Financiamento de Desenvolvimento Seminário da RedeD IE- UNICAMP - Dia 10/05/12: 08:30 às 10:30

Documentos relacionados
Fontes de Financiamento. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-UNICAMP

Bancos de Desenvolvimento: estabilidade econômica e sustentabilidade 1º Congresso do Centro Celso Furtado Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2012

Ações e Êxitos do Brasil no Enfrentamento da Crise Financeira Internacional 4º Seminário PT- PCCh Salvador, 14 de agosto de 2012

Geração de funding. Crí$ca ao conceito de poupança.

Balanço de Pagamentos

Balanço de Pagamentos

BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - BNDES RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 31 DE DEZEMBRO DE 2004

Perspectivas para Economia Brasileira em 2009

Balanço de Pagamentos

Fontes de Financiamento Interno em Longo Prazo

Fatores condicionantes da evolução das operações compromissadas e eventos correlatos. Operações compromissadas

Instrumentos de Política Macroeconômica

Poupança, Investimento e o Sistema Financeiro

Mercado de Crédito. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-UNICAMP ss.com/

Análise Conjuntural: Variáveis- Instrumentos e Variáveis- meta

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Macroeconomia para executivos de MKT. Lista de questões de múltipla escolha

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Em Defesa dos Bancos Públicos: contra ataques neoliberais

Política Fiscal CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA. Consultoria Desenvolvendo soluções, alavancando resultados!

18/05/2017. Gasto Público Total no Brasil. Carga Tributária % do PIB. GASTO FISCAL NO BRASIL: crescimento e dilemas

TEMA: ENDIVIDAMENTO PÚBLICO/DÍVIDA DO SETOR PÚBLICO

Política Fiscal: como vai o pilar dos fundamentos? Geraldo Biasoto

Ajuste Fiscal. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h:p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

O BNDES e as políticas fiscal e monetária

Custos e Benefícios Fiscais do PSI e Empréstimos do Tesouro ao BNDES. 19 de agosto de 2010

A desigualdade de renda no Brasil

III. Mercado Financeiro e de Capitais. Taxas de juros reais e expectativas de mercado

INDICADORES ECONÔMICOS

Junho/2015. Apresentação ECO034 - Macro

COLETIVA DE IMPRENSA Resultados de 2018 Perspectivas para 2019

CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA. Professor:César Augusto Moreira Bergo Data: Maio 2011

Março/2012. NEPOM Núcleo de Estudos de Política Monetária do IBMEC/MG

5º Seminário Anbima de Renda Fixa e Derivativos de Balcão Investimento e Financiamento de Longo Prazo no Brasil

INDICADORES ECONÔMICOS

Anexo 6 - Balanço Patrimonial Consolidado (em R$)

BALANÇO DE PAGAMENTOS

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Prestação de Contas - LRF Banco Central: Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial e Impacto Fiscal de suas Operações

Agenda Desenvolvimen/sta Brasileira e sua Inserção Global: Financiamento Interno em Longo Prazo

Índices de Preços. Em 12

Dimensão financeira do desequilíbrio fiscal

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Construindo a. Ministro da Fazenda Joaquim Levy. retomada do crescimento 4 de março de 2015

Teleconferência sobre os Resultados do 2º Trimestre de 2011

Funding para o crédito habitacional no Brasil. Claudia Magalhães Eloy

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

O DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO EM JANEIRO DE 2003

É o Fim do Novo Normal? Desafios para o Ambiente Econômico-Financeiro Global e as Implicações para o Brasil 2013/14

1. Resultados fiscais

A AGENDA DE CRESCIMENTO DO BRASIL: A QUESTÃO FISCAL

Análise de Conjuntura Novembro/2011

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Conjuntura Macroeconômica Brasileira. Gabriel Coelho Squeff Técnico de Planejamento e Pesquisa Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas

- PNAD Contínua Mensal / IBGE - Boletim FOCUS/Banco Central. - Mapeamento de Recursos Naturais / IBGE - INCC-M / FGV

Índices de Preços. Em 12

Indicadores da Economia Brasileira: Setor Público Observatório de Políticas Econômicas 2016

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 1º trimestre de 2013

MERCADO DE CAPITAIS CENTRO DE ESTUDOS DE CEMEC

Índices de Preços. Em 12

ECONOMIA. Macroeconomia. Fundamentos Macroeconômicos Parte 03. Prof. Alex Mendes

Índice. Anexo 29 Empréstimos diretos de curto prazo passivos amortizações Distribuição por setor de atividade econômica

CONJUNTURA. Maio FONTE: CREDIT SUISSE, CNI, IBGE e BC

Estabilidade Macroeconômica e Crescimento

Finanças Públicas APO Complementos

Coletiva de Imprensa. 1º Trimestre 2012

Conjuntura Econômica SEMINÁRIO FENAE FUTURO DA CAIXA CENÁRIOS E DESAFIOS

meses Maio 1,23 2,82 5,41 0,79 2,88 5,58 Jun. 0,96 3,81 5,84 0,74 3,64 6,06 Jul. 0,45 4,27 6,03 0,53 4,19 6,

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Análise de Conjuntura Outubro/2011

meses Maio 1,23 2,82 5,41 0,79 2,88 5,58 Jun. 0,96 3,81 5,84 0,74 3,64 6,06 Jul. 0,45 4,27 6,03 0,53 4,19 6,

Índices de Preços. Período

Economia Brasileira Ciclos do Pós-Guerra

Não há crise no setor! Será?

Desafios da Política Fiscal. Caminhos e Possibilidades para o reequilíbrio

Nota de Crédito PF. Outubro Fonte: BACEN

Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) Colocar a economia no rumo do crescimento

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Estratégia de crescimento do Brasil Desafios do novo Governo

Central de cursos Prof.Pimentel Curso CPA 10 Educare

Debate sobre Política Fiscal no Conselho Federal de Economia (COFECON)

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Crise Internacional e Impactos sobre o Brasil. Prof. Dr. Fernando Sarti

Contas Financeiras CEMEC Informativo Poupança Financeira São Paulo Maio/2015

DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO VAREJO E PRIVATE BANKING. Coletiva de imprensa 2017

Ajustamento da Economia em Regime de Câmbio Fixo

PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO

Bancos Públicos. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-UNICAMP

NOVAS MEDIDAS DE COMBATE À CRISE E ESTÍMULO AO CRESCIMENTO

a.a. 30% 25% 20% 15% 4,9% mar/11

Unidade III ECONOMIA E MERCADO. Prof. Rodrigo Marchesin

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Boletim Informativo de Crédito Imobiliário e Poupança

Análise de Conjuntura Agosto/2011

Banco Santander (Brasil) S.A. Resultados 9M11 em IFRS

Conjuntura Nacional e Internacional Escola Florestan Fernandes, Guararema, 3 de julho de º. PLENAFUP

CONJUNTURA ECONÔMICA. Por Luís Paulo Rosenberg. Junho/ 2013

NOTA CEMEC - 09/2016. RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Dezembro 2016

Recursos Livres (R$ bilhões) Recursos Direcionados (R$ bilhões) Crescimento do Total (% em 12 meses)

Capitalismo de Estado Neocorporativista. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.

Transcrição:

Financiamento de Desenvolvimento Seminário da RedeD IE- UNICAMP - Dia 10/05/12: 08:30 às 10:30 Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP hhp://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ 1

Estrutura da apresentação Efeito Deslocamento da relação DLSP / PIB Espaço Fiscal para Capitalização e Alavancagem dos Bancos Públicos Crédito à Infraestrutura do BNDES: Tesouro Nacional, FAT e Debênture Crédito Imobiliário da Caixa: Depósitos de Poupança e Securi[zação 2

Efeito deslocamento Crowding out Se o governo tomar financiamento no mercado, a elevação da taxa de juros que o governo está disposto a pagar (e pode fazê- lo) deslocaria tomadores não- governamentais que não teriam condições de pagá- la. Aqui e agora: o governo força a queda da taxa de juros. Crowding in Quando os gastos governamentais esamulam os invesamentos privados, em vez de deslocá- los ou subsctuí- los. Aqui e agora: os gastos governamentais com a capitalização dos bancos públicos federais alavancam os gastos privados.

Títulos de dívida pública = 50% do funding Financiamento Total: Emprés[mos bancários: R$ 2,07 trilhões relação crédito / PIB: 49,3 %; Dívida mobiliária federal (fora do Banco Central): R$ 1,776 trilhão relação dívida / PIB: 42,3%; Financiamento total: R$ 3,85 trilhões ou 91,6% do PIB (R$ 4,2 trilhões) Déficit do balanço de transações correntes (março 2012/12 m): US$ 49,8 bilhões ou 1,98% do PIB Funding: Saldos em fim de período (março de 2012) dos Haveres Financeiros: M1 (papel- moeda em poder do público e depósitos a vista): R$ 257 bilhões; M2 (M1 + depósitos de poupança [R$ 425 bilhões] + depósitos a prazo [R$ 918 bilhões]): R$ 1,6 trilhão. M3 (M2 + quotas de fundos de renda fixa [R$ 1,5 trilhão] + ftulos públicos que lastreiam operações compromissadas): R$ 3,2 trilhões; M4 (M3 + ftulos públicos de detentores não financeiros): R$ 3,7 trilhões = 88% do PIB. 4

O déficit nominal acumulou 1,27% do PIB, comparacvamente a 2,05% do PIB no mesmo período de 2011. No ano, o superávit primário acngiu 4,51% do PIB, 0,43 p.p. do PIB superior ao registrado no mesmo período de 2011. No acumulado em doze meses o superávit acngiu 3,22% do PIB. A Dívida Líquida do Setor Público acngiu R$1.538,2 bilhões (36,6% do PIB) em março/2012, reduzindo- se 0,9 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. A desvalorização cambial de 6,6% no mês respondeu por redução de R$35,2 bilhões (0,8% do PIB) na DLSP.

Espaço para capitalização dos bancos públicos Observação: o estoque da dívida pública poderá crescer até R$ 194 bilhões, neste ano, cabendo aportes para os bancos públicos alavancarem em crédito até 9 vezes mais do que o valor em dinheiro necessário para executar diretamente políacas públicas.

Fontes de financiamento do BNDES A parcr do 3º trimestre de 2009, o Tesouro Nacional passou a ser a principal fonte de recursos do BNDES, posição historicamente ocupada pelo FAT, devido ao volume de recursos captados em 2009 (R$ 105 bilhões), em 2010 (R$ 107 bilhões), e em 2011 (R$ 50,2 bilhões), na forma de Otulos públicos do Tesouro Nacional. Os emprés[mos e repasses do Tesouro Nacional e do FAT, representavam, respeccvamente, 49,7% e 23,4% das fontes de recursos do BNDES em 31/12/11.

Fontes de financiamento do BNDES Devido a incen[vos fiscais concedidos pelo governo para escmular a formalização do mercado de trabalho, a desoneração do PIS- Pasep para as empresas que aderiram ao Simples tem impacto direto na diminuição do ritmo de crescimento da arrecadação do tributo, que é a principal fonte de recursos do FAT. As despesas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com abono salarial e seguro- desemprego devem concnuar com expressivos crescimentos nos próximos anos, reflecndo: 1. a polícca de reajuste real do salário mínimo, 2. a alta rotaavidade do trabalhador no mercado de trabalho, e 3. o aumento dos rendimentos dos brasileiros. FAT só se equilibrará com aportes do Tesouro Nacional.

Fontes de financiamento do BNDES Adicionalmente ao FAT e ao Tesouro Nacional, o BNDES possui outras fontes de recursos na composição de seu funding, como: 1. Fundo da Marinha Mercante (FMM) e Fundo PIS- PASEP; 2. captações no mercado externo, notadamente, mediante empréscmos de organismos mulclaterais e emissão de bonds; 3. emissão de debêntures pela BNDESPAR (R$ 5,778 bilhões); e 4. operações compromissadas. Em 31/12/11, essas fontes totalizaram o equivalente apenas a 12,4% do total das fontes de recursos do BNDES.

Mercado de capitais reduzido 11

incapacidade de direcionamento de 65% dos depósitos de poupança lastrear o ritmo de expansão crédito imobiliário SBPE Captação x Aplicação Total da Poupança Limite de 65% para créd. imobiliário Créd. Imobiliário ANO Créd. Imobiliário Total da Poupança Limite de 65% para créd. imobiliário 2005 20 135 88 2006 23 150 98 2007 33 188 122 2008 45 215 140 2009 61 254 165 2010 96 300 195 2011 162 360 234 2012 249 432 281 2013 354 518 337 2014 484 622 404 360 432 518 354 622 484 188 150 135 TAXA DE CHEFIA 20 23 33 215 45 254 61 300 96 162 249 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 15% 15% 18% 21% 24% 32% 45% 58% 68% 78%

Fundos de InvesCmento Financeiro Títulos de Dívida Pública na Carteira dos FIF (março de 2012): 60,57% do PL (R$ 2,07 tri) Outros Títulos de Renda Fixa (CDB, NP, Debêntures e Outros): 24,54% Renda Variável (Ações): 14,89%

de Títulos de Dívida Pública

fercos@eco.unicamp.br hhp://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ 16