Capítulo 2 Como é sua relação com o dinheiro?



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Transcrição:

Capítulo 2 Como é sua relação com o dinheiro? Talvez você esteja devendo dinheiro neste momento, seja porque algum evento negativo inesperado tirou sua vida dos trilhos repentinamente, seja porque as coisas saíram do controle sem que você percebesse isso com clareza. Pode ser ainda que você não esteja devendo absolutamente nada, mas sente grande insegurança financeira. Está relutante em gastar dinheiro, com a sensação de que não tem o suficiente, que poderá faltar dinheiro se fizer aquilo que deseja, que não está adequadamente preparado para algum imprevisto ou mesmo para se aposentar um dia. Existem várias evidências que mostram quanto não ter a vida financeira em ordem pode afetar outros aspectos da vida de uma pessoa. A Associação Americana de Psicólogos (American Psychological Association APA) realiza, anualmente, uma pesquisa nos Estados Unidos chamada Stress in America, com o objetivo de mostrar os efeitos do estresse sobre os norte -americanos. A última pesquisa divulgada até a produção deste livro é de 2011. O dinheiro é o principal entre os fatores causadores de estresse, atingindo 75% dos indivíduos pesquisados. O segundo fator que causa mais estresse é o trabalho, seguido pela economia. Veja que interessante, a maior fonte de estresse é o dinheiro, ao passo que a segunda e a terceira não são dinheiro propriamente, mas estão intimamente associadas a ele. Apenas em quarto lugar vemos algo sem relação direta com o dinheiro, que são os relacionamentos. No entanto, podemos afirmar aqui (e é provável que você concorde conosco) que eles podem ser altamente influenciados, para o bem ou para o mal, pelo dinheiro. Pesquisas como essa existem em praticamente todos os lugares do mundo, e todas apontam o dinheiro como o maior causador de estresse nas pessoas. No entanto, quando falamos que o dinheiro é culpado, queremos dizer que o que causa o estresse é uma vida financeira problemática, pois o dinheiro em si não faz mal a ninguém. Uma observação sobre dívidas Em decorrência de percepções equivocadas e educação financeira deficiente, muitas pessoas criam um conceito de endividamento distorcido. A seguir, apresentamos dois exemplos mais comuns. 1) Pessoas que se consideram endividadas somente quando têm dívidas vencidas. Quando deve dinheiro, você tem uma dívida. Se você comprou uma televisão e ainda não pagou todas as parcelas, você tem uma dívida de fato. O dinheiro que você vai ganhar no futuro já está comprometido com esses pagamentos. Você nem o recebeu ainda e ele já não é mais seu. Simplesmente, é uma dívida. Algumas pessoas, ou por desconhecerem conceitos básicos de finanças ou por questão de conveniência, só se 2 3

consideram endividadas se essas dívidas estiverem atrasadas. Se as parcelas estão sendo pagas nas datas corretas, então está tudo bem, não há dívida. Esse tipo de raciocínio é uma armadilha perigosa. 2) Pessoas que consideram limites de crédito pessoal como dinheiro delas. Fulano tem 100 reais no banco e um limite de cheque especial de 1.000 reais, então ele tem 1.100 reais. Uma variação pior desse cenário é: Fulano está com a conta negativa em 500 reais e tem um limite de 1.000 reais, então tem 500 reais sobrando. Dinheiro de cheque especial, rotativo de cartão de crédito ou de qualquer outra linha de crédito que esteja disponível não é seu. Ao usá-lo, você contrai uma dívida e arcará com os (altos) custos financeiros decorrentes dessa decisão. Pelos mesmos motivos expostos (educação financeira deficiente ou conveniência), muita gente acredita que aquele dinheiro é dela. Não é à toa que o cartão de crédito e o cheque especial são os maiores responsáveis pelo endividamento de pessoas físicas no Brasil. Tipos de endividamento Vamos ver alguns casos relacionados a esses problemas em diferentes graus. Falso endividamento Um conceito básico de finanças importante de conhecer é que o dinheiro tem um valor ao longo do tempo. Mil reais agora não são a mesma coisa que 1.000 reais no ano que vem, pois se você recebesse o dinheiro hoje e o investisse, em um ano o valor seria maior. É preciso considerar ainda outros fatores como inflação, riscos etc. Por isso, quando você vai a uma loja e vê determinado item anunciado por 1.000 reais à vista ou dez parcelas de 100 reais no cartão de crédito (o valor do produto à vista é exatamente igual à soma das parcelas a prazo), você tende a comprar parcelado. Do ponto de vista estritamente financeiro, o sensato é pagar a prazo (a não ser que o lojista dê um desconto no valor à vista), mesmo que você tenha dinheiro para pagar à vista, pois estará aproveitando essa variação que o dinheiro sofre ao longo do tempo. A pessoa que opta por essa situação está, tecnicamente falando, endividada. Entretanto, essa dívida foi feita para tirar vantagem de uma situação e ela tem dinheiro para liquidar tudo de uma vez se for preciso. Então, dizemos que ela é uma falsa endividada. Algumas pessoas se sentem desconfortáveis nessa situação, pois sabem que estão tecnicamente endividadas, e sabemos que a palavra dívida tem uma conotação muito ruim. Endividamento leve Sofre de endividamento leve quem faz compras a prazo por não ter dinheiro para pagar à vista, mas consegue manter essas prestações em dia. 4 5

Ocasionalmente, pode haver algum estouro no orçamento em um mês ou outro e ela tenha de recorrer a alguma forma de crédito de curto prazo (como o cheque especial) para pagar as dívidas. Essa pessoa está com a situação razoavelmente controlada, porém já se encontra no limite (e não estamos falando aqui, apenas, do cheque especial, e sim da situação como um todo). Se alguma coisa sair errado, ela pode se descontrolar completamente e agravar muito o processo de endividamento. Endividamento moderado Quem sofre de endividamento moderado está permanentemente endividado, com alguma frequência atrasa o pagamento de contas e prestações, ou seja, tem um desequilíbrio financeiro crônico. Está sempre gastando mais do que ganha, seja em novas aquisições, seja arcando com os custos financeiros (como juros) de dívidas e compras à prestação feitas no passado. Essa pessoa já começa a ter problemas um pouco mais sérios cuja resolução provavelmente passará por uma mudança no estilo de vida a fim de conseguir se reorganizar e dar cabo de tantas pendências e compromissos financeiros. Nessa situação, é comum começar a sucumbir ao estresse e experimentar sérios problemas de saúde e de relacionamentos decorrentes dele. Endividamento crítico É aquele endividamento que já está num nível tão alto que dificilmente será pago sem ações drásticas. Nesse ponto, dizemos que a pessoa está quase falida, pois pode ser que o volume devido seja tão grande que, mesmo que ela trabalhe a vida toda só para sanar a dívida, talvez não seja o suficiente. Uma vez que essa dívida é provavelmente impagável, talvez a pessoa precise apelar para mecanismos diversos (talvez até de natureza judicial) para que a dívida seja total ou parcialmente perdoada. Em geral, a pessoa nessa situação já está devendo para Deus e o mundo ; para bancos, lojas, parentes, amigos... Ela já esgotou todas as fontes de dinheiro e a dívida não para de crescer. Pessoas que enfrentam endividamento crítico muitas vezes estão em situação desesperadora, sozinhas, sem saída, abandonadas por colegas e familiares e sem condições de arrumar trabalho. Nesse ponto, podem ser atacadas por sintomas depressivos muito intensos ou mesmo cogitar saídas extremas, como o suicídio. Insuficiência de reservas Algumas pessoas têm um equilíbrio financeiro perfeito. Aquilo que ganham, gastam. Não sobra nada, nem um centavo. Teoricamente não há problemas em viver desse jeito se considerarmos que o equilíbrio vai permanecer. No entanto, não podemos garantir que as coisas não mudarão no futuro, que nossas necessidades não se modificarão e que imprevistos não acontecerão. 6 7

A pessoa que sofre de insuficiência de reservas não tem fôlego financeiro para dar passos importantes na vida ou, pior que isso, corre o risco de descambar para uma situação de endividamento ao menor solavanco. Viver com insuficiência de reservas não é uma coisa positiva, contudo certamente é melhor do que ter dívidas. O sujeito endividado não tem reservas insuficientes, ele tem reservas negativas. Algumas pessoas têm o que chamamos de saúde frágil, não são doentes, muito pelo contrário. São saudáveis, porém podem adoecer seriamente com grande facilidade. Um simples resfriado ou uma intoxicação alimentar podem ter consequências desastrosas, pois o corpo não reage bem às mínimas variações de condições. A pessoa com insuficiência de reservas é o equivalente financeiro daquele de saúde frágil, que está saudável mas pode ficar seriamente doente se fizer qualquer coisinha fora do programado. Vejamos a seguir quais os graus de insuficiência de reservas. Insuficiência leve Imaginemos aquele sujeito que quer comprar um carro novo. Não qualquer carro, mas um realmente bom, talvez aquele importado com que sempre sonhou. Ele não pode comprar o veículo agora, pois não tem dinheiro para pagar. Ele poderia, quem sabe, financiar, porém não quer ficar endividado. Então ele terá de adiar o sonho. Ou ele economiza o dinheiro para comprar o automóvel considerando seu salário e sua renda atuais (o que poderá levar um tempo X), ou ele terá de arrumar algum jeito de ganhar mais dinheiro, talvez por meio de um aumento salarial ou da expansão de seus negócios, a fim de encurtar esse tempo. Alguém mais crítico poderia dizer que uma pessoa assim não tem problema nenhum e, se tiver, deve ser de falta de vergonha na cara. No entanto, não cabe a nós julgar se o automóvel é caro ou barato, se é futilidade ou não. Se a pessoa está experimentando uma situação em que sua qualidade de vida é afetada pela insuficiência financeira, então estamos, sim, diante de um problema de saúde financeira. Insuficiência moderada O indivíduo que sofre de insuficiência moderada é aquele que tem uma renda (que talvez seja até boa), não soma dívidas, pode até possuir dinheiro investido, porém não consegue acumular dinheiro suficiente para conceber grandes projetos na vida. Por grandes projetos, entendemos eventos que transformam estruturalmente a vida de uma pessoa e que, normalmente, demandam dinheiro, como comprar um imóvel, ter um (ou mais um) filho, investir em um negócio próprio (ficando assim acorrentado a um emprego que talvez não goste), se aposentar ou investir em algum projeto realmente extravagante, como tirar um ano sabático ou realizar uma viagem de longa duração. 8 9

Esse indivíduo até consegue levar a vida, mas se vê condenado a sua condição atual meio frustrante. Insuficiência severa A pessoa que sofre de insuficiência severa é aquela que está com um pé no chão e o outro na casca de banana. Se alguém der um empurrãozinho, ela cairá na hora, e passará para a categoria dos endividados. É aquela pessoa que não consegue acumular nenhum dinheiro. O que ganha, ela gasta. Não é nem por ser esbanjadora ou gastadora. Muitas vezes gasta pouco, contudo também ganha muito pouco e não tem onde cortar. Ela está aprisionada nessa situação, pois como não sobra dinheiro, não consegue fazer investimentos (por exemplo, um curso ou uma pós-graduação) com o objetivo de ganhar mais dinheiro no futuro e fazer sobrar algo. Se a pessoa que sofre de insuficiência moderada tem uma vida frustrante, esta aqui nem vive. Apenas sobrevive. Como é sua relação com o dinheiro? Preparamos um teste bem simples para avaliar sua relação com o dinheiro. Responda-o escolhendo a resposta mais adequada para seu estilo de vida e depois some os pontos de acordo com as instruções encontradas ao fim. 1. Como é seu padrão de vida atual? a) Tenho caderneta de poupança e investimentos bem definidos e procuro respeitá-los todo mês. b) Meu salário é suficiente para minhas necessidades e expectativas mensais e, quando sobra um pouquinho, invisto. c) Meu salário é quase o total de minhas dívidas e compromissos mensais e com o pouco que sobra tento comprar algo para a família. d) Possuo dívidas que não me permitem poupar nada e que, muitas vezes, me forçam a entrar no cheque especial. 2. Como é seu controle financeiro? a) Registro todos os gastos em um lugar fácil de acompanhar, normalmente em uma planilha ou agenda. b) Sou controlado(a), mas não tenho registro completo de meus gastos, especialmente aqueles esporádicos. c) Sei quanto ganho, mas não sei quanto gasto. d) Não tenho nenhum tipo de controle. 3) De que forma o cheque especial está presente em sua vida? a) Não uso o limite do cheque especial. b) Não me lembro da última ocasião em que o utilizei, mas sei que foi por alguma emergência. c) Utilizo esporadicamente, mas cubro depois de alguns dias. d) Utilizo com frequência, ao menos uma vez por mês. 10 11

4) Você se interessa em ler material de finanças pessoais e investimentos? a) Sim, acompanho o noticiário especializado e procuro ler opiniões e artigos de especialistas da área. b) Leio os textos de economia de uma revista de grande circulação e falo sobre dinheiro apenas com familiares e amigos. c) Procuro seguir as dicas de amigos e familiares que já possuem investimentos. d) Prefiro conversar com o gerente do banco sobre as alternativas de investimento que posso utilizar. 5) Quando compra alguma coisa, você: a) Faz uma extensa pesquisa de preços, pechincha bastante e paga sempre à vista. b) Costuma pesquisar preços, mas não se prende ao preço final do produto, optando pelo pagamento parcelado. c) Aproveita as oportunidades de parcelar com cartão de crédito ou crediário. d) Sempre paga parcelado, por não ter o valor total à vista ou por não considerar vantajoso o desembolso total. 6) Se você perdesse seu emprego hoje ou decidisse parar de trabalhar, por quanto tempo sua reserva o sustentaria? a) Por muito tempo (mais de vinte anos). b) De um a cinco anos. c) De seis meses a um ano. d) Menos de seis meses. 7) Você já pensa em sua aposentadoria? a) Tenho um plano de previdência privada e/ou um plano de poupança e investimentos constantemente reavaliados para permitir que eu pare de trabalhar na data em que desejar. b) Pretendo me aposentar com o salário que recebo hoje e eventualmente utilizar alguns recursos poupados até lá. c) Conto com a aposentadoria do governo e também com a ajuda de familiares. d) É cedo para pensar nisso, provavelmente continuarei trabalhando. 8) Como estão seus investimentos? a) Diversifico meus investimentos de acordo com meu perfil e procuro manter sempre parte de meu patrimônio em produtos com boa liquidez, ou seja, que podem ser facilmente convertidos em dinheiro e que perdem pouco valor. b) Gosto de investir em imóveis e em produtos conservadores, como os de renda fixa. c) Invisto em produtos apresentados por meu gerente bancário, como títulos de capitalização e fundos de ações. d) Ainda não possuo capital disponível para investir. 12 13

9) Você possui outras fontes de receita além de seu salário? a) Sim, tenho renda proveniente de aluguel, dividendos, pró-labore, entre outros. Acredito que essa renda passiva (ou complementar) será um grande diferencial ao longo de meu futuro. b) Sim, mas apenas de aluguel e de eventuais trabalhos temporários ou extras. A renda complementar não é minha prioridade. c) Não, mas pretendo investir nisso ainda este ano. d) Não. 10) Se você recebesse um prêmio de 150 mil reais, você: a) Investiria a quantia, com o objetivo de aproveitá-la em seus planos de independência financeira. b) Investiria grande parte do dinheiro, mas usaria um pouco para satisfazer alguns sonhos materiais. c) Quitaria dívidas, compraria bens e satisfaria algumas vontades. d) Pagaria dívidas. Interpretando os resultados 10 a 25 pontos: Situação financeira instável, sofrendo de doenças financeiras que prejudicam o planejamento e a realização de objetivos. O foco apenas no curto prazo gera angústia e abre espaço para compras por impulso e consequente endividamento. 25 a 40 pontos: Há valorização do dinheiro e da importância das ferramentas de controle financeiro, mas falta atitude para buscar tratamento para doenças financeiras que impedem a construção de um plano de independência financeira. 40 a 50 pontos: O dinheiro é importante e um meio essencial para uma vida tranquila e confortável. Há espaço para aprender mais sobre as doenças financeiras a fim de evitá-las, e também sobre maneiras de multiplicar o patrimônio e manter um padrão de vida confortável por muito tempo. Se você se identificou, será que, em maior ou menor grau, sofre de alguma doença financeira? Pontuação: a = 5 pontos; b = 3 pontos; c = 2 pontos; d = 1 ponto. 14 15

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