INFLUÊNCIA DA SANITIZAÇÃO E TEMPERATURA DE ESTOCAGEM SOBRE A QUALIDADE DE OVOS DE CODORNA JAPONESA (Coturnixjaponica)

Documentos relacionados
INFLUÊNCIA DA SANITIZAÇÃO E TEMPERATURA DE ESTOCAGEM SOBRE A QUALIDADE DE OVOS DE CODORNA JAPONESA (Coturnix japonica)

VIABILIDADE E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE OVOS COMERCIAIS BRANCOS E VERMELHOS. Viability and physical characteristics of commercial egg whites and reds

QUALIDADE E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE OVOS COMERCIAIS

EFEITO DE DIFERENTES REVESTIMENTOS SOBRE A QUALIDADE DE OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS ARMAZENADOS SOB REFRIGERAÇÃO POR 28 DIAS

Palavras-chave: armazenamento, cinzas, extrato etéreo, proteína bruta, sólidos totais

Effect of storage temperature and type of package on the internal quality of eggs from japanese quails (Coturnix japonica)

APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO SUPERFICIAL DA CASCA PARA PRESERVAÇÃO DA QUALIDADE INTERNA DE OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS

AVALIAÇÃO FÍSICA DE OVOS DE CODORNA EM DIFERENTES PERÍODOS DE ARMAZENAMENTO

INVESTIGAÇÃO DA QUALIDADE DO OVO COMERCIALIZADO NO MUNICÍPIO DE SANTA INÊS- BA. Apresentação: Pôster

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICA DE OVOS DO TIPO CAIPIRA E DE GRANJA NO INTERIOR DE MINAS GERAIS

BIOFILME À BASE DE FÉCULA DE MANDIOCA NA CONSERVAÇÃO DE OVOS DE MESA

Níveis de lisina digestível em rações para poedeiras semi-pesadas e seus efeitos sobre a qualidade interna dos ovos 1.

QUALIDADE EXTERNA E INTERNA DE OVOS COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE BAGÉ/RS INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE EXTERNA E INTERNA DE OVOS VERMELHOS DE POEDEIRAS EM ESTABELECIMENTOS COMERCIAL VAREJISTA

QUALIDADE DE OVOS DE GALINHAS POEDEIRAS ALIMENTADAS COM ERVA MATE (llex paraguariensis) NA RAÇÃO APÓS DIFERENTES FORMAS DE ARMAZENAMENTO

Níveis de lisina digestível em rações para poedeiras semipesadas no período de 47 a 62 semanas de idade e seus efeitos sobre o desempenho produtivo.

Revista Craibeiras de Agroecologia v. 4, n. 1, p. e Artigo científico

ASPECTOS NUTRICIONAIS DE OVOS COMERCIAIS SUBMETIDOS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE Citrus deliciosa Tenore SUBMETIDA A ARMAZENAMENTO REFRIGERADO.

SUPLEMENTAÇÃO COM PÓLEN APÍCOLA E DESEMPENHO PRODUTIVO DE CODORNAS JAPONESAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CURSO DE ZOOTECNIA LAURA ALINE ZANELATTO DE SOUZA

EFEITO DA TEMPERATURA AMBIENTAL SOBRE A QUALIDADE DA CASCA DO OVO DE CODORNAS JAPONESAS. *autor para correspondência:

Revista Agrarian ISSN:

Congresso Brasileiro de Fruticultura Natal/RN 17 a 22 de Outubro de 2010

INIBIÇÃO DO ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO DE GUARIROBA MINIMAMENTE PROCESSADA

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

Níveis de cálcio na manutenção da qualidade interna de ovos de codornas japonesas após armazenamento

CARACTERÍSTICAS DE OVOS COM DIFERENTE TEMPO DE PRATELEIRA E DE DIFERENTES TIPOS DISPONÍVEIS AO CONSUMIDOR EM CIDADES DE MINAS GERAIS

QUALIDADE DE OVOS DE CODORNAS JAPONESAS: EFEITO DA IDADE DA AVE, TEMPERATURA DE CONSERVAÇÃO E PERÍODO DE ARMAZENAMENTO

Fatores que influenciam a qualidade dos ovos de poedeiras comerciais

Análise bromatológica da cana-de-açúcar armazenada e hidrolisada com óxido de cálcio

Desempenho de leitões em fase de creche alimentados com soro de leite.

QUALIDADE E DESEMPENHO DE OVOS CONTENDO ÁCIDOS ORGÂNICOS NA DIETA DE POEDEIRAS EM FASE FINAL DE PRODUÇÃO 1

QUALIDADE DE OVOS DE POEDEIRAS ALIMENTADAS COM DIETAS CONTENDO A INCLUSÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS DE CADEIA MÉDIA PURIFICADAS 1

DESEMPENHO E QUALIDADE DOS OVOS DE GALINHAS SEMI-PESADAS ALIMENTADAS COM RAÇÕES FORMULADAS COM DUAS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DIFERENTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Archives of Veterinary Science ISSN

DETERMINAÇÃO DE VIDA DE PRATELEIRA DA FARINHA OBTIDA A PARTIR DAS CASCAS DE ABACAXI (Ananas comosus L. Merril)

Qualidade física e bacteriológica de ovos opacos de codornas sanitizados... 11

Níveis de lisina digestível em rações para poedeiras semi-pesadas e seus efeitos sobre a qualidade externa dos ovos 1.

Palavras-chave: agroindústria, alimentos alternativos, codornas europeias, resíduo de fruta

Características da carcaça e da carne de tourinhos terminados em confinamento com dietas contendo grão de milheto e inclusão de glicerina bruta

DIFERENTES PESOS CORPORAIS AO FINAL DA FASE DE RECRIA SOBRE O DESEMPENHO PRODUTIVO DE CODORNAS JAPONESAS. mail:

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE OVOS COMERCIALIZADOS EM SUPERMERCADOS, MERCEARIAS E FEIRAS, ARMAZENADOS SOB REFRIGERAÇÃO.

Níveis de lisina digestível em rações para poedeiras semi-pesadas no período de 28 a 44 semanas e seus efeitos sobre o desempenho 1.

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010 ACEITAÇÃO SENSORIAL DE CONSERVAS ÁCIDAS DE OVOS DE CODORNA

ELABORAÇÃO DE GELEIA TRADICIONAL E LIGHT DE GUABIROBA BRUNA NAPOLI¹; DAYANNE REGINA MENDES ANDRADE²; CRISTIANE VIEIRA HELM³

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

QUALIDADE DE OVOS DE GALINHAS POEDEIRAS DA RAÇA NEGRA COM A INCLUSÃO DE PIGMENTANTES NATURAIS E SINTÉTICOS NA DIETA

Qualidade de ovos de poedeiras semipesadas armazenados em diferentes temperaturas e períodos de estocagem

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA LORENA SUELEN VASCONCELOS LIMA

EFEITO DE NÍVEIS DIETÉTICOS DE CÁLCIO E FÓSFORO DISPONÍVEL SOBRE O DESEMPENHO E QUALIDADE DOS OVOS DE CODORNAS JAPONESAS

Quality of eggs traded in different markets at Imperatriz, Maranhão, Brazil

DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO SUPLEMENTADOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE RACTOPAMINA NA DIETA

USO DE MICROALGA NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS JAPONESAS MELHORA A QUALIDADE DOS OVOS

Introdução. Graduando do Curso de Nutrição FACISA/UNIVIÇOSA. 3

EFEITO DA TEMPERATURA DE ARMAZENAMENTO SOBRE A QUALIDADE DO MAROLO IN NATURA

CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) EM TEMPERATURA AMBIENTE

DESEMPENHO DE TRÊS DIFERENTES LINHAGENS DE FRANGOS DE CRESCIMENTO LENTO NA FASE INICIAL

Características físico-químicas e sensoriais de melão minimamente processado e armazenado à temperatura de 7ºc.

Sérgio Domingos SIMÃO¹; Adriano GERALDO²; Angélica Santana CAMARGOS³; Luiz Carlos MACHADO 4 ; Tiago Antonio SANTOS³.

CRIOCONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO. RESUMO

XI Jornada Científica XI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG Campus Bambuí

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE MUDA FORÇADA EM POEDEIRAS COMERCIAIS

NÍVEIS DE SUPLEMENTAÇÃO DE COLINA NA DIETA DE CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA LEVELS OF CHOLINE SUPPLEMENTATION IN THE DIET OF LAYING JAPANESE QUAILS

ACEITABILIDADE DE OVOS COM BASE NA DEGUSTAÇÃO E PIGMENTAÇÃO DA GEMA

V Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

Pernambucano Campus Salgueiro CEP: Salgueiro PE Brasil, Telefone (87) e- mail:

Características físicas e físico-químicas de cultivares de milho-verde produzidos em sistemas de cultivo orgânico e convencional.

QUALIDADE DE OVOS COMERCIAIS PROVENIENTES DE POEDEIRAS COMERCIAIS ARMAZENADOS SOB DIFERENTES TEMPOS E CONDIÇÕES DE AMBIENTES

Qualidade interna do ovo de avestruz após estocagem em temperatura ambiente e refrigerada

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

Avaliação da porcentagem de Gordura em vacas leiteiras tratadas com diferentes sanitizantes no manejo pré e pós dipping.

DIETAS DE POEDEIRAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE CÁLCIO E ÓLEO COM 73 SEMANAS DE IDADE

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA DE TAPEREBÁ (Spondias mombin L.)

QUALIDADE DE OVOS DE CODORNA REVESTIDOS COM BABOSA E ARMAZENADOS SOB REFRIGERAÇÃO

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR NORDESTINA, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.

RELATÓRIO DE PESQUISA - 42

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

QUALIDADE DE OVOS DE GALINHAS POEDEIRAS HISEX BROWN EM FUNÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PIGMENTANTES ALTERNATIVOS NA DIETA

Avaliação da composição centesimal e determinação de minerais em rações para cães e gatos

Conservação de palmito Pupunha minimamente processado

Armazenamento refrigerado de melão Cantaloupe Torreon, sob atmosfera modificada. Fábio V. de S. Mendonça; Josivan B. Menezes;

ALTERNATIVA PARA CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda)

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E VIGOR DE SEMENTES EM PROGÊNIES DE CAMUCAMUZEIRO ESTABELECIDAS NO BAG DA EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL

Uso da Ora-Pro-Nobis para Codornas Japonesas em Fase de Postura

COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE IN VITRO

PERFIL DO CONSUMIDOR DE OVOS DE CODORNA DA CIDADE DE TIMON-MA

UTILIZAÇÃO DA GOMA DE SOJA EM DIETAS PARA POEDEIRAS E O SEU EFEITO SOBRE A QUALIDADE INTERNA E EXTERNA DO OVO

RESUMO Desempenho de poedeiras em diferentes programas de luz ao início da postura

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIAS E FÍSICAS DE ABATEDOUROS E MERCADOS PÚBLICOS MUNICIPAIS DA PARAÍBA, BRASIL

EFEITO DA TEMPERATURA DE ESTOCAGEM NA QUALIDADE DO MEL

TÍTULO: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE FRUTAS COMERCIALIZADAS EM MONTES CLAROS-MG

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

COMPARAÇÃO DE PARÂMETROS LABORATORIAIS EM DIFERENTES TIPOS DE GELEIAS CONVENCIONAIS DE MORANGO

ASPECTOS DE QUALIDADE INTERNA E EXTERNA DE OVOS COMERCIALIZADOS EM DIFERENTES ESTABELECIMENTOS NA REGIÃO DE GOIÂNIA

2. Resultados de pesquisa em grãos de canola

QUALIDADE DE OVOS DE CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM ERVA-DOCE NO SEGUNDO CICLO DE POSTURA

Níveis de fitase em dietas valorizadas e seus efeitos sobre o desempenho de poedeiras semi-pesadas.

Transcrição:

ISSN: 2238-9970 INFLUÊNCIA DA SANITIZAÇÃO E TEMPERATURA DE ESTOCAGEM SOBRE A QUALIDADE DE OVOS DE CODORNA JAPONESA (Coturnixjaponica) INFLUENCE THE SANITIZATION AND STORAGE TEMPERATURE ON QUALITY OF EGGS FROM JAPONESE QUAILS (Coturnix japonica) Marluci R. Melgarejo, Bruna S. Seabra, Claucia A. Honorato RESUMO:Oitenta ovos estocados em dois locais de distintas temperaturas de estocagem (ambiente e refrigerado), por quatro períodos (inicial, 7, 15 e 21 dias de estocagem). As variáveis estudadas foram perda de peso, ph da albúmen, ph da gema, relação albúmen/ovo, relação gema/ovo e relação casca/ovo. Os ovos armazenados em geladeira têm melhor qualidade indepentente do processo de sanitização. Ocorreu maior perda de peso, relação albúmen/ovo, casca/ovo e gema/ovo é maior para os ovos sanitizado armazenados em temperatura ambiente e para os não sanitizado armazenados em geladeira. O ph da albúmen foi superior nos ovos armazenados em temperatura ambiente; já o ph da gema foi superior nos ovos sanitizado armazenados em temperatura ambiente e para os não sanitizado armazenados em geladeira. PALAVRAS-CHAVES:tempo de estocagem; ovos de codorna; sanitização. ABSTRACT:Eighithyneggs stocked in two distinct locations storage temperatures (ambient and refrigerated), by four periods (initial, 7, 15 and 21 days of storage). The changes in the times of storage (initial, 7, 15, 21 days). The variables studied were weight loss, albumen ph, ph, white, yolkand shell eggs stored in refrigerators have better quality, independent of the sanitization process. Greater weight loss occurred, white/egg, shell/egg and yolk/egg ratio is greater for the sanitized eggs stored at room temperature and not sanitized stored in refrigerator. The ph of the albumen was superior on eggs stored at room temperature; the ph of the egg yolk was superior in sanitized stored at room temperature and not sanitized stored in refrigerator. KEYWORD: Keywords: storage time; quail eggs; sanitization. INTRODUÇÃO A criação de codornas vem em franco desenvolvimento, sua evolução tem sido constante e cada vez mais empresas do setor avícola tem demonstrado interesse em melhorar a qualidade de atender o consumidor de forma eficiente (Sobral et al., 2009). Nos últimos anos a produção de ovos de codorna vem rescendo consideravelmente atribuída a eficiência de produção do rebanho (TOGASHIet al., 2008; OLIVEIRA, 2007). Segundo PANDA e SINGH (1990), o ovo de codorna apresenta teor médio de 74,6% de umidade, 13,1% de proteína, 1,1% de minerais e 11,2% de lipídeos. Os teores de cálcio, fósforo, ferro, vitamina A e energia, em 100g de ovo, estão na faixa de 59mg, 220mg, 3,8mg, 300UI e 158kcal, respectivamente. Como qualquer outro produto de origem animal, o ovo de codorna é perecível, e começa a reduzir sua qualidade interna após a postura se não forem tomadas medidas tecnológicas para retardar esse processo de perda (SEIBEL e SOUZA-SOARES, 2003). A forma de aumentar a vida de prateleira ou shelflifedesses produtos é o uso das tecnologias de conservação ou industrialização, por reduzir as perdas nos ovos in natura (MOURA et al., 2008). No entanto, a redução da qualidade interna deste produto está correlacionada as condições de estocagem durante o período de comercialização (LEANDRO et al., 2005) e o período de estocagem domésticos (SEABRA, 2011). Alguns trabalhos apontam como método o controle da temperatura e o tipo de embalagem, (MOURA et al., 2008; SANTOS et al., 2009). A contaminação microbiológica também é um aspecto a ser considerado no processo de conservação dos ovos. Uma das maiores causas de contaminação dos ovos ocorre, após postura, para a maioria dos microrganismos, denotando a transmissão horizontal aos fatores associados ao ambiente e manipulação dos ovos (STRINGHINI et al., 2009). O processo de lavagem e sanitização dos ovos é algo rotineiro na indústria, pois esta prática influencia positiva à aceitação do produto pelo consumidor, como resultado da melhor aparência dos ovos para comercialização, melhora da qualidade bacteriológica da casca, diminuindo a probabilidade de contaminação dos ovos (LAUDANNA, 1995). Desde o momento da postura até o seus produtos, produzirem a custos mais baixos e consumo, pode haver um período de tempo e 1 - Hospital Veterinário, Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Medicina Veterinária, Centro Universitário da Grande Dourados UNIGRAN, Rua Balbina de Matos, 2121, Dourados - Mato Grosso do Sul - MS, CEP: 79.824-900. E-mail:clauciahonorato@yahoo.com.br

ph gema INFLUÊNCIA DA SANITIZAÇÃO E TEMPERATURA DE ESTOCAGEM SOBRE A QUALIDADE DE OVOS DE CODORNA JAPONESA (Coturnixjaponica) fatores que depreciam a qualidade interna dos ovos. Assim algumas técnicas podem ser adotadas para aumentar o tempo de viabilidade de ovos de codorna in natura. Este estudo teve como objetivo avaliar a sanitização associado à temperatura de estocagem sobre a qualidade interna dos ovos armazenados por 21 dias. MATERIAL E METODOS Os ovos de codorna foram adquiridos em um estabelecimento comercial na cidade de Dourados MS. Este estudo foi desenvolvido no Laboratório técnica dietética do Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN). Foram adquiridos 80 ovos de codorna. Estes ovos foram transportados para o laboratório e 50% da amostra passaram pelo processo de sanitização com hipoclorito (0,5%) por 15 minutos. Posteriormente as amostras foram secas em papel toalha e armazenadas em caixas previamente sanitizadas. Os ovos foram armazenados em dois locais com temperatura distintas (ambiente e geladeira). As amostragens foram realizadas no inicio do período experimental com tempo inicial, 7, 15 e 21 dias após estocagem. Foram amostrados cinco ovos sem sanitizar e cinco ovos sanitizados por período. Após cada período de estocagem, foi avaliado perda de peso, relação albúmen/ovo, casca/ovo e gema/ovo, ph da gema e ph da albúmen. Para analise da perda de peso os ovos foram pesados no dia zero e armazenados, e após cada tempo de armazenagem, estes foram novamente pesados e, pela diferença entre o peso no inicio e no final de cada período de armazenagem foi obtida a perda de peso em gramas. Este valor foi dividido pelo peso do ovo no inicio da estocagem, gerando os dados da perda de peso (Figura 3). Os resultados para relações albúmen/ovo, casca/ovo e gema/ovo foram determinados após os ovos serem quebrados e terem seus constituintes separados, e posteriormente pesados em balança analítica. O ph do albúmen e a gema foram separadas e posteriormente homogeneizadas com um bastão de vidro, e o ph aferido com o phmetro digital PG 2000 Gehaka. Os resultados foram analisados em delineamento inteiramente casualizado em parcela subdividida, sendo o tratamento principal os processos aplicados e secundário o tempo de estocagem. Para verificação de mudanças será aplicado análise de regressão. Para a comparação de tempo de estocagem foi aplicado DIC com dois tratamentos correspondendo ao tempo inicial e final (21 dias) com cinco repetições. As análises de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas pelo testes de Tukey (>0,05). RESULTADOS E DISCUSSÃO Independente do tempo de estocagem e do tratamento de sanitização todos os ovos estavam viáveis até ultima avaliação com 21 dias. Contudo, algumas alterações foram observadas nos parâmetros avaliados. Os valores de ph da gema (Figura 1) e ph de albúmen (Figura 2) revelaram diferenças quando comparou o local de estocagem (ambiente e geladeira). 7,8 7,6 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 6,4 6,2 Não Não Inicial 21 dias de armazenamento Figura 1 - Valores de ph da gema dos ovos sanitizados e não sanitizados submetidos a diferentes temperaturas de estocagem. O processo de estocagem provocou aumento do ph da gema dos ovos independente do local de estocagem (Figura 1). No entanto, o processo de sanitização dos ovos provocou mudanças sutis nos valores de ph. Os ovos sanitizados armazenados em geladeira apresentaram uma elevação de 7,12% enquanto que para os ovos não sanitizados em mesmo ambiente o ph foi de 9,02%. Já os ovos sanitizados em temperatura ambiente houve um aumento de 11,90%, e os não sanitizados a alteração do ph foi de 17,61%. LEANDRO et al. (2005) relatou que o aumento do ph é resultado da perda de CO ² para o ambiente, de modo a alterar o sabor dos ovos, já que o ph alcalino afeta a membrana vitelínica. SEIBEL et al. (2005) observou que o ph da gema de ovos refrigerados apresentou menores alterações quando comparados com ovos mantidos a temperatura ambiente. SANTOS et al., (2009) relatam que o período de estocagem prejudicou a qualidade dos ovos, pois influencia negativamente em índices como o ph da gema. O ph do albúmen após o período de estocagem apresentou comportamento distinto quando se comparou o ambiente (Figura 2). Nos ovos estocados em geladeira o ph apresentou uma pequena queda, e nos estocados a temperatura

Peso (g) Peso (g) ph albúmen Melgarejo et al. ambiente o ph apresentou aumentado. Não foi observados diferenças para os ovos sanitizados e os demais. Estes resultados dos ovos em temperatura ambiente estão de acordo com PASCOAL et al. (2008) o ph da albúmen aumenta de acordo com o aumento do período de estocagem do ovo. SEIBELet al. (2005) quando comparamos ovos refrigerados e não refrigerados o ph da albúmen é mais baixo nos refrigerados. 9,9 9,8 9,7 9,5 9,4 9,3 Não Não Inicial 21 dias de armazenamento Figura 2 - Valores de ph do albúmen dos ovos sanitizados e não sanitizados submetidos a diferentes temperaturas de estocagem. Os resultados de perda de peso, relação albúmen/ovo, gema/ovo e casca/ovo estão apresentados na Tabela 1. Durante o período de estocagem não foi observado diferença estatística na perda de peso independente do processo de sanitização e local de estocagem. No entanto, destaca-se que os ovos sanitizados armazenados em geladeira apresentaram perda de peso menor que os armazenados em ambiente (Tabela 1). a b a b temperatura ambiente quando comparados com os que estavam em ambiente refrigeração. SEIBEL & SOUZA-SOARES (2003) observaram que quanto maior o período de armazenagem, maior é a perda de peso do ovo. SANTOS et al. (2009) descreve que a perda de peso dos ovos ocorre, provavelmente, devido a perda de água do albúmen, pois sua proporção diminui linearmente em função do período de estocagem, sendo significativamente mais acentuada nos ovos mantidos em temperatura ambiente. A relação albúmen/ovo dos ovos sanitizados é maior nos ovos em temperatura ambiente em relação aos armazenados em geladeira. Já para os ovos não sanitizados a relação albúmen/ovo é maior para os ovos armazenados em geladeira (Tabela 1). SEIBEL & SOUZA-SOARES (2003) relatam que os valores referentes a relação albúmen/ovo permanecem praticamente constantes. SANTOS et al., (2009) relata que independente do tempo de estocagem, os ovos conservados em temperatura ambiente apresentaram menor porcentagem de albúmen, quando comparados com os ovos mantidos refrigerados. SEIBEL et al. (2005) descreve que quando comparados ovos refrigerados e não refrigerados a relação albúmen/ovo é menor nos ovos refrigerados. Para os ovos sanitizados armazenados em temperatura ambiente a relação gema/ovo foi maior em relação aos ovos armazenados em geladeira, resultado contrario do observado com os ovos no sanitizados onde os ovos armazenados A) B) 10,8 10,4 Não = y = 0,1922x³ - 1,4045x² + 2,8213x = 0,0955x² - 0,7961x + 10,79; R² = 0,999 11,2 10,8 Não = -0,3695x³ + 2,4005x² - 4,562x + 12,938; R² = 1 = 0,2637x³ - 1,894x² + 3,8223x + 7,9; R² = 1 10,4 8,8 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 inicial 7 15 21 Os resultados para os ovos sanitizados estão de acordo com SANTOS et al. (2009) que relatou que independente do período de estocagem, os ovos mantidos em temperatura ambiente perderam significativamente mais peso, quando comparado com os ovos mantidos em refrigeração. MOURA et al. (2008) que observou perda gradativa de peso de ovos armazenados em 0,5 1Inicial 1,5 27 2,5 15 3 3,5 21 4dias Figura 3 - Comportamento de perda de peso dos ovos de codorna durante o período de armazenamento em temperatura ambiente (A) e geladeira (B). em geladeira apresentaram relação gema/ovo maior (Tabela 1). SEIBEL & SOUZA-SOARES (2003) relatam que esses valores aumentam no final do período analisado. SANTOS et al. (2009) relatam que em temperatura ambiente, independente do período de estocagem, os ovos apresentam significativamente maior porcentagem de gema, quando comparados aos mantidos refrigerados. SEIBEL et al. (2005) quando se compara ovos mantidos sob refrigeração e ovos

INFLUÊNCIA DA SANITIZAÇÃO E TEMPERATURA DE ESTOCAGEM SOBRE A QUALIDADE DE OVOS DE CODORNA JAPONESA (Coturnixjaponica) não refrigerados, a relação gema/ovo é maior nos ovos refrigerados. Os ovos sanitizados em temperatura ambiente apresentaram maior relação casca/ovo em relação aos armazenados em geladeira; já para os ovos não sanitizados a relação casca/ovo foi maior para os ovos em geladeira apesar dos resultados serem bem próximos (tabela 1); resultados semelhantes foram relatados por SANTOS et al. (2009) em que os ovos mantidos em temperatura ambiente independente do período de estocagem, apresentaram valores de percentual de casca similares aos ovos conservados em temperatura de refrigeração. SEIBEL & SOUZA-SOARES (2003) relatam que esses valores diminuem no final do período experimental. CONCLUSÃO O processo de refrigeração foi eficaz para manter a qualidade interna de ovos de codorna. A utilização de sanitização antes do processo de estocagem não alterou a viabilidade e a longevidade dos ovos de codorna. Agradecimentos: Ao Hospital veterinário da UNIGRAN. Tabela 1 Valores de perda de peso, relação albúmen/ovo, relação gema/ovo e relação casca/ovo de ovos sanitizados e não sanitizados submetidos a diferentes temperaturas de estocagem (21 dias) Variáveis Não Não Perda de peso 0,094±0,017 0,076±0,014 0,082±0,023 0,084±0,024 Relação albúmen/ovo 0,384±0,015 0,370±0,025 0,358±0,029 0,416±0,014 Relação gema/ovo 0,439±0,016 0,409±0,029 0,383±0,031 0,415±0,019 Relação casca/ovo 0,162±0,005 0,153±0,011 0,138±0,012 0,154±0,008 REFERÊNCIAS LAUDANNA, S. P. Cuidados garantem ovos saudáveis. Revista Aves & Ovos, São Paulo, n. 9, p.32, 1995. LEANDRO, N. S. M. et al. Aspectos de qualidade interna e externa de ovos comercializados em diferentes estabelecimentos na região de Goiânia.Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v.6, n.2, p.71-78, 2005. MOURA, A. M. A.et al. Efeito da temperatura de estocagem e do tipo de embalagem sobre a qualidade interna de ovos de codornas japonesas (CoturnixJaponica). Ciência agotecnológica, Lavras, v. 32, p. 578-583, mar./abr. 2008. OLIVEIRA, B. L. Manejo em granjas automatizadas de codornas de postura comercial. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE COTURNICULTURA, 3., 2007, Lavras. Anais... Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2007. 232 p. PANDA, B. & SINGH, R. P. Developments in processing quail meat and eggs. World'sPoultry Science Journal, London, v. 46, p. 220-234, 1990. PASCOAL, L. A. F. et al. Qualidade de ovos comercializados em diferentes estabelecimentos na cidade de Imperatriz-MA. Revista Brasileira Saúde Produção Animal, Salvador, v.9, n.1, p. 150-157, 2008. REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia /ppm/2009/ppm2009.pdf SANTOS, M. S. V. et al. Efeito da temperatura e estocagem em ovos. Ciência e tecnologia de alimentos, Viçosa, v. 29, n. 3, 2009. SEABRA, B. S. Viabilidade e características físicas de ovos comerciais brancos e vermelhos. 2011. 18f. Trabalho de conclusão de curso (Medicina Veterinária) Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN). SEIBEL, N.F. et al. Qualidade física e química de ovos de codornas alimentadas com dietas modificadas. Revista Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v.64, n.1, p.58-64, 2005. SEIBEL, N. F.& SOUZA-SOARES, L. A. Avaliação física de ovos de codorna em diferentes períodos de armazenamento. Vetor, Rio Grande, v.13, p.47-52, 2003. SOBRAL, S. E. F. et al. Caracterização do consumo de ovos de codorna no município de Patos - PB. Agropecuária Científica no Semi- Árido, Paraíba, v.5, p.62-66, 2009. STRINGHINI, M. L. F. et al.características bacteriológicas de ovos lavados e não lavados de

Melgarejo et al. granjas de produção comercial. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v.10, n.4, p.1317-1327, 2009. TOGASHI, C. K. et al. Levantamento técnico das granjas produtoras de ovos de codornas localizadas em bastos e região, estado de São Paulo. Informações Econômicas, São Paulo, v.38, n.12, 2008.