SILVICULTURA. Enga Agra Clélia Maria Mardegan
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- Catarina Canela Bayer
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1 SILVICULTURA Enga Agra Clélia Maria Mardegan
2 ECOLOGIA FLORESTAL GRUPOS ECOLÓGICOS, DINÂMICA DE CLAREIRAS, SUCESSÃO SECUNDÁRIA, RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA.
3 ESTRUTURA DAS FLORESTAS TROPICAIS
4 Restauração e Sucessão Ecológica Um tema central para a restauração é a Sucessão Ecológica, visto que a recuperação dos ecossistemas envolve as transformações dinâmicas da vegetação durante o processo. O conceito de sucessão constitui um tema exemplar sobre a possibilidade de múltiplas abordagens, resultantes de múltiplos estudos ao longo da história da ecologia.
5 Sucessão Ecológica
6 Fonte:
7 Considerações preliminares O clima desempenha importante papel na DETERMINAÇÃO dos totais médios das espécies (p.131) (...) Todas as espécies estão sujeitas à ação de diferentes fatores que limitam seu número, agindo durante períodos diferentes de sua existência e durante determinadas épocas ou estações do ano. Uns são bastante eficazes, outros menos, mas é a ação conjunta de todos eles que vai determinar a quantidade média dos indivíduos, se não mesmo a própria existência da espécie. (p.137). Darwin, A origem das espécies, 2007.
8 A ocupação das espécies ao longo do tempo resulta em modificações tanto dos fatores abióticos quanto da comunidade biológica (MARGALEF, 1968) Meio Físico Composição Biótica Ambiente
9 SUCESSÃO ECOLÓGICA Um dos conceitos mais antigos e amplos dentro da ecologia e compreender sua dinâmica é fundamental para o entendimento das comunidades vegetais. Tal termo é utilizado para descrever a substituição progressiva de uma comunidade por outra, em uma determinada área ou em um ecossistema; compreende todas as etapas desde a colonização ou estabelecimento das espécies pioneiras até um estágio clímax.
10 Envolve mudanças na estrutura e nos processos da comunidade ao longo do tempo. Resulta da modificação do ambiente físico pela comunidade e de interações de competição e coexistência em nível de população. É controlada pela comunidade, muito embora o ambiente físico determine o padrão e a velocidade das mudanças (ODUM, 1997).
11 Fases de uma Sucessão Ecológica INÍCIO TRANSIÇÃO ESTABILIDADE ECESE SERE CLÍMAX CHEGADA DE SERES PIONEIROS (COLONIZADORES) APARECIMENTOS, EXTINÇÕES E ALTERAÇÕES NA ABUNDÂNCIA DE POPULAÇÕES ESTABILIDADE NA COMPOSIÇÃO DA COMUNIDADE
12 Algumas definições espécies pioneiras; espécies iniciais e tardias. (TOWNSEND et al., 2006).
13 Espécies pioneiras Se estabelecem rapidamente no hábitat seja por dispersão rápida ou por propágulos já presentes no local. Devem crescer e consumir os recursos rapidamente, não persistem em competição com espécies tardias. Geralmente possuem alta taxa de crescimento relativo, alta taxa reprodutiva, baixo investimento em reserva, altas taxas fotossintéticas e respiratórias (seleção r).
14 Espécies tardias Se desenvolvem lentamente, geralmente permanecem como banco de sementes no solo até que condições estejam favoráveis para o seu desenvolvimento. Possuem fases juvenis longas, pequeno número de sementes, com altas taxas de germinação. Esta é normalmente estimulada pela sombra.
15 Pickett & White (1985) Presença de distúrbios como fatores constantes que contribuem para a dinâmica da vegetação.
16 Visão holística de equilíbrio e estabilidade de processos ecológicos fundamentadas nas proposições teóricas de Margalef (1963) e Odum (1969) sobre a sucessão ecológica em ecossistemas.
17 Margalef (1968) Sucessão representa um incremento de informação no ecossistema, ou seja, sucessão parte de um sistema mais simples para um mais complexo, com um maior número de níveis tróficos e maior diversidade de espécies e formas vitais.
18 Odum (1969) O processo de sucessão converge para um sistema com máxima diversidade e biomassa.
19 Segundo o paradigma clássico: os ecossistemas alcançam pontos estáveis na sucessão, onde permanecem em equilíbrio ou homeostase. Concebe os ecossistemas como sistemas fechados e auto-reguláveis em que distúrbios e eventos que podem alterar as condições de equilíbrio são vistos como exceções.
20 Atualmente... Concebe a sucessão como um caso específico da dinâmica da vegetação, nas diferentes capacidades das plantas em se estabelecer num local específico. Determinando, a natureza da comunidade de plantas que poderá existir no local, envolve fatores como: disponibilidade de água; diferentes conjuntos de espécies disponíveis no local; performance diferencial de tais espécies. (Pickett & Cadenasso, 2005)
21 No paradigma contemporâneo Ecossistemas são sujeitos a distúrbios naturais constantes e podem ser regulados por processos internos ou externos, já que são concebidos como sistemas abertos e a sucessão ocorre de modo probabilístico podendo levar a estado de equilíbrios múltiplos.
22 PARADIGMA CLÁSSICO Visão determinística de sucessão. PARADIGMA CONTEMPORÂNEO Visão probabilística de sucessão. Equilíbrio único estático Equilíbrio múltiplo - dinâmico Ecossistemas fechados Ecossistemas abertos Auto-regulação Distúrbios são exceções Regulação interna e externa Distúrbios são constantes
23 A sucessão enfatiza que a estrutura das comunidades compreende um mosaico de retalhos de estágios sucessionais distintos. Dessa forma o estudo de comunidades deve considerar a presença e a influência de perturbações em muitas escalas de tempo e espaço.
24 Nos estudos recentes, a sucessão ecológica no âmbito de um fenômeno mais geral, pode ser considerada não apenas como resultante de fenômenos que ocorrem ao acaso, mas também da capacidade diferencial de cada espécie ocupar aquele espaço. Provavelmente resultam de uma complexa hierarquia de processos agindo de forma sinérgica.
25 Begon et al. (2006) Clímax = equilíbrio dinâmico
26 Mas o que tudo isso tem a ver com restauração ecológica?
27 A adoção do paradigma clássico Pode resultar em práticas simplistas e objetivos idealizados para um ecossistema restaurado.
28 SUCESSÃO ECOLÓGICA E RESTAURAÇÃO. Ilusão de que o ecossistema retornará exatamente ao que era anteriormente e alcance um estágio clímax. Tal visão vai de encontro com a visão do Paradigma Clássico. Desconsidera a complexidade dimensional e dinâmica dos ecossistemas. Reforça a idealização do processo como algo direcional e convergente para a estabilidade com exclusão das possibilidades de influência de eventos externos e estocásticos.
29 De acordo com Parker e Pickett (1977) a adoção do paradigma contemporâneo é o único enfoque válido para a restauração, pois considera processos e contextos na dinâmica de ecossistemas.
30 Processos de restauração Consideram as interações biótica e abióticas que podem afetar simultaneamente uma variedade de aspectos ecossistêmicos. A paisagem do entorno como potencial fornecedor de propágulos e dispersores.
31 Contextos Se refere à conexão espacial do local de estudo com a paisagem do entorno, potencial fornecedor de propágulos e dispersores.
32 A prática da restauração deve promover o re-estabelecimento dos processos ecológicos que garantem a funcionalidade do ecossistema, levando em consideração os aspectos históricos locais e o contexto espacial (Parker & Pickett, 1977).
33 Portanto Se os objetivos da restauração envolvem a manutenção dos processos responsáveis pela estrutura e função do ecossistema, é necessário um modelo que considere os sistemas ecológicos como unidades dinâmicas e passíveis de influências internas e externas.
34 E com relação a fauna? A recomposição vegetal implica no reaparecimento da fauna.
35 Lembrando-se sempre... Informações do local onde será feita a recuperação são imprescindíveis. Não se deve fazer uso de modelos generalistas, mas sim: utilizar princípios gerais aliados às condições do ambiente em estudo.
36 A dinâmica específica de qualquer sistema e a trajetória que poderá tomar após o início da restauração depende do histórico e processos locais em atuação, além da paisagem no qual está inserido (Parker & Pickett, 1977).
37 Definindo objetivos para a restauração ecológica É o ponto mais importante do processo, pois: cria expectativas; dirige planos de ações; determina o tipo de monitoramento pós-projeto.
38 Por fim... É preciso ter em mente que as condições ecológicas não são os únicos fatores determinantes para o sucesso e falhas de projetos de restauração ecológica. As circunstâncias sócio-econômicas e percepções da natureza das pessoas envolvidas são fatores chaves neste processo (HIGGS, 1977)
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