CLASSIFICAÇÃO 20/08/2010. Doenças das Glândulas Salivares AGUDA CRÔNICA EPIDÊMICA. Alterações de origem infecciosa. Alterações obstrutivas



Documentos relacionados
TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES

PATOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES

Afecções das Glândulas Salivares na Infância

Universidade Federal do Ceará Módulo em Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Tumores das Glândulas Salivares. Ubiranei Oliveira Silva

Centro Universitário Cesmac CAMILA MARIA BEDER RIBEIRO

Rejeição de Transplantes Doenças Auto-Imunes

Introdução. Metabolismo dos pigmentos biliares: Hemoglobina Biliverdina Bilirrubina Indireta (BI) ou nãoconjugada

DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL. Profª. Thais de A. Almeida Aula 21/05/13

Pâncreas. Pancreatite aguda. Escolha uma das opções abaixo para ler mais detalhes.

RESUMO DOS PRINCIPAIS AUTO-ANTICORPOS E MARCADORES REUMÁTICOS

Etiologia. Infecciosa Auto-imune Traumática. DCP / APN Dulce Cabelho Passarelli / André Passarelli Neto. Tratamento. Depende: Origem Diagnóstico

1. Doenças periodontais em pacientes HIV positivos. 3. Analgesia no Serviço de Estomatologia do Hospital Heliópolis

DOENÇAS DA PRÓSTATA. P/ Edison Flávio Martins

Tumores Odontogênicos

FARINGE. Rinofaringe. Orofaringe. Hipofaringe. Esôfago. Laringe. Traquéia

TUMORES DA FARINGE SERVIÇO DE CABEÇA E PESCOÇO HUWC

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS.

PATOLOGIAS DA PRÓSTATA. Prostata

CÂNCER DE BOCA. Disciplina: Proteção Radiológica. Docente: Karla Alves Discentes: André Luiz Silva de Jesus Paloma Oliveira Carvalho

Hermann Blumenau- Complexo Educacional Curso Técnico em Saúde Bucal. Patologia Bucal. Prof. Patrícia Cé

REUNIÃO DE CASOS. Aperfeiçoando de RDI da DIGIMAX (A2) RAPHAEL SALGADO PEDROSO.

MELANOMA EM CABEÇA E PESCOÇO

Adenoma pleomórfico: protocolo diagnóstico. Pleomorphic adenoma: clinical features and diagnostic protocol

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Diretoria Geral de Pessoal Centro de Recrutamento e Seleção de Praças

DOENÇAS DO SISTEMA MUSCULAR ESQUELÉTICO. Claudia de Lima Witzel

HISTÓRIA NATURAL DOS TIPOS RAROS DE CÂNCER DE MAMA

Patologia das Glândulas Salivares

Prof. Dr. Jorge Eduardo F. Matias Cirurgia do Aparelho Digestivo Departamento de Cirurgia UFPR - HC

Tumores Benignos dos Tecidos Moles


DIAGNÓSTICO MÉDICO DADOS EPIDEMIOLÓGICOS FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO 01/05/2015

Agenda. Nódulo da Tireóide. Medicina Nuclear. Medicina Nuclear em Cardiologia 17/10/2011

XV Reunião Clínico - Radiológica Dr. RosalinoDalasen.

UNIC Universidade de Cuiabá NEOPLASIAS CMF IV

PROVA ESPECÍFICA Cargo 48. Na reação de hipersensibilidade imediata do tipo I, qual dos seguintes mediadores é neoformado nos tecidos?

XIII Reunião Clínico - Radiológica Dr. RosalinoDalazen.

DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO

CÂnCER DE EnDOMéTRIO. Estados anovulatórios (ex: Síndrome dos ovários policísticos) Hiperadrenocortisolismo

DOENÇAS DA PRÓSTATA. Prof. João Batista de Cerqueira Adjunto DSAU - UEFS

TUMORES OSSEOS EM CABEÇA E PESCOÇO

16/03/12 TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES

Residente Anike Brilhante Serviço de Cirurgia Geral Hospital Federal Cardoso Fontes Chefe do Serviço: Antônio Marcílio

Seminário Metástases Pulmonares

CÂNCER DE PULMÃO: TUMORES CARCINÓIDES

Relação entre as características ecográficas de um nódulo tiroideu e a sua benignidade/malignidade

Lesões císticas do pâncreas: abordagem diagnóstica e terapêutica

sialolitíase em glândula submandibular: relato de caso clínico

Tecido Epitelial Glandular

VI Workshop Internacional de Atualização em Hepatologia 2012 Pólipos de Vesícula Biliar Diagnóstico e Conduta

Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite

TUMORES DA VESÍCULA E VIAS BILIARES. Dr. Francisco R. de Carvalho Neto

Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde Bucal CID 10

ESCLERODERMIA LOCALIZADA LOCALIZED SCLERODERMA

CAPSULITE ADESIVA OU OMBRO CONGELADO. A capsulite adesiva ou ombro congelado é uma doença de causa

AFECÇÕES NÃO NEOPLÁSICAS DAS GLANDULAS SALIVARES

Gradação Histológica de tumores

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata

CARCINOMA DO OVÁRIO EM MULHER JOVEM QUANDO CONSERVAR?

TUMORES GIGANTES DE OVÁRIO

DOENÇAS AUTO-IMUNES MUCOCUTÂNEAS

TÍTULO: UTILIZAÇÃO DA MAMOGRAFIA PARA O DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA MASCULINO

Leucemias e Linfomas LEUCEMIAS

Caso Clínico. Andrea Canelas

DEMÊNCIAS. Medicina Abril Francisco Vale Grupo de Neurologia Comportamental HCFMRP-USP

Doenças Infecciosas que Acometem a Cavidade Oral

Cárie Dental Conceitos Etiologia Profa Me. Gilcele Berber

PATOLOGIA DA MAMA. Ana Cristina Araújo Lemos

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Sialolito no ducto da glândula submandibular: relato de caso

Incidência de paralisia facial após tratamento cirúrgico de neoplasia de parótida - um estudo restrospectivo

Enfermagem 7º Semestre. Saúde da Mulher. Prof.ª Ludmila Balancieri.

Neoplasias Gástricas. Pedro Vale Bedê

CÂNCER DE MAMA NA SENILIDADE

Gráficos: experimento clássico de Gause, 1934 (Princípio de Gause ou princípio da exclusão competitiva).

CÂNCER GÁSTRICO PRECOCE

Exames que geram dúvidas - o que fazer? SELMA DE PACE BAUAB

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL. Caio Abner Leite

Síndrome de Sjogren. Síndrome. Sjogren. Informações médicas para doentes e familiares

Tumor carcinoide de duodeno: um tumor raro em local incomum. Série de casos de uma única instituição

Doença de Paget. Definição:

O que é câncer de estômago?

Perda da uniformidade nas células e desarranjo estrutural tecidual

O que é câncer de mama?

HM Cardoso Fontes Serviço o de Cirurgia Geral Sessão Clínica

AMERICAN THORACIC SOCIETY(ATS)

AMBULATÓRIO DE DISTÚRBIOS VESTIBULARES. Cristiana B. Pereira

Citopatologia mamária. Histologia da mama feminina

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CAMPUS DE SOBRAL CURSO DE ODONTOLOGIA PATOLOGIA GERAL E ORAL

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Cód. 11. São estruturas que emergem do crânio pelo forame jugular, EXCETO:

IX Curso Nacional de Doenças Pulmonares Intersticiais. Tuberculose. Sumário. Patogenia da TB

CAPÍTULO 2 CÂNCER DE MAMA: AVALIAÇÃO INICIAL E ACOMPANHAMENTO. Ana Flavia Damasceno Luiz Gonzaga Porto. Introdução

Patologia do testículo e vias espermáticas

NEOPLASIAS. Prof. Dr. Fernando Ananias

Patologia Buco Dental Prof. Dr. Renato Rossi Jr.

Transcrição:

Diagnóstico e Tratamento CLASSIFICAÇÃO Alterações de origem infecciosa Alterações obstrutivas Alterações Auto-imunes Alterações tumorais ou neoplásicas Doenças das Glândulas Salivares Sialoadenites (Parotidites) Sialolitíase Mucocele e Rânula Síndrome de Sjögren Adenoma Adenoma Pleomórfico Carcinoma Mucoepidermóide PAROTIDITES AGUDA CRÔNICA EPIDÊMICA PAROTIDITE AGUDA Etiologia: bactérias (staphyloccocus aureos) : 1. Sinais flogísticos intensos com secreção purulenta. 2. Mal estar geral. Exames Complementares: cultura e antibiograma Tratamento: antibioticoterapia e fisioterapia 1

PAROTIDITE CRÔNICA Etiologia: bactérias (streptoccocus viridans) : 1. Aumento progressivo da parótida com obstrução ductal pelo acúmulo de pus. 2. Ligeira dor. Exames Complementares: cultura e antibiograma Tratamento: antibioticoterapia e fisioterapia PAROTIDITE EPIDÊMICA Etiologia: vírus(paramixovirus) : Sinais flogísticos leves Exames Complementares: hematológico (aumento da amilase). Tratamento: Analgésicos Antitérmicos Repouso SIALOLITÍASE Sialolitos: estruturas calcificadas que se desenvolvem no interior do sistema ductal salivar. Depósitos de sais de cálcio. Etiologia: desconhecida Ducto da Submandibular (trajeto do ducto + secreção mucosa) Interior da Parótida Qualquer idade (jovens e adultos de meia idade) Glândulas maiores: dor e tumefação Intensidade dos sintomas (grau de obstrução e pressão no interior da glândula). Exames Complementares Radiografias intra e extrabucais. Sialografia Ultra-sonografia Tomografia Computadorizada 2

Características Radiográficas Massas radiodensas/ radiopacas. Submandibular: oclusal (ducto - anterior) Parótida: panorâmica. Prognóstico e Tratamento Favorável. Depende da localização, tamanho e número Ordenha Medicamentoso: Sialagogos. Cirúrgico. Sialoendoscopia. MUCOCELE Fenômeno de retenção de muco em glândulas salivares menores. Origem traumática Mais frequente em crianças ou adultos jovens. Características clínicas:vesículas ou bolhas em áreas de maior concentração de gls.salivares menores. Síndrome de Sjögren Etiologia: auto-imune sistêmica crônica, histocompatibilidade com antígenos HLA. Desconhecida, contudo influência genética, viral (Epstein-Barr) são especulações para a causa desta doença. Primária: HLA-DRw52, HLA-B8 e HLA-DR3 Secundária: HLA-DRw52 Condição rara, com prevalência sem exatidão. 80 a 90%, sexo feminino. Adultos de meia idade. Primária: xerostomia e ceratoconjuntiviteseca. Secundária: artrite reumatóide. (30% pode desenvolver Lúpus Eritematoso Sistêmico) Xerostomia secura e ardência na boca. mucosa pálida ou eritematosa, atrofia das papilas linguais. cárie de superfícies lisas e radicular queilite angular Ceratconjuntivite sicca (Xeroftalmia) sensação arenosa ou de corpo estranho no olho. visão borrada. manifestações são mais intensas com o passar do dia. 3

Exames Complementares Sintomatologia Geral pele, mucosa nasal e vaginal secas fadiga e até depressão. Outras alterações associadas: linfoadenopatia, cirrose biliar primária, nefrite e fibrose pulmonar intersticiais, vasculites e neuropatias periféricas. Características Radiográficas Sialografia: sialectasia puntiforme e falta de arborização normal do sistema ductal. ( Árvore carregada de frutas ou cerejeira em flor ) Cintilografia (Tecnécio 99): diminuição da absorção e um esvaziamento retardado do isótopo. Exames laboratoriais: Velocidade de sedimentação dos eritrócitos é alta Fator Reumatóide (FR+, 75% dos casos) Anticorpos antinucleares (AAN) anti-ss-a e anti-ss-b Biópsia Diagnóstico final: anátomo-patológico Prognóstico Desfavorável, alto risco de linfomas. Tratamento: Suporte lágrimas e salivas artificiais os caramelos e chicletes sem açúcar (boca úmida) uso se possível da pilocarpina (sialagogo estímulaçãodo fluxo salivar) Aplicação de Flúor (alto risco à cárie) Antifúngicos: Candidíase secundária Classificação das Neoplasias das Glândulas Salivares Benignas Malignas Adenoma Pleomórfico (tumor Carcinoma Mucoepidermóide misto) Tumor misto maligno Adenoma de células basais Adenocarcinoma de células Tumor de Warthin acinares Oncocitoma Carcinoma adenóide cístico Cistoadenoma papilar Adenocarcinoma de células basais Adenoma Pleomórfico Tumor Misto Benigno Etiologia: desconhecida (derivado da mistura de elementos ductais e mioepiteliais). Neoplasma mais comum: qualquer idade (adultos jovens entre 30 e 50 anos) Predileção pelo sexo feminino Parótida lobo superficial Palato gl. salivares menores. porção póstero-lateral do palato. 4

Exame Complementar - Biópsia Carcinoma Mucoepidermóide Tumor Mucoepidermóide Diagnóstico final: anátomo-patológico Etiologia: desconhecida Prognóstico: excelente, cura de 95%. Recidivas enucleaçãoconservadora. 5% - transformação maligna. Neoplasma maligno mais comum: 10% gl. salivares maiores e 15 a 21% menores. 1 a 2% maiores e 9% menores. Tratamento: excisão cirúrgica. Ampla variação de idade (20 à 70 anos). Raro, na primeira década de vida. Leve predileção por mulheres. Parótida aumento assintomático. Crescimento lento, em alguns casos um ano ou menos. Pode apresentar dor e paralisia facial. Palato assintomáticos, de coloração azulada ou avermelhada. Exame Complementar: Biópsia Diagnóstico final: anátomopatológico Prognóstico: localização; grau histopatológico e estágio clínico. Tumor de grau baixo bom 90% de cura Tumor de alto grau favorável à ruim 30% de cura. Prognóstico melhor em crianças. Tratamento: cirúrgico, com grande margem de segurança, dependendo do prognóstico. 5