QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

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Bruna Deluca Guterres
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1 QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB Sandra Maria de Figueiredo 1, Fernanda Fernandes de Melo Lopes 1, Napoleão Esberard de Macedo Beltrão 2. 1 UFCG, fndmelo@yahoo.com.br, sandramf70@hotmail.com; 2 Embrapa Algodão napoleão@cnpa.embrapa.br. RESUMO - Com este trabalho objetivou-se estudar a qualidade fisiológica das sementes de mamona, variedade BRS-49 Nordestina, acondicionadas em três diferentes embalagens, sob condições climáticas de Patos-PB. O trabalho foi desenvolvido no Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (EMBRAPA), Campina Grande, PB. As sementes foram acondicionadas em embalagens de Papel Multifoliado, Saco de Nylon e Garrafa Pet; e armazenadas durante seis meses (01a 07/04). A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada a cada dois meses, pelos testes de germinação (BRASIL, 1992); vigor, pelo comprimento de plântula (VIEIRA E CARVALHO, 1994); e teor de umidade (BRASIL, 1992); utilizando um delineamento inteiramente casualizado, em quatro períodos de armazenamento (0, 2, 4 e 6 meses) e repetições. As sementes acondicionadas em embalagens Multifoliado e Nylon tiveram seu comportamento baseado nas tendências climáticas dos períodos de armazenagem muito mais evidente que na Garrafa Pet. Para as sementes da embalagem Garrafa Pet foram registrados os menores valores de umidade em todos os períodos. Não houve diferenças significativas de germinação e vigor das sementes, porém aquelas acondicionadas em Garrafa Pet apresentaram melhores valores que os obtidos das embalagens Multifoliado e Nylon. INTRODUÇÃO Toda a semente destinada ao plantio deve ser cuidadosamente beneficiada e conservada durante o período de armazenamento, até o momento de sua utilização, para garantir a preservação de sua qualidade fisiológica. A qualidade da semente é de fundamental importância para qualquer programa de produção de semente porque somente aquelas de elevado nível de qualidade proporcionam a maximização da ação dos demais insumos e fatores de produção empregados na lavoura. Destaca-se de igual importância os atributos fisiológicos relacionados à capacidade da semente de desempenhar suas funções vitais, ser portadora de vida e produzir uma plântula normal e essas características é caracterizada pela sua longevidade, capacidade germinativa e pelo seu vigor. As sementes oleaginosas são cultivadas pelo homem com a finalidade de sua utilização como alimento ou como matéria-prima das indústrias. Dentre o grupo das oleaginosas destaca-se a mamona (Ricinus communis L.), por ser um arbusto cujo fruto se extrai um excelente óleo com largo emprego industrial (CARVALHO,1983). Apesar da sua importância sócio-econômica nacional, fatores como: falta

2 de sementes melhoradas, degenerescência dos materiais cultivados, inexistência de cultivares satisfatoriamente produtivas e resistentes, e a influência do clima tropical no armazenamento das sementes, fazem com que seja uma cultura problemática. A condição de armazenamento é um dos principais fatores de garantia da qualidade das sementes. O armazenamento mal feito provoca problemas como: mofo, perda da cor, perda do sabor, diminuição do vigor e das reservas nutritivas da semente. Desta forma, objetivou-se estudar a qualidade fisiológica das sementes de mamona, variedade BRS-49 Nordestina, acondicionadas em embalagens de Papel Multifoliado, Saco de Nylon e Garrafa Pet, armazenadas sob condições climáticas de Patos-PB, num período de seis meses. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (CNPA/ EMBRAPA), Campina Grande, PB, no período de Janeiro a Julho de Foram utilizadas para o experimento sementes de mamona da variedade BRS 149 Nordestina. Após a colheita, as sementes foram beneficiadas por peneiração e um lote foi separado para avaliação da qualidade fisiológica imediata (tempo 0). As sementes foram acondicionadas em embalagens Papel Multifoliado, Saco de Nylon e Garrafa Pet; e mantidas sob as condições climáticas de Patos. A avaliação da qualidade fisiológica das sementes foi realizada a cada dois meses, pelos testes de germinação, conduzido com quatro repetições de 50 sementes, em papel (Germtest), de acordo com as RAS (BRASIL, 1992); vigor, realizado simultaneamente ao teste de germinação e avaliado conforme recomendações de Vieira e Carvalho (1994); e pela determinação do teor de umidade, pelo método de estufa, segundo a RAS (BRASIL, 1992). Para análise estatística utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, em quatro períodos de armazenamento (0, 2, 4 e 6 meses) e repetições. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores médios de umidade das sementes obtidas em Patos-PB, para as embalagens nos períodos de armazenagem estudados estão dispostos na Tabela 1. Para a embalagem Garrafa Pet foram registrados os menores valores de umidade em todos os períodos, e a mesma conservou melhor a umidade presente nas sementes que as demais embalagens, com a influencia climática regional, clima seco, principalmente aos 2 meses de armazenagem, coincidindo com a época de escassez de chuvas, quando a umidade das sementes foi extremamente baixa, em relação aos outros períodos.

3 Aos 4 meses de armazenagem, a umidade tendeu a um aumento, também em resposta a influência climática, quando apresentou período mais úmido na região. As sementes acondicionadas em embalagens Multifoliado e Nylon tiveram seu comportamento baseado nas tendências climáticas dos períodos de armazenagem muito mais evidente que na Garrafa Pet. Tudo isto pode ser comprovado pela significativa diferença entre embalagens Multifoliada e Nylon, com Garrafa Pet nos períodos finais de armazenagem. Na Tabela 2, tem-se os valores de germinação e vigor obtidos para as embalagens Multifoliado, Nylon e Garrafa Pet estudadas. Não houve diferenças significativas de germinação e vigor das sementes, porém aquelas acondicionadas em Garrafa Pet apresentaram visualmente melhores germinação e vigor que as obtidas das embalagens Multifoliado e Nylon. Isto pode estar relacionado maior estabilidade da umidade na embalagem impermeável (Garrafa Pet), impedindo a deterioração das sementes. Quando analisadas as médias obtidas em cada tempo de armazenagem (Figura 1), observase que houve grande variação, com tendência a aumento e redução da umidade relacionada ao clima, e ainda, que as maiores retenções de umidade das sementes foram aos 4 meses. A germinação foi maior aos 2 e 6 meses. O menor vigor das plântulas foi observado principalmente aos 2 meses de armazenagem, coincidindo com o período de menor umidade nas sementes. As equações cúbicas empregadas na regressão apresentaram um excelente ajuste aos dados, evidenciando um comportamento sigmoidal dos mesmos. Gomes (1992), utilizando diferentes embalagens e condições de armazenamento para sementes de algodão, verificou após 12 meses de armazenamento que independentemente das condições estudadas, a germinação das sementes decresceu significativamente. Gurjão (1995), avaliando a qualidade fisiológica em sementes de amendoim armazenadas em sacos de aniagem, constatou que o teor de umidade das sementes foi influenciada diretamente pela umidade relativa do ar, ocorrendo aos 4 meses de armazenagem uma redução de 3,2% b.u. em relação ao valor inicial e um posterior aumento de 5,84% b.u., aos 10 meses. CONCLUSÃO Para as sementes da embalagem Garrafa Pet foram registrados os menores valores de umidade em todos os períodos, e também apresentaram melhores germinação e vigor que das sementes das embalagens Multifoliado e Nylon.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Agricultura. Regras para análise de sementes. Brasília: Departamento Nacional de Produção Vegetal, p. CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: Ciências Tecnologia e Produção. 1983, p GOMES, J.P. Comportamento da germinação e vigor de sementes de algodão herbáceo em diferentes tipos de embalagens, tratamentos e condições de conservação durante a sua armazenagem. Campina Grande-PB: UFPB/CCT/DEAg, p. Dissertação de Mestrado. GURJÃO, K.C. de O. Qualidade fisiológica, nutricional e sanitária de sementes armazenadas de amendoim (Arachis hipogaea L.), produzidas no semi-árido nordestino. Campina Grande: UFPB/CCT/DEAg, p. Dissertação de Mestrado. VIEIRA, R.D.; CARVALHO, N.M de. Testes de vigor em sementes. Jaboticabal-SP: FUNEP/UNESP,1994,164p. Tabela 1. Valores médios de umidade (%) das sementes de mamona, BRS 149 Nordestina, acondicionadas nas embalagens multifoliado, nylon e garrafa pet, em função dos tempos de armazenagem em condições climáticas de Patos-PB. Embalagem Garrafa Pet 5,23a 2,58a 5,00b 5,59a Multifoliado 5,23a 2,29a 6,12a 4,64b Nylon 5,23a 2,32a 6,12a 4,69b Média Geral 4,58 CV (%) 8,83 Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Tabela 2. Valores médios de germinação e vigor das sementes de mamona, BRS 149 Nordestina, acondicionadas nas embalagens multifoliado, nylon e garrafa pet, em função dos tempos de armazenagem em condições climáticas de Patos-PB Embalagem Germinação (%) Vigor (cm) Garrafa Pet 78,7 6,8 Multifoliado 75 5,9 Nylon 67,9 6,4 Média Geral 77,2 6,4 CV(%) 8,6 35,6.

5 Umidade das sementes (%) y = -0,22x 3 + 2,07x 2-4,69x + 5,23 Germinação (%) y = 0,78x 3-7,13x ,05x + 73 Vigor y = -0,17x 3 + 2,02x 2-6,02x + 8,39 Figura 1. Médias da umidade, germinação e vigor das sementes de mamona, BRS 149 Nordestina, em função do tempo para condições de Patos-PB.

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