Crescimento e produtividade da cana planta cultivada em diferentes sistemas de preparo do solo e de colheita

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE AVEIA SOB DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA. Palavras chave: Produção de biomassa, bovinos de leite, plantas daninhas

MEDIDAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR COM CULTIVOS INTERCALARES, SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Efeito da cobertura do solo com palhada na umidade do mesmo e nos parâmetros biométricos da cana-de-açúcar irrigada no semiárido

CURVAS DE RETENÇÃO DE AGUA E CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO EM SISTEMAS DE MANEJO DO FEIJOEIRO(1)

EFEITO DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO E NO COMPRIMENTO DE PLÂNTULAS DE CALÊNDULA

Densidade e resistência a penetração de solos cultivados com seringueira sob diferentes manejos

POPULAÇÃO DE PLANTAS DE MILHO IRRIGADO POR ASPERSÃO EM SISTEMA PLANTIO DIRETO RESUMO

PRODUTIVIDADE DE ARROZ INFLUENCIADA PELA ADUBAÇÃO NITROGENADA E APLICAÇÃO DE FUNGICIDA

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO E COBERTURA MORTA DO SOLO NAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE MILHO

AVALIAÇÃO DO MICROCLIMA GERADO NO INTERIOR DE ESTUFAS COBERTAS COM PEBD E PVC NA REGIÃO DE PIRACICABA, SP. RESUMO

COBRE E ZINCO NO SOLO E NA FITOMASSA NO DÉCIMO ANO DO USO DE SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO ASSOCIADOS A FONTES DE NUTRIENTES 1 INTRODUÇÃO

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

TOXICIDADE DE REDUTOR DE CRESCIMENTO NA CULTIVAR BRS PARDELA. Posta 231, Cep , Londrina-PR. *

ATRIBUTOS QUÍMICOS DA FORRAGEIRA PANICUM MAXIMUM CV. MOMBAÇA ADUBADA COM PRODUTOS ORGÂNICOS ORIUNDOS DA SIDERURGIA E CRIAÇÃO AVÍCOLA

PROJETO E ANÁLISES DE EXPERIMENTOS (PAE) EXPERIMENTOS COM UM ÚNICO FATOR E A ANÁLISE DE VARIÂNCIA

NO CLIMA DE PIRACICABA. RESUMO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE MAMONA CLASSIFICADAS EM MESA DENSIMÉTRICA.

BIOMETRIC RESPONSE OF SUGAR CANE UNDER DIFFERENT IRRIGATION SYSTEMS IN THE SUB MIDDLE VALLEY OF SAN FRANCISCO

NITROGÊNIO EM COBERTURA E VIA FOLIAR EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DO TRIGO BRS SABIÁ

INTERAÇÃO NITROGÊNIO VERSUS REDUTOR DE CRESCIMENTO APLICADO EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DO TRIGO BRS GRALHA-AZUL

ESTATÍSTICA APLICADA. 1 Introdução à Estatística. 1.1 Definição

07 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO TRATAMENTO DE

AVALIAÇÃO DA TAXA DE GERMINAÇÃO À CAMPO DA CULTURA DA MAMONA

CONTROLE DE PLANTAS DE MILHO VOLUNTÁRIO COM A TECNOLOGIA RR EM ÁREAS COM SAFRINHA DE SOJA COM A TECNOLOGIA RR

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Estratégias de Sucessão Trigo - Soja para Manutenção da Viabilidade das Culturas no Sul do Brasil

VII BENEFÍCIOS DO RESFRIAMENTO EM GRÃOS DE CAFÉ

PRODUTIVIDADE DE FEIJOEIRO DE DIFERENTES HÁBITOS DE CRESCIMENTO NO NORTE DO RS 1

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

DESENVOLVIMENTO INICIAL DE SORGO FORRAGEIRO SOB DIFERENTES TIPOS DE COBERTURA DO SOLO INITIAL DEVELOPMENT OF SORGHUM IN DIFFERENT SOIL COVERAGE

EFEITO DO ESTRESSE SALINO NA GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE FEIJÃO CAUPI. Apresentação: Pôster

3 Teoria dos Conjuntos Fuzzy

1 Distribuições Contínuas de Probabilidade

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA NO CERRADO: EFEITO DE 13 ANOS DE CULTIVO SOBRE A DENSIDADE E AGREGAÇÃO DO SOLO

PRODUTIVIDADE DE MILHO E FEIJÃO EM SISTEMA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA INTRODUÇÃO

EFEITO DE NÍVEIS CRESCENTES DE PROTEÍNA NA DIETA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO PEIXE ORNAMENTAL GUPPY (Poecilia reticulata)

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA NA COUVE FLOR

VARIAÇÃO TÉRMICA E TEMPERATURA DO SOLO E PLANTA EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DE ALFACE DE PRIMAVERA/VERÃO.

Definição de áreas de dependência espacial em semivariogramas

USO EFICIENTE DE ÁGUA EM VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR SOB DIFERENTES NÍVEIS DE IRRIGAÇÃO

PERDAS POR APODRECIMENTO DE FRUTOS EM LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA - SAFRA 2005/2006 1

Noções Básicas de Medidas e Algarismos Significativos

VICDRYER UM PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DE SECAGEM DE CAFÉ EM ALTAS TEMPERATURAS

RESUMO SUMMARY INTRODUÇÃO

PRODUTIVIDADE DE COLMOS E EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA EM CANA- DE-AÇÚCAR IRRIGADA POR GOTEJAMENTO SUBSUPERFICIAL 1 RESUMO

AVALIAÇÃO DE NÍVEIS DE BIOSSÓLIDO NO SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Solanum pseudo-quina

Incertezas e Propagação de Incertezas. Biologia Marinha

Teor e Estoque de Matéria Orgânica do Solo em Sistemas Agroecológicos de Produção

Física Geral e Experimental I (2011/01)

CAPÍTULO 5 UNIFORMIDADE E EFICIÊNCIA DA IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO. Dep. de Eng. Rural - ESALQ/USP, CEP: , Piracicaba - SP J. A.

AS VARIDADES MORFOLÓGICAS DE CANA-DE-AÇUCAR EM DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

ÁCIDO INDOLBUTIRÍCO E TAMANHO DE ESTACA DE RAIZ NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE BACURIZEIRO (Platonia insignis MART.) INTRODUÇÃO

PRODUTIVIDADE DE COLMOS DA CANA-DE-AÇÚCAR SUBMETIDA A DIFERENTES FONTES E DOSES DE NITROGÊNIO EM UM LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO

MÉTODO DA POSIÇÃO FALSA EXEMPLO

PARÂMETROS BIOMÉTRICOS DA CANA-DE-AÇÚCAR SUBMETIDA A REGIMES DE DÉFICIT HÍDRICO NO SUBMÉDIO DO SÃO FRANCISCO

PROGRESSO DA FERRUGEM DO CAFEEIRO (Coffea arabica L.) IRRIGADO E NÃO IRRIGADO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO

2º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense SICT-Sul ISSN

ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS APLICADA À CIÊNCIA DE ALIMENTOS: ESTUDO DE CASO COM PEQUI

INFLUENCE OF SOURCES AND DOSES OF NITROGEN IN THE INDUSTRIAL CHARACTERISTICS OF SUGARCANE

ACÚMULO DE FÓSFORO EM UM LATOSSOLO CULTIVADO COM GRAMA- MISSIONEIRA-GIGANTE EM RESPOSTA A DOSES DE DEJETO LÍQUIDO DE SUÍNO

E m Física chamam-se grandezas àquelas propriedades de um sistema físico

Resposta da rúcula à adubação orgânica com diferentes compostos orgânicos

RENDIMENTOS AGRÍCOLAS DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇUCAR SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

DESENVOLVIMENTO INICIAL DA CULTURA DA CANA-DE- AÇÚCAR SUBMETIDA A ESTRESSE LUMINOSO INITIAL DEVELOPMENT OF CULTURE OF CANE SUGAR POSTED A LIGHT STRESS

POTENCIAL DE RENDIMENTO DE FEIJOEIRO DE DIFERENTES HÁBITOS NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

OBSERVAÇÕES DO COMPRIMENTO E NÚMERO DE FRUTOS DO PRIMEIRO CACHO DE TRÊS GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM SENHOR DO BONFIM, BA

Comprimento de arco. Universidade de Brasília Departamento de Matemática

Textura do Endosperma e Maturidade Alteram Parâmetros Físicos de Grãos de Milho

Produção de grãos de milho e atributos químicos de solo influenciados pela aplicação de escória de siderurgia em um Latossolo Amarelo distrófico

Sistemas de manejo na absorção de nitrogênio pelo milho em um Latossolo Vermelho no Cerrado

ESTUDO DA VIABILIDADE DO EMPREGO DE CONCRETO PRODUZIDO COM ESCÓRIA DE ACIARIA EM PAVIMENTOS RÍGIDOS

Efeito do Orthene 750 BR em Tratamento de Sementes no Controle da Lagarta Elasmopalpus lignosellus no Feijoeiro e Algodoeiro

Efeitos da adubação nitrogenada e potássica no crescimento da cultura da cana de açúcar segunda soca

RENDIMENTO DE MASSA DE ADUBOS VERDES E O IMPACTO NA FERTILIDADE DO SOLO EM SUCESSÃO DE CULTIVOS ORGÂNICOS

ANÁLISES FOLIARES DO RABANETE SOB ADUBAÇÃO DE FUNDAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO NITROGÊNADA EM AMBIENTE PROTEGIDO

INFLUÊNCIA DE SEMEADURAS SUCESSIVAS DE FEIJOEIRO NA SEVERIDADE DA MANCHA-ANGULAR E FERRUGEM E PERDAS NA PRODUÇÃO 1

CPV 82% de aprovação na ESPM em 2011

ALGEBRA LINEAR AUTOVALORES E AUTOVETORES. Prof. Ademilson

VOLATILIZAÇÃO DE AMÔNIA EM FUNÇÃO DE FONTES NITROGENADAS APLICADAS EM COBERTURA

, Pombal-PB;

ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DE SOLOS DE TABULEIROS SOB DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS NA REGIÃO NORTE FLUMINENSE 1

Época de semeadura de cultivares de soja no Mato Grosso do Sul André Ricardo Gomes Bezerra

UNIVERSIDADE FEDRAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO

Atributos de solo e produtividade de culturas em sistemas de manejo conduzidos por dezesseis anos

ADISH CULTIVATION CV. VERMELHO GIGANTE, SUBMITTED TO WATER REPLACEMENT AND FERTIRRIGATION WITH NITROGEN SOURCES

Susceptilidade de Variedades Copa e Porta-enxerto de Citros ao Ácaro-dafalsa-ferrugem

Sistemas de preparo do solo, plantas de cobertura e produtividade da cultura da mandioca

AVALIAÇÃO DE SUBSTRATOS NA EMERGÊNCIA E NO CRESCIMENTO INICIAL DE FEIJÃO-DE-CORDA BR17-GURGUEIA

DEMONSTRE EM TRANSMISSÃO DE CALOR AULA EM REGIME VARIÁVEL

Material Teórico - Módulo de Razões e Proporções. Proporções e Conceitos Relacionados. Sétimo Ano do Ensino Fundamental

EFEITO DA QUALIDADE DE SEMEADURA E PORCENTAGEM DE DESFOLHA SOBRE OS COMPONENTES DE RENDIMENTO DO MILHO

Potencial Elétrico. Evandro Bastos dos Santos. 14 de Março de 2017

ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL NO CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DO MORANGUEIRO EM SISTEMA DE CULTIVO PROTEGIDO

Descongelamento do Sêmen Bovino

4 SISTEMAS DE ATERRAMENTO

Manejo de Milho Safrinha em Consórcio com Forrageiras no Mato Grosso do Sul

APLICAÇÃO DO PROCESSO ELETROQUÍMICO A DESCONTAMINAÇÃO DE SOLO ARGILOSO CONTAMINADO POR SOLVENTES AROMÁTICOS. 2 Metodologia

INFLUÊNCIA DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO NO CULTIVO DE GIRASSOL

Transcrição:

DOI: 1.45/ctscigron.v3i1.51 Crescimento e produtividde d cn plnt cultivd em diferentes sistems de prepro do solo e de colheit Orlndo Crlos Huerts Tvres, Edurdo Lim e Everldo Zont Lortório de Fertilidde, Deprtmento de Solos, Instituto de Agronomi, Universidde Federl Rurl do Rio de Jneiro, km 7, 389-, Seropédic, Rio de Jneiro, Brsil. E-mil: ochtvres@gmil.com Introdução RESUMO. Este estudo teve como ojetivo vlir os efeitos de diferentes sistems de prepro do solo e de colheit sore o crescimento e produtividde d cn plnt. O experimento foi conduzido em Linhres, Estdo do Espírito Snto. Trt-se de um dos ensios mis ntigos no pís que investig os efeitos d Cn cru e queimd. Instldos num Argissolo Amrelo textur renos/médi, os trtmentos consistirm de prcels (prepro convencionl e cultivo mínimo) e suprcels (Cn cru e Cn queimd). Foi vlido o crescimento d cultur, o porte de mtéri orgânic e quntificção do rendimento d cn-de-çúcr. O diâmetro foi mior pr o cultivo mínimo, e o perfilhmento foi mior pr o prepro convencionl. A ltur e o perfilhmento form superiores no corte sem queim. Pr produtividde de colmos, os trtmentos não presentrm diferençs significtivs. As folhs form miores em cultivo mínimo e ponts em Cn cru. O cultivo mínimo propici, inicilmente, umento do diâmetro e mior produtividde de folhs n colheit. O perfilhmento é fvorecido pelo prepro convencionl. A Cn cru não presentou influênci negtiv d plhd n rerot. Após 16 nos de cultivo d cn-de-çúcr com e sem queim do plhiço, oservou-se mior produtividde de ponteiros, incrementndo o rendimento dos colmos em Cn cru. Plvrs-chve: cn-de-çúcr, sistems de prepro do solo, mnejo de colheit. ABSTRACT. Sugrcne growth nd productivity under different tillge nd crop systems. This study hd s its ojective to evlute the effects of different tillge nd crop systems on the growth nd productivity of sugrcne plnts. The experiment ws conducted in Linhres, ES. It is one of the oldest ssys in the country investigting the effects of unurned nd urned sugrcne. Instlled in Yellow Ltosol with sndy/medium texture, the tretments consisted of plots (conventionl nd minimum tillge) nd suplots (rw nd urned sugrcne). Plnt growth, contriution of orgnic mtter nd quntifiction of sugrcne yield were evluted. The dimeter ws lrger for minimum tillge, nd tillering ws greter for conventionl tillge. The height nd tillering were superior in the cut without urning. For stems productivity, the tretments did not present significnt differences. The leves were lrger in minimum tillge nd tips in unurned cne. The minimum tillge propitites the increse in dimeter initilly nd lrgest productivity of leves in the crop. Tillering is fvored y conventionl tillge. The unurned cne did not present negtive influence of strw in the regrowth. After 16 yers of sugrcne cultivtion with nd without strw urning, it resulted in lrger productivity of pointers incresing the productivity of the stems in unurned cne. Key words: sugrcne, tillge systems, crop hndling. O ppel fundmentl ds operções de prepro do solo é crir condições ideis pr o desenvolvimento ds rízes e, por conseguinte, miores produções. Em cn-de-çúcr, este mnejo inicil pode influencir profundmente produção entre os cortes consecutivos, qundo s operções de prepro não são conduzids com tecnologi dequd pr cd tipo de solo (FREITAS, 1987). O prepro do solo não se limit somente às operções que fetm diretmente su estrutur físic, ms tmém envolve quels ligds os ftores que determinm o ph e o miente. Estes ftores são dequdos pr sorção eficiente de nutrientes (FREITAS, 1987) e pr fcilitr infiltrção d águ, contriuindo pr o controle d erosão (ORLANDO FILHO; ZAMBELLO, 1983), que é mior cus d degrdção ds terrs grícols e provoc, ind, poluição dos recursos hídricos. Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 3, n. 1, p. 61-68, 1

6 Tvres No conceito de cultivo mínimo está implícit idei de movimentr o qunto menos possível superfície do solo. Isso implic prticmente eliminr o prepro do solo pr efetur o plntio. Contudo, pr se reformr um áre com cn-deçúcr, é necessári destruição d cultur nterior, operção que pode ser relizd mecânic ou quimicmente. A destruição mecânic pode ser executd por enxds rottivs ou por rrncdor de soqueir, que, com o próprio sulcdor, possiilit, em um só operção, destruição d cultur nterior e ertur do sulco pr o novo plntio (ORLANDO FILHO; ZAMBELLO, 1983). Estudos sore cultivo mínimo utilizndo enxd rottiv modificd pr destruição de soqueir confirmm que este sistem é o mis econômico (ORLANDO FILHO; ZAMBELLO, 1978, citdo por FREITAS, 1987). Em relção à conservção do solo, destruição d soqueir remnescente com hericid (glyphoste), seguid d sulcção n entrelinh, oferece melhores resultdos, porque o solo prticmente não fic descoerto e mnutenção ds ceps d cultur nterior interfere no coeficiente de rugosidde do solo (ORLANDO FILHO; ZAMBELLO, 1983). O sistem rdiculr d cn-de-çúcr contriui ind com o conteúdo de N ( 8 kg h -1 ) e S (4 14 kg h -1 ) ns rízes e rizoms, que, o finl d soc, relcionm-se positivmente com produtividde de colmos n soc seguinte (VITTI et l., 7). A coertur mort com plhiço do ciclo nterior é um prátic de controle d erosão, por proteger o solo contr chuv, lém de evitr o quecimento excessivo do solo pel ção diret dos rios solres, promovendo tempertur e umidde fvoráveis o desenvolvimento microiológico e à mnutenção d mtéri orgânic do solo (ORLANDO FILHO; ZAMBELLO, 1983). Vle ressltr que, com queim, perdem-se cerc de 1 t h -1. no -1 de plh, que contém diversos nutrientes, como N (4-6 kg h -1 ), S (15-3 kg h -1 ) e C (4.5 kg h -1 ) (RESENDE et l., 6 e ). Atulmente, mior prte d áre explord pel cultur de cn-de-çúcr sofre queim d plhd por ocsião d colheit. Considerndo que mior expnsão d cultur ocorreu em solos de ix fertilidde nturl, s tuis técnics de mnejo d cultur têm fvorecido o declínio do potencil produtivo desses solos, principlmente pel diminuição no teor de crono orgânico promovid pelo vigoroso revolvimento do solo no plntio e pel queim d plhd ntes d colheit. Dess mneir, produtividde pós renovção é influencid pelo mnejo d colheit dos nos nteriores e pelo sistem de prepro do solo. Assim, os principis ojetivos form vlir o efeito de técnics de prepro convencionl e cultivo mínimo n renovção do cnvil e su interção com áres colhids nteriormente, com e sem queim d plhd, sore o crescimento e produtividde pr cn plnt cultivd no Estdo do Espírito Snto. Mteril e métodos O experimento foi instldo em 8/5/1989. O trlho presentdo é continução do experimento que há 16 nos vem sendo conduzido em Linhres, Estdo do Espírito Snto. Trt-se de um dos ensios mis ntigos no pís pr investigr os efeitos do sistem de colheit de cn com queim e sem queim d plhd. Foi renovdo pel primeir vez em 17 de mio de 5, em áre cedid pel Linhres Agropecuári S.A., no município de Linhres, Estdo do Espírito Snto, situdo entre os prlelos 19º 6 e 19º 18 de Ltitude Sul e os meridinos 39º 45 e 4º 19 de Longitude Oeste. A ltitude locl é de 8, m. O município de Linhres fz prte d zon fisiográfic denomind Bixo Rio Doce. Crcteriz-se pel ocorrênci de extenss áres de relevo suve onduldo, onde um série de ixos pltôs compõe o chmdo relevo tuliforme, com declives rrmente superiores 3%. O clim d região corresponde, pel clssificção de Köppen, o tipo AW, e vegetção primári é representd pel Florest Tropicl Superenifóli e pluviosidde médi mensl do período experimentl está n Figur 1. Precipitção (mm) 4 35 3 5 15 1 5 Mio Junho Julho Agosto Setemro Outuro Novemro Dezemro Jneiro Fevereiro Mrço Aril Mio Junho Julho Agosto 5 6 Figur 1. Vrição de pluviosidde médi mensl em Linhres, Estdo do Espírito Snto, no período 5-6. Fonte: Ls (7). O solo é clssificdo como Argissolo Amrelo textur renos/médi. A vriedde de cn-deçúcr utilizd foi SP-79111. A dução foi uniforme pr tod áre experimentl; no plntio, form plicdos 4 kg d formulção 5-- e, ns socs nteriores, 4 kg d formulção -- de NPK, com se n nálise químic de solo. O delinemento experimentl foi o de locos o cso, com esquem de prcels sudivids com seis Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 3, n. 1, p. 61-68, 1

Cn-de-çúcr em diferentes cultivos e colheits 63 repetições. Cd unidde experimentl continh 11 linhs com, m de comprimento, espçds de 1, m, num totl de 4 uniddes experimentis. As dus linhs de cd ldo d unidde experimentl form considerds como orddur. O experimento foi cultivdo em Prepro convencionl (prcel) durnte 16 nos, sem replntio, com mnejo de colheit Cn cru e Cn queimd (suprcels). Em 5, sofreu primeir renovção do cnvil com introdução de mis um trtmento, o Cultivo mínimo (prcel). Assim, Prcels cultivo mínimo e Prepro convencionl com suprcels Cn cru e Cn queimd. O cultivo mínimo consistiu n destruição d soqueir com utilizção de hericids e ertur de sulcos pr o plntio sem o prévio revolvimento do solo. O prepro convencionl consistiu de um rção e dus grdgens pesds. A colheit de Cn cru consistiu n desplh mnul, n qul o cortdor remove com o podão s folhs do colmo, seguindo-se o corte do pé e do ponteiro (folhs secs mis ponts, mteril não-triturdo). N colheit de Cn queimd, o fogo é tedo previmente em todo o perímetro d áre, de tl form que o seu término se processe n prte centrl d mesm. A seguir, fz-se o corte como descrito nteriormente. As vriáveis nlisds form iometri d cultur prtir d mostrgem de dez plnts em m lineres d sext linh útil, previmente demrcdos em seis diferentes épocs, pr cd unidde experimentl, com intervlos de dois meses pós renovção do cnvil ou Dis Após Plntio (DAP). As leiturs relizds os 163 (7/1/5), 3, 96, 357, 46 e 457 DAP (colheit) form: esttur médi de colmo, mensurd com o uxílio de um régu grdud de 1 m, do nível do solo té primeir urícul visível, clssificd como folh +1; diâmetro médio d se dos colmos, mensurdo com o uxílio de um pquímetro medição foi relizd n se dos colmos, 1 cm do solo. A cd colet fez-se contgem do número de colmos fim de se oter densidde populcionl. A prtir d plhd (folhs) e dos ponteiros deixdos no cmpo, estimou-se mtéri orgânic diciond o sistem. Consider-se como plhd ou folh tods s folhs derids o colmo, secs e verdes, té o plmito; já o ponteiro como sendo o ponto de quer, onde gerlmente o cortdor despont cn. O peso fresco ds folhs e dos ponteiros foi estimdo pel su pesgem, em três linhs úteis dividids em dus áres de 4,8 m, com áre totl de 9,6 m, em cd prcel, imeditmente pós o corte, ntes de queimr, pr poder seprr plhd, o ponteiro e contilizálos. O porte de mtéri orgânic e quntificção do rendimento d cn-de-çúcr form otidos n colheit os 457 DAP. Pr nálise de crescimento, dentre os vários modelos propostos (HUNT, 1981), optou-se por trlhr com o modelo exponencil cúico de melhor compreensão fisiológic. Polinômios de gru elevdo podem presentr excelente juste, ms muits vezes têm significdo iológico de difícil compreensão, emor s expressões cúics possm ser dequdmente utilizds sem miores restrições (HUNT, 1981). A nálise dos ddos foi inicilmente orientd pel nálise de vriânci. Os ddos primários mostrrm forte heterogeneidde entre s colets; dess form, o juste ds funções foi feito pós trnsformção dos ddos, por meio do logritmo nturl, fim de minimizr o efeito d heterocedsti (NETER; WASSERMAN, 1974). A seleção do modelo seou-se n significânci dos coeficientes, o vlor do coeficiente de determinção (R ) conjuntmente com tendênci de vrição temporl dos crcteres mensurdos. Form relizdos os testes de Lilliefors e Brtlett em tods s vriáveis estudds, pr trtmentos e époc. Os resultdos form sumetidos à nálise d vriânci com plicção do teste F; s médis, comprds entre si pelo teste de Duncn, 5% de proilidde. Resultdos A ltur totl dos colmos presentou umentos desde primeir té últim colet (Figur ). Resultdos similres form encontrdos por Alvrez e Cstro (1999). Apresent curvs de crescimento de formto sigmoidl, como encontrdo n litertur. Pr todos os trtmentos, o crescimento é lento e prolongdo em cn soc (ALVAREZ; CASTRO, 1999) e em cn plnt. Não houve diferençs significtivs entre os sistems de cultivo. Ocorreu redução no ritmo de crescimento d ltur dos colmos em todos os trtmentos, entre os 46 e 457 DAP, fto promovido por qued d precipitção. A renovção d áre com corte sem queim promoveu umento significtivo os 357 DAP. Portnto, cn-de-çúcr encontrou, nesse intervlo, condições mientis que fvorecerm elongção dos entrenós, um vez que o número de nós é ssocido o desenvolvimento cronológico d plnt. Considerndo que há possiilidde de mior teor de umidde do solo neste trtmento o principl ftor responsável pel mior elongção dos entrenós, pode-se dizer que mnutenção d plhd fvoreceu mnutenção d águ no solo ntes do fechmento do dossel (Figur 1), principlmente no período de estigem (RESENDE et l., 6). Ns demis épocs de colet não form verificds diferençs entre os trtmentos. Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 3, n. 1, p. 61-68, 1

64 Tvres,5,,5, Altur (m) 1,5 1, 1,5 1,,5 P. convencionl =e(-7,18+6,15 - -4 = e - DAP+-1,67-4 DAP +(1,54 +(1,54-7 DAP 3-7 ) DAP 3 ) R R = =,97 Cultivo mínimo =e(-7,1+6,14 - -4 = e - DAP+-1,65 DAP -4 DAP +1,5 +(1,5-7 DAP 3 ) -7 DAP 3 ) R = =,97,5 Cn Queimd =e(-7,46+6,4 - -4-7 3 = e - DAP+-1,74-4 DAP +(1,61 +(1,61 DAP ) -7 DAP 3 ) RR = =,97 Cn Cru =e(-6,94+5,89 - -4-7 3 = e - DAP+-1,58-4 DAP +1,45 +(1,45 DAP ) -7 DAP 3 ) R =,97=,97,, 3 3 Diâmetro (cm),5 1,5 1 P. convencionl =e(-1,554+,15dap+-6,794-5 -8 = e DAP -5 +(5,9395 DAP +(5,9395 DAP 3 ) R = =,99 Cultivo mínimo =e(-1,679+,3dap+-6,6487-5 -8 = e DAP -5 +6,379 DAP +6,379 DAP 3 ) RR = =,99,5 1,5 1 Cn queimd =e(-1,795+,4dap+-7,1339-5 -8 3 = e DAP -5 +(6,7864 DAP +(6,7864 DAP ) R R= =,98 Cn cru =e(-1,416+,3dap+-5,85-5 -8 3 = e DAP -5 +5,3963 DAP +5,3963 DAP ) R R= =,99,5,5 5 5 Nº colmos m -1 15 1 P. convencionl =e(6,434+-,51dap+6,74-5 -8 = e (-6,434+,51DAP+6,74-5 DAP +(-5,9994 +(5,9994 DAP 3 ) R R = =,97 5 Cultivo mínimo =e(6,84+-,49dap+6,7434-5 -8 = e (-6,84+-,49DAP+6,7434-5 +-6,8 DAP +(6,8 DAP 3 ) R R = =,97 163 3 96 357 46 457 DAP 15 1 5-5 Cn queimd = e =e(6,158+-,37dap+6,41 (-6,158+-,37DAP+6,41-5 DAP +(-5,4479 +(-5,4479-8 DAP 3-8 ) DAP 3 ) R = R =,98-8 Cn cru = =e(6,456+-,6dap+,7dap e DAP +-6,515 +-6,515 DAP 3 ) R R= =,96 163 3 96 357 46 457 DAP Figur. Altur, diâmetro e número de colmos, prtir de seis colets em cn-de-çúcr, ns prcels (Prepro convencionl e Cultivo mínimo) e suprcels (Cn queimd e Cn cru). A nálise d evolução do diâmetro de colmos (Figur ) demonstr crescimento do diâmetro celerdo no início do ciclo d cultur, pr todos os trtmentos; posteriormente, not-se ligeir qued, entre 357 e 46 DAP, concordndo com o encontrdo por Alvrez e Cstro (1999). Ess diminuição pode estr relciond com consttção de que, em menor luminosidde, os colmos são mis finos (CAMARGO, 1968). Pel comprção dos ddos de cn em Cultivo mínimo e Prepro convencionl, constt-se que houve diferençs, 5% de significânci, os 96 e 357 DAP, miores pr o trtmento Cultivo mínimo, justmente no período em que começ ocorrer redução d precipitção. Esse efeito prece mostrr, pelo diâmetro dos colmos, que n mudnç do sistem de Prepro convencionl pr Cultivo mínimo, no primeiro no em cn plnt, o cnvil se dpt em às novs condições edáfics, qundo o menor revolvimento do solo fvorece o crescimento d cultur. Qunto à Cn cru e Cn queimd, consttse que não houve diferençs 5% de significânci. Pelo diâmetro dos colmos, esse efeito mostr que, no sistem de Cn cru, em relção à Cn queimd, no primeiro no pr cn plnt, o cnvil se dpt às novs condições de solo, promovids pel dição sucessiv d plhd; efeitos semelhntes form encontrdos em mudnçs de sistems de colheit por Mendoz et l. (). Alvrez e Cstro (1999) oservrm que, ns dts nteriores o DAC (dis pós o corte) de miores diferençs de diâmetro, entre Cn cru e Cn queimd, nos dois nos dquele experimento, houve mior utossomremento em Cn queimd que em Cn cru, fvorecendo redução do diâmetro, segundo ddos de índice de áre folir. Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 3, n. 1, p. 61-68, 1

Cn-de-çúcr em diferentes cultivos e colheits 65 O número máximo de colmos por metro liner foi otido os 163 DAP (nos meses de outuro e novemro). A prtir dí, esse número começou cir mis ruscmente té os 96 DAP (mrço) e mis lentmente té colheit em gosto, permnecendo igul dos 357 os 457 DAP (Figur ). Esse efeito pode ser explicdo pelo umento do utossomremento que ocorre no dossel com o vnço do ciclo d cultur. A comprção entre o perfilhmento d cn em prepro convencionl e cultivo mínimo presentou diferençs significtivs, miores dos 163 os 357 DAP, pr o prepro convencionl (Figur ). Esss diferençs iniciis se devem o fto de o prepro convencionl fvorecer o umento d mcroporosidde em superfície, pois este desgreg s prtículs do solo; já o cultivo mínimo pode promover mior densidde do solo, qundo comprdo com o prepro convencionl, o que é explicdo pelo efeito prolongdo d descompctção d cmd superficil do solo promovid pel rção ntes d renovção (CAMILOTTI et l., 5). No cultivo mínimo, somente foi efetud sulcção pr o plntio, dificultndo inicilmente o perfilhmento, um vez que o finl do ciclo não mis ocorrem diferençs, o que corroor Cmilotti et l. (5). A comprção entre o perfilhmento d Cn cru e Cn queimd, no presente experimento, presentou diferençs significtivs dos 163 os 96 e os 46 DAP, sendo mior em Cn cru (Figur ). Provvelmente, isso se deve o mior teor de umidde do solo (SINGH; SRIVASTAVA, 1973), o umento do teor de mtéri orgânic (CEDDIA et l., 1999; MENDONZA et l., ), à redução d mplitude térmic (OLIVEIRA, 1) e à redução d erosão, prtir d mior interção entre s frções orgânic e minerl do solo, em como d proteção d superfície do terreno contr o impcto de gots de chuv e d águ de irrigção (CEDDIA et l., 1999). Há, no entnto, lguns utores que indicrm como desvntgem pr Cn cru o fto de plh cusr dificuldde de rerot (SILVA, 1997). As flhs n rerot em Cn cru ocorrerim ns vrieddes melhords, s quis form desenvolvids num sistem de colheit com queim, que fvoreceri mior tx de emergênci d cn soc. Segundo Cmpos e Mrconto (1994), o somremento e diminuição d tempertur promovid pel plh seri desfvorável o rotmento d Cn cru, um vez que luminosidde é um dos ftores mis importntes nesse processo. Normlmente, ix luminosidde reduz o perfilhmento (CASAGRANDE, 1991), o qul ument à medid que tempertur se elev té um máximo em torno de 3ºC (DILLEWIJN, 196). Alvrez e Cstro (1999) não encontrrm diferençs significtivs pr perfilhmento entre Cn cru e Cn queimd. Já interção do sistem Prepro convencionl foi mior com mnejo Cn cru e menor com mnejo Cn queimd (Tel 1). A interção do sistem Cultivo mínimo foi mior com mnejo Cn cru e menor com mnejo Cn queimd. De mneir gerl, o Cultivo mínimo e o Prepro convencionl ssocido o sistem de colheit Cn cru são fvoráveis à produção liner de colmos m -1, em relção o Cultivo mínimo e o Prepro convencionl ssocido à Cn queimd. Portnto, não ocorrem perds no número de colmos n doção do sistem de colheit sem queim ssocido os diferentes métodos de cultivo, sendo possível su doção em cn plnt. Tel 1. Interções pr produção de colmos, plhs e ponts (rendimentos solutos) e número de colmos em respost dois sistems de cultivo e dois sistems de colheit. Médi de seis repetições. Trtmentos Cru Queimd Médi Colmos ----- t h -1 ----- Prepro convencionl 93,33 A 9,17 A 91,75 A Cultivo mínimo 99,17 A 86,67 A 9,9 A 96,5 88,4 9,33 Folhs ----- t h -1 ----- Prepro convencionl 4, A 4,6 A 4,41 B Cultivo mínimo 5,67 A 5,71 A 5,69 A 4,94 5,16 5,5 Ponts ----- t h -1 ----- Prepro convencionl 14,68 A 11,63 A 13,16 A Cultivo mínimo 15, A 13,3 A 14,15 A 14,84 1,47 13,65 Nº. de colmos ----- colmo m -1 ----- Prepro convencionl 15,5 A 14,5 B 15, A Cultivo mínimo 14, A 1,5 B 13,5 A 14,5 13,5 14, Médis seguids de mesm letr minúscul, n horizontl, pr mnejo dentro de cultivo e miúsculs, n verticl, pr cultivo dentro de mnejo não diferem entre si pelo teste de Duncn (α =,5). C.V. pr prcel e suprcel. Colmos t h -1 (1,91 e 13,14), Folhs t h -1 (8,5 e 18,6) e Ponts t h -1 (17,8 e 15,54), respectivmente. N Tel 1 são presentdos os ddos reltivos à fitomss fresc de colmos, folhs e ponts colhids os 457 dis nos diferentes sistems de cultivo e colheit. Oserv-se que o trtmento renovção do cnvil, em Prepro convencionl e cultivo mínimo, não presentou diferenç esttístic n produtividde em cn plnt, concordndo com os ddos de Grnge et l. (4). Deve-se levr em considerção recém-instlção deste trtmento, pois, pr que hj o surgimento dos efeitos desses tipos de sistems, um período de tempo mior é requerido. Contudo, em solos com uso de prátics Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 3, n. 1, p. 61-68, 1

66 Tvres de mnejo n produção de cn-de-çúcr, com excessivo prepro do solo, queim de resíduos d cultur e elevds fertilizções estão contriuindo pr degrdção do solo, cujo reflexo é o declínio d produtividde n Austráli (WOOD, 1985) e Tilândi (GRANGE et l., 4). A vriável folh foi significtivmente mior pr cn em Cultivo mínimo, com 5,69 t h -1, e menor pr cn em Prepro convencionl, com 4,41 t h -1 (Tels 1 e ). Pr produtividde de ponts, não houve diferenç significtiv entre os sistems de cultivo. Esse efeito prece mostrr que, n mudnç do sistem Prepro convencionl pr Cultivo mínimo, no primeiro no pr cn plnt, qundo o cnvil produz mis folhs e mesm quntidde de ponts, este sistem tem mior eficiênci n produção de fitomss, qul deverá ser diciond o sistem. Tel. Mtriz de correlção de Person pr produção de colmos, folhs e ponts em t h -1, nos diferentes sistems de cultivo e de colheit de cn-de-çúcr. Colheit Cultivo Colmos Folhs Colheit 1 Cultivo 1 Colmos,35,48 1 Folhs -,97,553,17 1 Ponts,56,1,599,359 Em negrito, vlores significtivos em nível α =,5. Pr os diferentes sistems de colheit ns Tels 1 e, o trtmento com queim e sem queim do plhiço não resultou em diferenç significtiv entre s produtividdes de colmos em cn plnt, concordndo com os resultdos de Souz et l. (5) em sistem Cn cru sem incorporção d plhd. Em termos de rendimento reltivo (R.R.%), tomndo-se o máximo vlor Cn cru como igul 1%, produção de Cn queimd correspondeu 91,9%, ou sej, renovção do cnvil sem queimd fvoreceu o R.R.% de colmos por hectre em relção à Cn queimd. Outro fto interessnte é que não houve redução n produção de colmos, pós renovção do cnvil e implntção do sistem de colheit sem prévi queim do plhiço pr cn plnt. Pois, gerlmente, tem-se qued n produtividde qundo d implntção do sistem Cn cru. Não houve diferenç pr vriável folh. Porém, pr produtividde de ponts, houve diferenç significtiv (Tel 1 e ), sendo mior pr Cn cru, com 14,84 t h -1, e menor em Cn queimd, com 1,47 t h -1. Esses efeitos mostrm que, no sistem com queim, o cnvil entr mis rpidmente em senescênci, qundo comprdo o sistem sem queim, um vez que houve correlção positiv significtiv de 6% entre produtividde de ponts e de colmos (Tel ). Mesmo por ocsião do mdurecimento d cn, qundo são necessáris condições restritivs o crescimento vegettivo, mnutenção d fotossíntese em txs rzoáveis é necessári, visto ser este o processo responsável pel formção de çúcres serem rmzendos (MACHADO, 1987). A produtividde de ponts é, portnto, um ftor importnte d fotossíntese e d produtividde. Dí o rendimento reltivo de 8% mis em Cn cru, já que, qunto mis rpidmente crescem s folhs e mior é o período em que permnecem tivs, mior deverá ser produtividde d cultur (MACHADO, 1987), conforme Figur 3. Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 3, n. 1, p. 61-68, 1 Ponts (t h -1 ) 5 15 1 5 vlor os= =,6,6 p-vlue= =,, α α= =,5,5 4 6 8 1 1 Colmos (t h -1 ) Figur 3. Teste de correlção de Person pr produção de colmos e ponts em t h -1. Além do mis, o evidencir mis estruturs fotossintétics tivs, Cn cru pode mnter su tividde por um período mior. Segundo Csgrnde (1991), umentos significtivos n produção form otidos pr vriedde de folhs erects, pelo umento d densidde populcionl. Neste cso, presentou um colmo mis por metro liner no sistem Cn cru (Tel 1). Em experimento de long durção, onde tem sido mntid plh no sistem (RESENDE et l., 6) verificrm que os rendimentos de colmos umentrm 5%, principlmente nos nos de ixs precipitções, sugerindo que presenç d plhd no terreno foi enéfic n conservção d umidde do solo. Souz et l. (5) encontrrm mior produção de colmos em sistem Cn cru com incorporção d plhd, pel melhori dos triutos físicos do solo. Conclusão Os sistems de prepro do solo cultivo mínimo propici, inicilmente, umento do diâmetro do colmo e mior produtividde de folhs n colheit. O perfilhmento é fvorecido pelo prepro

Cn-de-çúcr em diferentes cultivos e colheits 67 convencionl. Porém, o longo do período, todos os ddos iométricos se igulrm o finl do ciclo d cn plnt. Com mnutenção d plhd n superfície, houve umento no pdrão de perfilhmento n fse intermediári e finl d cultur, refutndo influênci negtiv d plhd n rerot e promovendo, ind, mior ltur os 357 DAP. Após 16 nos de cultivo d cn-de-çúcr com e sem queim do plhiço, oservou-se mior produtividde de ponteiros no sistem Cn cru, promovendo incrementos no rendimento dos colmos. O sistem de cultivo mínimo e Cn cru são prátics que potencilizm, prtir de folhs e ponts, dição e o cúmulo de mteril orgânico no sistem. Agrdecimentos À Cpes, os técnicos do Cmpus Dr. Leonel Mirnd UFRRJ e à Usin LASA. Referêncis ALVAREZ, I. A.; CASTRO, P. R. C. Crescimento d prte ére de cn cru e queimd. Scienti Agricol, v. 56, n. 4, p. 169-179, 1999. CAMARGO, P. N. Fisiologi d cn-de-çúcr. Pircic: Eslq, 1968. CAMPOS, M. S.; MARCONATO, A. Sistem Cn cru x Cn queimd: CLAAS. STAB, v. 1, n. 13, p. 1-17, 1994. CAMILOTTI, F.; ANDRIOLI, I.; DIAS, F. L. F.; CASAGRANDE, A. A.; SILVA, A. R.; MUTTON, M. A.; CENTURION, J. F. Efeito prolongdo de sistems de prepro do solo com e sem cultivo de soqueir de Cn cru em lgums proprieddes físics do solo. Engenhri Agrícol, v. 5, n. 1, p. 189-198, 5. CASAGRANDE, A. A. Tópicos de morfologi e fisiologi d cn-de-çúcr. Joticl: Funep, 1991. CEDDIA, M. B.; ANJOS, L. H. C.; LIMA, E.; RAVELLI NETO, A.; SILVA, L. A. Sistems de colheit d cn-de-çúcr e lterções ns proprieddes físics de um solo Podzólico Amrelo no Estdo do Espírito Snto. Pesquis Agropecuári Brsileir, v. 34, n. 8, p. 1467-1473, 1999. DILLEWIJN, C. N. Botnique de l cnne sucre. Wgeningen: Veenmn nd Zonen, 196. FREITAS, G. R. Prepro do solo. In: PARANHOS, S. B. (Cool.). Cn-de-çúcr cultivo e ultilizção. Cmpins: Fundção Crgill, 1987. v. 1, p. 71-33. GRANGE, I.; PRAMMANEE, P.; PRASERTSAK, P. Comprtive nlysis of different tillge systems used in sugrcne (Thilnd). AFBMNetwork Conference-Proceedings of Contriuted Ppers, v. 36, n. 11, p. 1-6, 4. HUNT, R. Plnt growth curves: the functionl pproch to plnt growth nlysis. London: Edwrd Arnold, 1981. MACHADO, E. C. Fisiologi de produção de cn-deçúcr. In: PARANHOS S. B. (Ed.). Cn-de-çúcr cultivo e ultilizção. Cmpins: Fundção Crgill, 1987. p. 71-33. MENDOZA, H. N. S.; LIMA, E.; ANJOS, L. H. C.; SILVA, L. A.; CEDDIA, M. B.; ANTUNES, M. V. M. Proprieddes químics e iológics de solo de tuleiro cultivdo com cn-de-çúcr com e sem queim d plhd. Revist Brsileir de Ciênci do Solo, v. 4, n. 1, p. 1-7,. NETER, J.; WASSERMAN, W. Applied liner sttisticl models. Homewood: Richrd D. Irwin, 1974. OLIVEIRA, J. C. M.; TIMM, L. C.; TOMNAGA, T. T.; CÁSSARO, F. A. M.; REICHARDT, K.; BACCHI, O. O. S.; DOURADO NETO, D.; CÂMARA, G. M. S. Soil temperture in sugr-cne crop s function of the mngement system. Plnt nd Soil, v. 3, n. 1, p. 61-66, 1. ORLANDO FILHO, J.; ZAMBELLO, E. J. Distriuição e conservção dos solos com cn-deçúcr no Brsil. In: ORLANDO FILHO, J. (Ed.). Nutrição e dução d cn-de-çúcr no Brsil. Pircic: IAA/Plnlsucr, 1983. v., p. 41-73. RESENDE, A. S.; XAVIER, R. P.; OLIVEIRA, O. C.; URQUIAGA, S.; ALVES, B. J. R.; BODDEY, R. M. Long-term effects of pre-hrvest urning nd nitrogen nd vinsse pplictions on yield of sugr cne nd soil cron nd nitrogen stocks on plnttion in Pernmuco, N.E. Brzil. Plnt nd Soil, v. 81, n. 1-, p. 339-351, 6. RESENDE, A. S.; SANTOS, A.; XAVIER, R. P.; COELHO, C. H.; GONDIN, A.; OLIVEIRA, O. C.; ALVES, B. J. R.; BODDEY, R. M.; URQUIAGA, S. Efeito d queim d plhd d cn-de-çúcr e de plicções de vinhç e duo nitrogendo em crcterístics tecnológics d cultur. Revist Brsileir de Ciênci do Solo, v. 3, n. 6, p. 937-941, 6. SILVA, M. S. L.; RIBEIRO, M. R. Influênci do cultivo contínuo de cn-de-çúcr em proprieddes morfológics e físics de solos rgilosos de tuleiro no Estdo de Algos. Revist Brsileir de Ciênci do Solo, v. 16, n. 3, p. 397-4, 199. SINGH, S.; SRIVASTAVA, K. K. Effects of soil - wter potentil on germintion of sugr cne setts. Indin Journl of Agriculturl Sciences, v. 44, n. 3, p. 184-187, 1973. SOUZA, Z. M.; PRADO, R. M.; PAIXÃO, A. C. S.; CESARIN, L. G. Sistems de colheit e mnejo d plhd de cn-de-çúcr. Pesquis Agropecuári Brsileir, v. 4, n., p. 49-56, 5. VITTI, A. C.; TRIVELIN, P. C. O.; GAVA, G. J. C.; PENATTI, C. P.; BOLOGNA, I. R.; FARONI, C. E.; FRANCO, H. C. J. Produtividde d cn-de-çúcr relciond o nitrogênio residul d dução e do Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 3, n. 1, p. 61-68, 1

68 Tvres sistem rdiculr. Pesquis Agropecuári Brsileir, v. 4, n., p. 49-56, 7. WOOD, A. W. Soil degrdtion nd mngement under intensive sugrcne cultivtion in North Queenslnd. Soil Use nd Mngement, v. 1, n. 4, p.1-14, 1985. Received on July 18, 7. Accepted on April 8, 8. License informtion: This is n open-ccess rticle distriuted under the terms of the Cretive Commons Attriution License, which permits unrestricted use, distriution, nd reproduction in ny medium, provided the originl work is properly cited. Act Scientirum. Agronomy Mringá, v. 3, n. 1, p. 61-68, 1