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Transcrição:

1 A avaliação psicológica no contexto de orientação profissional para adolescentes André Zonta andrezontapsi@gmail.com Pós-Graduação em Avaliação Psicológica Instituto de Pós-Graduação IPOG Vitória, ES, 03 de Outubro de 2016 Resumo Esse artigo aborda o papel da avaliação psicológica no processo de orientação profissional para adolescentes no momento atual. O questionamento que deu origem a pesquisa é compreender quais são as estratégias em avaliação psicológica que os psicólogos mais utilizam para o processo de orientação profissional com adolescentes? O objetivo geral da pesquisa é identificar as estratégias em avaliação psicológica utilizadas com o público adolescente. O método adotado foi o de pesquisa bibliográfica através de artigos científicos disponíveis na internet em sites específicos levando em consideração a relevância temática e a cientificidade do material coletado e sua relevância para o tema proposto aqui. Os resultados encontrados indicam que existem algumas formas de realizar a orientação profissional, mas em geral a avaliação psicológica e suas ferramentas tornam-se indispensáveis para o sujeitoavaliado, pois possibilita um maior aprofundamento, autoconhecimento e direcionamento. Conclui-se que o processo de orientação profissional envolve o empenho do psicólogo enquanto ético e comprometido com o bem-estar do adolescente e que este possa ter subsídios suficientes através do processo de avaliação psicológica para a tomada de decisão e escolha de seu futuro profissional. Palavras-chave: Adolescente. Avaliação Psicológica. Orientação Profissional. Psicólogo. 1. Introdução O estudo realizado sobre a temática escolhida está inserido em aspectos relacionados ao desenvolvimento de trabalho com adolescentes e jovens. O interesse sobre a orientação profissional surgiu após realizar trabalhos voltados para esse público e identificar que estes em geral possuem inúmeras dúvidas quanto à carreira a ser seguida e a cada dia verifica-se uma crescente demanda por adolescentes e jovens que buscam encontrar uma carreira e buscam na OP um trabalho bem elaborado para permitir e facilitar a tomada de decisão com maior assertividade. Sendo assim, focamos nosso processo de orientação profissional voltado para esse público em específico por ser aquele que mais tende a procurar esse tipo de serviço. Cabe ressaltar que muitos adultos também estão atualmente revendo suas carreiras e também podem vir a buscam o processo de orientação profissional, mas não será o foco neste artigo. Logo, diante do nosso mercado de trabalho atual em constante transformação, queremos

2 avaliar quais são as estratégias em avaliação psicológica que os psicólogos mais utilizam para desenvolver o trabalho de orientação profissional voltado para esse público? A relevância para abordar esse tema refere-se ao momento atual em que a sociedade se encontra com cada dia mais possibilidades e novos nichos de mercado nascendo, ramos que até então não existiam e passaram a existir e novas formas de ter uma carreira que não apenas o formato tradicional. Assim, a orientação profissional passa a ter um papel fundamental no direcionamento desse público mediante tantas possibilidades e chances de escolha, oferecer um norte torna-se cada vez mais necessário. O objetivo geral é identificar as estratégias em avaliação psicológica utilizadas pelos psicólogos atuantes nesta área para aprimorar o trabalho de orientação profissional para os adolescentes e jovens. Os objetivos específicos são descrever o processo de orientação profissional no Brasil, identificar as ferramentas e técnicas mais utilizadas na avaliação psicológica e compreender a atuação do psicólogo neste campo. A orientação profissional, de acordo com Rosas (2000:15), iniciou-se no Brasil quando foi criado em 1924 o Serviço de Seleção e Orientação Profissional para os alunos do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, tendo então o Engenheiro suíço Roberto Mange como responsável, nascendo ligada a Psicologia Aplicada. No entanto, a evolução da Orientação Profissional ocorreu mesmo quando foi criada a Fundação Getúlio Vargas em 1944 que dedicou-se a estudar a organização racional do trabalho. Pouco tempo depois veio um psicólogo e psiquiatra ministrar um curso de formação para psicólogos atuarem com orientação profissional e logo após foi criado o ISOP Instituto de Seleção e Orientação Profissional que se juntou a Fundação Getúlio Vargas reunindo diversos técnicos da área (FREITAS, 1973; ROSAS, 2000). A orientação profissional também muito conhecida como orientação vocacional pode ser descrita do conceito psicológico como a ajuda prestada a uma pessoa com vistas à solução de problemas relativos à escolha de uma profissão ou ao progresso profissional, tomando em consideração as características do interessado e a relação entre essas características e as possibilidades no mercado de emprego (MELO-SILVA, LASSANCE,SOARES, 2004:33) Já para o CEDEFOP European Centre For The DevelopmentOfVocaticionalTraning, este utiliza o termo orientação ao longo da vida para designar uma série de atividades que auxiliam as pessoas de qualquer idade e em qualquer momento de suas vidas a identificarem suas capacidades, competências, e interesses, a fim de gerirem de forma reflexiva seus percursos individuais na educação e no trabalho. Em síntese, percebe-se a necessidade de desenvolvimento de serviços em Orientação Profissional não apenas no setting de transição escola-campo profissional, como também em novos espaços e possibilidades. (BARDAGI, ALBANIS, 2015: 124) Assim, temos duas definições sendo que a primeira foca no processo mais direcionado ao de orientação quanto à escolha da carreira e encerra-se neste ponto e a segunda quanto ao aspecto geral de orientação em toda trajetória de vida do sujeito não apenas na escolha da profissão, tornando-se mais ampla e atual. Neste contexto, a avaliação psicológica que faz parte do processo de Orientação Profissional ingressa e tem papel significativo para contribuir e

3 proporcionar autoconhecimento levando em consideração as necessidades de cada pessoa avaliada e o contexto em que se encontram. (BARDAGI, ALBANIS, 2015). A Avaliação Psicológicade acordo com a Resolução CFP Nº 07/2003 que regula essa ação é entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas métodos, técnicas e instrumentos. Os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica. (RESOLUÇÃO CFP Nº 07/2003: 03) 2. Método Adotado Foi adotado o método de pesquisa bibliográfica que se buscou através de consulta de materiais online queagrupam grande parte das revistas científicas e seus respectivos autores, abordar a temática sobre orientação profissional, a avaliação psicológica, seus métodos e técnicas mais utilizadas e verificar os fatores que se diferenciam e as possibilidades de atendimento, sendo considerando alguns artigos em especial que serão destacados nas referências focando em adolescentes. Foram localizados diversos autores, dentre os quais abordaram com clareza a temática proposta e serão apresentados ao longo do artigo considerando o mês de Julho de 2016 como período inicial da pesquisa. Como critério de exclusão, artigos que relatam experiências, estudos de casos e com pouco embasamento científico foram desconsiderados. 3. A Avaliação Psicológica Inicialmente vamos descrever o significado de avaliação psicológica que é diferente de uma testagem psicológica. Logo, a avaliação psicológica no processo de orientação profissional centra-se nos traços ecaracterísticas, tais como aptidões e interesses,que podem ser utilizados para descrever umindivíduo e para o comparar com as outraspessoas. A avaliação do problema centra-se naspreocupações de carreira tais como as tomadas dedecisão vocacional e lidar com as tarefas dedesenvolvimento(savickas, 2004:21). Outra definição de avaliação psicológica é que esta é entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas métodos, técnicas e instrumentos. (Conselho Federal de Psicologia, 2003) Diante das definições acima, entende-se que a avaliação psicológica é importante, pois possibilita o autoconhecimento e assim amplia a visão do sujeito sobre si mesmo e as possibilidades de escolha de uma carreira em consequência. Quando se fala em testagem

4 psicológica, esta envolve apenas testes que são aplicados, não levando em consideração outros aspectos do sujeito avaliado, sendo assim, a testagem é limitada e não consegue fornecer subsídios suficientes para tomada de decisão já que seu papel é mais condensado. Existem dois modelos de avaliação psicológicapossíveis a serem utilizados em orientação profissional, sendo umcentrado no resultado e outro centrado no processo.na avaliação psicológica centrada no resultado sua principal característica tende a ser a definição de uma escolha, de uma carreira a seguir que mais se adeque ao sujeito avaliado e com isso os testes passaram a ter um papel fundamental neste modelo diretivo e com destaque para John Holland e seu modelo hexagonal que avaliava seis aspectos que direcionam a pessoa a possibilidades de carreira que são: Convencional, Realista, Investigador, Artístico, Social e Empreendedor. Já o outro modelo, mais conhecido como focado no processo, os testes continuam ativos, porém com a inserção do ambiente cultural e histórico do sujeito, seus aspectos internos e externos que o levam a tomar a decisão por uma determinada área de atuação em detrimento de outras possibilidades e também com uma participação mais integrada do sujeito sendo totalmente sua a decisão final sobre que carreira seguir. (SPARTA, e colaboradores, 2006). Os testes psicológicos em geral são mais utilizados devem ser aprovados pelo SATEPSI para que sejam considerados validos para aplicação e contextualização no momento atual. Em geral os mais comuns e utilizados que identificamos são EMEP, AIP (Avaliação dos Interesses Profissionais), EAP (Escala de Aconselhamento Profissional), EAE-EP (Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional), SDS Questionário de Busca Autodirigida, Matrizes de Habilidades e Interesses Profissionais, Critérios para escolha profissional (Editora Vetor) e Jogo das Profissões (Editora Pearson), sendo estes dois últimos jogos que não são necessariamente exclusivos do psicólogo. Além dos testes, a entrevista, a dinâmica e a observação também fazem parte do processo de avaliação psicológica integradaà orientação profissional. Considerando a resolução CFP Nº 005/2012 que regulamenta o uso de testes psicológicos deve-se observar que Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput deste artigo, os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas emoção/afeto, cognição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção, memória, percepção, dentre outras,nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumentos. (RESOLUÇÃO CFP Nº 005/2012) O EMEP Escala de Maturidade para escolha profissional é um teste que foi desenvolvido após Neiva se interessar pela temática de maturidade dos adolescentes para escolha profissional e com as ideias de Super e Crites, Neiva (2014) desenvolveu a ferramenta que leva em consideração a necessidade do avaliado deter conhecimentos e desenvolver atitudes para que a escolha seja eficaz e com isso, possua maturidade para decidir-se sobre uma carreira a ser seguida. No campo de conhecimentos avaliam-se a determinação que seria o quão consciente o jovem está sobre a carreira que almeja,a responsabilidade que significa o quanto envolvido o avaliado está na decisão desta área de atuação e a independência que envolve o aspecto individual no processo decisório da carreira sem influências externas. Já o

5 campo de atitudes, temos o autoconhecimento que engloba o nível que o jovem possui de compreensão de si mesmo nos mais diversos aspectos de sua vida e o conhecimento da realidade que avalia o quanto o sujeito conhece das áreas de atuação, exigências de mercado e instituições de ensino. O AIP Avaliação de Interesses Profissionais é composto por 200 frases, divididas em 100 pares de atividades que estão relacionadas aos 10 campos de interesses descritos pelas autoras do teste que são: Campo Físico/Matemático (CFM), Campo Físico Químico (CFQ), Campo Cálculo Finanças (CCF), Campo Organizacional Administrativo (COA), Campo Jurídico Social (CJS), Campo Comunicação Persuasão (CCP), Campo Simbólico Linguístico (CSL), Campo Manual Artístico (CMA), Campo Comportamental Educacional (CCE) e Campo Biológico/Saúde (CBS). O avaliado seleciona a atividade que mais lhe interessa e responde na folha apropriada. O SDS Questionário de Busca Auto Dirigida é um questionário simples que é organizado em quatro seções que abordam as questões referentes a atividades, competências, carreiras e habilidades. Este instrumento se baseia no modelo hexagonal de Hollandque envolve uma tipologia de seis tipos que são: Convencional, Realista, Investigador, Artístico, Social e Empreendedor. A Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional (EAE-EP) avalia a crença que a pessoa possui em sua capacidade para se envolver e implicar no processo de uma escolha profissional. Esta avaliação ocorre através de quatro fatores e um escore geral. O Matrizes de Habilidades e Interesses Profissionais é uma ferramenta lúdica que não é exclusiva do psicólogo, mas muito útil para avaliar as competências ligadas aos interesses e possibilidades de atuação. Existem outros testes psicológicos tais como BFP, Pfister, Quati, BPR 5 e outros que podem ser utilizados também no processo avaliativo cabendo ao psicólogo a escolha mais adequada das ferramentas atreladas ao sujeito avaliado considerando que a avaliação psicológica do mesmo modo que a orientação profissional deve apoiarse em conceitos referenciados em teorias psicológicas e não deve ser nunca realizada de forma mecânica, mas sempre levar em conta o caso individual, bem como o meio cultural em que está inserido. Não se deve nunca realizar uma interpretação de um teste de modo rígido, desconsiderando o singular de uma pessoa. Não podemos utilizar os dados numéricos como um padrão onde todos se encaixam, sem considerar as peculiaridades do caso. (NASCIMENTO, 2007: 37) Assim, a avaliação psicológica apesar de ter sido no passado quase abolida do processo de Orientação Profissionaldevido as questões de validade dos testes e sua utilização mecânica de acordo com Nascimento (2007), passa a ter papel fundamental e essencial não podendo ser deixada de lado por profissionais de psicologia mesmo que este utilize outras ferramentas. É importante saber estabelecer o momento adequado para aplicação dos testes psicológicos considerando os motivos de sua utilização e devemos desconstruir a fantasia de que um teste pode trazer a resposta que ele não conseguirá por seu esforço reflexivo. Temos ainda que nos certificar sobre qual é o melhor instrumento para contribuir com as informações que consideramos

6 necessárias, ou seja, a escolha do instrumento deve ser fundamentada nas informações contidas nos manuais dos testes.(nascimento, 2007: 41) Assim, a avaliação mantem o caráter sério que possui e ao mesmo tempo enquanto processo contínuo, deve levar em conta o contexto específico de cada prática, e assume papel central na divulgação e reflexão sobre os resultados do serviço prestado, bem como conduz à identificação de possíveis necessidades de adaptações ou possíveis novas demandas de intervenção, fornecendo ao processo de serviços um caráter cíclico. (BARDAGI, ALBANAES, 2015: 124) Pode-se verificar que as ferramentas possíveis em avaliação psicológica ainda não são tão grandes, mas suficientes para proporcionar autoconhecimento e direcionamento ao adolescente avaliado e estão em constante processo de adaptação e estudos para se tornarem de acordo Bardagi, Albanaes (2015) ainda mais eficientes em suas proposições. 4. A Orientação Profissional No Brasil Antes de descrevermos o significado de orientação profissional, cabe ressaltar que até pouco tempo atrás e ainda em alguns casos muito se utiliza o termoorientação vocacional, porém, cabe aqui a separação dos termos. O conceito vocacional entende-se como algo ligado a vocação e esta palavra no latim, que significa vocatione, significa ato de chamar, escolha, chamamento, tendência, talento e outros sinônimos. Já o conceito profissional, como respeitante ou pertencente à profissão, ou a certa profissão ; que exerce uma atividade por profissão ou ofício O conceito orientação profissional, na perspectiva psicológica significa a ajuda prestada a uma pessoa com vistas à solução de problemas relativos à escolha de uma profissão ou ao progresso profissional, tomando em consideração as características do interessado e a relação entre essas características e as possibilidades no mercado de emprego. (BRASIL, s/d). A prática da orientação profissional inicialmente pautou-se pelo modelo da Teoria do Traço e Fator; isto é, pelas ideias de que o processo de Orientação Profissional é diretivo e o papel do orientador profissional é o de fazer diagnósticos, prognósticos e indicações das ocupações certas para cada indivíduo, o que foi feito, desde o início, com base na Psicologia Aplicada, especialmente na Psicometria. Na década de 1960, as mudanças ocorridas na Orientação Profissional e as críticas à Teoria do Traço e Fator, que despontavam no ambiente internacional desde a década de 1940, eram conhecidas no Brasil. (SPARTA, 2003:3-4) Posteriormente a esse modelo, vieram outros ligados a teoria hexagonal de Holland e outros teóricos e

7 apenas para esclarecer, a historicidadeda escolha da profissão pode ser encontrada emtextos de orientação teóricas diversas e por vezescontrárias, tais como na teoria desenvolvimentistade Donald E. Super (Super&Bohn, 1972), bemcomo na teoria sócio-histórica, tal como propostapor Ana Bock e Wanda M. de Aguiar (1995) e Silvio Bock (2002) e na proposta fundamentadana psicanálise, que referencia nosso trabalho e quese encontra em Nascimento (1995, 2004). (NASCIMENTO, 2007: 35). Assim, várias teorias vieram para abordar a temática de orientação profissional e o processo que envolve a escolha de uma área de atuação. Basta levar em consideração a proposta que mais se adequa ao formato de trabalho que se buscará realizar de acordo com o ambiente e momento também. No processo de orientação profissional nota-se que a entrevista também é elemento fundamental uma vez que no processo de OV ela auxilia a identificar o motivo (manifesto ou latente) que leva a pessoa a procurar nosso serviço para resolver sua dificuldade; quais são seus conflitos predominantes; que procedimentos devemos escolher para realizar a orientação com um caso individual. Ela torna o processo dinâmico. Ela auxilia no diagnóstico. Além disto, a entrevista, de acordo com diversos autores, pode colaborar no trabalho de elaboração do orientando, para que ele possa construir a sua identidade vocacional, elaborar os conflitos e fazer suas escolhas. (NASCIMENTO, 2007: 39) Desta forma, a ausência da entrevista no processo poderia ser catastrófica, pois impediria de proporcionar um aprofundamento do sujeito avaliado caso se baseasse apenas em testes e preenchimentos de formulários e provas. Logo, de acordo com Bardagi e Albanis (2015), além da avaliação psicológica que é inserida na OP (Orientação Profissional), a entrevista e outras técnicas viáveis e possíveis podem e devem ser consideradas para que o processo seja completo e capaz de atender plenamente as demandas da pessoa que buscou o serviço. Com a evolução e o nascimento de novas tecnologias, cada vez mais novas profissões e demandas vão surgindo e com isso novos direcionamentos no processo de OP podem ser realizados, ainda que as profissões tradicionais sejam as mais influentes, quanto maior a abertura do processo ao ambiente atual maiores as chances de atingir os objetivos considerando que o atual contexto socioeconômico pode ser caracterizado por grandes mudanças decorrentes da globalização e dos avanços tecnológicos acelerados. (BARDAGI, ALBANIS, 2015: 124) De acordo com Nascimento (2007), o processo de Orientação Profissional envolve em geral três etapas ou momentos,sendo o primeiro momento envolvendo o autoconhecimento, onde o psicólogo procurará contribuir para que o avaliado consiga se autoconhecer ao máximo ampliando assim as percepções de si. No segundo momento, contribuir com dados sobre todas as profissões possíveis e suas particularidades e o terceiro e último momento é a integração dos dois primeiros momentos de intervenção e que estes podem ou não ocorrer nesta ordem de acordo com a forma de atuação e preferência do profissional e de acordo com avaliado envolvido no processo e seu tempo de dedicação no mesmo.

8 5. O Psicólogo Pensando que o processo de orientação profissional envolve um contexto dinâmico, o profissional de psicologia precisa ter subsídios suficientes para avaliar e conduzir de forma clara e coesa tudo que tange a realização da Orientação Profissional. Porém, verifica-se que no Brasil, a Orientação Profissional pode ser realizada por psicólogos e pedagogos, mas infelizmente, como afirmou Soares (1999), a formação de orientadores profissionais brasileiros ainda não possui regulamentação ou lei que determine conteúdos mínimos a serem ministrados. Esta formação fica a cargo de universidades e cursos livres, mas a falta de uma regulamentação mais estrita da profissão acaba por diluir boas iniciativas e não oferece poder para que a ABOP possa fiscalizar os cursos oferecidos em território nacional. Uma das consequências desta situação foi a não inclusão da Orientação Profissional no rol de especialidades para psicólogos, de acordo com as determinações da Resolução 014/00 do Conselho Federal de Psicologia, que dispõe sobre o título de profissional especialista em Psicologia (Conselho Federal de Psicologia, 2000). Na prática, psicólogos e orientadores educacionais podem exercer a atividade de Orientação Profissional sem qualquer formação específica na área, o que, infelizmente, retarda o seu desenvolvimento e a desqualifica. (SPARTA, 2003:08). Entende-se que apesar de ser possível atender sendo apenas formado psicologia, não basta apenas isso para atender uma demanda de OP, é necessário um aprofundamento deste campo através de capacitações e cursos específicos que possam proporcionar e apresentar ferramentas necessárias para a realização deste processo e o desenvolvimento de competências atreladas a esse tipo de trabalho, tornando-se mais capacitado para proporcionar um trabalho diferenciado e que realmente possa ser efetivo e assertivo com a pessoa que está envolvida no processo evitando falhas e até mesmo procedimentos pouco assertivos e antiéticos na execução de todo o trabalho e sendo assim Parágrafo Único - O psicólogo que utiliza testes psicológicos como instrumento de trabalho, deve observar as informações contidas nos respectivos manuais e buscar informações adicionais para maior qualificação no aspecto técnico operacional do uso do instrumento, sobre a fundamentação teórica referente ao construto avaliado, sobre pesquisas recentes realizadas com o teste, além de conhecimentos de Psicometria e Estatística. (RESOLUÇÃO CFP Nº 002/2003: 08) O psicólogo precisará ter uma capacidade analítica bem apurada para sair do convencional do processo e identificar as demandas mais atuais no mercado e até mesmo considerar outras possibilidades de atuação profissional que podem surgir no processo de acordo com as aspirações, desejos e identificações que as pessoas avaliadas podem possuir. Podemos com isso, constatar que cada vez mais as pessoas estão se tornando empreendedoras e isso em tempos atrás não era algo comum, já que as pessoas tendiam a buscar profissões mais tradicionais como Administração, Advocacia, Medicina e Engenharias. Sendo assim, o orientador precisa integrar as variadas informações coletadas para fornecer um feedback útil para seus clientes. (BARROS, NORONHA, AMBIEL, 2015: 162).

9 Ao apresentar o laudo do sujeito avaliado o psicólogo deverá estar atento aos princípios éticos e técnicos que normatizam esse documento de acordo com a Resolução CFP Nº 007/2013 e sendo assim os psicólogos, ao produzirem documentos escritos, devem se basear exclusivamente nos instrumentais técnicos (entrevistas, testes, observações, dinâmicas de grupo, escuta, intervenções verbais) que se configuram como métodos e técnicas psicológicas para a coleta de dados, estudos e interpretações de informações a respeito da pessoa ou grupo atendidos, bem como sobre outros materiais e grupo atendidos e sobre outros materiais e documentos produzidos anteriormente e pertinentes à matéria em questão. Esses instrumentais técnicos devem obedecer às condições mínimas requeridas de qualidade e de uso, devendo ser adequados ao que se propõem a investigar. A linguagem nos documentos deve ser precisa, clara, inteligível e concisa, ou seja, deve-se restringir pontualmente às informações que se fizerem necessárias, recusando qualquer tipo de consideração que não tenha relação com a finalidade do documento específico. (Resolução CFP Nº 007/2013). Desta forma, é importante que o psicólogo siga rigorosamente os preceitos e normativas que existem para que não ocorra nenhum tipo de questionamento posterior sobre sua conduta ou sua entrega profissional mediante o trabalho requisitado, cumprindo suas atribuições com ética e postura adequada ao que se espera de um profissional competente e comprometido com a sociedade para que assim, seja também, requisitados outras vezes para atender novas demandas e para que possa ser referência na área. 6. O Adolescente O sujeito que busca o serviço em geral que em sua maioria é composto por adolescentes e o desenvolvimento de estratégias de intervenção destinadas a jovens que aspiram à EducaçãoSuperior decorre do sistema brasileiro de acesso à universidade, que se dá por meio do exame vestibular, existente há várias décadas. O exame vestibular por si só é altamente estressante. Cumpre refletir sobre o significado do termo vestibular na língua portuguesa. A palavra vestibular é relativa a vestíbulo, ou seja, espaço entre a rua e a entrada de um edifício ; porta principal ou designação genérica de espaço situado à entrada de canal. Diz-sedo exame de admissão a um curso superior, aberto aos candidatos que houveram concluído oensino médio, e designado a avaliar o preparo de tais candidatos e sua aptidão intelectual, exame vestibular (Ferreira, 1986, p. 1771). Assim, a Orientação Profissional no Brasil desenvolveu-se principalmente destinada a estudantes do ensino médio sobretudo o privado e de cursos preparatórios para o vestibular, que aspiram ao acesso à universidade. (MELO-SILVA, LASSANCE, SOARES, 2004:35) Até pouco tempo atrás o vestibular era assim e atualmente identificamos que o formato para ingressar nas universidades em todo país tem mudado com o advento do ENEM Exame nacional do Ensino Médio e isso abriu um leque muito maior de possibilidades para os jovens conseguirem ingressar na tão sonhada graduação e/ou universidade podendo utilizar o mesmo exame para servir de base para validação em diversas instituições de ensino em todo o país.

10 Nota-se que muitos adolescentes ou jovens iniciam uma graduação apenas para agradecer os anseios externos e para minimizar cobranças de seus familiares e amigos quanto a uma carreira que pretende seguir. Percebe-se que muitos que acreditam que fizeram a escolha certa mesmo assim podem posteriormente reavaliar e redescobrir novas paixões principalmente neste novo mundo tecnológico em que vivemos onde tudo muda constantemente e as informações nunca foram tão fáceis de acessar. Em geral, o jovem que inicia um curso considerado mais aceitável ou que foi em termos mais fácil de passar no vestibular logo irá abandoná-lo, pois não irá se identificar com ele. Outros que iniciam um curso apenas pelo fato deste proporcionar rendimentos financeiros melhores e mais significativos se sua motivação não estiver atrelada a isso logo também irá abandonar o curso. Em determinados momentos, o jovem que está perdido com que curso fazer, não passou por um processo de orientação e por isso suas escolhas são mais balizadas pelos outros e também por haver certo desconhecimento de si mesmo e suas habilidades principais. Em outros casos, existe a escolha já realizada pelos pais que possuem anseios quanto a uma determinada carreira seja porque já existe um profissional na família que alcançou sucesso nela ou por ser uma frustração de um dos pais e então o sonho é transferido para o filho para que este realize o desejo de seus pais em se formar ou iniciar a carreira em uma determinada área que sempre foi sonho deles. Hoje existem muito mais carreiras que anos atrás e isso ampliou ainda mais o leque de possibilidades e consequentemente de dúvidas sobre que carreira seguir. (ALMEIDA; PINHO, 2008). De acordo com Almeida e Pinho (2008), na fase da adolescência o sujeito está buscando desenvolver sua identidade pessoal e ao mesmo tempo tem que começar a desenhar sua identidade ocupacional e ambas possuem relação. Sendo assim, a identidade ocupacional forma-se através da autopercepção que o indivíduo tem dos papéis profissionais com os quais tem contato ao longo de sua existência, principalmente no que diz respeito a figuras significativas, como pais, familiares e professores. A escolha é, portanto, parte da definição desta identidade ocupacional. (ALMEIDA, PINHO, 2008: 176) Ok Desta maneira pode-se compreender que a formação da identidade do adolescente terão fatores importantes e quando se trata da escolha profissional, o adolescente deve optar não só por um curso ou por uma atividade de trabalho, mas também por um estilo de vida, uma rotina, o ambiente do qual fará parte. Enfim, decide não só o que quer fazer, mas também o que quer ser. (ALMEIDA, PINHO, 2008: 177) E, além disso, faz-se necessário reconhecer que a influência da família, ou da rede de relações que se forma em cada família, está sempre presente de alguma maneira nas diferentes escolhas que se fazem na vida. Daí a importância de o adolescente reconhecer estas influências, para que possa elaborar uma escolha consciente, responsável e assertiva. (ALMEIDA, PINHO, 2008: 182). Neste sentido, vale considerar que em determinadas famílias pode existir uma espécie de lealdade que pode ser definida como corresponder às regras de união e aos demais mitos na

11 família (ALMEIDA, PINHO, 2008: 179) Logo, isso cria de acordo com os autores Almeida, Pinho (2008), uma espécie de obrigação em corresponder aos anseios familiares e os vínculos psicológicos são aqueles que mais impactam nas relações familiares que podem ser enfraquecidos caso a lealdade não seja considerada, ou seja, quebrada. Porém, os adolescentes podem ter uma visão mais integrada de suas percepções, gostos, anseios e desejos frente à vida e ao mercado de trabalho podendo tomar decisões mais coerentes e condizentes com suas aspirações e expectativas mesmo que a profissão dos pais e algumas influências possam estar presentes em todo o contexto de escolha ao se apoiar no processo de avaliação psicológica que está inserido em Orientação Profissional para que possa utilizar-se de subsídios técnicos e científicos para desconstruir ideais previamente almejados e destinos anteriormente definidos que não estejam em compatibilidade com as decisões dos adolescentes ainda mais nos dias atuais em que as gerações estão em constante transformação e bem ligadas as tecnologias e mídias sociais vigentes. 7. Conclusão Conclui-se que o processo de orientação profissional com a utilização da avaliação psicológica é necessário e assertivo quando envolve um profissional de psicologia bem alinhado e eticamente comprometido com sua profissão, com a sociedade e com o bem-estar dos sujeitos avaliados possibilitando a prestação de serviço qualificado atrelado aos anseios do adolescente na busca por essa tão famosa escolha profissional queno final caberá ao próprio avaliado e este deverá ter subsídios suficientes para essa decisão e assumir a responsabilidade por esta mesmo que esteja em desacordo com as expectativas familiares. Os objetivos específicos eram descrever o processo de orientação profissional no Brasil que foi descrito plenamente, identificar as ferramentas e técnicas mais utilizadas na avaliação psicológica que foram apresentados e compreender a atuação do psicólogo neste campo que foi bem explanada. O problema de pesquisa que originou esse trabalho foi plenamente respondido ao fornecer informações e aspectos importantes sobre as estratégias utilizadas pelos psicólogos em avaliação psicológica para o desenvolvimento do trabalho de orientação profissional voltada para adolescentes, onde foram consideradas as ferramentas mais usuais no cotidiano. Na coleta de artigos pode-se observar que há uma gama extensa de materiais disponíveis sobre a temática proposta, não dificultando o encontro de dados para a construção do artigo e nosso foco maior foi na Revista Brasileira de Orientação Profissional, no entanto, pode-se futuramente haver um maior aprofundamento desta temática levando em consideração as mudanças de tempo e espaço e a evolução das ferramentas de trabalho aqui apresentadas bem como novos rumos que o formato de OP (Orientação Profissional) possa obter bem como a avaliação psicológica envolvida neste processo tão rico e tão importante para a sociedade. Referências ALMEIDAM. E. G. G.; PINHO, L. V. (2008). Adolescência, Família e Escolhas: Implicações Na Orientação Profissional. Psicologia Clínica, 2008, 20 (2), 173-184.

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