XIII Simpósio do ISMAI em Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Qualidade e Gestão do Risco em Saúde Ocupacional: Auditorias Mestre Mariana Neto, DGS, 2008 De acordo com os conceitos mais actuais, a abordagem do risco em saúde ocupacional constitui um procedimento estruturado, sistematizado e integrador de várias perspectivas disciplinares tais como a Medicina e a Segurança do Trabalho. Este diagnóstico pressupõe a correcta identificação do factor de risco e a estimativa do risco com vista à organização da intervenção. Uva, A.: Diagnóstico e Gestão do Risco em Saúde Ocupacional. Estudos Segurança e Saúde no Trabalho, Lisboa, ISHST, 2006. Identificação do factor de risco 1ª Etapa Estabelecer o contexto Avaliação dose resposta Qual é a relação entre a dose e a incidência? Caracterização do risco Qual a incidência estimada do efeito adverso na População exposta Gestão do risco 6ª Etapa Monitorizar e rever o risco 2ª Etapa Identificar o factor de risco Usar a base de Existem regulamentos, padrões de dados de riscos referência, códigos industriais ou materiais de orientação relativos a algum dos riscos identificados? Avaliação da exposição 5ªEtapa Gestão do risco Não 3ª Etapa Análise do risco Sim Qual é a exposição actual? Risk assessment Risk management 4ª Etapa Avaliação do risco Seguir a informação contida nos regulamentos, padrões, códigos ou orientações. Estabelecer o contexto Identificar o factor de risco Análise do risco Avaliação do risco Gestão do risco Monitorizar e rever o risco Qualidade em saúde Cuidados ou serviços com características que cumprem determinados requisitos e que, dados o actual estado de conhecimentos e recursos disponíveis, realizam as expectativas de maximizar os benefícios e minimizar os riscos para a saúde e bem-estar dos doentes (WHO, Continuous Quality Improvement, 1993). Auditoria exame sistemático e independente com vista determinar se as actividades e resultados relativos à qualidade satisfazem as disposições preestabelecidas, se estas disposições estão efectivamente implementadas e se são adequadas para alcançar os objectivos (Norma Portuguesa NP 30.011-1).
QUALIDADE Financeiras De Qualidade De Ambiente externo Auditoria de resultados Estrutura Processo Resultado Auditorias Organizacionais Exame a um produto acabado, ao seu impacto ou à documentação respectiva Auditoria de processo Satisfação Profissional Legislação Formação Qualidade Técnico-científica Técnicos Interpessoais Exame da organização de serviços, sistemas e processos necessários à prestação de cuidados. Exame de uma parte seleccionada do esforço de trabalho. Exame de actividades Auditoria de sistemas Exame total ou parcial dos elementos de controlo da direcção para verificação da sua conformidade e eficácia Auditoria de Estrutura Exame da adequação da estrutura em relação com a finalidade a que se destina Recursos necessários Fazer o que deve ser feito Aspectos físicos Satisfação com os cuidados e funcionais Qualidade de vida percebida Clássica (Standards-based audit) Definição de padrões, colheitas de dados, comparação com os padrões e implementação das medidas necessárias para corrigir os afastamentos. Auditorias de acontecimentos críticos Análise de situações potencialmente perigosas ou de casos que produziram resultados inesperados. Peer review Avaliação dos cuidados prestados por uma equipa ou por um prestador. Os casos são discutidos interpares incidindo sobre situações interessantes. Auditorias de tracers Análise de condições específicas Estudos de satisfação de utentes A satisfação de utentes com os cuidados prestados pode ser realizada de forma isolada mas pode também ser incluida numa abordagem mais lata de auditoria. A qualificação da organização das actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho ocupa-se essencialmente dos chamados «serviços externos». A autorização dos serviços externos só será concedida se estes satisfizerem os requisitos definidos na lei relativamente a recursos humanos, instalações e equipamentos, os dois últimos sujeitos a verificação através de vistoria. A qualificação inicial deve manter-se enquanto os serviços externos exercerem a respectiva actividade. A autorização que lhes for concedida constitui uma garantia da confiança na sua capacidade para as empresas e estabelecimentos que recorram aos seus serviços. Para controlar a qualificação inicial dos serviços externos e preservar a confiança dos utilizadores, estabelece-se um conjunto de procedimentos de acompanhamento e avaliação da respectiva capacidade, que se inicia com a obrigação de os serviços comunicarem ao Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho quaisquer alterações que diminuam os requisitos em que se baseou a autorização, bem como a interrupção ou a cessação de funcionamento.
A capacidade dos serviços externos será avaliada através de auditorias, efectuadas na sequência de comunicações ou por iniciativa dos serviços competentes, e poderá determinar a redução ou a revogação da respectiva autorização, tendo em conta a natureza e a extensão das reduções de capacidade. Queixa/denuncia apresentada ao IDICT ou DGS Programa de auditorias de acompanhamento da DGS ou do IDICT (Rotina) Comunicação de elementos por parte das empresas (artigo 251.º da Lei n.º 35/2004, de 29/07) FASE INICIAL Queixa/Denúncia Rotina Comunicação de elementos Classificação Registo Classificação Tipo de auditoria Entidade a auditar Entidade/s Responsáveis Técnico responsável Data Há documentação a digitalizar? N S Comunicação Comunicação DGS Determinação do responsável Determinação das entidades participantes Digitalização da documentação O IDICT procede à digitalização da documentação, terminando o pedido com a indicação dos documentos digitalizados Correcções FASE APRECIAÇÃO Apreciação Apreciação da situação pela/s entidades envolvidas Solicitação de elementos ou esclarecimentos adicionais Elementos suficientes? S Marcação Marcação da data da auditoria Cobrança de taxa* Impressão de um dos formulários-tipo N Conclusão Encerramento da auditoria por esclarecimento cabal da situação. Não existe cobrança de taxa FASE REALIZAÇÃO ADITORIA Realização Elaboração de relatório Situação esclarecida? N A situação não se encontra esclarecida São sugeridas alterações minor Verificação da implementação das alterações sugeridas Ciclo de correcções S Manutenção de autorização Conclusão Audiência prévia no caso de decisão desfavorável Aceitação das alterações Decisão tomada por Aceitação das alterações Presidente IDICT com restrições Não aceitação das Cobrança de taxa em alterações caso de queixa Alterações do âmbito Comum. e alterações Etapa inicial Revogação da autorização Pedido de Candidatura FASE CONCLUSÃO Etapa inicial::requerimento* Etapa decisão Revogação
Aprovação pela Procedimentos standard da Auditoria de Qualidade Devem ser legítimas. Devem ser autorizadas pelo responsável se internas e acordadas pelas partes se externas. Instruções para o Auditor Consistem num estudo da prática actual da organização em função de conceitos de boa prática. gestão de topo Direcção da Auditoria Programa de Auditorias periódicas Execução da Auditoria Direcção da auditoria Ozeki, adaptado por Juran, in São conduzidas por pessoas treinadas, experientes e independentes das actividades auditadas. São esquematizadas e planeadas com antecedência mais do constituem a resposta a uma crise. São esquematizadas e conduzidas com o conhecimento e participação de todos aqueles cujo trabalho vai ser auditado (sem segredos ou surpresas) Resultados da Auditoria Relatório preliminar e discussão JURAN, J.M.:Quality Control Handbook Os factos relatados na auditoria são alvo de concordância antes de o relatório ser enviado para o alto nível. Os achados e recomendações são revistos ao alto nível e dão origem então a acções seguras (sustentadas). Relatório da Auditoria O processo de uma auditoria deve ser desenvolvido por forma a facilitar a interacção entre as partes. Para além de preservar os pontos de vista de ambas as partes sobre a matéria auditada deve propiciar as Relatório dos resultados Reunião para relatório e discussão Equipa reponsável pelo desenvolvimento condições de aprendizagem tanto para auditores em relação ao sistema de qualidade como para auditados em relação às áreas que requerem melhoria da qualidade. Acções correctivas a desenvolver Verificação dos resultados depois de implementados JURAN, J.M.:Quality Control Handbook Como é que a entidade se prepara internamente para organizar os serviços do seu cliente? Como se articula e comunica com ele? Como procede à gestão da informação, incluindo a informação clínica?
Gestão da informação clínica Adequação dos procedimentos à vigilância da saúde: Sectores específicos de actividade Actividades de risco elevado Subcontratação Verificação da idoneidade dos profissionais Verificação dos condicionalismos legais impostos Afectações horárias Capacidade instalada Instalações Desenvolvendo-se a prestação de serviços externos predominantemente fora do quadro de um serviço público, importa considerar o sentido empresarial desta actividade, a qual, em função dos fins prosseguidos (a segurança e a saúde dos trabalhadores), está, naturalmente, subordinada a uma tutela pública. Neste contexto, o funcionamento destes serviços tem de ser avaliado com base nos grandes referenciais do regime de enquadramento da prevenção de riscos profissionais, designadamente ao nível dos princípios da gestão e ao nível da adequação dos recursos (humanos, equipamentos e procedimentos de avaliação de riscos) necessários à sua materialização.... a acreditação, que terá de integrar uma autorização de funcionamento e um sistema de acompanhamento, deverá desenvolver-se no âmbito da Administração do Estado, podendo o sistema de acompanhamento ser, também, assegurado por um corpo de auditores acreditados especificamente para o efeito. Seria, ainda, de considerar que, no momento actual, se afigura como particularmente importante o desenvolvimento deste sistema de acreditação para credibilizar a própria actividade de prevenção nos locais de trabalho e para estimular o funcionamento do mercado nesta área. Situação da empresa Empresa autorizada em 2007 para vigiar 2500 trabalhadores; contava com dois médicos do trabalho, um dos quais sócio-gerente, uma médica do trabalho estagiária e um enfermeiro. Dispunha de uma afectação horária mensal de 200 horas/médico. RAASSHST 2007: Foi relatada a vigilância de 6270 trabalhadores, tendo o sócio-gerente realizado exames de saúde a 4552 trabalhadores, para o que necessitaria, caso se tratassem de serviços ou comércio, de 220 horas/mês. Surge um segundo médico do trabalho, responsável pela vigilância dos restantes trabalhadores, mas que não estava afecto à empresa aquando do processo de autorização. Não foi feito qualquer alargamento do pedido. Situação da empresa Autorizada para 2250 trabalhadores; tem 5 médicos, com afectação horária de horas médico/mês de 380 e dois enfermeiros Autorizada em 06 de 2007. RAASSHST 2007: Verificou-se que 9551 trabalhadores foram vigiados por um único médico desta empresa o que implicaria, caso se tratassem de empresas comerciais, uma afectação horária de cerca de 480 horas/mês.
MUITO OBRIGADA Maia, 20 de Novembro 2008 Mestre Mariana Neto DGS, 2008