Os OITO Elementos da Restauração. Sergius Gandolfi LERF/LCB/ESALQ/USP

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Transcrição:

Os OITO Elementos da Restauração Sergius Gandolfi LERF/LCB/ESALQ/USP

COEXISTÊNCIA ENTRE ECOSSISTEMAS NATURAIS E AGROECOSSISTEMAS

1.Diagnóstico 2.Prescrição = Terapias / Cirurgias 3.Acompanhamento

O primeiro elemento Os Remanescentes

IMPACTOS EM REGIÕES DE OCUPAÇÃO ANTIGA Deriva de Agrotóxicos

Extinção

COM INVASÃO FLORESTA EM RESTAURAÇÃO

FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM RESTAURAÇÃO AO LADO DE UM FRAGMENTO - 3,5 ANOS - ORLÂNDIA (SP)

SEM INVASÃO FLORESTA EM RESTAURAÇÃO

FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM RESTAURAÇÃO SEM FRAGMENTO PRÓXIMO -10 ANOS -Santa Bárbara do Oeste (SP)

Remanescentes FONTE DE PROPÁGULOS FRUTOS E SEMENTES BANCO DE SEMENTES DO SOLO PLÂNTULAS FAUNA. etc...

Remanescentes Preservação Unidades de Conservação (RPPN, UCs, etc.) Restauração Áreas de Preservação Permanente Reserva Legal

O segundo elemento A Legislação

EROSÃO FLORÍSTICA FAUNÍSTICA e GENÉTICA

Legislação Orientação Normas, Certificação, Fiscalização

O terceiro elemento As Espécies

Qual Floresta queremos?

Quem determina a Floresta? Formas de vida Vegetal

As árvores do dossel são quem determinam a Floresta

Cerradão vs. Plantio

PAPEL DAS ESPÉCIES DOMINANTES ECOLÓGICAS A partir do seu potencial genético diferentes espécies arbóreas exploram o mesmo meio físico construindo habitats distintos que afetam as demais espécies florestais?

Floresta Estacional Semidecidual DECÍDUA Ex.:Copaíba 1800 Clareiras de Deciduidade: Clareiras Cíclicas em Florestas Tropicais PPFD (μmol.m -2.s -1 ) 1200 600 0 930 1300 Time of Day (Hours) 1630

Efeito da espécie arbórea sobre o solo Vochysia ferrea Solo ph = 5,4 Teor de fósforo = 7,1 Hyeronima alchorneoides Solo ph = 5,1 Teor de fósforo = 1,5

ÁRVORES DO DOSSEL COMO FILTROS DA BIODIVERSIADE

CONTINGENTE Vizinhança, Distúrbios, etc...

O quarto elemento A Ecologia de Comunidades

REGENERAÇÃO NATURAL DE CADA ESPÉCIE VEGETAL DA FLORESTA

Biologia POPULAÇÃO Floral e Reprodutiva Chuva de Sementes Banco de Sementes HABITAT Reprodução Vegetativa JUVENIS Banco de Plântulas Germinação

POPULAÇÃO POPULAÇÃO Biologia Floral e Reprodutiva HABITAT JUVENIS Biologia Floral e Reprodutiva HABITAT JUVENIS Chuva de Sementes Reprodução Vegetativa Banco de Plântulas Chuva de Sementes Reprodução Vegetativa Banco de Plântulas Banco de Sementes Germinação Banco de Sementes Germinação Interações entre Espécies Frugivoria Dispersão

Comunidade Vegetal NOVO HABITAT ABRIGO ALIMENTO

ALIMENTO

Lianas Arbustos Árvores OFERTA DE RECUROS FLORES - FES - Paulo de Faria (SP)

Interações entre Espécies Polinização Lianas - Árvores

1 Semestre Escassez de Alimento Comunidade Vegetal NOVO HABITAT 2 Semestre Alimento Disponível ABRIGO ALIMENTO

PLANEJAR A DISPONIBILIDADE DE ALIMENTO PARA A FAUNA AO LONGO DO ANO

Regeneração da Floresta Dinâmica de Clareiras

MOSAICO

O quinto elemento O Elemento Surpresa Distúrbios

VARIOS MÉTODOS DE RESTAURAÇÃO

PREVISIBILIDADE DAS TRAJETÓRIAS DA RESTAURAÇÃO

O sexto elemento O Manejo A Arte de Fazer

A RESTAURAÇÃO TAMBÉM PODE FRACASSAR... ARTE DE FAZER

ISOLAMENTO DA ÁREA E RETIRADA DO FATOR DE DEGRADAÇÃO

INDUÇÃO E CONDUÇÃO DA REGENRAÇÃO NATURAL

CHUVA DE SEMENTES DE FRAGMENTO PRÓXIMO

SEMEADURA DIRETA EM LINHA DE ESPÉCIES ARBUSTIVO-ARBÓREAS

Semeadura Direta em Linha (de preenchimento) 1 ano e 8 meses após implantação

TRANSPLANTE DE PLÂNTULAS

TRANSFERÊNCIA DE BANCO DE SEMENTES DO SOLO

01/2002 TRANSFERÊNCIA DE BANCO DE SEMENTES DO SOLO Aplicação em Área Total 01/2005

TRANSFERÊNCIA DE BANCO DE SEMENTES DO SOLO Aplicação em Linha

LINHAS DE PREENCHIMENTO Plantio de árvores de RÁPIDO CRESCIMENTO E GRANDE COBERTURA LINHAS DE DIVERSIDADE Plantio de árvores de CRESCIMENTO MAIS LENTO E PEQUENA COBERTURA PLANTIO DE MUDAS

PLANTIO DE MUDAS 7 anos

TECNOLOGIA DE PLANTIO DE MUDAS

TECNOLOGIA DE PLANTIO DE MUDAS

Implantação de Reserva Legal

O sétimo elemento A Educação

Educação Formal e Informal Difusão, Orientação, Criação

O oitavo elemento

A Cooperação

COOPLANTAR

SERÁ...

DESMATAMENTO SP 1910 PORCENTAGEM DA ÁREA DO ESTADO 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 82 58 REDUÇÃO DA COBERTURA FLORESTAL NATURAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 1840 1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 ANO 25 13 8

12000 10000 10864 Derrubada legal de Mata Nativa (SP) Total = 61.433,85 Hectares 8000 Hectares cortados 6000 4000 4467 3890 4601 4751 6268 5289 2000 0 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2007 Ano

12000 11347 Desmatamento/SP 2005-2007 = 30.123 hectares 10156 9000 8620 6000 5000 6347 6268 5289 Legal Ilegal TOTAL 3888 3331 3000 2005 2006 2007

CORTE LEGAL AUTORIZADO (15 MIL HECTARES EM 3 ANOS) PERDAS EM 3 ANOS BANCO DE SEMENTES (1/4) 15mil * 4 = 60 MIL HECTARES DE RECUPERAÇÃO BANCO DE PLÂNTULAS (150.000 plântulas / ha / PLANTIO = 2.000 mudas / ha) 1 HECTARES COLHIDO = 75 HECTARES RECUPERADOS 15 mil derrubados = 15mil * 75 = 1.125.000 hectares PERDA TOTAL = 1.185.000 hectares

FAPESP CNPQ, etc... ONGS, SETOR PÚBLICO, SETOR PRIVADO, etc.. Os Remanescentes A Legislação As Espécies A Ecologia de Comunidades AGENDA da RESTAURAÇÃO Os Distúrbios A Cooperação A Educação O Manejo SMA / SP, IBAMA MINISTÉIO PÚBLICO INSTITUTOS DE PESQUISA UNIVERSIDADE, etc...

Obrigado Sergius Gandolfi sgandolf@esalq.usp.br