CFEM: ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 789/2017

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SUMÁRIO. Apresentação, xiii

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Transcrição:

Operação entre estabelecimentos da mesma empresa ou empresas coligadas ou pertencentes ao mesmo grupo econômico CFEM: ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 789/2017

CFEM - DEFINIÇÕES TRAZIDAS PELA MP Nº 789/2017 Bem Mineral: substância mineral já lavrada e beneficiada; Beneficiamento: operações que objetivem o tratamento do minério, mas que não impliquem na sua inclusão no campo de incidência do IPI; Consumo: a utilização do bem mineral pelo detentor do direito minerário em processo que importe em nova espécie (transformação); Rejeitos e Estéreis Comercializáveis = bem mineral.

CFEM: CRITÉRIOS DE INCIDÊNCIA E BASE DE CÁLCULO DE ACORDO COM A MP Nº 789/2017 1. CONSUMO = preço corrente no mercado local, regional, nacional ou internacional ou preço de referência. Estabelecimento Minerador 2. VENDA = receita bruta, deduzidos tributos pagos ou compensados. 3. TRANSFERÊNCIA = a depender da finalidade que será dada ao minério poderá ser observada a regra 1 ou 2. 4. EXPORTAÇÃO = preço parâmetro Receita Federal 5. VENDAS = a depender da finalidade que será dada ao minério poderá ser observada a regra 1 ou 2. Cliente Mercado Interno Estabelecimento do titular do direito minerário Cliente Mercado Externo Empresas Coligadas ou do mesmo grupo econômico Vigência: - A partir de 01/08/2017: Regras relativas às operações 2, 3, 4 e 5. - Até 31/12/2017: A base de cálculo nas operações de Consumo, Transformação e Utilização da Substância Mineral estão equiparadas à Venda, devendo ser considerada como receita bruta o valor de consumo, no caso o custo do produto.

CFEM: ALÍQUOTAS

PONTOS DE ATENÇÃO (1/2) (i) Consumo no estabelecimento extrator ou em outro da mesma empresa: Base de Cálculo da CFEM será o preço no mercado local, regional, nacional ou internacional ou o preço de referência; Tais operações não resultam no ingresso de receita para o extrator. (ii) Vendas no Mercado Interno: Reconhece a dedução dos tributos incidentes na comercialização (pagos ou compensados); Impossibilita a dedução dos custos/despesas com o frete. (iii) Exportação: Necessária regulamentação no que tange ao período de ajustes do preço parâmetro, uma vez a legislação federal estabelece o seu ajuste de forma anual.

PONTOS DE ATENÇÃO (2/2) (v) Vendas para Coligadas e Empresas do Mesmo Grupo Econômico: De acordo com a MP nº 789/17 tais operações não são consideradas vendas; No entanto, a base de cálculo será o preço corrente no mercado local, regional, nacional ou internacional ou preço de referência e nas exportações o preço parâmetro. Na hipótese da Coligada ou Empresa do Mesmo Grupo beneficiar o bem mineral, a MP nº 789/17 indica que a base de cálculo será o preço praticado na venda final do bem mineral. Dificuldade na aplicação desta norma, uma vez que o responsável pelo pagamento da CFEM é o minerador, o qual não tem ingerência sobre o preço a ser praticado pelo seu cliente. Objetivo da norma pode ter sido para evitar práticas abusivas, desconsiderando as normas anti-truste. (vi) Alíquotas Progressivas para o Minério de Ferro: Necessidade de regulamentação, uma vez o índice Platts é divulgado diariamente e a CFEM é devida mensalmente (sugestão: média dos preços praticados no mês).

TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE ATIVIDADES MINERAIS MP Nº 791/17 Fato Gerador: fiscalização das atividades de mineração pela Agência Nacional de Mineração; Período de apuração é mensal, sendo o seu vencimento no dia 30 de abril de cada exercício; Contribuintes: titulares de direitos minerários sob os regimes legais de autorização de pesquisa, concessão de lavra, de licenciamento e de permissão de lavra garimpeira em 1º de janeiro do ano em que se der o seu vencimento; Valores a serem pagos: - autorização de pesquisa até a entrega do relatório final - R$ 2.000,00 (dois mil reais); - após a apresentação do relatório final de pesquisa até a outorga da concessão de lavra - R$ 1.000,00 (mil reais); - concessão de lavra ou manifesto de mina em vigor - R$ 5.000,00 (cinco mil reais); - licenciamento em vigor - R$ 3.000,00 (três mil reais); - permissão de lavra garimpeira em vigor de titularidade de cooperativa - R$ 1.000,00 (mil reais); e - permissão de lavra garimpeira em vigor de titularidade de pessoa física - R$ 500,00 (quinhentos reais). Ponto de Atenção: A cobrança da TFAM é de competência da União. Considerando que hoje os Estados já cobram Taxas de Fiscalização Mineral, tal cobrança deveria ser realizada apenas por um ente e na hipótese da União celebrar acordo de cooperação com Estados/Município a TFAM por ela arrecadada, poderia ser proporcionalmente rateada entre os entes.

Muito Obrigada Isabella Wolff Siqueira Simeone Tributário Vale S.A. Av. Américas, 700, Bloco 8, Loja 318, Barra da Tijuca, RJ Brasil. isabella.siqueira@vale.com Tel. (+55 21) 3485 3456 Cel. (+55 21) 99469 9818