Licenciatura em Serviço Social. Intervenção Social na Infância, Adolescência e Velhice. Ano letivo 2014/2015
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- Vinícius Camilo Sanches
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1 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS Licenciatura em Serviço Social Intervenção Social na Infância, Adolescência e Velhice Ano letivo 2014/2015
2 O acolhimento institucional constitui uma medida de proteção dirigida às crianças e aos jovens que se encontram em situação de perigo, que se pretende que seja temporária. Tem por objetivo proteger as crianças e os jovens da negligência, dos maus tratos e da incapacidade revelada pelos pais ou adultos que os tinham à sua guarda. (Gomes, 2010: 153) O acolhimento institucional em Portugal é ainda caracterizado por instituições de grandes dimensões, com uma média de 40 crianças acolhidas. (Gomes, 2010: 85) Mas há um movimento de mudança
3 Plano DOM Desafios, Oportunidades e Mudanças Despacho n.º 8392/2007 de 10 de Maio de 2007 Visa incentivar a melhoria contínua da promoção de direitos e proteção das crianças e jovens acolhidas nos Lares, nomeadamente no que se refere à definição e concretização, em tempo útil, de um projeto que promova a sua desinstitucionalização, após um acolhimento que, ainda que prolongado, lhes deverá garantir a aquisição de uma educação para a cidadania e, o mais possível, um sentido de identidade, de autonomia e de segurança, promotor do seu desenvolvimento integral.
4 Plano DOM Desafios, Oportunidades e Mudanças Prevê as seguintes medidas: Medida 1 - Dotação ou reforço das Equipas Técnicas Pluridisciplinares, adequando-as ao número das crianças e jovens acolhidos; Medida 2 - Qualificação da intervenção e dos interventores.
5 De acordo com Idália Moniz (Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação à data do lançamento do plano) o Plano DOM preconiza o dimensionamento das equipas tendo por referência que para um máximo de 30 crianças ou jovens deverá existir uma equipa técnica constituída por 1 Assistente Social; 1 Psicólogo 2 Educadores Sociais. Paralelamente ao reforço da equipa técnica, pretende-se efetuar um investimento na sua formação, assim como da equipa educativa que diariamente apoia as crianças residentes no Lar.
6 Visa dotar os Lares de equipas multidisciplinares, com competências e conhecimentos que lhe permitam em curto espaço de tempo, definir o projeto de vida de cada criança ou jovem que seja acolhido em instituição. Na elaboração do projeto de vida deverá estar sempre presente a perspetiva da integração da criança em ambiente familiar, privilegiando o seu, se a sua família demonstrar competências ou potencial de mudança, ou revendo a medida sem hesitações, se de todo for inviável a sua reintegração familiar.
7 Plano SERE + (Sensibilizar, Envolver, Renovar, Esperança, MAIS), De âmbito nacional, que tem como objetivo principal a implementação de medidas de especialização da rede de lares de infância e juventude, impulsionadoras de uma melhoria contínua na promoção de direitos e proteção das crianças e jovens acolhidas, para que no menor tempo útil, da sua educação para a cidadania, sentido de identidade, de autonomia e segurança resultar a sua desinstitucionalização.
8 Plano SERE + (Sensibilizar, Envolver, Renovar, Esperança, MAIS), A transição automática das instituições que tiveram a decorrer o plano DOM para o Plano SERE +, salvo se no prazo de 30 dias a contar da publicação do presente despacho, manifestarem intenção em contrário.
9 O acolhimento institucional tem que ser sempre visto numa perspetiva transitória e nunca deverá ser considerado projeto de vida para a criança ou jovem. O PII - Plano de Intervenção Imediata é um importante instrumento para a mudança do paradigma da institucionalização (1º Relatório de Caracterização das Crianças e Jovens em Situação de Acolhimento em 2006).
10 PII PLANO DE INTERVENÇÃO IMEDIATA De acordo com o disposto no artigo 10º do Capítulo V da Lei n.º 31/2003, de 22 de Agosto, o Governo encontra-se vinculado a apresentar um relatório sobre a existência e evolução dos projetos de vida das crianças e jovens que estejam acolhidas em: - Lares de Infância e Juventude, - Centros de Acolhimento Temporário, - Famílias de Acolhimento. Atualmente os relatórios têm a designação CASA. Relatório de Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens
11 PII - Instrumento de diagnóstico essencial ao delineamento de estratégias de ação Assenta no pressuposto de que o acolhimento, seja de que natureza for, mesmo o acolhimento prolongado, deve assumir um carácter transitório. Significa isto que à criança acolhida cumpre o direito de ver definido em seu favor um plano de intervenção que, com a celeridade adequada às suas necessidades, viabilize a sua saída segura e estruturante para meio natural de vida, sempre que possível. Novo paradigma de institucionalização
12 Modelo de acolhimento tradicional: - Que acolhia as crianças em espaços físicos muito grandes, com lotações muito elevadas; - Desenvolvido em Instituições fechadas, - Com profissionais com boa vontade mas muito pouco qualificados; - Em que a instrução e a monitorização se confundiam com a educação; - Com respostas de cariz assistencialista e caritativo; - Com uma intervenção muito limitada às necessidades básicas; - Com tempos de acolhimento muito prolongado; - Com pouco ou nenhum contacto com as famílias.
13 Implementar um novo modelo de acolhimento: - Promovendo a criação de instituições de pequena dimensão e com poucas crianças ou jovens; - Que utilizem os recursos da comunidade - Que tenham profissionais qualificados; - Que promovam uma educação integral de desenvolvimento biopsicossocial e um modelo de intervenção terapêutico e profissional; - Que mantenham as portas da Instituição permanentemente abertas à família, sendo estimulada a sua participação; - Que promovam uma dinamização sistemática dos projetos de vida da criança e jovens
14 Projeto de Vida O delinear de um projeto de vida pressupõe um profundo diagnóstico da criança e da sua família, bem como a estruturação conjunta que possa envolver a criança, a família e a comunidade, de um plano de ações e avaliação dessas mesmas ações. A decisão sobre um projeto de vida só terá validade se for o resultado da avaliação multidisciplinar e interinstitucional das ações estabelecidas. (Idália Moniz, 2008)
15 O projeto de vida deve: - ser delineado de uma forma consistente (ponderada, responsável, com base num diagnóstico cuidadoso), - no mais curto espaço de tempo, - tendo sempre em consideração o efetivo superior interesse da criança ou jovem acolhido, - considerando o tempo útil da criança, - promovendo uma intervenção individualizada, - promovendo, sempre que possível, a integração em meio familiar ou em meio natural de vida.
16 O funcionamento das instituições é determinante para a definição dos projetos de vida das crianças nelas acolhida: Se uma instituição funciona de forma democrática, se a criança participa na tomada de decisão de aspetos que a ela e ao funcionamento da instituição dizem respeito, se a instituição promove o valor da criança na sua individualidade, conferindo-lhe um tratamento e uma atenção individualizados, a criança, no seu quotidiano, aprenderá a participar e a ter voz sobre os seus assuntos e sobre as várias áreas da sua vida. (Idália Moniz, 2008)
17 Bibliografia citada GOMES, Isabel (2010). Acreditar no Futuro. Lisboa: Texto Editores. MONIZ, Idália (2008). Intervenção da Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação no Encontro O acolhimento de crianças e jovens em instituição: perspectivas, desafios e paradigmas, de 27/03/08. Disponível em consultado a
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