Educational reform in the Republic of São Tomé and Príncipe: Complementarity between state and civil society REFORMAS EDUCATIVAS NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE: COMPLEMENTARIDADE ENTRE ESTADO E SOCIEDADE CIVIL [i] CEA-ISCTE [i] antonio.martelo@gmail.com June 27 29 African Dynamics in a Multipolar World
RDSTP - REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE PEID (Pequeno Estado Insular em Desenvolvimento)
RDSTP PEID (Pequeno Estado Insular em Desenvolvimento) Grandes desafios do país: - Combate à Pobreza e melhoria das condições sociais e económicas da população. - Melhoria da Educação/Formação do país no sentido de fazer face aos desafios do desenvolvimento e da modernidade. A maioria da juventude enfrenta a marginalização e exclusão social, o desemprego, a falta de acesso à educação de qualidade bem como aos processos de decisão política. Segundo o relatório Perspetivas Económicas em África 2012, o governo de São Tomé e Príncipe é acusado de "inabilidade" na criação de emprego. (A paz na RDSTP é baseada na desigualdade e na submissão e na não democratização das relações de poder e dos recursos.)
ORGANIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO SISTEMA EDUCATIVO DE STP Os documentos estratégicos da luta contra a pobreza e ODM reforçam a importância da educação / formação no país. Compromisso com as metas dos ODM/EPT. Fortes constrangimentos inibidores do desenvolvimento e melhoria da qualidade da educação e formação no país. Reforma do Sistema Educativo
ORGANIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO SISTEMA EDUCATIVO DE STP
REFORMA DO SISTEMA EDUCATIVO 2002/2003 - Novo quadro normativo do sistema educativo (LBSE 2/2003). Implementação de uma ampla reforma educativa do ensino básico e secundário com o apoio e ajuda financeira da cooperação internacional. Ensino básico ----------- BM / FCG (execução: ESE Santarém) Ensino Secundário ---- Cooperação portuguesa: Projeto Escola + (execução: ONG Vale Flor e ESE Leiria) (revisão curricular, reforço das competências dos professores, melhoria do parque escolar: 4,5 M )
- Grandes dificuldades na concretização das metas do Plano Nacional de Educação e dos ODM/EPT. - Deficiente estrutura da rede escolar. Impede um número significativo de alunos de completar o ensino obrigatório. - Fraca capacitação do corpo docente e ausência de uma política de formação de professores. Elevada % de professores sem formação; deficiente formação; forte desmotivação da classe docente; Elevado absentismo. - Fraca oferta educativa e desarticulação entre os diferentes níveis de ensino. - Ensino Técnico Profissional de baixo nível qualitativo e com pouco significado. - Deficiente articulação escola / mundo do trabalho. - Enormes carências de infraestruturas físicas, manuais atualizados, equipamentos, recursos didáticos
Currículos e programas desatualizados. Elevada % de retenções e de alunos por turma. Baixas dotações orçamentais. Diminuição de recursos em contraste com o aumento da população escolar. Fraca capacidade institucional: Organização, planificação, gestão pouco eficazes. Decisões desarticuladas /apenas o rotineiro; Ausência de inspeção e supervisão. Um modelo de gestão pouco eficaz e sem mecanismos adequados de controle, supervisão e de apoio. Grande instabilidade política. Ausência de objectivos programáticos: Falta de rigor e transparência; Incapacidade de controlo e fiscalização do sistema.
REFORMA DO SISTEMA EDUCATIVO Apesar das ajudas e programas de cooperação internacionais, a realidade vem evidenciando que: - o Estado não consegue assegurar a todos os cidadãos o acesso e sucesso na educação. As políticas centralizadoras da educação formação do país têm revelado resultados insuficientes e estão longe de atingir as metas propostas. - Ausência de percursos escolares alternativos. - Fraco ou quase nulo investimento na formação profissional. - Deficiente e fraca oferta de formação de professores. Grandes questões problema dos projetos: - Sustentabilidade, - Apropriação - Gestão e manutenção - Mais que a eficácia da Ajuda é a eficácia do desenvolvimento dos Resultados
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP Poderão as Organizações da Sociedade Civil (utilizando apenas recursos endógenos ou recorrendo à ajuda no quadro da cooperação descentralizada) promover ações e respostas alternativas, complementares e inovadoras para a educação / formação (formal / não formal) no país, na luta contra a pobreza, na promoção do empowerment e no desenvolvimento das comunidades locais? - Busan reforça a importância das OCS no quadro da Ajuda e da Cooperação para o Desenvolvimento.
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP Os excluídos são sobretudo do mundo rural, das periferias. Tendo em conta que estas organizações atuam em comunidades locais muito específicas (urbanas-periferia / rurais) a componente participação / complementaridade é muito importante para a educação-formação. As OSC têm desafios que exigem uma reflexão aprofundada sobre o seu papel e formas de atuação junto das comunidades em que se inserem, trabalhando, não numa perspetiva centralizadora, mas em parceria com o Estado central, ajudando a repensar: - o próprio modelo de escola para o mundo rural; - o modelo de formação / educação de acordo com o contexto local em que se inserem; - encontrar alternâncias curriculares ao modelo formal. As OSC têm um importante contributo a dar para o processo educativo/formativo em São Tomé e Príncipe, numa perspetiva da melhoria social e económica das populações na luta contra a pobreza.
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP Projetos micro (escola-escola) abordagens muito mais interessantes do terreno. Comunicação mais eficaz com os membros das comunidades e com o próprio poder local maior envolvimento no processo de desenvolvimento. Identificação dos principais constrangimentos dos marginalizados da educação (género, pobreza ). Trabalho de complementaridade e parceria com o Estado importante conhecimento quanto ao modo de trabalhar com esta franja de marginalizados. Projetos no âmbito da cooperação descentralizada na área da educação/formação (formal/informal) alternativas à cooperação oficial (formal) / complementares da cooperação oficial.
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP Projeto de investigação em curso - O Papel das organizações da sociedade. civil na educação e formação: o caso de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. 98 ONG s filiadas na FONG - 37 têm nos seus pressupostos iniciativas na área da educação/formação. - Foram visitados 26 projetos. Refletirão uma dinâmica e participação alargada dos atores e organizações da sociedade civil?
METODOLOGIA
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP Projetos selecionados: - Associação para Reinserção das Crianças Abandonadas e em Situação de Risco [ARCAR]. - Escola de Campo de Artes e Ofícios de Diogo Vaz Projeto Educativo de Natcultura. - Projeto das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição Neves. Critérios de seleção pré-estabelecidos: - Durabilidade; - Dimensão dos Projetos; - Sustentabilidade; - Certificação; - Efeitos no Mercado; - Dependência Externa.
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Associação para reinserção das crianças abandonadas e em situação de risco [ARCAR] Fundação: 2000. Alguns objetivos: - Acompanhamento das crianças em situação de risco e desenvolvimento de atividades de apoio escolar e tempos livres. - Promoção da formação escolar e profissional para a integração na vida ativa. - Apoio à comunidade e famílias. Três centros socioeducativos.
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Associação para reinserção das crianças abandonadas e em situação de risco [ARCAR]
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Associação para reinserção das crianças abandonadas e em situação de risco [ARCAR]
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Associação para reinserção das crianças abandonadas e em situação de risco [ARCAR]
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Escola de Campo de Artes e Ofícios de Diogo Vaz Projeto Educativo de Natcultura. Início da atividade: 2001 Alguns objetivos: - Promoção da formação de jovens carenciados (14-20 anos) e alunos com insucesso escolar e/ou fora da escolaridade obrigatória. - Promoção do património cultural, natural, paisagístico do distrito. - Resposta à ausência de ofertas formativas no distrito e facilitar a inserção dos jovens no mercado de trabalho local.
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Projeto das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição Neves. Projeto de Desenvolvimento Integrado para o distrito de Lembá - início em 2009 Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição Neves Alguns objetivos: - Luta contra a pobreza com o apoio às famílias mais carenciadas do distrito. - Apoio infanto-juvenil e 3ª idade no distrito de Lembá, às famílias e jovens mais carenciados e isolados. - Oferta formativa no sentido de promover o desenvolvimento de competências através da educação formação tendo em vista a integração dos jovens adultos na vida activa. - Promoção do empowerment da comunidade.
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Projeto das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição Neves
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Projeto das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição Neves
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO EM STP - Patronato das Irmãs Canossianas, cidade de São Tomé
QUESTÕES FINAIS / REFLEXÕES
QUESTÕES FINAIS / REFLEXÕES - Estas organizações têm oferecido respostas alternativas, inovadoras e complementares às políticas estatais na área da educação e formação (formal e não formal) do país. - Desempenham um importante papel na luta contra a pobreza, contra a exclusão social, promovendo maior equidade, apresentando práticas educativas e formativas, na educação básica e na formação prática, perante as frágeis respostas por parte do Estado central.
QUESTÕES FINAIS / REFLEXÕES - Promovem o desenvolvimento mais ajustado aos contextos em que estão inseridas, procurando dotar os alunos/formandos com conhecimentos e competências necessárias para conseguirem o emprego ou autoemprego, terem um rendimento que lhes permita a sustentação diária. - Promovem o empowerment das comunidades locais contribuindo para o desenvolvimento local integrado e sustentável. - Respondem a metas dos ODM: Erradicação da pobreza extrema e a fome; Educação primária universal; Promoção da igualdade de género e capacitação das mulheres.
Dispersão e sobreposição das ações desenvolvidas. Ausência ou reduzido diálogo com as instituições oficiais. Baixo reconhecimento por parte das instituições oficiais. Grande dependência dos financiamentos. Currículos muito informais. Importância da certificação dos cursos. Descentralização da gestão (evitando que os projetos se identifiquem com pessoas e não com as instituições): Maior transparência e rigor na gestão e prestação de contas. Fraca sustentabilidade e apropriação dos projetos por parte das comunidades recetoras. Reforço do diálogo e participação com as entidades oficiais (Orçamento, financiamentos, ações a promover). Reforço do trabalho em parceria, em rede (evitar sobreposições). Reforço da comunicação. Envolvimento de toda a comunidade e diálogo permanente com estas. Sustentabilidade e apropriação dos projetos pelas comunidades. A agenda das políticas públicas deve ter a participação das OSC