do preposto da 1ª ré - fl. 340)...Que não havia suporte no cilindro de oxigênio que causou o acidente; (...) que tudo que faltava tinha que pedir à 2ª ré; que pediu o suporte de cilindro antes do acidente, mas não foi atendida; que prometiam que iam enviar, mas jamais o fizeram... (depoimento da testemunha da autora - fl. 350)....Que o cilindro deve estar fixado ou em suporte; que a 2ª ré é quem monta o home care; que o suporte deve ser fornecido pela empresa que fornece o balão, mas a 2ª ré tem o dever de fiscalizar; (...) que se não vem o suporte, deve-se reclamar com a 2ª ré... (depoimento da testemunha das rés - fl. 351). Nesse contexto, a afirmação da autora, à época do depoimento pessoal, de que a responsabilidade pelo indigitado balão de oxigênio seria da empresa AIR LIQUID, não tem o condão de afastar o dever da PRONEP de manutenção e fiscalização do uso do indigitado equipamento, o que inclui, por óbvio, sua indispensável fixação. Digno de nota que o depoimento em baila noticia, ainda, que o responsável pelo home care era a 2ª ré. Resta, pois, evidenciado, a todas as luzes, o nexo de causalidade entre o infortúnio e a conduta omissiva da recorrente, absolutamente negligente na adoção das medidas de segurança e no dever objetivo de garantir à trabalhadora sua incolumidade física no desempenho da atividade laborativa. Recente publicação da OIT - Organização Internacional do Trabalho - registra que o trabalho mata mais do que as guerras. Com tanto de real como de avassalador, os dados estatísticos relativos aos acidentes de trabalho, doenças profissionais e 6492 3

respectivas consequências são estímulos gritantes para que se volte um olhar atento sobre as condições em que, ainda hoje, desenvolve-se o trabalho. Sobremais a lamentável marca brasileira - primeiro lugar no podium mundial de acidentes de trabalho. Essa repulsa constitucional pelo menoscabo da saúde do trabalhador resultou na edição de princípios gerais da atividade econômica, inscritos no art. 170 da Lei Maior, dentre os quais, a valorização do trabalho humano, a defesa do meio ambiente de trabalho e a função social da propriedade empresarial, tudo em consonância com o epicentro da Constituição, qual seja, a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III ). Nessa toada de intelecção constitucional, o art. 7º, XXVIII proclama a obrigação de o empregador (in casu, representado pela empresa beneficiária dos serviços cooperados e responsável pelo ambiente laboral) indenizar quando concorrer com dolo ou culpa para o acidente de trabalho. No plano infraconstitucional, o Código Civil estatui, em seu art. 927, verbis, Aquele que, por ato ilícito (arts. 186, 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo... Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Sabe-se que é ônus do empregador - ou daqueles que se aproveitam ou exploram a força de trabalho do empregado - garantir que a prestação da atividade laborativa desenvolva-se em um meio ambiente seguro e saudável, sob pena de responsabilidade pelo infortúnio decorrente de sua incúria, haja vista a teoria da assunção dos riscos da atividade econômica (CLT, art. 2º).. Resta hígido, pois, o direito da autora à indenização postulada, uma vez que terá de conviver por toda a vida com o sofrimento e a angústia da limitação física que lhe restou imposta. Quanto ao valor fixado à reparação - R$25.000,00 -, tem-se-no por razoável e em harmonia com os princípios da ponderação e proporcionalidade, considerando-se a extensão do dano, o porte 6492 4

econômico do ofensor e o efeito dissuasório que se deve incrustar à indenização. Nego provimento. provimento. Conclusão: Conheço do recurso ordinário e, no mérito, nego-lhe A C O R D A M os Desembargadores que compõem a 10ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, por unanimidade, conhecer do recurso ordinário e, no mérito, negar-lhe provimento, nos termos do voto da Excelentíssima Desembargadora Relatora. Ausentou-se, momentaneamente, o Excelentíssimo Juiz Convocado Marcelo Antero de Carvalho. Rio de Janeiro, 10 de abril de 2013. Rosana Salim Villela Travesedo Desembargadora do Trabalho Relatora RSVT/lm/d 6492 5