Decomposição das taxas de homicídios no Brasil e seus estados: a demografia é de fato importante?

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Transcrição:

Decomposção das axas de homcídos no Brasl e seus esados: a demografa é de fao mporane? Ar Francsco de Araujo Junor * Cláudo Djssey Shkda ** Resumo - Ese argo esuda a relação enre faores demográfcos e axa de homcídos para o Brasl no período 1996-007. Como se sabe, a análse do comporameno da axa de homcídos de forma desagregada nos perme enender melhor a nfluênca de faores demográfcos e faores específcos da função de moraldade por homcídos. Para nossa amosra, os resulados mosram que alerações na composção eára não conrbuem sgnfcavamene na explcação das varações das axas de homcídos no período. Palavras-chave: Demografa. Homcídos. Crmnologa. 1 InRoDução Muo em sdo dscudo sobre a relação enre a volênca e alerações de caraceríscas demográfcas da população em análse. A leraura não é consensual nesse sendo. Alguns auores argumenam que as ondas de crme esão assocadas a mudanças mporanes na esruura eára da população (Fox, 1996 e 1997; WlSon, 1994, Scenfc Amercan, 1996, apud lev, 1999). lev (1999) sugere que mudanças na composção eára apresenam nfluênca lmada sobre as axas agregadas de crme. Seus resulados ndcam que as mudanças na esruura eára explcam as fluuações das axas de volênca em não mas que 1% ao ano, o que sgnfcara que as mudanças na esruura eára esperadas para o caso amercano no fuuro não raram conrbução mporane para a redução do problema. De Mello e Schneder (007) enconram resulados para o esado de São Paulo mas alnhados àqueles resumdos por Fox (Scenfc Amercan, 1996, apud lev, 1999). Usando uma base de dados dos muncípos paulsas para o período de 1991 a 005 e regressões que exploram a caracerísca de panel dos dados, em que o logarmo da axa de homcídos é o regressando e o logarmo do percenual da população com dade enre 15 e 4 anos é o regressor (além de ouros conroles), os auores afrmam que: Avalando o efeo da demografa usando a menor esmava, a mudança demográfca enre a segunda meade dos anos 1990 e a prmera meade dos * Mesre em eora econômca pela Unversdade Federal de Mnas Geras. É professor asssene do bmec-mg. Endereço elerônco: arfaj@bmecmg.br. ** Douor em economa pela Unversdade Federal do Ro Grande do Sul. É professor do bmec-mg. Endereço elerônco: claudods@bmecmg.br. Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011 87

Ar Francsco de Araujo Junor, Cláudo Djssey Shkda anos 000 causou uma redução de 7,14% nos homcídos, ou seja, a demografa responde pela meade da redução dos homcídos enre esses dos períodos. (MEllo; SCHnEDER, 007). A conclusão acma esá sujea a alguns reparos. Prmero, a axa de homcídos, como qualquer axa, é uma méda ponderada. vale lembrar que uma varável consruída desa forma esá sempre, em ese, sujea a dversos efeos de composção (dade, gênero ec.). no caso específco, os auores esão preocupados com a esruura eára. ou seja, podemos dzer que a axa de homcídos é uma méda ponderada das axas específcas de mores por essa causa em que o peso, em cada pono, é dado pela própra esruura eára. Segundo, anda que se defna (nadequadamene) como efeo da demografa a parcela relava à esruura eára, o uso de um grupo eáro apenas na regressão não decompõe, no período, a nfluênca da demografa. Porano, não há dúvda de que o resulado enconrado represena a conrbução oal de um grupo eáro específco para a redução da axa agregada de homcídos. Mas raa-se de um erro conceual e de nerpreação arbur esse efeo específco ao que de fao observaríamos se pudéssemos esudar o que ocorre para oda a dsrbução eára da população 1. na verdade, se queremos enender correamene, do pono de vsa quanavo, a relação enre as mudanças na esruura eára e as axas agregadas de homcídos, deveríamos realzar um exercíco de decomposção al como sugerdo por Preson e al. (001). Esse é o objevo cenral do argo: realzar um exercíco de decomposção das axas agregadas de homcídos de odos os esados do Brasl enre os anos de 1996 a 007 de modo a quanfcar a conrbução das alerações na esruura eára sobre as fluuações das axas de homcídos. na próxma seção conexualzamos o exercíco usando o caso do esado de São Paulo. na seção segune apresenamos a meodologa de decomposção adoada no argo. os resulados são dscudos na Seção 4. na úlma seção são dscudas as prncpas conclusões. ConexualIzação no Gráfco 1 apresenamos as varações percenuas das axas bruas de homcídos para os esados brasleros enre 1996 e 007. os dados sugerem que o problema em uma ele- 1 vale anda um comenáro adconal: as regressões de De Mello e Schneder (007) podem ambém esar superesmando o efeo da proporção de jovens, pos falam conroles mporanes que são omdos, por exemplo, varáves que caparam o efeo da repressão/dssuasão nos muncípos. Curosamene, os auores não mosram a rrelevânca desses faores denro da especfcação economérca que, suposamene, mosrara evdêncas favoráves à sua ese. Ao nvés dsso, há apenas um argumeno verbal sobre esses possíves efeos. nesse sendo, os auores raaram ambos os argumenos de forma desgual. sso não sera um problema séro se os argumenos fossem complemenares enre s, mas o procedmeno não nos perme julgar a suposa pequena magnude relava da repressão/dssuasão sob o mesmo créro. 88 Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011

Decomposção das axas de homcídos no Brasl e seus esados: a demografa é de fao mporane? vação sgnfcava em alguns esados, por exemplo, mas que 100% no período, nos segunes casos: Mnas Geras, Pauí, Maranhão, Pará, Alagoas e Ro Grande do nore. Em ouros, como São Paulo, Amapá, Rorama, Ro de Janero, Mao Grosso do Sul, Dsro Federal e Acre, noamos que a varação percenual fo negava no período. GRáFCo 1 - varação PERCEnUAl DAS AxAS DE HoMCÍDoS (1996 A 007) 00 180 160 140 10 100 80 % 60 40 0 0-0 -40 SP AP RR RJ MS DF AC Brasl MT AM RO PB ES SC RS PE TO GO BA SE CE PR RN AL PA MA PI MG -60 E sados FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. Esses resulados podem ser arbuídos, a parr do foco do argo, em qualquer dos casos (varações percenuas posvas ou negavas no período), a mudanças na esruura eára ou da função moraldade por homcídos. sso porque, como afrmado anerormene, uma axa brua ou agregada é uma méda ponderada al que: HR = C SHR (1) em que HR é a axa de homcídos no ano ; SHR é a axa específca (de cada grupo eáro) de homcídos (função moraldade por homcídos) e C é o percenual ou peso de cada grupo eáro na população (dsrbução eára). Fácl noar que a axa brua de homcídos pode varar ou por mudanças na função moraldade ou por mudanças na esruura eára (ou em ambas). vamos ulzar aqu o exemplo do esado de São Paulo. vmos que São Paulo apresenou, no período enre 1996 e 007, uma redução de 58,8% nas axas de homcídos (a axa brua de moraldade de 1996 é de 36,30 por 100 ml enquano a de 007 é de 14,96 por 100 ml). A Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011 89

Ar Francsco de Araujo Junor, Cláudo Djssey Shkda perguna relevane é: o que explca essa queda? A resposa: mudança nas axas específcas, nos pesos ou ambas. Podemos noar, pelo Gráfco, que a função moraldade do esado de São Paulo sofre, com exceção do grupo eáro 75-79 anos, um deslocameno para baxo. GRáFCo - AxAS ESPECÍFCAS DE MoRAlDADE PoR HoMCÍDoS (SHR) - SÃo PAUlo (1996 A 007) 100 90 80 70 60 por 100 ml 50 40 30 0 10 0 0 1-4 5-9 10-14 15-19 0-4 5-9 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80+ G rupos Eáros SHR 1996 SHR 007 FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. GRáFCo 3 - ESRUURA EáRA DA PoPUlAÇÃo (C) - SÃo PAUlo (1996 A 007) 1 10 8 % 6 4 0 0 1-4 5-9 10-14 15-19 0-4 5-9 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80+ G rupos Eáros C 1996 C 007 FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. 90 Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011

Decomposção das axas de homcídos no Brasl e seus esados: a demografa é de fao mporane? Por ouro lado, pelo Gráfco 3, em que a esruura eára de 1996 e 007 da população paulsa é apresenada, podemos noar que ocorre uma aleração nos pesos de cada grupo eáro. al como esperado, emos uma redução do peso dos grupos mas jovens e um aumeno daqueles de dades mas avançadas. raa-se de uma esruura em envelhecmeno ípca de regão em eságo mas avançado da ransção demográfca. A dúvda que fca é: qual conrbução é maor, aquela observada pelas mudanças na função moraldade ou a observada nas alerações da dsrbução eára da população? Claro que, se a conrbução da função moraldade for relavamene maor do que a esmada para as alerações na esruura eára, as varáves que afeam a função moraldade do crme, condções econômcas, socas e de dssuasão, são as maores suspeas para o esudo dos prncpas deermnanes da axa de homcídos. ou seja, a demografa conrbura menos para a queda do que os ouros deermnanes ambém consagrados na vsão da economa da crmnaldade (BECkER, 1968). o fao é que, quando comparamos uma axa brua de um período conra oura de um período adane, emos que er claro que a axa brua mas recene pode ser maor ou menor que aquela observada anerormene devdo a uma combnação de mudanças nas axas específcas e na dsrbução eára da população. na próxma seção apresenamos uma meodologa para a realzação de um exercíco de decomposção das conrbuções de cada dmensão (moraldade e esruura eára). 3 meodologia e DaDos 3.1 DECoMPoSÇÃo DAS DFEREnÇAS EnRE AxAS A meodologa usada aqu é uma adapação daquela apresenada em Preson e al. (001). Preson (001) apresena a meodologa, devda a kagawa (1955), de decomposção enre axas de undades erroras em um mesmo período. o que fazemos aqu é apenas uma varane, ou seja, a decomposção das axas de uma mesma undade erroral (no caso, cada esado braslero) em dos ponos no empo. A varação da axa de homcídos de um esado qualquer no empo pode ser escra da segune forma: = HR - HR -1-1 -1 = C SHR - C SHR () A Equação (1) pode ser reescra al que (dvdndo cada um dos ermos em duas pares guas e somando dos ermos guas a zero): Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011 91

Ar Francsco de Araujo Junor, Cláudo Djssey Shkda C SHR -1-1 C -1-1 SHR C SHR = + - C SHR - + (3) -1 C SHR C -1-1 SHR C SHR -1 C SHR + - + - quaro): Uma manpulação algébrca adconal dexa (3) como (combnando os oo ermos em -1-1 SHR + SHR SHR = - + SHR + C -1 C C + C -1 SHR -1 SHR + - -1 C + C (4) Fnalmene emos (e em dos ermos): -1 SHR + SHR = + (C - C -1 ) (SHR - SHR -1 ) -1 C + C (5) em que: (C - C -1 ) (SHR - SHR -1 ) -1 SHR + SHR -1 C + C é a conrbução da composção eára e, é a conrbução do esquema de axas específcas. Pela Equação (5) podemos, desa forma, separar a mporânca relava das mudanças na função moraldade e na esruura eára. os resulados serão apresenados após uma breve apresenação dos dados ulzados. vale ressalar que nosso esudo se lma à decomposção. város rabalhos elegeram os deermnanes da função moraldade como objeo de esudo (ver, para o caso braslero, por exemplo, a revsão de Dos Sanos e kassouf, 008). 9 Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011

Decomposção das axas de homcídos no Brasl e seus esados: a demografa é de fao mporane? 3. DADoS os dados de moraldade geral e população resdene em 1991 e 000 foram rerados do se do DAASUS (fone prmára Declarações de Óbos e Censos Demográfcos) para odos os esados do Brasl. A moraldade por homcídos dos esados fo ajusada proporconalmene devdo à exsênca de casos gnorados por dade. As axas bruas/agregadas foram calculadas como razões enre o número de ocorrêncas e o número de grupos de 100 ml habanes. o mesmo vale para as axas específcas, nesse caso o cálculo fo feo para cada grupo eáro. 4 ResulaDos A abela 1 apresena os resulados da decomposção da dferença das axas bruas do Brasl como um odo. Podemos noar que a dferença oal posva de 0,37 mores para cada 100 ml represena, a parr da meodologa ulzada, 0,86 devdo a mudanças na esruura eára e -0,49 devdo a alerações nas condções de moraldade, nesse caso, em sendo conráro. sso sgnfca que, para o caso do Brasl, apesar da conrbução favorável da função moraldade, a esruura eára exerce mpaco sufcene para compensar esse efeo e anda produzr um efeo líqudo que reflee numa elevação da axa brua de homcídos no Brasl enre 1996 e 007. ABElA 1 - DECoMPoSÇÃo DAS DFEREnÇAS EnRE AS AxAS: BRASl (1996) x BRASl (007) grupo a b eáro BR 1996 BR 007 C m C m 0 0.019835.850875 0.01683.470500 1-4 0.079897 0.907580 0.070536 0.77341 5-9 0.104660 0.794538 0.089637 0.765137 10-14 0.111809 3.0530 0.08855 3.54934 15-19 0.106464 33.355086 0.091197 43.156891 0-4 0.091971 56.766806 0.095307 57.7745 5-9 0.08775 5.706088 0.090793 51.313731 30-34 0.079097 44.761191 0.078386 40.964873 35-39 0.069475 36.59704 0.07047 3.59400 40-44 0.058974 30.6661 0.06648 5.467 45-49 0.04756 4.50995 0.058711 0.318849 50-54 0.037460 19.605964 0.048487 17.118671 55-59 0.030914 16.61933 0.03885 13.56680 60-64 0.05487 1.97660 0.09543 11.1351 65-69 0.006 10.451981 0.03109 9.978731 70-74 0.014470 8.73506 0.01769 8.44338 75-79 0.00986 7.51988 0.01395 7.88653 80 + 0.00979 10.18010 0.013477 7.17941 B 4.83 B 5.0 0.37 FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011 93

Ar Francsco de Araujo Junor, Cláudo Djssey Shkda ABElA 1 - DECoMPoSÇÃo DAS DFEREnÇAS EnRE AS AxAS: BRASl (1996) x BRASl (007) - ConnUAÇÃo Conrbução da Conrbução do composção por esquema de axas grupo (mb+ma) (Ca-Cb) Cb-Ca dade: mb-ma de moraldade: eáro Cb-Ca*(mb+ma) mb-ma*(ca-cb) 0-0.003003.660687-0.007990-0.380375 0.018333-0.006974 1-4 -0.009361 0.817461-0.00765-0.18038 0.07516-0.013557 5-9 -0.01503 0.779838-0.011715-0.09401 0.097149-0.00856 10-14 -0.03554 3.97618-0.077671 0.49063 0.10003 0.049079 15-19 -0.01567 38.55989-0.584036 9.801806 0.098831 0.96870 0-4 0.003336 57.44775 0.190959 0.955938 0.093639 0.089513 5-9 0.008018 5.009910 0.41701-1.39357 0.086784-0.10834 30-34 -0.000711 4.86303-0.030477-3.796318 0.078741-0.9897 35-39 0.00095 34.4830 0.0378-4.337804 0.069951-0.303435 40-44 0.007454 8.04444 0.09048-5.164340 0.06701-0.33807 45-49 0.011185.414401 0.50714-4.191103 0.053119-0.65 50-54 0.01107 18.36317 0.0489 -.48793 0.04974-0.106888 55-59 0.007938 15.089607 0.119779-3.046653 0.034883-0.10677 60-64 0.004056 1.05591 0.048884-1.840140 0.07515-0.050631 65-69 0.00487 10.15356 0.0540-0.47350 0.01865-0.010348 70-74 0.003159 8.57977 0.0710-0.310868 0.016049-0.004989 75-79 0.003108 7.70411 0.03947 0.36465 0.010840 0.003949 80 + 0.004197 8.6765 0.036417-3.007161 0.011378-0.03416 0.865001-0.495103 FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. 0.369898 ABElA - DECoMPoSÇÃo DAS DFEREnÇAS EnRE AS AxAS: SÃo PAUlo (1996) x SÃo PAUlo (007) grupo a b eáro sp 1996 sp 007 C m C m 0 0.01737 1.381415 0.014843 0.89135 1-4 0.069394 0.907786 0.063501 0.7754 5-9 0.09646 0.874 0.081516 0.543508 10-14 0.100669 4.05546 0.078303 1.571710 15-19 0.09911 53.45358 0.08194 1.9157 0-4 0.093633 86.147978 0.090418 30.89718 5-9 0.088054 80.80734 0.09091 30.041774 30-34 0.085914 64.803637 0.08338 6.80399 35-39 0.077638 45.708387 0.07578 1.111801 40-44 0.066748 38.694717 0.071790 17.80091 45-49 0.056 5.880597 0.065105 11.6810 50-54 0.040845 0.563917 0.05470 11.965057 55-59 0.03496 17.90835 0.04354 7.804194 60-64 0.07410 1.914066 0.03084 7.11333 65-69 0.015 8.5313 0.04487 6.131658 70-74 0.0154 7.8199 0.018853 5.091618 75-79 0.00956 3.4079 0.013539 4.76910 80 + 0.008701 11.03836 0.01401 3.864519 B 36.30 B 14.96-1.34 FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. 94 Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011

Decomposção das axas de homcídos no Brasl e seus esados: a demografa é de fao mporane? ABElA - DECoMPoSÇÃo DAS DFEREnÇAS EnRE AS AxAS: SÃo PAUlo (1996) x SÃo PAUlo (007) - ConnUAÇÃo Conrbução da Conrbução do composção por esquema de axas grupo (mb+ma) (Ca-Cb) Cb-Ca dade: mb-ma de moraldade: eáro Cb-Ca*(mb+ma) mb-ma*(ca-cb) 0-0.0059 1.10575-0.00795-0.5580 0.016108-0.008896 1-4 -0.005893 0.841505-0.004959-0.13561 0.066447-0.008808 5-9 -0.01119 0.708865-0.007889-0.330714 0.087081-0.08799 10-14 -0.0366.8118-0.06897 -.480836 0.089486-0.1999 15-19 -0.017017 37.68465-0.63409-31.953786 0.090703 -.89893 0-4 -0.00315 58.5580-0.188151-55.50796 0.0906-5.084486 5-9 0.004038 55.44504 0.3781-50.765460 0.090073-4.57576 30-34 -0.00676 45.81018-0.1589-37.98338 0.084576-3.1459 35-39 -0.001856 33.410094-0.061997-4.596586 0.076710-1.886800 40-44 0.00504 7.987404 0.14110-1.41466 0.06969-1.48336 45-49 0.01483 18.781350 0.34456-14.198496 0.058863-0.835773 50-54 0.013875 16.64487 0.567-8.598860 0.04778-0.410873 55-59 0.01108 1.85614 0.141776-10.10404 0.038010-0.384056 60-64 0.004675 10.06700 0.047039-5.70733 0.09747-0.169638 65-69 0.00335 7.331445 0.017117 -.399575 0.03319-0.055956 70-74 0.00361 6.186805 0.0344 -.190374 0.017048-0.037340 75-79 0.0048 3.983819 0.017060 1.486181 0.011397 0.016939 80 + 0.00531 7.448677 0.039565-7.168316 0.011356-0.081406 0.04444-1.364583 FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. -1.340139 Em especal, o caso de São Paulo é neressane e os resulados esão reporados na abela. A redução da axa é oda explcada pelas alerações na função moraldade, ou seja, a conrbução das alerações na esruura eára é nula. Em que medda nosso resulado pode confronar aquele enconrado por De Mello e Schneder (007)? vale lembrar que os auores defnem (de forma equvocada) o efeo demográfco como o efeo combnado de esquemas de moraldade/esruura eára de um grupo eáro específco (15-4 anos). Pela defnção dos auores, 50% da redução das axas de homcídos em São Paulo pode ser explcada pelo que chamam de demografa. Como dssemos anerormene, essa defnção não represena adequadamene o efeo da demografa (ou mas precsamene das alerações na esruura eára da população). o efeo enconrado é a conrbução oal (dade/moraldade) e específca de deermnado grupo eáro. vale noar que, se somarmos nossos resulados relavos aos grupos eáros de 15-19 e 0-4 anos enconramos exaamene -8,80-3,53 + (-5,7)], o que represena -41,3%, algo próxmo do valor de De Mello e Schneder (007). ou seja, os auores superesmam o efeo da demografa. vale reforçar, nesse caso, que a conrbução das alerações na composção eára é nula. ocorre, lqudamene, uma compensação dos efeos específcos enre os dversos Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011 95

Ar Francsco de Araujo Junor, Cláudo Djssey Shkda grupos eáros. nesse sendo, nossos resulados esão mas alnhados àqueles apresenados em lev (1999). ABElA 3 - RESUlADoS PARA BRASl E ESADoS (PERÍoDo 1996-007) Conrbução de alerações axa de Homcídos Varação da axa na esruura eára para a no ncío do período de Homcídos varação no período Conrbução de alerações na Função moraldade para a varação no período BR 4.83 0.37 0.87-0.50 SP 36.30-1.34 0.0-1.36 RJ 60.4-0.1-1.56-18.56 MG 7.36 13.45 0.35 13.09 ES 4.8 10.74 1.56 9.18 PR 15.31 14.9 0.41 13.89 SC 8.30.15 0.39 1.75 RS 15.4 4.38 0.30 4.08 BA 15.03 10.63 1.61 9.0 MA 6.73 10.70 1.39 9.31 Al 8.19 31.4.8 9.14 SE 14.71 11.16 1.9 9.87 Rn 9.9 9.97 1.11 8.87 PB 19.03 4.55 1.79.76 PE 40.89 1.19.76 9.44 P 4.7 8.5 0.98 7.54 CE 1.99 10.4 1.53 8.71 Ro 4.56.80.7 0.5 AC 1.15 -.5 1.7-3.51 AM 18.9.06 1.8 0.78 RR 43.60-15.67 1.87-17.54 AP 43.40-16.54 1.00-17.54 PA 1.54 17.87 1.84 16.0 o 1. 4.6 1.4.84 M 9.57 1.08.5-1.17 MS 37.81-7.8 1.64-9.47 Go 15.64 8.78 0.64 8.13 DF 38.36-4.88-0.67-4.1 FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. os resulados para os ouros esados esão resumdos na abela 3. Podemos noar que a conrbução das alerações na esruura eára é, de modo geral, pequena. o esado que mas se benefcou das mudanças na composção eára em ermos absoluos fo o Ro de Janero. Mas vale noar que 9,% da queda é devda ao esquema de axas de moraldade por homcídos (explcadas pelas condções econômcas, socas e dssuasão que, com cereza, evoluíram no período de uma forma combnada/líquda favorável). Relavamene, o Dsro Federal em a maor queda explcada pelas mudanças na esruura eára, 13,8% (dos -4,88 oas em ermos absoluos). Em odos os ouros esados a conrbução líquda da mudança da composção eára é posva, ou seja, caso a conrbução das axas específcas fosse nula, observaríamos uma elevação da axa brua de homcídos. Claro que, nos casos em que sso não ocorre, emos uma 96 Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011

Decomposção das axas de homcídos no Brasl e seus esados: a demografa é de fao mporane? conrbução favorável da mudança do esquema de axas de moraldade que compensa o efeo da dsrbução eára (por exemplo, São Paulo, Acre, Rorama, Amapá e Mao Grosso do Sul). GRáFCo 4 - varação nas AxAS DE HoMCÍDoS x ConRBUÇÃo DA ESRUURA Eá- RA - ESADoS BRASlERoS (1996 A 007) 40.00 30.00 0.00 y = 5.461x -.7858 R = 0.198 10.00 dela HR 0.00 -.00-1.50-1.00-0.50 0.00 0.50 1.00 1.50.00.50 3.00-10.00-0.00-30.00 conrbução C FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. GRáFCo 5 - varação nas AxAS DE HoMCÍDoS x ConRBUÇÃo DA FUnÇÃo MoRAlDADE - ESADoS BRASlERoS (1996 A 007) 40.00 30.00 0.00 y = 1.0313x + 1.113 R = 0.9944 10.00 dela HR 0.00-30.00-0.00-10.00 0.00 10.00 0.00 30.00 40.00-10.00-0.00-30.00 conrbução SHR FonE: Elaboração própra a parr dos dados do DAASUS. Em resumo, podemos noar pelos Gráfcos 4 e 5 que as alerações nas axas específ- Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011 97

Ar Francsco de Araujo Junor, Cláudo Djssey Shkda cas de moraldade por homcídos no Brasl conrbuem mas foremene para a explcação das mudanças observadas nas axas agregadas. Porano, ese rabalho mosrou que as mudanças nas condções econômcas e socas, além de alerações nas varáves que represenam a repressão à volênca, explcam de forma mas sgnfcava a evolução (dependendo do caso, para cma ou para baxo) das axas bruas de homcídos no Brasl no período enre 1996 a 007. Ao conráro da nerpreação dos resulados de De Mello e Schneder (007), nossos resulados sugerem que a demografa (esruura eára) eve mpaco basane lmado na explcação da evolução da moraldade por homcídos no Brasl, al como em lev (1999). 5 ConClusão Faores demográfcos são mporanes para a compreensão de fenômenos socoeconômcos e para a formulação de polícas públcas. Ese argo angencou essas quesões analsando o caso da crmnaldade, mas especfcamene, a axa de homcídos no Brasl, no período de 1996 a 007. Em conrase com ouro esudo feo para o Brasl - De Mello e Schneder (007) - o argo apresena duas conrbuções orgnas: (a) analsamos o fenômeno em nível naconal, e não apenas em São Paulo e; (b) ulzamos a decomposção da axa de homcídos para verfcar os mpacos das mudanças na esruura eára e na função moraldade, permndo uma vsão mas precsa do que os auores cados chamam de efeo da demografa. os resulados enconrados por aqueles auores, sobre a mporânca da conrbução oal do grupo eáro para explcar a queda da axa de homcídos para São Paulo, são smlares aos nossos. Enreano, a decomposção da axa mosra que, ao conráro do que afrmam os auores, o mpaco da mudança na esruura eára não é o faor prncpal em sua queda observada nos úlmos anos: deve-se aenar, nesse caso, para as mudanças na função de moraldade. Em ouras palavras, a demografa é, de fao, muo mporane para se explcar o comporameno da axa de homcídos no Brasl e o exercíco feo aqu mosra como, se bem enendda, ela pode nos ajudar em nossa compreensão de problemas ão mporanes como a crmnaldade e uma de suas consequêncas mas séras: os homcídos. 98 Economa & Tecnologa - Ano 07, Vol. 4 - Janero/Março de 011

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