BANCO SEMEAR S.A. Bancos. Qualidade dos Ativos



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Transcrição:

Rating FUNDAMENTOS DO RATING Relatório Analítico Semestral: Jun/10 BBB O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo. Data: 14/dez/2010 Validade: 31/mar/2011 Sobre o Rating Perspectiva: Estável Histórico: Jun/10: Afirmação:BBB (estável) Afirmação: A-3 (CP) Dez/09: Afirmação:BBB (estável) Afirmação: A-3 (CP) Dez/08: Afirmação:BBB (estável) Afirmação: A-3 (CP) Dez/07: Afirmação:BBB (positiva) Afirmação: A-3 (CP) Analistas: Rodrigo Indiani Tel.: 55 11 3377 0704 rodrigo.indiani@austin.com.br Mauri cio Bassi Tel.: 55 11 3377 0709 mauricio.bassi@austin.com.br Austin Rating Serviços Financeiros Rua Leopoldo Couto Magalhães, 110 conj. 73 São Paulo SP CEP 04542-000 Tel.: 55 11 3377 0707 Fax: 55 11 3377 0739 www.austin.com.br O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião realizada no dia 14 de dezembro de 2010, confirmou o rating de crédito de longo prazo BBB ( triplo B ) e a classificação A-3 de curto prazo para o Banco Semear. A perspectiva do rating é estável. Com ativos totais de R$ 522,3 milhões e Patrimônio Líquido (PL) de R$ 86,4 milhões (base: jun/10), o Banco Semear atua em crédito para pessoas físicas nas modalidades Crédito Direto ao Consumidor - CDC e, complementarmente, em empréstimos consignados e para pequenas e média empresas em operações de Conta Garantida, Capital de Giro, Desconto de Recebíveis e Fiança Bancária. O Banco Semear é oriundo do antigo Banco Emblema, constituído em outubro de 1995, a partir de uma associação entre dois grupos de Minas Gerais, Grupo Geraldo Lemos (BRAFER) e Cedro Cachoeira, passando a ser integralmente controlado pelo Grupo Geraldo Lemos a partir de 1997. Em maio de 2004, o Grupo Seculus, adquiriu 100% das ações do Banco Emblema S.A do Grupo Geraldo Lemos (BRAFER), sendo homologado pelo Banco Central do Brasil em fevereiro/2006 e lançado oficialmente para o público em 29 de agosto de 2006. Com a aquisição, foi feita a reestruturação societária no banco, contemplando a mudança de sua denominação social para Banco Semear, a incorporação da Seculus CFI S.A criada pelos acionistas do Banco Semear em 2002 e a transformação em banco múltiplo para atuar com a carteira comercial e de crédito, financiamento e investimento. O Banco integra o Grupo Seculus, com sede em Belo Horizonte e atuação no ramo industrial (relógios), imobiliário, financeiro e T.I. O Grupo Seculus completou 50 anos em 2010 e é controlado pela Família Azevedo, por meio da participação direta no capital social ou por meio da Semear Participações S/A, holding não operacional, que tem por função o gerenciamento do Grupo. A classificação de risco está fundamentada na metodologia de avaliação de risco de instituições financeiras da Austin Rating e reflete principalmente o suporte do Grupo Seculus, que exibe boa geração de caixa e reduzido endividamento oneroso, a experiência dos principais executivos no foco de negócio que o banco se dispôs a seguir, a baixa exposição ao risco de mercado, o baixo risco de liquidez proporcionado pela manutenção de confortável volume de recursos equivalentes de caixa e pela composição do funding, com participação de recursos menos voláteis, como depósitos ligados aos acionistas e Depósitos a Prazo com Garantia DPGEs no financiamento das atividades do banco. Em contrapartida aos aspectos mencionados, o rating incorpora o fato de ser um banco de pequeno porte, operando em um ambiente competitivo, com maior concentração das fontes de receita e de funding. A estratégia de atuação foi alterada - o crédito consignado que constituía o foco de atuação no período que antecedeu a crise, deu lugar às operações de CDCs conveniados com redes de varejo (eletroeletrônicos, materiais de construção e móveis) e na pessoa jurídica, desenvolveu uma carteira de curto prazo de antecipação de contratos para empresas prestadoras de serviços para órgãos públicos. Como reflexo da mudança de estratégia, o banco tem como desafio consolidá-la, tendo como principais pontos a administração da inadimplência do produto CDC e dos custos operacionais associados a esta modalidade.

O desempenho do 1 o semestre de 2010 registrou uma melhora em relação ao mesmo período de 2009. O resultado foi beneficiado pelo avanço do plano estratégico, com expansão de 56% da carteira de crédito carregada no balanço proporcionado pelo crescimento dos depósitos, notadamente por meio dos DPGEs. No 1 o semestre de 2010, lucrou R$ 4 milhões ante apenas R$ 84 mil no mesmo período do ano anterior, sendo importante mencionar o lucro mais autêntico neste semestre, uma vez que o ganho não operacional, em torno de R$ 2 milhões registrados no 1 o semestre de 2009, diminuiu para R$ 749 mil nos primeiros seis meses de 2010. A classificação de risco de instituições financeiras realizada pela Austin Rating avalia o risco de crédito de curto e longo prazo da instituição. As notas atribuídas obedecem a uma escala de classificação nacional e servem como parâmetro de comparação entre as instituições bancárias atuando no Brasil e, eventualmente, com atividades no exterior. A escala da Austin não leva em conta e tampouco se limita ao rating soberano do país, este empregado como teto para ratings internacionais. O processo analítico leva em conta, além dos fatores políticos, macroeconômicos, setoriais e regulatórios aplicados às instituições financeiras, os aspectos quantitativos e qualitativos intrínsecos à instituição financeira em análise. O rating se baseou em informações públicas e confidenciais obtidas em reuniões de diligência com a alta administração. As informações apresentadas a Austin Rating para o trabalho de classificação de risco foram consideradas adequadas e permitiram uma análise aderente à metodologia de rating de instituições financeiras. O disclosure apresentado pelo banco foi excelente e levado em consideração no monitoramento do rating. A Austin não realizou nenhum tipo de verificação das demonstrações financeiras utilizadas para esta análise. A presente análise teve por base demonstrações financeiras auditadas consideradas fidedignas. Desse modo, a Austin Rating não utiliza mecanismos para verificação destas informações. A análise considera a premissa que as demonstrações financeiras apresentadas refletem devidamente a situação patrimonial da instituição. Qualidade dos Ativos O Banco Semear encerrou jun/10 com ativos totais de R$ 522,3 milhões, saldo 20,1% maior que os R$ 434,8 milhões de dez/09 e 63,9% superior ao de jun/09. O crescimento decorre fundamentalmente do aumento de 56,2% do saldo de crédito entre jun/09 e jun/10 e do aumento das aplicações interfinanceiras de liquidez, de R$ 22,1 milhões em jun/09 para R$ 61,0 milhões em jun/10. A carteira de títulos e valores mobiliários não apresentou alteração relevante de saldo (R$ 29,4 milhões em jun/10 ante R$ 26,6 milhões em jun/09) e era representada principalmente por LFTs classificados como disponíveis para negociação, sendo o ajuste a valor de mercado reconhecido na demonstração do resultado. As aplicações interfinanceiras e os títulos e valores mobiliários são representados por títulos públicos federais (89,64%), por Certificados de Depósitos Bancários - CDBs (2,24%) e Certificados de Depósitos Interfinanceiros - CDIs (1,95%), Títulos de renda variável ações CETIP (3,76%) e, ainda, por operações de SWAP (2,41%). O Banco Semear administrava um risco de crédito carregado no balanço de R$ 389,3 milhões (R$ 249,2 milhões em jun/09), sendo 66% com vencimento até 360 dias (62% em jun/09). Este valor não leva em consideração a carteira de crédito cedida com coobrigação, cujo saldo era de R$ 166,7 milhões em jun/10. No 1 o semestre de 2010 foram cedidos com coobrigação R$ 45,7 milhões em créditos (R$ 66,3 milhões no 1 o semestre de 2009), sendo R$ 33,6 milhões de CDC e R$ 12,1 milhões de consignado. A carteira de crédito é composta por operações de empréstimos e financiamentos a pessoas físicas (CDC lojista e Crédito Consignado) e de Conta Garantida, Capital de Giro, Desconto de Recebíveis e Fiança Bancária para pequenas e médias empresas. A carteira de CDC é operada por meio de parcerias com redes varejistas direcionada ao financiamento de bens duráveis, notadamente redes do ramo de de eletroeletrônicos, materiais de construção e móveis, e não inclui financiamento de veículos. O ticket médio era de R$ 908 reais e o prazo médio de 11,3 meses. Os Estados mais representativos são Minas Gerais (29,8%), Rio de Janeiro (11,7%), Goiás (10%), Rio Grande do Sul (7,8%), Distrito Federal (7,2%) e Bahia (7,0%). A produção média mensal desta carteira foi de R$ 11 milhões no 1 o semestre de 2

2010. Na carteira de crédito consignado, cerca de 2/3 estavam direcionados para servidores públicos estaduais e para o INSS, ¼ para servidores públicos municipais e o restante para servidores públicos federais, fundações, órgãos do poder judiciário e funcionários do setor privado. O ticket médio era de R$ 3,6 mil e o prazo médio encontrava-se em 50 meses. A produção média mensal desta carteira foi de R$ 9 milhões no 1 o semestre de 2010. Além das modalidades direcionadas para o segmento de pessoas físicas, opera em crédito para um nicho específico de empresas com a contratação de uma equipe com experiência, no início de 2009. As operações praticadas para este segmento são de prazo mais curto, com vencimento até 360 dias. As garantias são representadas por recebíveis, caução de títulos, alienação fiduciária e penhor mercantil. O foco é adiantamento de contratos performados ou não, normalmente do segmento de construção, pavimentação e engenharia, tendo a trava do domicílio e o órgão público como sacado. A produção média mensal desta carteira foi de R$ 33,3 milhões no 1 o semestre de 2010. Por ter como plano o incremento das operações de CDC, nicho de crédito mais suscetível à variação da economia, precisará manter o rigor no controle e na formalização dos créditos a fim de preservar sua qualidade e minimizar uma provável piora em momentos de retração econômica. As operações de financiamento de bens de consumo tem como característica trabalhar com elevadas despesas de provisão e de perdas, refletidas nos indicadores de qualidade dos ativos de crédito. Levando-se em conta todo o contrato e não apenas as parcelas em atraso, a participação dos créditos vencidos a partir de 15 dias aumentou de 8,0% em jun/09 para 13,7% em jun/10 e a participação dos créditos vencidos acima de 60 dias cresceu de 7,2% para 7,7% no mesmo período de comparação. A participação dos créditos classificados entre os níveis de risco D e H diminuiu de 15,3% em jun/09 para 7,7% em jun/10, enquanto a representatividade dos créditos classificados na faixa de risco H reduziu, totalizando 1,5% da carteira no final de jun/10 (4,8% em jun/09). Como aspecto favorável observou-se uma redução do volume de créditos baixados, de R$ 16,3 milhões no 1 o semestre de 2009 (6,6% do saldo de crédito) para R$ 11,5 milhões no 1 o semestre de 2010 (2,9% do saldo). Em relação a provisão para créditos em liquidação duvidosa, a opinião da Austin é de que o banco deveria adotar uma postura mais conservadora, tendo em vista o crescimento de uma carteira de CDC com perfil de inadimplência mais elevado. Entretanto, o volume de provisão registrou redução, passando de R$ 23,2 milhões em jun/09 (9,3% da carteira) para R$ 15,9 milhões em jun/10 (4,1%). Considerando a carteira cedida com coobrigação, a provisão representava 3% em jun/10, percentual considerado baixo. Em relação aos créditos vencidos acima de 60 dias, a provisão representou 53,4% (129,1% em jun/09). Em relação aos créditos baixados representou 139% (141,9% em jun/09). Capitalização No semestre findo em 30 de junho de 2010, o índice de capitalização era de 14,6% (17,4% em jun/09). Apesar do crescimento de 16,8% do patrimônio líquido, de R$ 73,9 milhões em jun/09 para R$ 86,4 milhões em jun/10, o índice de Basiléia declinou principalmente em razão do crescimento de 63,9% da base de ativos, notadamente pelo aumento de 56,2% da carteira de crédito. A relação crédito / PL aumentou de 3,4 vezes em jun/09 para 4,5 vezes (6,4 vezes considerando a carteira cedida com coobrigação) em jun/10, enquanto a relação total de ativos / PL aumentou de 4,3 vezes para 6,0 vezes no mesmo período de comparação. A Diretriz Estratégica estipulou como piso, o nível de 13% para o índice da Basiléia. De acordo com o crescimento da base de ativos programada para os próximos anos, a manutenção do índice da Basiléia acima deste patamar se dará com o reforço do PL a partir do reinvestimento do lucro apurado ao longo dos próximos períodos (2011, 2012 e 2013). Caso o lucro líquido apurado não seja suficiente para sustentar o crescimento da base de ativos e manter o índice acima de 13% os acionistas terão que capitalizar o banco. Foi informado à Austin que está programado para 2011 a emissão de dívida subordinada no montante de R$ 13 milhões. O piso de 13% estabelecido para o índice da Basiléia é considerado pouco conservador pela Austin Rating, tendo em vista o porte modesto da instituição e a possibilidade de ajustes que possam consumir capital. 3

O Banco Semear integra o Grupo Seculus, composto por 9 empresas, com atuação em três segmentos específicos: i) Industrial, com a empresa Seculus da Amazônia Indústria e Comércio S/A; ii)imobiliário, com as empresas Gran Viver Urbanismo S/A, Seculus Empreendimentos e Participações S/A, Seculus Empreendimentos Gerais S/A e Seculus Construções S/A; e iii) Financeiro, com o Banco Semear S/A e Serra da Moeda Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros S/A. O Grupo possui ainda a empresa Seculus Tecnologia S/A de prestação de serviços em tecnologia com foco em mobile solutions e outsorcing, conhecida pelo nome fantasia Prime Systems. As empresas são controladas pela Família Azevedo, por meio da participação direta no capital social ou por meio da Semear Participações S/A, holding não operacional, que tem por função o gerenciamento do Grupo. O Grupo Seculus tem rating A- ( A menos ) com a Austin. Captação/Liquidez O financiamento das atividades tem se baseado no capital próprio, nas cessões de crédito e na captação obtida através de depósitos. O volume de depósitos a prazo cresceu 89,4% entre jun/09 e jun/10, atingindo R$ 361,2 milhões no final do 1S10 reforçado por R$ 133,9 milhões de DPGEs (R$ 33,6 milhões no 1S09) e R$ 29,2 milhões de depósitos com garantia de operações de crédito consignado (R$ 11,9 milhões em jun/09). As pessoas jurídicas respondem por 40% dos depósitos a prazo, os clientes institucionais por 24%, as pessoas ligadas por 19% e as pessoas físicas por 17%. A base de depositantes se compunha de cerca de 400 clientes em jun/10, entretanto a concentração é elevada com a participação dos dez maiores depositantes representando em torno de 50%. Em 2010 o gerenciamento da liquidez foi relativamente tranqüilo com o retorno das cessões, pelo menos até o fato ocorrido com o Banco Panamericano e pelo DPGE. O Banco também mantém recursos ligados aos acionistas sendo o caixa das empresas do Grupo Seculus aplicado no Semear e tem por política manter um valor de caixa equivalente a um percentual mínimo dos depósitos com liquidez diária. Com o evento ocorrido no Banco Panamericamo, as cessões de crédito foram interrompidas, porém espera que as mesmas retornem. Caso isto não se confirme a produção de consignado, cuja carteira é complementar, deverá se reduzir. A carteira de PJ e CDC, de prazos mais curtos continuarão sendo financiadas basicamente pelos depósitos, os quais segundo o Diretor Financeiro do Banco Semear não foram impactados em razão do perfil da clientela, a maior parte composta por clientes cativos. O funding atual atende às necessidades para crédito. Para 2011, planeja acessar novas modalidades, notadamente no mercado de capitais, como FIDC e uma emissão externa. Apesar de serem mais caras que os depósitos, acredita serem importantes para diversificação das fontes. O banco tem trabalhado com caixa em torno de 60% do PL mantido em títulos públicos federais e uma parte menor de aplicações em depósitos interfinanceiros. De acordo com a planilha de evolução do caixa do banco enviada à Austin, sua representatividade em relação do total dos depósitos situou-se em torno de 20%, o que é considerado elevado tendo em vista a participação dos DPGEs e recursos dos acionistas, os quais, em conjunto representavam 55% dos depósitos em jun/10 (36% de DPGEs e 19% de recursos dos acionistas). No final de jun/10, o caixa do banco totalizava R$ 88,2 milhões, representando 24% dos depósitos e 198% dos depósitos com vencimento até 90 dias. O Banco mantém boa relação entre o montante de ativos e passivos com vencimento até 90 dias, totalizando 179,7% em jun/10 (139,1% em mar/10 e 151,1% em dez/09). Em jun/10 os recursos dos acionistas representavam 19% e os DPGEs pactuados com prazos entre 1 e 5 anos representavam 36% do total de depósitos. Com a participação de fontes mais estáveis os vencimentos dos depósitos a prazo e interfinanceiros concentravam-se em 67% da carteira acima de 360 dias (64% em jun/09) o que facilita o gerenciamento da liquidez. O montante com vencimento até 90 dias totalizava R$ 44,4 milhões (11,5% dos depósitos) e o total de CDB com liquidez diária era de R$ 111,9 milhões (30,6% dos depósitos). Estratégia / Gestão / Governança Corporativa O Banco fechou o Planejamento Estratégico para 2011, reafirmando em grande parte o que havia sido decidido no Planejamento firmado no final de 2009. As operações de financiamento ao consumo (CDC) nas modalidades de cheque e carnê, por meio de parceria com redes de lojas (atualmente os principais segmentos são eletroeletrônicos, 4

materiais de construção e móveis), foram definidas como foco de atuação. O objetivo é dar continuidade no desenvolvimento desta carteira agregando soluções financeiras aos lojistas, estabelecendo e mantendo relações de parcerias, tendo no lojista um importante canal de venda dos produtos bancários. Atualmente o principal produto originado nas redes conveniadas é o CDC para aquisição de bens, entretanto o plano é vender outros produtos de varejo por meio do lojista, como seguros, empréstimo pessoal e consignado. O Banco continuará atuando em crédito às pessoas jurídicas operando em um nicho específico com modalidades de curto prazo (capital de giro) de antecipação de contratos para empresas, principalmente construtoras tendo como garantia direitos creditórios de contratos/trava de domicílio bancário contra órgãos públicos, como a Prefeitura de Belo Horizonte, DNIT, DNER, entre outros. Geograficamente, esta carteira está centrada no Estado de Minas Gerais, com uma pequena participação no Paraná e no Nordeste, porém planeja diversificar o mercado de atuação, adentrando em outras regiões. Inicialmente como um produto de oportunidade, esta carteira, pelas características favoráveis de prazo e liquidez deverá manter uma participação relevante no saldo de crédito carregado no banco, sendo complementar ao CDC. O banco tem como desafio consolidar a estratégia com foco nas operações de CDC de modo a manter um resultado consistente. O desempenho de 2010, apesar da melhora em relação a 2009 ainda deverá sofrer interferências dos ajustes da estrutura associada à concessão, controle e cobrança das operações de CDC. O banco tem imprimido esforços no crescimento desta carteira e desvios na inadimplência poderão reduzir a expectativa de lucro. O consignado passou a ser um produto de oportunidade. A conjuntura marcada pelo acirramento da concorrência e elevadas despesas de comissão pagas aos correspondentes bancários levaram o Banco a reestruturar sua atuação nesta modalidade de crédito. A estratégia é operá-lo de maneira seletiva, excluindo os convênios que não são atraentes, em termos de rentabilidade e escala e priorizando canais alternativos de venda como os varejistas e os correspondentes sob um sistema de comissionamento via Profit Share. Adicionalmente aos produtos operados, planeja obter aprovação da linha de financiamento do BNDES: FINAME. Atualmente, a captação de recursos é centrada nos depósitos (CDB e DPGE) e cessões de créditos com instituições financeiras. Os CDBs têm sido direcionados principalmente para o financiamento do CDC e dos créditos para pessoas jurídicas enquanto o consignado tem sido fundeado principalmente pelas cessões. O plano é dar continuidade às cessões de carteira e promover o crescimento dos depósitos, notadamente CDBs sem liquidez diária, e direcioná-los principalmente para o financiamento da carteira de pessoas jurídicas e uma parte para as operações de CDC. Além dos depósitos e das cessões, vem trabalhando na diversificação das fontes e para 2011 está planejado o lançamento de fundos de investimento em direitos creditórios com lastro na carteira de CDC, emissão de dívida subordinada e captação externa. O Banco Semear possui 01 agência em sua sede, Belo Horizonte. A operação em outros Estados se dá através de escritórios comerciais da SNV Serviços e Negócios de Varejo. Em 30/06/2010, o Banco Semear possuía 40 funcionários, todos lotados em sua matriz, e 252 funcionários indiretos trabalhando através da correspondente Master SNV Serviços e Negócios de Varejo. A família Azevedo (Grupo Seculus) é controladora (ON) de 100% das ações do Banco. A estrutura organizacional apresenta poucos níveis hierárquicos e sua administração é enxuta. Desempenho O resultado operacional totalizou R$ 4,5 milhões positivos no 1 o semestre de 2010 ante um prejuízo operacional de R$ 3,8 milhões no mesmo período de 2009. O fator preponderante para a melhora foi o aumento da produção de crédito, com receitas obtidas a partir das cessões e da carteira proprietária e a redução dos gastos com despesa de provisão para créditos em liquidação duvidosa. O saldo da carteira de crédito aumentou de R$ 249,2 milhões em jun/09 para R$ 389,3 milhões em jun/10 resultando em um crescimento de 13,7% da receita de crédito e a despesa de provisão diminuiu 58,6%, de R$ 22,5 milhões para R$ 13,2 milhões, por conta da melhora da qualidade do crédito com redução dos créditos baixados e a menor necessidade de se realizar reforços no estoque de provisão. Mesmo com o crescimento da despesa de captação decorrente do aumento dos depósitos, a despesa de intermediação financeira diminuiu 8,5%, contribuindo para a expansão de 76,7% do resultado bruto da intermediação, de R$ 12,8 5

milhões para R$ 22,65 milhões, sendo este suficiente para absorver o aumento dos custos operacionais, a maior parte variável relacionada aos serviços advindos da operacionalização do crédito ao varejo (CDC e consignado). O banco lucrou R$ 4 milhões no 1 o semestre de 2010, com uma rentabilidade sobre o PL final de 9,3% e sobre o ativo de 1,5% (1,2% considerando a carteira cedida com coobrigação), ante um lucro de apenas R$ 84 mil no mesmo período do ano anterior. Cabe mencionar o aumento do componente operacional na melhora do desempenho do Banco em 2010, uma vez que os R$ 9,4 milhões de lucro registrado em 2009 haviam sido beneficiados pela venda das ações da CETIP no processo de abertura de capital, ganho contabilizado em títulos e valores mobiliários, pela reversão de provisão decorrente da recompra dos créditos cedidos sem coobrigação aos FIDCs estruturados do Programa de Captação de Recursos do FGC e pelos R$ 3 milhões de resultado não operacional, referentes aos créditos recuperados na financeira RS CFI, cuja participação acionária foi alienada no final de 2005. No 1 o semestre de 2010 o resultado não operacional, referentes aos créditos recuperados na financeira RS CFI foi de R$ 749 mil ante R$ 2 milhões no 1 o semestre de 2009. O índice de Eficiência [(despesa de pessoal+administrativa) / (resultado de intermediação + receita de serviços)] melhorou de 116,6% em jun/09 para 75,9% em jun/10, porém, ainda é considerado elevado. Risco de Mercado Em sintonia com a estratégia centrada em crédito, o banco não se rentabiliza a partir das operações de tesouraria, cujas atividades estão restritas à aplicação do caixa disponível, investindo os recursos livres em modalidades de baixo risco e elevada liquidez. Em dez/09, as aplicações interfinanceiras e os títulos e valores mobiliários estavam mantidos em modalidades de baixo perfil de risco, representados por títulos públicos federais LTN e LFT (89,70%), por Certificados de Depósitos Bancários - CDBs (1,37%) e Certificados de Depósitos Interfinanceiros - CDIs (2,13%), Títulos de renda variável ações CETIP (4,55%) e, ainda, por operações de SWAP (2,25%). O principal risco de mercado é o de indexador, onde mantém uma exposição pré no ativo e CDI no passivo. O Banco Semear realiza operações com instrumentos financeiros derivativos, na modalidade de Swap de taxas (Prefixado x CDI), que tem o objetivo de atenuar o risco de descasamento de taxas de parte do fluxo de caixa originado por operações de cessão de créditos com coobrigação, realizadas com Instituições Financeiras não ligadas, e minimizar futuros aumentos da taxa básica de juros. O Banco não possui exposição nos seguintes indexadores: Moeda estrangeira, Mercadorias e Índices. O Banco Semear, para gerenciamento do risco de mercado, utiliza a metodologia de VaR (Value at Risk), com intervalo de confiança de 99% (normal padronizado), tendo como metodologia de obtenção das volatilidades históricas o EWMA com lambda =0,94. O risco do book trading e banking do Banco Semear, em 30/06/2010 podem ser representados pelo valor de R$ 736,9 mil. (R$ 415,6 mil em dez/09 e R$ 2.270,7 mil em dez/08). Fatores Exógenos Outrora focado no crédito consignado e nas cessões de crédito, a partir do final de 2009, o Banco promoveu mudanças e definiu como foco de crescimento as operações de CDC - financiamento de bens de consumo e a atuação em um nicho específico para o segmento de pessoas jurídicas. O crédito consignado se tornou secundário. Na visão da Austin é uma estratégia que ainda não se encontra consolidada, mas que se mostra em estágio avançado tendo demonstrado aderência dos volumes projetados em relação aos realizados em 2010. O Semear vem incrementando a participação em créditos de prazo mais curto, passíveis de serem fundeados pelos depósitos e pelas modalidades que planeja adentrar em 2011. Por outro lado o perfil de risco do CDC é bastante divergente do consignado, mais exposto à volatilidade de ciclos econômicos e aos níveis de renda e emprego. A carteira de CDC tem por característica trabalhar com perdas elevadas devendo estas ser compensadas com a prática de maiores taxas e estreito controle sobre as despesas administrativas. Para 2011 estão programados investimentos diretos na atividade de crédito, envolvendo sistema de credit scoring, de monitoramento de desempenho, reestruturação do processo de concessão de crédito CDC, implantação de novos produtos de seguros e automatização do processo de cobrança. 6

A direção do banco julga ter encontrado um modelo de gestão mais equilibrado à medida que opera com maior diversificação de ativos e passivos, incluindo modalidades de crédito de spread atrativo, de prazo mais curto com menor dependência das cessões. Com isto acredita promover uma atividade mais consistente, ficando menos vulnerável às condições de cessão de crédito e a possíveis mudanças nas regras contábeis que norteiam as compras de carteira e as cessões com coobrigação. Os depósitos constituem a principal fonte de financiamento da carteira de CDC e dos créditos à pessoa jurídica, sendo a cessão, utilizada principalmente como funding para o consignado. Entretanto, mesmo que a cessão tenha uma importância menor nas atividades do Semear daquela verificada até a crise de 2008, a Austin Rating visualiza um possível impacto na utilização deste instrumento, em virtude do evento que envolveu o Banco Panamericano, acarretando uma interrupção e/ou encarecimento das futuras operações de cessão. A maior dificuldade para ceder carteira deverá prejudicar o gerenciamento das atividades do banco, uma vez que se trata de mais uma alternativa de funding, além de ser um instrumento para administração da liquidez e recomposição do caixa em caso de necessidade. A direção do Banco Semear informou à Austin que os efeitos advindos do evento que envolveu o Banco Panamericano são contornáveis, que existem em curso novas modalidades de funding em andamento e de que alguns parceiros de cessão deverão retomar as operações no curto prazo, ainda que reajustadas. O gerenciamento da liquidez no ano de 2010 foi facilitado pela compra de carteira pelos grandes bancos e pelo DPGE. As linhas de funding incentivadas pelos órgãos reguladores, como o DPGE permanecem na estrutura de captação do banco, colaborando para o alongamento de seus passivos e, consequentemente, na gestão de casamento de prazos. A nova regulação do Acordo de Basileia 3 de capital mínimo poderá requerer dos bancos alocação de capital adicional para se adequar às novas regras. Os bancos brasileiros deverão fazer maior alocação de capital para determinados tipos de riscos. As operações de compra de crédito e a utilização de créditos tributários são algumas das práticas que poderão sofrer interferência relevante em razão das novas regras. As medidas anunciadas no dia 03 de dezembro de 2010 pelo Conselho Monetário Nacional e pelo BACEN reforçam a preocupação de aperfeiçoar os instrumentos de regulação e manter a solidez e a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. A retirada gradual dos incentivos introduzidos em 2009 com a redução da cobertura de depósitos pelo FGC a partir de 2012, a ampliação do requerimento de capital para empréstimos de longo prazo concedidos às pessoas físicas e possíveis mudanças nas regras contábeis que norteiam as cessões de carteira de crédito (Resolução n o 3533) também ensejam a preocupação em manter o controle sobre a oferta de crédito, o casamento de ativos e passivos, a contabilização de receitas e sobre a alavancagem das instituições financeiras. O principal reflexo de tais medidas, nos bancos pequenos e médios, deverá ser a maior exigência de capital além de conter alguns desvios como o excessivo alongamento de algumas modalidades de crédito, notadamente no financiamento de veículos e no crédito consignado. Tais excessos são vistos principalmente em ciclos de liquidez favorável, facilitando a concessão de créditos de prazos mais longos, nem sempre financiadas com recursos nas mesmas condições. PERSPECTIVA A perspectiva estável dos ratings de crédito reflete a expectativa da Austin Rating de que o banco consiga expandir a carteira de crédito, sustentar sua base de funding e manter um bom índice de liquidez (ativos líquidos em relação ao volume total de depósitos no patamar de 20%). A Austin espera também que o Semear mantenha seus indicadores de qualidade dos ativos. A perspectiva estável poderá ser alterada para negativa, ou os ratings rebaixados, se houver uma deterioração significativa nos índices de qualidade de ativos do Semear ou se sua liquidez e base de funding forem pressionadas. Por outro lado, a perspectiva poderá ser alterada para positiva, ou os ratings elevados, se o banco for bem sucedido no aumento de sua participação de mercado em seu segmento nicho e na ampliação de sua base de funding para sustentar a expansão de sua carteira de crédito sem que isso comprometa seus indicadores de qualidade dos ativos. A Austin Rating observará o grau de êxito do Planejamento Estratégico, com destaque para o ganho de escala e a 7

geração de um resultado operacional consistente, o crescimento e a manutenção da qualidade de crédito, o aumento da base patrimonial e de fontes de funding compatíveis com as modalidades operadas. Para 2011 o banco tem como desafio amadurecer a carteira de CDC. A manutenção da rentabilidade em níveis adequados (entre 15% e 20% do PL) dependerá da capacidade do banco em ganhar escala e manter a qualidade do crédito em nível adequado, notadamente no CDC que constitui o foco de crescimento e acessar fontes de funding em condições compatíveis. EXTRATO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (Demonstrações Financeiras auditadas pela BDO Trevisan Auditores Independentes sem ressalvas - Valores R$ Mil) BALANÇO PATRIMONIAL dez/07 dez/08 dez/09 jun/10 ATIVO 236.945 255.039 434.835 522.321 CIRCULANTE 142.692 122.880 242.672 306.314 DISPONIBILIDADES 545 912 770 357 APLICAÇÕES INTERFINANC. LIQUIDEZ 22.983 1.223 11.573 28.691 TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 1.004 7.565 5.453 7.521 RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS 45 235 1.565 957 OPERAÇÕES DE CRÉDITO 104.452 97.002 200.145 243.695 OUTROS CRÉDITOS 8.909 10.132 12.984 14.175 OUTROS VALORES E BENS 4.754 5.811 10.182 10.918 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 92.130 130.184 190.535 214.241 APLICAÇÕES INTERFINANC. LIQUIDEZ 0 9.851 35.013 32.300 TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 4.972 18.849 21.451 21.887 OPERAÇÕES DE CRÉDITO 75.746 78.966 109.779 129.666 OUTROS CRÉDITOS 7.118 9.808 13.396 17.171 OUTROS VALORES E BENS 4.294 12.710 10.896 13.217 PERMANENTE 2.123 1.975 1.628 1.766 PASSIVO 236.945 255.039 434.835 522.321 CIRCULANTE 47.853 70.908 145.494 164.948 DEPÓSITOS 27.772 55.193 110.127 132.899 CAPTAÇÕES NO MERCADO ABERTO 0 0 1.000 0 RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS 3 0 0 136 OUTRAS OBRIGAÇÕES 20.078 15.715 34.367 31.913 EXÍGIVEL A LONGO PRAZO 112.196 112.382 208.741 271.016 DEPÓSITOS 111.431 103.244 201.122 264.212 OUTRAS OBRIGAÇÕES 730 9.028 7.135 6.414 RECEITAS ANTECIPADAS 35 110 484 390 PATRIMONIO LÍQUIDO 76.896 71.749 80.600 86.357 8

DRE dez/08 dez/09 jun/09 jun/10 RECEITA DE INTERMED. FINANCEIRA 73.132 103.763 45.593 52.650 OPERAÇÕES DE CRÉDITO 70.300 89.142 42.767 48.645 TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 2.665 13.061 2.287 2.947 INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS 167 1.560 539 1.058 DESPESA DA INTERMED. FINANCEIRA -37.745-59.895-32.777-30.000 CAPTAÇÃO NO MERCADO -20.647-23.180-10.235-16.786 PROVISÕES P/ CRÉD. LIQ. DUV. -17.098-36.715-22.542-13.214 RESULT. BRUTO DA INTERM. FINANCEIRA 35.387 43.868 12.816 22.650 OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERAC. -43.704-34.659-16.661-18.175 REC. DE SERVIÇOS + TARIFAS 2.333 4.267 1.339 3.233 DESPESAS DE PESSOAL -1.509-1.753-790 -1.311 DESPESAS ADMINISTRATIVAS -36.674-32.724-15.714-18.345 DESPESAS TRIBUTÁRIAS -848-1.170-471 -716 OUTRAS RECEITAS OPERAC. 1.507 6.662 1.656 5.541 OUTRAS DESPESAS OPERAC. -8.513-9.941-2.681-6.577 RESULTADO OPERACIONAL -8.317 9.209-3.845 4.475 RESULTADO NÃO OPERACIONAL 4.006 3.047 2.049 749 RESULTADO ANTES DO IR -4.311 12.256-1.796 5.224 IMPOSTO DE RENDA - -5.008-1.313-4.072 PARTICIPAÇÕES -49-218 -10-8 ATIVO FISCAL DIFERIDO 3.892 3.614 3.203 2.993 PASSIVO FISCAL DIFERIDO - -1.233 - -112 RESULTADO LÍQUIDO -468 9.411 84 4.025 CARTEIRA DE CRÉDITO dez/07 dez/08 dez/09 jun/10 TOTAL DE CRÉDITO 185.716 193.087 326.300 389.295 RISCO NÍVEL AA 24.456 18.862 18.205 29.507 RISCO NÍVEL A 130.576 116.336 230.799 280.309 RISCO NÍVEL B 14.508 13.369 31.964 30.353 RISCO NÍVEL C 6.083 11.562 19.713 19.280 RISCO NÍVEL D 1.490 9.484 6.025 9.051 RISCO NÍVEL E 4.637 7.372 4.744 5.901 RISCO NÍVEL F 1.634 4.633 3.391 6.063 RISCO NÍVEL G 503 2.961 2.899 2.959 RISCO NÍVEL H 1.829 8.508 8.560 5.872 CRÉDITO EM ATRASO AC. DE 60 DIAS 4.194 14.418 24.173 29.781 CRÉDITO EM ATRASO AC. DE 60 DIAS / TOTAL DE CRÉDITO 2,26% 7,47% 7,41% 7,65% PROVISÃO CONSTITUÍDA 5.518 17.119 16.376 15.934 PROVISÃO CONSTITUÍDA / TOTAL DE CRÉDITO 2,97% 8,87% 5,02% 4,09% CRÉDITOS BAIXADOS (WRITE OFF) 97 5.598 34.881 11.461 CRÉDITOS BAIXADOS / TOTAL DE CRÉDITO 0,05% 2,90% 10,69% 2,94% CRÉDITOS D-H / TOTAL DE CRÉDITO 5,40% 17,10% 7,90% 7,70% PROVISÃO / CRÉDITOS EM ATRASO AC. DE 60 DIAS 131,57% 118,73% 67,75% 53,50% 9

ADEQUAÇÃO DE CAPITAL dez/07 dez/08 dez/09 jun/10 CAPITALIZAÇÃO 48,10% 39,20% 22,80% 19,80% ALAVANCAGEM EM CRÉDITO (EM VEZES) 2,4 2,7 4 4,5 ÍNDICE DA BASILÉIA 25,10% 19,70% 15,60% 14,80% LIQUIDEZ dez/07 dez/08 dez/09 jun/10 LIQUIDEZ CORRENTE 298,20% 173,30% 166,80% 185,70% ATIVOS LÍQUIDOS* / DEPÓSITOS DE CURTO PRAZO 106,20% 21,70% 43,00% 65,10% ATIVOS LÍQUIDOS* / PL 38,40% 16,70% 58,80% 100,20% *ATIVOS LÍQUIDOS = Disponib. + Aplic. Interf. de Liquidez + TVM para negociação QUALIDADE DO ATIVO dez/07 dez/08 dez/09 jun/10 INADIMPLÊNCIA (AC. DE 60 DIAS) 2,30% 7,50% 7,40% 7,70% PROVISIONAMENTO 3,00% 8,90% 5,00% 4,10% CRÉDITOS BAIXADOS / TOTAL DE CRÉDITO 0,10% 2,90% 10,70% 2,90% CUSTO dez/07 dez/08 dez/09 jun/10 INTERMEDIAÇÃO 10,50% 20,60% 16,90% 13,80% EFICIÊNCIA 79,90% 101,20% 71,60% 75,90% CUSTO TOTAL 33,50% 41,90% 27,00% 23,10% RENTABILIDADE (%) dez/07 dez/08 dez/09 jun/10 MARGEM BRUTA 70,30% 46,90% 40,00% 40,50% RETORNO S/ O PL FINAL 15,30% -0,70% 11,70% 9,30% RETORNO S/ O ATIVO 5,00% -0,20% 2,20% 1,50% 10

Classificação da Austin Rating Solidez Financeira AAA AA A BBB BB B CCC CC C O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional. Normalmente trata-se de grandes instituições, dotadas de negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é quase nulo. O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório. O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é muito baixo. O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo. O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas vulneráveis às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio. O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que pode afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio. O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é alto. O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é muito alto. O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão limitadas por um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável valor; condições financeiras deficientes; e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo. Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma escala de rating. Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada. As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em recomendação de investimento para todos os efeitos. Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse: www.austin.com.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Austin Rating Serviços Financeiros Ltda. 11