AS INTERFACES NO USO DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DE JARAGUÁ DO SUL-SC

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Transcrição:

AS INTERFACES NO USO DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DE JARAGUÁ DO SUL-SC Modalidade: ( ) Ensino ( X ) Pesquisa ( ) Extensão Nível: ( X ) Médio ( ) Superior ( ) Pós-graduação Área: ( ) Química ( ) Informática ( ) Ciências Agrárias ( ) Educação ( X ) Multidisciplinar Andreyna Ferreira GAMBA*; Bianca Mellissa FIGUEIREDO*; Luana Gabrieli SANTOS*; Nathalia Lais DIAS*; Rúbia Batista VIANA**; José Roberto MACHADO***. *Estudantes da 4ª Fase do Curso Técnico Integrado em Química do IFSC, Câmpus Jaraguá do Sul e Bolsistas PIBIC- EM/CNPq; ** Voluntária; ***Orientador IFSC Câmpus Jaraguá do Sul. Introdução O presente trabalho refere-se a uma pesquisa realizada na cidade de Jaraguá do Sul- SC, com o objetivo de identificar por que há dificuldades para a população conseguir atendimento em diversas especialidades, assim como, fazer agendamentos para consultas e exames especializados, ocasionando filas de espera na rede pública de saúde do município, período de 2010 a 2015. Pretende-se ainda, caracterizar a rede de serviços de saúde existente no município de Jaraguá do Sul e as possíveis dificuldades para sua utilização. Para tanto, foram levantadas hipóteses para possíveis causas deste problema. As hipóteses levantadas foram as seguintes: há dificuldade em contratar e credenciar os médicos e empresas especializadas; baixa infraestrutura física e humana; o descaso de pacientes e distribuição injusta das UBS. Na tentativa de conseguir respostas a esses questionamentos, comparamos os dados obtidos com os questionários e os dados pesquisados no (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde). O trabalho se justifica, pois é importante que a população jaraguaense esteja consciente da atual situação da saúde e como ela funciona, considerando que a saúde não é para poucos, mas sim para todos e nem toda a população está ciente disto. Material e Métodos A metodologia consistiu nas seguintes fases: referencial teórico, referencial empírico e referencial técnico. No referencial teórico fez-se um levantamento bibliográfico e documental, para que se pudesse ter uma melhor análise sobre o tema. Referente ao levantamento bibliográfico utilizou-se artigos, livros, entre outras fontes de informação sobre a saúde. No levantamento

documental, analisaram-se relatórios e planos de gestão para maior esclarecimento e compreensão. O referencial empírico foi à busca de dados para a pesquisa. A fim de identificar os pontos positivos e negativos da rede de Saúde Pública na região e também a opinião da população, foram aplicados 126 questionários com usuários das UBS. Foram realizadas 3 entrevistas padronizadas uma com a Diretora Geral da Atenção Básica, uma com a Gerente da Atenção Básica, e a outra, fora aplicada à Enfermeira de um das UBS da cidade onde buscava-se informações sobre a infraestrutura, programas de saúde e seu funcionamento, número de médicos e qualificação e uma média dos atendimentos. No referencial técnico, tabelas e gráficos foram elaborados com os dados obtidos, relacionados às dificuldades de atendimento na rede de Saúde Pública em questão.. Resultados e discussão Acesso e acessibilidade são termos que são frequentemente utilizados ao se referir à saúde, isso porque estão ligados de forma direta. A acessibilidade consiste na possibilidade de acesso a um lugar ou conjunto de lugares com segurança e autonomia, proporcionando a maior independência possível, dando ao cidadão - independente de sua condição física - o direito de ir e vir a todos os lugares que necessitarem. No campo da saúde, o acesso está relacionado com as dificuldades e as facilidades em obter tratamento desejado, estando, portanto, intrinsecamente ligado às características da oferta e da disponibilidade de recursos. Em maio de 2014, em uma matéria do jornal A Notícia, foram divulgados números de pacientes na fila de espera para exames, cirurgias e consultas com especialistas. O levantamento mostrava que em abril havia 12.178 consultas represadas em 32 especialidades, enquanto 16.235 pacientes aguardavam por exames e cirurgias eletivas. Porém, uma matéria de fevereiro de 2015, do jornal Diário Catarinense, mostra que o problema não tinha sido solucionado. Outra lista tinha sido divulgada, e nela, havia 13.590 consultas represadas em 32 especialidades, enquanto 15.014 pacientes aguardavam por exames ou cirurgias eletivas. O tempo na fila de espera para realizar um exame de ecografia, por exemplo, pode chegar a dois anos, em Jaraguá do Sul.

As filas também se estendem para as cirurgias de média complexidade: são 2.221 pacientes. A maior fatia é nas cirurgias ginecológicas, com 614 mulheres; depois, ortopédicas, com 396 casos. Na fila para a alta complexidade, são 463 pessoas. Tanto para exames quanto para consultas com especialistas há editais em aberto para compra dos serviços. Em relação aos médicos, a maior demanda é para angiologistas (2.873) e de oftalmologistas (2.554) (CARDOSO, 2015). Em Jaraguá do Sul, as Unidades Básica de Saúde estão mais concentradas no espaço urbano, principalmente na parte central da cidade, ou seja, para os moradores do espaço rural, ou ainda aqueles que moram em bairros mais distantes, é preciso se deslocar de seu bairro para ir a uma UBS do bairro mais próximo, gerando dificuldades de acessibilidade, que neste caso é geográfica. De acordo com o site da prefeitura, Jaraguá do Sul é dividida em 38 bairros, porém apenas 24 bairros, que correspondem a 63,15% do total, possuem UBS. Com esses dados podemos dizer que existe uma má distribuição das UBS pelos bairros na cidade de Jaraguá do Sul. A rede de saúde pública de Jaraguá do Sul conta com serviços de atenção primária, ficando sobre a responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde a coordenação e a execução de ações de saúde. Fazem parte dessa rede alguns programas de vigilância em saúde desenvolvidos nas Unidades Básicas de Saúde UBS -, assim como de serviços de saúde filantrópicos e privados, contratados pelo SUS. A rede de assistência no âmbito do SUS em Jaraguá do Sul é composta por 71 serviços de saúde (Tabela 1). Tabela 2: Serviços de Saúde (SUS) públicos, privados e filantrópicos, Jaraguá do Sul, 2015. DESCRIÇÃO SUS Central de Regulação do Acesso 1 Centro de Atenção Psicossocial 3 Centro de Saúde/Unidade Básica 31 Clínica/Centro de especialidade 8 Consultório Isolado 4 Farmácia 3 Hospital Geral 2 Policlínica 1 Polo academia da saúde 2 Pronto atendimento - Secretária de Saúde 2 Unidade de apoio diagnose e terapia SADT 10 Unidade de vigilância em saúde 1 Unidade móvel de nível pré-hospitalar na área de urgência 2 Unidade móvel terrestre 1 TOTAL 71 Fonte: DATASUS, Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2015. As Unidades Básicas de Saúde são a porta de entrada da rede de saúde baseado no SUS e procura dar assistência integral às necessidades básicas de saúde, realizar ações de promoção de saúde e prevenção de agravos.

Das 39.046 consultas agendadas para o primeiro trimestre de 2015, em todas as UBS de Jaraguá do Sul, 4.693 não foram realizadas por motivo de falta dos pacientes. Ou seja, cerca de 13,33% dos pacientes não compareceram ao atendimento oferecido. Estes números podem justificar a 3ª hipótese desta pesquisa, que propõe que a grande quantidade de pacientes na fila de espera para ser atendido em consultas na Rede Pública de Saúde de Jaraguá do Sul, deve-se as faltas dos que agendaram os atendimentos, os pacientes. Como a questão problema desta pesquisa é justamente a grande quantidade de pessoas que estavam na fila de espera para atendimento no início do ano de 2015, julgou-se necessário analisar também a quantidade de pessoas que ainda estão esperando por atendimento. Em dezembro de 2015, havia aproximadamente 17.029 pacientes na fila de espera para atendimento especializado. Porém, em tabelas anteriores, pode-se constatar grande quantidade de atendimentos durante alguns meses do ano. Ou seja, apesar de muitos procedimentos e atendimentos realizados, a Rede Pública de Saúde de Jaraguá do Sul não está conseguindo suprir a demanda da população que necessita de atendimento. Isso se deve como dito antes, a vários fatores, como o crescimento da população e o envelhecimento da mesma. Uma evidência disso pode ser notada quando se analisa a questão problema desta pesquisa, que foi iniciada quando uma das integrantes do grupo leu uma matéria do Jornal Diário Catarinense, que dizia que a fila de espera para atendimento na Rede Pública de Saúde passava de 13.500 pessoas. Na matéria havia também uma comparação com o ano anterior, 2014, que havia mais de 12 mil pessoas na espera, apontava também as possíveis soluções apontadas pelo Secretário da Saúde da época. Existem diversos programas e possíveis soluções para resolver a questão das grandes filas de espera, entretanto, a melhor solução ainda são as Equipes da Saúde da Família (ESF). As equipes devem ter um vínculo com a população, possibilitando o compromisso e a coresponsabilidade dos profissionais com os usuários e a comunidade, ampliando as fronteiras de atuação e resolubilidade da atenção. Entretanto, segundo a gerente da atenção básica do município de Jaraguá do Sul, há desfalque de médico da saúde família, o que pode influenciar diretamente no aumento de pessoas à espera de atendimento. Porém, se analisarmos os últimos anos, nota-se que estas possíveis soluções, ou não estão sendo tomadas ou não estão sendo eficazes, pois, a cada ano, estes números vêm crescendo gradativamente, em 2014 eram 12 mil, em 2015, 13.500 e agora em 2016, mais de 17 mil pessoas que estão à espera de atendimento.

Conclusão Concluímos que a rede de Saúde Publica está tendo dificuldades para suprir a grande demanda de consultas, porém isso se dá por diversos motivos. Um deles é o desfalque de médicos na Equipe da Saúde da Família, pois este programa atua na prevenção das doenças, e se ele estivesse funcionando adequadamente o número de espera para as consultas especializadas seria relativamente melhor. Outro motivo é o descaso do pacientes que agendam consultas e não comparecem. Como já dito antes no primeiro trimestre de 2015, 4.693 consultas não foram realizadas por este motivo, isto é cerca de 13,33 % dos pacientes compareceram ao atendimento que foi oferecido. A distribuição injusta das unidades básicas, é outro motivo. A maior parte das UBS está localizada em espaço urbano, fazendo que os moradores do espaço rural e aqueles que moram em bairros mais distantes se desloquem de seu bairro para ir a uma UBS do bairro mais próximo. Por fim, consideramos que para diminuir este numero de espera é necessário uma atenção maior para a prevenção das doenças, tanto da parte da administração e também da população. É necessário que aconteça a contratação de médios da Equipe de Saúde da Família e que a população esteja atenta a sua saúde, e assim a promova.. Referências ASSIS, Marluce Maria Araújo. JESUS, Washington Luiz Abreu de.revisão sistemática sobre o conceito de acesso nos serviços de saúde: contribuições do planejamento. Revista Ciência & Saúde Coletiva, 15(1): 161-170 2010. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Convergências e Divergências sobre Gestão e Regionalização do SUS. Brasília: CONASS, 2004. CARDOSO, Chayenne. Falta de atenção no trânsito é responsável por 80,7% dos acidentes em Jaraguá do Sul. Disponível em : <http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/geral/anjaragua/noticia/2015/09/falta-de-atencao-no-transito-e-responsavel-por-80-7-dos-acidentesem-jaragua-do-sul-4856000.html> Acessado em: 5 de fevereiro de 2016. JUNQUEIRA, C. B. et al. Acesso aos serviços de saúde: uma abordagem de geografia em saúde pública. Revista Saúde Pública, São Paulo 21(5): 439-46,1987. REMOALDO, Paula Cristina. Acessibilidade física, funcional e econômica aos cuidados de saúde. In: CD-ROM das Actas do IV Congresso da Geografia Portuguesa - Geografia: Territórios de Inovação. Lisboa: Associação Portuguesa de Geógrafos, 2002, p. 1-15.