Yield-to-maturity (YTM) Taxa de rendimento realizado (TRR) Comparação entre YTM e TRR. Investimentos. António M. R. G. Barbosa.

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Transcrição:

Investimentos António M. R. G. Barbosa Dia 10: 01/Mar/12 António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 1 / 26

Sumário 1 Yield-to-maturity (YTM) 2 Taxa de rendimento realizado (TRR) 3 Comparação entre YTM e TRR António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 2 / 26

Outline 1 Yield-to-maturity (YTM) 2 Taxa de rendimento realizado (TRR) 3 Comparação entre YTM e TRR António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 3 / 26

Definição de yield-to-maturity Definição: yield-to-maturity A yield-to-maturity (ytm) de uma obrigação é a taxa de actualização para a qual o valor actual dos cash-flows futuros é igual ao valor de transacção da obrigação: V T 0 = n j=1 CF tj (1 + ytm tn ) t j. A yield-to-maturity é uma taxa efectiva anual A yield-to-maturity é apenas uma aproximação à taxa de rentabilidade gerada pela obrigação António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 4 / 26

Yield-to-maturity enquanto medida de rentabilidade Para que a yield-to-maturity corresponda à taxa de rentabilidade gerada pela obrigação é preciso que: a obrigação seja mantida em carteira até à sua maturidade todos os cash-flows futuros possam ser reinvestidos até à maturidade à mesma taxa ytm tn O segundo pressuposto só se verifica se: a estrutura temporal das taxas de juro for flat, ou seja r (0, t 1 ) =... = r (0, t n ) = ytm tn neste caso todas as taxas forward (as taxas de juro a que se espera reinvestir os cash-flows futuros), são iguais à ytm tn para obrigações com apenas um cash-flow futuro (e.g. obrigações de cupão zero) neste caso não há cash-flows intermédios para reinvestir Em suma: o problema de se utilizar a yield-to-maturity como medida de rentabilidade é o risco de reinvestimento António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 5 / 26

Yield-to-maturity e yield curve Recorde-se que a ETTJ pode ser descrita de forma equivalente em termos de: taxas spot que mais não são que yields-to-maturity de obrigações de cupão zero é daqui que deriva o nome de yield curve para a representação gráfica da ETTJ taxas forward factores de desconto Mas nunca através de yields-to-maturity de obrigações com cupão: precisamente devido ao risco de reinvestimento e também porque duas obrigações com idêntico nível de risco e maturidade podem ter diferentes yield-to-maturity só por pagarem cupões diferentes! António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 6 / 26

Cálculo da yield-to-maturity (1/3) Para calcular a yield-to-maturity precisamos de saber: o valor e data de ocorrência dos cash-flows futuros o prazo, em anos, para a ocorrência dos cash-flows futuros numa base de calendário que será a base de calendário da yield-to-maturity o valor de transacção da obrigação (bid, ask ou média das duas), ou seja, valor de cotação mais juros vencidos Sabendo tudo isto podemos aplicar a fórmula V T 0 = n j=1 CF tj (1 + ytm tn ) t j António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 7 / 26

Cálculo da yield-to-maturity (2/3) Para obrigações com apenas 1 cash-flow futuro: V T 0 = CF t (1 + ytm t ) t ytm t = ( CFt V T 0 ) 1 t 1 Nós já calculámos isto; na altura CF t = 1 e ytm t = r (0, t). 1 1 Mais uma vez, é daqui que vem a designação yield curve para a representação gráfica das taxas spot. António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 8 / 26

Cálculo da yield-to-maturity (3/3) Para obrigações com mais que um cash-flow futuro temos que obter a yield-to-maturity utilizando métodos numéricos: no Excel achamos a taxa ytm tn usando o Solver ou a função Goal Seek ( Atingir Objectivo ) calculadoras mais avançadas também têm uma função Solve que permite obter a yield-to-maturity Ou por tentativas e interpolação: 1 tentar valores h para a ytm tn e calcular a soma dos cash-flows futuros descontados à taxa hipotética h, P V (h) 2 quando encontrarmos h 1 e h 2 tais que P V (h 1 ) < V T 0 < P V (h 2 ), interpolamos as taxas h 1 e h 2 para obter uma aproximação h 3 à yield-to-maturity 3 testa-se a estimativa h 3 calculando P V (h 3 ) e, se suficientemente próxima de V T 0, consideramos ytm tn = h 3, caso contrário tenta-se h 4 e repete-se o procedimento a partir do ponto 2. António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 9 / 26

Exemplos Vamos ver os seguintes exemplos: 1 como calcular uma yield-to-maturity 2 comparação da yield-to-maturity com a taxa de rentabilidade esperada com base nas taxas forward 3 comparação da yield-to-maturity para duas obrigações com mesmo risco e maturidade mas com cash-flows diferentes António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 10 / 26

Exemplo 1: cálculo YTM (1/5) Para exemplificar, retomemos a OT analisada no Dia 8 Primeiro CF Segundo CF CF 5,15 105,15 Maturidade 0, 329 1 + 1, 329 Taxa spot 0,4328% 1,4543% Valor Transacção Bid 107,8068 Ask 107,9568 Média 107,8818 A yield-to-maturity ask é dada por 107, 9568 = 5, 15 ( 1 + ytm ask 1+ ) + 105, 15 ( 1 + ytm ask 1+ ) 1+ António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 11 / 26

Exemplo 1: cálculo YTM (2/5) Um bom ponto de partida para o primeiro palpite para a yield-to-maturity é a taxa spot para o maior cash-flow, neste caso h 1 = 1, 4543% P V (1, 4543%) = 5, 15 (1 + 1, 4543%) = 108, 2775 > V T ask 0 + 105, 15 1+ (1 + 1, 4543%) Como o primeiro palpite resultou em P V (h 1 ) > V T ask 0, o próximo palpite será h 2 > h 1 quanto maior a taxa de desconto, menor a soma do valor actual dos cash-flows António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 12 / 26

Exemplo 1: cálculo YTM (3/5) Para segundo palpite vamos considerar h 2 = 1, 6% P V (1, 6%) = 5, 15 (1 + 1, 6%) + = 108, 0786 > V T ask 0 105, 15 1+ (1 + 1, 6%) O segundo palpite continua a ser muito baixo. Vamos então considerar h 3 = 1, 8% P V (1, 8%) = 5, 15 (1 + 1, 8%) + = 107, 8066 < V T ask 0 105, 15 1+ (1 + 1, 8%) António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 13 / 26

Exemplo 1: cálculo YTM (4/5) O próximo passo será fazer a interpolaçao linear entre h 2 = 1, 6% e h 3 = 1, 8% h 3 h [ ] 2 h 4 = h 2 + P V (h 3 ) P V (h 2 ) V T0 ask P V (h 2 ) 1, 8% 1, 6% = 1, 6% + (107, 9568 108, 0786) 107, 8066 108, 0786 = 1, 6896% Vamos então testar este palpite 5, 15 P V (1, 6896%) = + (1 + 1, 6896%) = 107, 9566 107, 9568 = V T ask 0 105, 15 1+ (1 + 1, 6896%) Este palpite está suficientemente próximo e podemos parar por aqui António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 14 / 26

Exemplo 1: cálculo YTM (5/5) Utilizando os valores de transacção ask e média entre bid e ask obtemos as seguintes yields-to-maturity Yield-to-maturity Bid 1,7999% Ask 1,6894% Média 2 1,7446% 2 Utilizando a média entre o valor de transacção bid e ask, não uma média das yields-to-maturity bid e ask. António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 15 / 26

Exemplo 2: YTM e taxa de rentabilidade esperada (1/3) f Consideremos 2 cenários: 1 o cash-flow pago daqui a anos é reinvestido à ytm ask = 1, 6894% até à maturidade da obrigação 1+ 2 esse cash-flow é reinvestido à taxa forward f ( 0; ; 1 + ) [ ( 1 + r 0; ( 0; ; 1 + )] [ ( 1 + f 0; ) = ; 1 + )] 1 = (1 + 1, 4543%)1+ (1 + 0, 4328%) 1 = 1, 7924% [ ( 1 + r 0; 1 + )] 1+ Qual o valor acumulado na maturidade da obrigação? Qual a taxa de rentabilidade obtida? António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 16 / 26

Exemplo 2: YTM e taxa de rentabilidade esperada (2/3) No primeiro cenário o valor acumulado é 5, 15 (1 + 1, 6894%) 1 + 105, 15 = 110, 3870 e a taxa de rentabilidade r obtida é 107, 9568 = }{{} V T0 ask r = ( 110, 3870 107, 9568 110, 3870 1+ (1 + r) ) 1 1+ 1 = 1, 6894% = ytm ask 1+ Isto é sempre o caso quando se reinveste à yield-to-maturity António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 17 / 26

Exemplo 2: YTM e taxa de rentabilidade esperada (3/3) No segundo cenário o valor acumulado é 5, 15 (1 + 1, 7924%) 1 + 105, 15 = 110, 3923 e a taxa de rentabilidade r obtida é r = ( 110, 3923 107, 8068 ) 1 1+ 1 = 1, 7996% ytm ask 1+ Portanto, a yield-to-maturity nem sequer é igual à taxa de rentabilidade esperada! António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 18 / 26

Exemplo 3: YTM para obrig. com cupões diferentes (1/2) Considere-se agora uma obrigação em tudo igual à OT analisada, mas com cupão de 4% (em vez de 5,15%) Para nos focarmos no efeito que cupões diferentes têm na yield-to-maturity, consideramos que V T 0 é igual ao valor justo das obrigações: caso contrário eventuais diferenças na yield-to-maturity poderiam resultar de desajustes nas cotações de mercado das duas obrigações Os valores de transacção (assumido) das duas obrigações serão então de V T OT 1 = V T OT 2 = 5, 15 [1 + 0, 4328%] 4 [1 + 0, 4328%] + + 105, 15 1+ [1 + 1, 4543%] 104 1+ [1 + 1, 4543%] = 108, 2947 = 106, 0181 António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 19 / 26

Exemplo 3: YTM para obrig. com cupões diferentes (2/2) Utilizando estes valores de transacção as yields-to-maturity são Estas duas obrigações: ytm OT 1 = 1, 4418% ytm OT 2 = 1, 4445% têm o mesmo nível de risco pagam cash-flows exactamente nas mesmas datas (podíamos ter considerados cash-flows pagos em datas diferentes, desde que a maturidade coincidisse) têm valores de transacção iguais ao valor justo mas têm yields-to-maturity diferentes A yield-to-maturity é assim uma medida de rentabilidade ambígua António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 20 / 26

Outline 1 Yield-to-maturity (YTM) 2 Taxa de rendimento realizado (TRR) 3 Comparação entre YTM e TRR António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 21 / 26

Definição de taxa de rendimento realizado Definição: taxa de rendimento realizado A taxa de rendimento realizado de uma obrigação corresponde à taxa de rendibilidade efectiva anual gerada, a posteriori, pelo investimento nessa obrigação: T RR tk = ( CFtk + k 1 j=1 CF j [1 + T R (t j, t k )] t k t j V T 0 ) 1 t k 1 onde t k é a data para a qual se calcula a TRR, e T R (t j, t k ) é a taxa de juro efectiva anual à qual se reinvestiu os cash-flow pago na data t j para a data t k. O que fizemos no exemplo 2 foi calcular a TRR com base em taxas de reinvestimento esperadas (taxas forward) em vez de utilizarmos as, ainda desconhecidas, taxas de reinvestimento (as futuras taxas spot) António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 22 / 26

Exemplo 1 Retomando o exemplo 1, se dentro de anos o obrigacionista reinvestir o cash-flow de 5,15 por 1 ano à taxa de 2%, a TRR na maturidade da obrigação é T RR 1+ ( 105, 15 + 5, 15 (1 + 2%) 1 = 107, 9568 ) 1 1+ 1 = 1, 7005% Temos que T RR 1+ = 1, 7005% > 1, 6894% = ytm ask 1+ a taxa de reinvestimento foi superior à yield-to-maturity porque António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 23 / 26

Exemplo 2 Podemos calcular a TRR para qualquer prazo de investimento: ao contrário da yield-to-maturity não é necessário assumir que a obrigação é mantida em carteira até à sua maturidade Se o obrigacionista vender a obrigação por 103,5 na data em que receber o próximo cupão ( ) 1 103, 5 + 5, 15 T RR = 1 = 1, 9659% 107, 9568 Se o obrigacionista vender a obrigação 0,5 anos após receber o próximo cupão por 104,5 e conseguir reinvestir o cupão por 0,5 anos à taxa de 1,9% T RR 1 2 + = ( 104, 5 + 5, 15 (1 + 1, 9%) 1 2 107, 9568 ) 1 1 2 + 1 = 1, 9501% António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 24 / 26

Outline 1 Yield-to-maturity (YTM) 2 Taxa de rendimento realizado (TRR) 3 Comparação entre YTM e TRR António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 25 / 26

Comparação entre YTM e TRR YTM TRR (+) Pode ser calculada (-) Pode ser calculada antecipadamente apenas a posteriori 3 (-) Pressupõe investimento até (+) Investimento pode ser à maturidade da obrigação por qualquer prazo (-) Assume reinvestimento (+) Considera as taxas à ytm de reinvestimento efectivas 3 Utilizar as taxas forward é uma forma de contornar este problema e calcular uma TRR esperada. António Barbosa (IBS) Investimentos Dia 10: 01/Mar/12 26 / 26