AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA CULTIVADOS NO SEMI-ÁRIDO BAIANO
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- Luiz Guilherme Back Weber
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1 AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA CULTIVADOS NO SEMI-ÁRIDO BAIANO Domingos Sávio Henriques Malta 1, Delfran Batista dos Santos 1, Roberto Sílvio Frota de Holanda Filho 2, Ivânia Soares de Lima 3 1 EAFSB, domingos_malta@hotmail.com, delfran.batista@gmail.com; 2 UFCG, robertosilvio2@yahoo.com.br, 3 UNEB-Campus VII, ivanials@hotmail.com RESUMO Objetivou-se neste trabalho estimar a variabilidade no comprimento do 1 o cacho e no número de bagas (frutos) do 1 o cacho, em dez genótipos de mamona coletados na região de Senhor do Bonfim, Bahia, entre produtores e comerciantes. As sementes foram coletadas em propriedades (agricultura familiar) e junto aos comerciantes do produto e separadas por catação. Após triagem, foram escolhidos os dez genótipos que apareceram em maior quantidade nas amostras recolhidas. Estes genótipos receberam numeração de 1 a e utilizou-se seus nomes vulgares conhecidos na região para identificar cada classe de semente. O experimento foi realizado na Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim EAFSB. O delineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso, com quatro repetições. A mamona juriti pequena (genótipo 5) apresentou média superior para as duas variáveis analisadas. Houve correlação entre as variáveis: comprimento do 1 o cacho e o número de bagas (frutos) do 1 o cacho. Palavras-chave: Ricinus communis, comprimento do 1 o cacho, número de bagas do 1 o cacho. INTRODUÇÃO No Brasil a mamona é conhecida desde a era colonial quando dela se extraía o óleo para lubrificar as engrenagens e os mancais dos inúmeros engenhos de cana e carros de boi. Hoje podemos encontrar a mamoneira em quase toda extensão territorial, como se fosse uma planta nativa e em cultivos destinados à produção de óleo (BIODIESELBR, 8). Existem vários genótipos de mamoneira disponíveis para o plantio. Eles diferem em porte, deiscência dos frutos, tipo dos cachos e outras características (AMARAL, 8). Com isso, deve-se verificar entre os vários genótipos existentes qual o mais adaptado a determinada região. Uma das formas de se avaliar os vários genótipos é observando os seus desempenhos com relação a alguns parâmetros vegetativos e produtivos. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de dez genótipos utilizados pelos agricultores da região de Senhor do Bonfim, Estado da Bahia, com relação ao comprimento do 1 o cacho e do número de bagas (frutos) do 1 o cacho.
2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no período de junho de 6 a janeiro de 7 em área da Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim (EAFSB), BA, de coordenadas geográficas o 26 S e 4 o 8 W e altitude de 5 m. O município de Senhor do Bonfim apresenta clima semi-árido, variando de seco a subúmido, dependendo do ecossistema que pode ser caatinga ou morros (grota). Devido à sua extensão, o município apresenta consideráveis variações diárias de temperatura (PREFEITURA DE SENHOR DO BONFIM, 8). A EAFSB está implantada em região de caatinga. Durante a condução do experimento, as temperaturas médias diárias variaram de 18 a 29 o C e a precipitação total foi de 39 mm. O solo da área experimental é um latossolo amarelo. Foram medidos o comprimento do 1 o cacho e o número de bagas (frutos) do 1 o cacho em dez genótipos recolhidos na região entre produtores e comerciantes, os quais receberam os nomes pelos quais são conhecidos na região, conforme apresentado na Tabela 1 e Figura 1. Os genótipos foram distribuídos ao acaso em 4 blocos, de forma a totalizar 4 unidades experimentais, ou seja, 16 plantas. Cada unidade experimental foi constituída por uma fileira com quatro plantas, totalizando 16 plantas. O espaçamento utilizado no plantio da mamona foi 3 m entre plantas e 1 m entre linhas, colocando-se três sementes por cova. Após quinze dias da germinação, realizou-se o desbaste para manutenção de uma planta por cova. Quinzenalmente foi efetuada a eliminação de plantas invasoras através de capinas manuais. Não foram realizados os tratos culturais adubação e irrigação. A Tabela 1 apresenta o nome popular regional das sementes selecionadas para este experimento e a massa média de 12 grãos pesados. No final do ciclo, se procedeu a medição do comprimento do 1 o cacho e do número de bagas (frutos) do 1 o cacho. Para verificação da ocorrência de diferença entre os genótipos com relação às variáveis observadas, procedeu-se à análise de variância. Realizou-se o teste t ao nível de 5% de probabilidade com a finalidade de comparação de médias dos genótipos para as variáveis analisadas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pela Figura 2, verifica-se que ocorreu diferença significativa ao nível de 1% de probabilidade entre os genótipos para a variável comprimento do 1 o cacho. A mamona juriti pequena (genótipo 5) apresentou média do comprimento do 1 o cacho (45,7 cm) superior à dos demais genótipos. As mamonas branca e coty rochinha, genótipos 7 e 6, apresentaram médias menores, porém, sua médias
3 só foram inferiores estatisticamente às médias das mamonas juriti pequena e vermelha, genótipos 5 e 8, respecitivamente.. Os diferentes genótipos influenciaram significativamente no número de bagas (frutos) do 1 o cacho ao nível de 1% de probabilidade. A maior média para essa variável foi obtida pelo genótipo 5 (74,3), sendo superior estatisticamente às demais médias obtidas pelos outros genótipos, que obtiveram médias semelhantes estatisticamente entre si (Figura 3). Souza e Távora (6), testando diferentes épocas de plantio da mamoneira, relatam que não ocorreu diferenças significativas, para essa variável, no número de bagas do racemo primário, que variou entre 4 e 53. Em geral, o resultado obtido com a variável número de bagas do 1 o cacho foi semelhante ao observado para a variável comprimento do 1 o cacho, indicando uma correlação entre as variáveis comprimento do 1 o cacho e o número de bagas por cacho (Figura 4). CONCLUSÃO A mamona juriti pequena (genótipo 5) apresentou média superior para as duas variáveis analisadas. Houve correlação entre as variáveis: comprimento do 1 o cacho e o número de bagas (frutos) do 1 o cacho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, J. G. C. do. Mamona al guarany. 2. Disponível em: < Acesso em: 14 maio 8. BIODIESELBR. História da mamona. Disponível em: < Acesso em: 14 maio 8. PREFEITURA DE SENHOR DO BONFIM. Geografia e ambiente. Disponível em: < Acesso em: 7 maio 8. SOUZA, A. dos S.; TÁVORA, F. J. A. F. Antecipação de plantio e irrigação suplementar na mamoneira: I efeito nos componentes de produção. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 2., 6, Aracaju. Cenário atual e perspectivas: anais... Campina Grande: Embrapa Algodão; Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros; SAGRI, 6.1 CD-ROM.
4 Tabela 1. Nome popular regional das sementes testadas. Genótipos plantados (número de controle) Nome 1 Mamona couro 2 Mamona chitadinha coruja 3 Mamona juriti grande 4 Mamona coty vermelha 5 Mamona juriti pequena 6 Mamona coty rochinha 7 Mamona branca 8 Mamona vermelha 9 Mamona coty pequena Mamona branca coruja Figura 1. Foto das sementes testadas.
5 Comprimento do cacho (cm) a* b bc bc bc bc bc bc c c Genótipos Figura 2. Comprimento do 1º cacho em função dos genótipos. *Médias seguidas por letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste t. N o de frutos por cacho a b b b b b b b b b Genótipos Figura 3. Número de bagas (frutos) por cacho em função dos genótipos. *Médias seguidas por letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste t. N o de frutos por cacho y = 1,8499x - 11,868 R 2 =, Comprimento do cacho (cm) Figura 4. Correlação entre as variáveis: comprimento do 1 o cacho e n o de bagas (frutos) do 1 o cacho.
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