ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE L. PORTUGUESA Nome: Nº: Série: 9º ANO Profª MARIANA PERIGRINO Data: JULHO 2016 Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. UMA AULA QUE LEVA À LUA O bom exemplo do biólogo que despertou em jovens e adultos o interesse pela ciência ensinando astronomia. O biólogo Felipe Bandini de Oliveira, 33 anos, integra um grupo raríssimo. Ele está entre o 0,08% dos professores do ensino fundamental brasileiro que enverniza o currículo com um título de doutor. Nascido no interior de São Paulo, Felipe especializou-se em genética, dedicando-se à investigação sobre a evolução do crânio dos macacos - pesquisa que o fez ficar imerso nos museus de história natural da Europa durante um ano. Voltou ao Brasil sabendo exatamente o que queria: retornar à sala de aula como professor de ciências, carreira que iniciou aos 23 anos inspirado na trajetória dos pais, um físico e uma psicóloga também docentes. Hoje à frente de classes noturnas no Colégio Santa Cruz, em São Paulo, ele lida com a complexidade de apresentar conceitos científicos a jovens e adultos de baixa renda nos anos finais do ensino fundamental. Não nivela a turma por baixo. Ao contrário: Felipe decidiu ensinar ali astronomia. Falou de Galileu, quebrou crenças levando à escola artigos de publicações respeitadas, projetou no teto da sala o céu estrelado em que se vê o movimento dos astros e proporcionou aos alunos uma experiência única: Atingi o meu objetivo de despertar o gosto pela ciência, festeja. Por esse trabalho, na semana passada ele recebeu o prêmio Educador Nota 10, concedido pela fundação Victor Civita a dez professores do ensino básico e a um diretor de escola. Felipe foi o destaque do grupo. Suas lições reforçam a ideia de que não é preciso nada de muito mirabolante para dar uma boa aula, só o básico: que o professor domine o assunto e consiga traduzi-lo com o entusiasmo que espera ver seus alunos. Fazer isso numa turma que volta a estudar na idade adulta, com tantas lacunas acumuladas, reforça seu mérito. No Brasil, há 5 milhões de jovens e adultos matriculados nas escolas. Seu retorno à sala de aula é bem-vindo num país onde quase um terço da população não conseguem depreender o significado de um texto simples. Entre os jovens, metade não conclui o ensino médio. Com mais estudo e treinamento profissionalizante, eles podem ajudar a Página 1
resolver o apagão de mão de obra brasileiro, diz o especialista Bruno Novelli, da ONG Alfa-Sol. O exemplo do biólogo Felipe Bandoni aponta o caminho. (Gabriele Jimenez Revista Veja 24 de outubro de 2012, p. 110) 1. Por que o verbo despertou no subtítulo está na 3ª pessoa do singular e não na 3ª pessoa do plural? 2. O verbo voltou está na 3ª pessoa do singular para concordar com o núcleo do seu sujeito. Escreva esse sujeito e identifique o seu núcleo. 3. Por que na frase Atingi o meu objetivo de despertar o gosto pela ciência o verbo sublinhado está na 1ª pessoa do singular? 4. No último parágrafo do texto, a concordância verbal de uma oração foi alterada de modo a ficar errada. Identifique esse verbo e reescreva a oração, corrigindo o erro. 1. Observe o anúncio. Página 2
Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para: (A) informar crianças vítimas de violência sexual sobre os perigos dessa prática, contribuindo para erradicá-la. (B) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o objetivo de colocar criminosos na cadeia. (C) dar a devida dimensão do que é abuso sexual para uma criança, enfatizando a importância da denúncia. (D) destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite, o que requer maior cuidado dos responsáveis nesse período. (E) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil durante o sono, sendo confundido por algumas crianças com um pesadelo. 2. Leia o texto. Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, Machado fr. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.) (UFF) - Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula marca a supressão (elipse) do verbo: a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas. b) A paz, nesse caso, é a destruição( ) c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. d) ( ) mas, rigorosamente, não há morte ( ) e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se ( ) Página 3
3. Leia o poema. A novidade veio dar à praia na qualidade rara de sereia metade um busto de uma deusa maia metade um grande rabo de baleia a novidade era o máximo do paradoxo estendido na areia alguns a desejar seus beijos de deusa outros a desejar seu rabo pra ceia oh, mundo tão desigual tudo tão desigual de um lado este carnaval do outro a fome total e a novidade que seria um sonho milagre risonho da sereia virava um pesadelo tão medonho ali naquela praia, ali na areia a novidade era a guerra entre o feliz poeta e o esfomeado estraçalhando uma sereia bonita despedaçando o sonho pra cada lado (Gilberto Gil A Novidade) Gilberto Gil em seu poema usa um procedimento de construção textual que consiste em agrupar ideias de sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade de significação. A figura de linguagem acima caracterizada é: a) Metonímia. b) Paradoxo. c) Hipérbole. d) Sinestesia. e) Sinédoque. 4. Observe a charge a seguir. (Enem) - O argumento presente na charge consiste em uma metáfora relativa à teoria evolucionista e ao desenvolvimento tecnológico. Considerando o contexto apresentado, verificase que o impacto tecnológico pode ocasionar: a) o surgimento de um homem dependente de um novo modelo tecnológico. b) a mudança do homem em razão dos novos inventos que destroem sua realidade. c) a problemática social de grande exclusão digital a partir da interferência da máquina. d) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do homem, em sua esfera social. e) o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da criação de ferramentas como lança, máquina e computador. Página 4
5. (Mackenzie) Indique a frase em que a palavra só é invariável: a) Eles partiram sós, deixando-me para trás aborrecida e bastante magoada. b) Chegada sós, com o mesmo ar exuberante de sempre. c) Sós, aquelas moças desapareceram, cheias de preocupações. d) Aqueles jovens rebeldes provocaram sós essa motivação. e) Depois de tão pesadas ofensas, prefiro ficar a sós a conviver com essa agressiva companhia. 6. Leia a tirinha. (10 anos de Mafalda ) O humor da tirinha decorre a) do conteúdo educativo do programa a que Mafalda assiste na televisão. b) de seu entendimento equivocado a respeito da mensagem da televisão. c) dos conselhos indesejáveis ditos pela apresentadora do programa da TV. d) da tristeza de Mafalda por ter se esquecido de que era dia dos pais. e) da compreensão exata que Mafalda teve da mensagem do programa. 7. Leia a tirinha. (10 anos de Mafalda ) A tirinha mostra que: a) a primeira aluna erra a forma verbal do presente do indicativo do verbo temer. b) no quarto quadrinho, a aluna conjuga o verbo no presente do indicativo. c) no segundo quadrinho, a aluna conjuga o verbo no tempo passado. d) as três alunas conjugam, corretamente, os tempos verbais solicitados. e) no último quadrinho, a aluna interpreta as palavras em vez de conjugar o verbo. Página 5
Leia atentamente a tira a seguir e responda às questões. 8. A tira nos apresenta uma personagem que vai consultar o Livro dos provérbios para descobrir o que significa a expressão Quem tem boca vai a Roma. a) Qual é o sentido usual atribuído a esse provérbio? b) A resposta encontrada pela personagem confirma esse sentido? Por quê? c) É possível interpretar a resposta encontrada de modo figurado. Explique. 9. Construa enunciados de sentido denotativo a partir dos provérbios a seguir. a) Quem ama o feio, bonito lhe parece. b) Santo de casa não faz milagre. c) O diabo não é tão feio quanto se pinta. Leia o texto e responda ao que se pede. PARADOXO Paradoxo é um modo de expressão que encontra à margem da doxa - mas então se torna necessário definir doxa. Doxa pode ser explicado como a opinião de toda a gente, o conhecimento do senso comum, habitual. Logo, um paradoxo é a expressão de um raciocínio que não segue a lógica do senso comum. Há vários tipos de paradoxo. Entre os mais famosos, encontramos aquele que foi formulado pelo grego Epimênides: todos os cretenses são mentirosos. Como Epimênides era cretense, constitui-se em um paradoxo: se a afirmação é correta, Epimênides, por ser cretense, está mentindo; se Epimênides está mentindo, a afirmação, entretanto, deveria ser falsa. Este paradoxo e um outro, de Macedonio Fernandes neste mundo faltam tantas coisas que, se faltasse mais uma, não haveria lugar para ela, não se podem classificar nem como falsos, nem como verdadeiros. [...] (Dicionário de Termos Literários) 10. A descrição do paradoxo formulada pelo grego Epimênides (2º parágrafo) mostra a dificuldade de se atribuir o juízo de falso ou verdadeiro a esse tipo de informação. 1. Encontre no texto um exemplo de paradoxo e explique por que há dificuldade de julgar o seu conteúdo como falso ou verdadeiro. Página 6