IMPLICAÇÕES DA CLASSE DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E OBESIDADE ABDOMINAL NO RISCO E GRAVIDADE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PORTUGAL

Documentos relacionados
Relevância Clínica da Síndrome Metabólica nos Indivíduos Não Obesos

Avaliação do Risco Cardiovascular

SÍNDROME METABÓLICA E ADOLESCÊNCIA

SÍNDROME DE INSULINO-RESISTÊNCIA, SÍNDROME METABÓLICA: DEFINIÇÕES

PERFIL LIPÍDICO E FATORES BIOLÓGICOS E AMBIENTAIS

III Jornadas do Potencial Técnico e Científico do IPCB

Estudo de prevalência da hipertensão arterial, excesso de peso e obesidade no concelho de Vizela em

Isabel Cardoso, Filipa Guerra, Ana Pinto, Violeta Alarcão, Milene Fernandes, Sofia Guiomar, Paulo Nicola, Evangelista Rocha

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

1ª Conferência do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico: um olhar atento à saúde dos portugueses. Estado de Saúde.

FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

Na hipertensão arterial

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE DOENÇA METABÓLICA

HAVERÁ DIFERENÇAS NO TIPO DE ALIMENTOS RICOS EM SÓDIO

Síndrome Metabólica no adulto jovem. Origina-se no nascimento ou na infância?

A Pessoa com alterações nos valores da Tensão Arterial

Síndrome Metabólica e seus componentes. Prevalências e Preocupações. Viviane Cunha Cardoso, Marco Antonio Barbieri, Heloísa

Tenha em mente que estes são os maiores problemas de saúde no mundo. Os principais resultados medidos são geralmente perda de peso, bem como fatores

XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril ú ç

A Hipertensão Arterial em Portugal 2013

Verónica Gómez, Milene Fernandes, Violeta Alarcão, Cristiana Areias, Diana Souto, Elisa Lopes, Paulo Nicola, Evangelista Rocha

Intervenção nutricional em indivíduos com sobrepeso e obesidade

SÍNDROME METABÓLICA Qual a dimensão do problema numa consulta de medicina geral e familiar?

Registro Brasileiros Cardiovasculares. REgistro do pacientes de Alto risco Cardiovascular na prática clínica

CPL Tiago Joaquim Rodrigues Bernardes. Professora Doutora Patrícia Coelho. Mestre Alexandre Pereira

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

RELATÓRIO 1: PATOLOGIAS

Introdução. Objectivos. Metodologia

DIMINUA O RISCO DE ATAQUE CARDÍACO E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL CONTROLE A SUA TENSÃO ARTERIAL D I A M U N D I A L DA S AÚ D E 2013

Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF)

OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA

Coração Outono/Inverno

Artigo Original. Valor de p. Variável n = 36 n = 80

Preditores de lesão renal aguda em doentes submetidos a implantação de prótese aórtica por via percutânea

Estudo transversal, efectuado por aplicação directa de um questionário. Foram

Síndrome Metabólica e Risco Cardiovascular

TÍTULO: HIPERTRIGLICERIDEMIA PÓS-PRANDIAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E O RISCO CARDIOVASCULAR

LIVRO DE ACTAS COORDENADORES: Maria Helena Pimentel Isabel Pinto Olívia Pereira

RELAÇÃO ENTRE A PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA E TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: EXERCÍCIO FÍSICO E PERFIL ALIMENTAR

Epidemiologia da Síndrome Metabólica e as Consequências na Obesidade Infantil no T.O.I do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul

Framingham score for cardiovascular diseases among civil servantes,sao Paulo, 1998.[Portuguese]

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

ASSOCIAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL COM VALORES PRESSÓRICOS E COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES CLIMATÉRICAS 1

sdldl como potencial biomarcador no diagnóstico e estratificação do risco cardiovascular em diabéticos

PERFIL CLÍNICO E BIOQUÍMICO DOS HIPERTENSOS DE MACEIÓ (AL) de Nutrição em Cardiologia (Ufal/Fanut/NUTRICARDIO )

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico de uma determinada doença, maiores serão as probabilidades de tratar a doença e atrasar a sua evolução

Atitudes associadas à Decisão Terapêutica no Idoso com Hipertensão: Uma Avaliação em Cuidados de Saúde Primários

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

41 ANOS DE EXISTÊNCIA. 942 Médicos Cooperados 71 mil clientes. 1ª Sede Praça Carlos de Campos

Adesão a um Programa de Reabilitação Cardíaca: quais os benefícios e impacto no prognóstico?

Rede Médicos Sentinela: instrumento de observação e investigação em saúde

Determinantes comportamentais do excesso de peso e obesidade em adolescentes de 17 anos estudo EPITeen

Diagnóstico de Síndrome Metabólica

Introdução. Metodologia

I Inquérito Nacional sobre Asma INASma

FEIRA DE SAÚDE TESTE DE ACUIDADE VISUAL ESCALA OPTOMÉTRICA DE SNELLEN LIONS CLUBE: LOCAL: DATA: HORÁRIO: Resultado. Nº Nome Legível Telefone

Relação entre obesidade e sono

Efeito na perda de peso de uma intervenção alimentar e de estilos de vida em hipertensos medicados nativos e imigrantes africanos

ESTUDO EPEPP III CONGRESSO PORTUGUÊS DE DEMOGRAFIA. ESDUDO do PERFIL de ENVELHECIMENTO da POPULAÇÃO PORTUGUESA. Metodologia

PREVALÊNCIA DA SINDROME METABÓLICA Comparação entre os Critérios ATPIII e IDF numa População Feminina com Obesidade Severa

doenças coronárias Factores de Risco

Hipoalbuminemia mais um marcador de mau prognóstico nas Síndromes Coronárias Agudas?

SÍNDROME METABÓLICA EM HIPERTENSOS RESIDENTES NA CEILÂNDIA DF

FATORES DE RISCO PARA O DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES SOBREPESOS, OBESOS E SUPEROBESOS

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE LIPOPEROXIDAÇÃO EM MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO COM E SEM SÍNDROME METABÓLICA

CADERNO DE EXERCÍCIOS

Utilização de diretrizes clínicas e resultados na atenção básica b

Portugal é caracterizado por uma alta prevalência de excesso de peso e obesidade nas mulheres, sendo que o aumento de peso acontece mais abruptamente

Impacto do Grau de Controlo da Asma na Utilização de Cuidados de Saúde em Portugal

CNC- CANINDÉ DIA MUNDIAL DO RIM Tema: Saúde da Mulher: Cuide de seus RINS.

Determinantes de saúde

COMISSÃO COORDENADORA DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS LISOSSOMAIS DE SOBRECARGA

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL?

Relatório de Estágio Mestrado Integrado em Medicina OBESIDADE NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS. Marta Alexandra Araújo Oliveira da Silva

Sessão Televoter Diabetes

PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

GRUPO COPPA: ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR NO PATOLOGIAS ASSOCIADAS BRIGITTE OLICHON LUMENA MOTTA REGINA BOSIO

Rede Nacional de Vigilância de Morbidade Materna Grave. Frederico Vitório Lopes Barroso

NUTRIÇÃO NOS HIPERTENSOS IMIGRANTES E RISCO CARDIOVASCULAR (NHIRC)

CAPÍTULO IV APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Síndrome Metabólica. Curso de Reciclagem SBC-SC Artur Haddad Herdy

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO

AULA 2 Fatores de Risco para Crianças e Adolescentes

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

CAPITULO I INTRODUÇÃO

MAPA DE REVISÕES. Revisão Página Motivo Data Responsável

Síndromas Coronários rios Agudos: Factores de Bom e Mau Prognóstico na Diabetes Mellitus

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS COLABORADORES E PROFESSORES DA FACISA/UNIVIÇOSA 1

Tabela 16 - Freqüência do polimorfismo 4G/5G na região promotora do gene do PAI -1 entre os pacientes com DAP e indivíduos do grupo-controle

FACTORES ASSOCIADOS À DECISÃO TERAPÊUTICA NA HIPERTENSÃO

19/04/2016. Profª. Drª. Andréa Fontes Garcia E -mail:

Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

PERFIL DOS HIPERTENSOS IDOSOS DA EQUIPE 1 DA UNIDADE BÁSICA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE

AVALIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA EM POLICIAIS MILITARES DE CAMPINA GRANDE-PB

Obesidade Como avaliar o Grau de Obesidade

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR

Resultados para os Açores do Inquérito Nacional de Saúde 2014

Transcrição:

CONGRESSO PORTUGUÊS DE CARDIOLOGIA IMPLICAÇÕES DA CLASSE DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E OBESIDADE ABDOMINAL NO RISCO E GRAVIDADE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PORTUGAL Susana Martins, Nuno Cortez-Dias, Adriana Belo* e Manuela Fiúza Serviço Cardiologia Hospital Sta Maria, Faculdade de Medicina de Lisboa * Sociedade Portuguesa de Cardiologia

CONGRESSO PORTUGUÊS DE CARDIOLOGIA Introdução A Hipertensão arterial (HTA) tende a ocorrer em conjugação com outros factores de risco (FR) cardiovasculares que influenciam a gravidade da elevação da pressão arterial (PA).

CONGRESSO PORTUGUÊS DE CARDIOLOGIA Objectivo Determinar o impacto do índice de massa corporal (IMC) e do perímetro da cintura (PC) na gravidade e controlo da HTA em Portugal

METODOLOGIA Estudo epidemiológico transversal 719 Médicos de Família Distribuição estratificada e proporcional por distrito e região, representativa de cada uma das regiões de Portugal continental e ilhas Critérios de Inclusão 1. Utente adulto dos Centros de Saúde independentemente de apresentar qualquer sinal de Síndrome Metabólica 2. Determinações de C-HDL, triglicéridos e glicémia em jejum no último ano Critérios de Exclusão 1. Situação clínica que influencie o diagnóstico de SM (ex: disfunção tiroideia) 2. Doente incapaz de fornecer informações fidedignas

METODOLOGIA Colheita dos Dados Selecção dos primeiros 2 doentes de cada dia de consulta, em dias consecutivos Inquérito Sexo, idade, distrito de residência, peso, altura, perímetro abdominal Pressão arterial: Perfil lipídico: Perfil glicídico: Outros marcadores: Doenças associadas: terapêutica antihipertensora colesterol total, LDL, HDL, triglicéridos diagnóstico de DM, terapêutica, glicémia (jejum), HbA1C PCR, creatininémia, proteinúria doença coronária, acidente vascular cerebral Inquérito alimentar, sedentarismo, consumo sal, álcool, café e tabaco Medição do perímetro da cintura, peso e altura

METODOLOGIA A medição da PA foi realizada duas vezes, após 5 minutos de repouso na posição sentada A HTA foi definida por: Valores de PA > 140/90 mmhg ou Diagnóstico prévio de HTA

METODOLOGIA A Síndrome Metabólica foi definida de acordo com os critérios NCEP-ATP III Constelação factores de risco no mesmo indivíduo (>3) Triglicéridos 150mg/dL Colesterol HDL H<40mg/dL M<50mg/dL Pressão arterial 130/85mmHg Síndrome Metabólica Glicémia em jejum >110mg/dL Obesidade abdominal Perímetro da cintura H 102cm M 88cm Third Report of the National Cholesterol Education Program Expert Panel. NIH Publication 2001;1:3670

METODOLOGIA Foram definidas 6 classes de peso de acordo com o IMC: Baixo peso (BP< 18,5 kg/m2) Peso normal (PN: 18,5-24,9 Kg/m 2 ) Excesso de peso (EP: 25-29,9 Kg/m 2 ) Obesidade ligeira (OBL: 30-34,9 Kg/m 2 ) Obesidade moderada (OBM: 35-39,9 Kg/m 2 ) Obesidade grave (OBG > 40 Kg/m 2 )

METODOLOGIA Foram definidas 3 classes de PC: Normal: Homens (H) <94 cm e Mulheres (M) <80 cm Limite superior da normalidade: 94-101 cm 80-87 cm Obesidade abdominal: > 102 cm > 88 cm

RESULTADOS - CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA 16 856 indivíduos (61,3 % sexo feminino) Idade: 58.1±15.1 anos (18-96 anos, mediana de 60 anos) H: 58.1±14.6 anos vs M: 57.5±15.3 anos (p<0.001) Erro de Precisão (HTA*: 42.1%; H: 49.5%; M: 38.9%) Nº de médicos de família participantes Nº de indivíduos observados Proporção Erro de precisão na estimativa de da prevalência de SM mulheres Homens Mulheres Total Norte 149 3203 59,45% 0,078% 0,074% 0,053% Centro 222 6361 60,85% 0,089% 0,085% 0,061% Lisboa e Vale do Tejo 210 3932 61,30% 0,074% 0,070% 0,051% Alentejo 48 1242 65,21% 0,197% 0,191% 0,136% Algarve 42 883 63,70% 0,212% 0,210% 0,148% Açores 26 572 63,91% 0,290% 0,283% 0,201% Madeira 22 135 71,43% 0,292% 0,268% 0,196% Portugal 719 16856 61,29% 0,043% 0,041% 0,029% * Espiga de Macedo M. Rev Port Cardiol 2007;26(1):21-39

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL Prevalência de HTA na população adulta portuguesa, ajustada ao sexo e idade 43,37% (%) 70 63,4 58,2 60 50 40 30 20 10 0 49,5 43,5 43,3 1 2 3 38,9 Homens Mulheres Comparação VALSIM:PAP* p value: não significativo Valsim População Estudo PAP* (60,2%) (43,37%) (42,1 ±1,2 %) * Espiga de Macedo M. Rev Port Cardiol 2007;26(1):21-39

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL Prevalência de Hipertensão Arterial aumentou com a idade 100% 90% 80% Prevalência 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 18-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos 60-69 anos 70-79 anos 80 anos Homens 13,2% 25,1% 42,4% 60,7% 74,8% 81,0% 81,9% Mulheres 9,8% 15,3% 35,0% 60,0% 72,6% 81,4% 84,0% Sexo masculino - OR: 1.42; IC95%: 1.23-1.63; p<0.001 Risco de HTA aumentado em 42% para H com < 50 anos

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL 10737 hipertensos: 43,9 % tinham EP 38,62 % eram Obesos 69% tinham Obesidade Abdominal

Classe de Peso Corporal nos Hipertensos vs Não-hipertensos HTA associou-se a prevalência aumentada de EP e OB 20,1 % 100% 90% 0,9% 3,6% 15,6% 2,5% 8,1% 38,6 % 80% 28,0% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 41,7% 35,2% 3,0% Não hipertensos Não Hipertensos IMC: 26.66±4.48* H: 26.84±3.93* M: 26.56±4.77* 43,9% 16,7% 0,8% Hipertensos Hipertensos IMC: 29.17±4.73* H: 28.75±4.05* M: 29.45±5.11* Baixo peso Peso normal Excesso de peso Obesidade ligeira Obesidade moderada Obesidade grave *p<0.001 Excesso de peso: OR: 1.09 (IC95% 1.02-1.17) p=0.008 Obesidade: OR: 2.51 (IC95% 2.33-2.71) 2.71) p<0.001 Risco de coexistência de OB na HTA foi 2,5 x superior

Associação entre HTA e peso corporal elevado foi maior nas mulheres, adultos jovens e meia-idade Não Hipertensos Homens Mulheres 100% 90% 80% 0,5% 2,4% 8,5% 28,0% 0,3% 3,6% 15,9% 0,7% 4,4% 14,0% 0,6% 3,8% 18,9% 0,2% 1,2% 18,9% 1,1% 11,5% 4,5% 100% 90% 80% 0,9% 2,8% 7,3% 18,4% 2,0% 4,7% 11,6% 1,3% 5,4% 18,5% 1,4% 4,2% 19,1% 0,9% 3,5% 20,3% 0,6% 2,4% 12,4% 12,9% 70% 60% 50% 46,1% 53,5% 51,2% 52,1% 49,3% 54,5% 70% 60% 50% 30,3% 38,7% 43,2% 46,9% 41,7% 45,7% 40% 30% 20% 10% 0% Hipertensos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 57,8% 2,8% 31,7% 2,4% 26,3% 1,1% 24,2% 1,3% 27,0% 0,5% 35,9% 2,2% 33,3% 7,6% 18-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos 60-69 anos 70-79 anos 80 anos 0,0% 10,0% 23,3% 30,0% 2,0% 9,2% 37,8% 40,8% 2,5% 8,8% 26,8% 49,5% 1,6% 6,1% 31,8% 47,3% 1,0% 6,3% 29,8% 48,7% 0,4% 3,8% 23,2% 53,3% 2,4% 18,4% 47,8% 40% 30% 20% 10% 0% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 59,5% 11,1% 45,8% 5,7% 34,2% 2,0% 29,9% 2,2% 27,4% 1,1% 39,0% 3,9% 38,6% 2,9% 18-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos 60-69 anos 70-79 anos 80 anos 4,3% 4,3% 21,7% 19,6% 45,7% 11,2% 16,0% 20,0% 30,4% 6,4% 12,1% 29,8% 34,7% 5,5% 12,5% 30,3% 38,4% 3,0% 10,7% 31,8% 39,3% 1,5% 7,0% 24,4% 46,8% 1,1% 4,7% 23,3% 35,1% 20% 10% 0% 36,7% 10,2% 11,4% 0,9% 13,1% 0,1% 14,1% 0,1% 18,4% 0,9% 29,8% 1,6% 18-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos 60-69 anos 70-79 anos 80 anos 20% 10% 0% 32,3% 20,0% 15,7% 12,7% 14,8% 19,3% 4,3% 2,4% 1,3% 0,6% 0,6% 0,9% 3,6% 18-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos 60-69 anos 70-79 anos 80 anos Obesidade grave Obesidade moderada Obesidade ligeira Excesso de peso Peso normal Baixo peso

Associação entre HTA e classe de peso corporal A prevalência de OB entre as mulheres hipertensas foi significativamente superior à dos homens hipertensos (41.6% vs 34.2%, p<0.001) A prevalência de EP entre os homens hipertensos foi significativamente superior à das mulheres hipertensas (49.3% vs 40.2%, p<0.001). A prevalência da OB entre os indivíduos hipertensos aumentou mais precocemente do que na restante população, atingindo o valor máximo entre os 30 e 39 anos (49%), seguindose depois uma redução progressiva, sendo de 20.8% após os 80 anos de idade. Estes resultados sugerem que o contributo da obesidade para o acréscimo de risco de HTA se exerce sobretudo nos adultos jovens e indivíduos de meia-idade.

Classe de Perímetro da Cintura nos Hipertensos vs Não-hipertensos A prevalência de Ob Abdominal foi significativamente maior entre os indivíduos hipertensos (53.1% vs 44.8%, p<0.001) Não Hipertensos PC: 91.8±12.7cm* H: 95.8±11.3cm* M: 89.4±12.9cm* Hipertensos PC: 99.9±12.4cm* H: 102.3±11.2cm* M: 98.2±13cm* PC normal (H<94cm: M<80cm) PC limite superior da normalidade (H:94-101cm; M:80-87cm) Obesidade abdominal (H 102cm: M 88cm) Obesidade abdominal: OR: 2.71 ( IC95% 2.54-2.90) *p<0.001 Risco de coexistência de OBA na HTA foi 2,7 x superior

Classe de Perímetro da Cintura nos Hipertensos vs Não-hipertensos A prevalência de ObA entre os hipertensos foi significativamente maior no sexo feminino (H:51.6% vs 80.7%, p<0.001), havendo uma maior proporção de homens hipertensos com perímetro da cintura no limite superior da normalidade (H:28.2% vs M:6.5%). Homens Mulheres Não Hipertensos Hipertensos 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 14,5% 21,3% 25,3% 31,9% 30,4% 29,4% 12,6% 37,5% 29,6% 29,7% 27,9% 30,7% 39,1% 28,7% 72,9% 49,1% 45,0% 42,6% 37,4% 30,4% 33,8% 18-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 33,3% 45,1% 52,5% 50,3% 54,3% 52,9% 20,0% 31,9% 22,2% 29,9% 26,6% 28,0% 46,7% 25,3% 23,0% 19,8% 19,1% 19,1% 18-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 46,6% 29,9% 23,5% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 28,9% 41,1% 54,8% 60,0% 65,2% 70,7% 75,3% 24,8% 27,2% 25,0% 24,2% 46,3% 22,4% 31,7% 19,2% 13,7% 20,1% 15,8% 10,1% 12,4% 11,0% 18-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 40,0% 68,8% 73,5% 81,5% 84,2% 81,3% 77,5% 22,2% 15,2% 37,8% 16,5% 13,2% 13,0% 11,0% 12,8% 16,0% 10,0% 5,5% 4,8% 6,0% 9,3% 18-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 PC normal (H<94cm: M<80cm) PC limite superior da normalidade (H:94-101cm; M:80-87cm) Obesidade abdominal (H 102cm: M 88cm)

FACTORES DE RISCO PARA HTA Análise multivariada de regressão logística

FACTORES DE RISCO PARA HTA Análise multivariada de regressão logística

TRATAMENTO E CONTROLO HTA em função do tratamento e controlo, por sexo e idade N=10737 hipertensos seguidos nos Cuidados de Saúde Primários HTA controlada: 43% (NA) 25,51% (ajustadaparasexoe idade)* *Homens:23,55% *Mulheres:27,48% p<0.001 Homens Mulheres HTA tratada e controlada HTA tratada, mas não controlada PA>140/90mmHg sem diagnóstico assumido de HTA HTA diagnosticada e controlada sem tratamento farmacológico HTA diagnosticada, não controlada e sem terapêutica farmacológica

TRATAMENTO E CONTROLO Controlo da HTA em função do Índice de Massa Corporal Índice de Massa Corporal: HTA controlada 29.07±4.69 Kg/m 2 HTA não controlada 29.54±4.78 Kg/m 2 (p<0.001) Controlo da HTA em função do Perímetro da Cintura: HTA controlada H: 102.05±10.91cm M: 97.79±13.04cm HTA não controlada H: 103.24±11.53cm M:99.60±12.75cm p=0.002 p<0.001

TRATAMENTO E CONTROLO A taxa de controlo tensional diminuiu progressivamente com aumento do peso 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% Peso baixo Peso normal Excesso de peso Obesidade

CONCLUSÕES Na população portuguesa, a associação da obesidade e obesidade abdominal à HTA é muito forte. Estes factores de risco metabólicos associam-se a maior gravidade da elevação tensional e resistência à terapêutica antihipertensora, enfatizando a necessidade do seu adequado controlo para um eficaz tratamento da HTA.