Perspectivas Econômicas O Brasil e o Mundo FÓRUM DE DESENVOLVIMENTO José Roberto Afonso Rio, 2/12/2016
Perspectivas Pessimistas Curto prazo
Conjuntura Fiscal Adversa Inóspito para gestor fiscal: recessão ou estagnação com inflação reduzida reduz impacto de não reajustar contratos e atrasar pagamentos. Banco do fornecedor e servidor: não pagar e até não empenhar tradicional opção para maioria das prefeituras e agora também estados - esbarra na dificuldade para fornecedor se financiar. Pressão para gasto: desemprego e crise provocam inevitável e forte pressão sobre gastos públicos, sobretudo acesso a rede pública de educação e saúde sem condições de contratar mais e justo quando decrescem repasses do FUNDEB e do SUS.
Macroeconomia Nacional Fonte: IBGE. Elaborado: Fernando Monteiro.
Crédito: resumo principais indicadores agosto 2016
Oferta de Crédito Fonte: BCB. Elaboração: Gecon/Dimac/Ipea * Ajuste feito pelo Gecon/Ipea
Macroeconomia regional Variação real projetada do PIB por UF para 2016 Fonte: Santander. Os estados com fraco desempenho relativo deverão se distanciar significativamente (a queda no Espírito Santo, por exemplo, deverá apresentar intensidade duas vezes maior do que a média). Isso é possível porque, entre os estados com melhor desempenho, estão aqueles com maior peso no PIB Total (por exemplo, SP e MG).
Desigualdade Regional: Diferencial Fonte: Macroplan.
Competitividade Regional: Infraestrutura Fonte: Economist, CLP e Tendências
Renúncia do ICMS (Guerra Fiscal) Fonte: LDOs Estaduais. Elaboração própria.
Recessão acabou?
Desempenho do PIB
Déficit Primário - Cenário Base (Repatriação de Recursos: R$ 46 bi) 5% 4% 3% 2% 2,9% 3,2% 3,2% 3,2% 3,2% 3,7% 3,8% 3,2% 3,2% 3,3% 1,9% 2,5% 2,9% 2,1% 1,4% 1% 0% -1% -2% -0,9% 0,0% -0,8% -1,1% -3% -4% 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017-1,5% -2,6% Não Recorrentes Primário Recorrente Governos Regionais Empresas Estatais SPC Fontes: IBRE, e Banco Central. Elaboração IBRE/FGV
Despesas Federais Expansionista Fonte: Ribamar Oliveira (Valor Econômico Temer executa política fiscal expansionista )
Carga Tributária Decrescente Fonte: Elaboração própria.
Receita Federal patinando Fonte: Elaboração própria.
Termômetro tributário muito baixo Elaboração própria. Fonte primária: RFB, Confaz e Bacen.
Despesas Primárias Do Governo Central *2016: valores acumulados em 12 meses até agosto Fonte: MF/STN; BCB. Elaboração FGV/IBRE.
PEC 241 (55) - Cenários - DBGG 110 100 90 80 70 60 50 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 DBGG sem a PEC DBGG com a PEC
Vício nas Compromissadas Investidores continuando aplicando cada vez mais em operações compromissadas do Banco Central (BC), em lugar de investir na produção: R$ 1,1 trilhão ou 17.6% do PIB em outubro de 2016. O estoque de compromissadas aumentou em R$ 163 bilhões ou 2.1 pontos do PIB em 2016. Mas crédito externo líquido do BCB caiu em 4,3 pontos do PIB neste ano Movimentos são contraditórios, o que reforça a hipótese de que as compromissadas explodem com a preferência exacerbada por liquidez, que é um sintoma típico de economia em depressão: quando não se confia nos bancos e nas empresas, os investidores correm para o governo.
Operações Compromissadas: 2015/2016
BCB: resultado semestral
TN x BC: fluxos anuais 1997/2015
Perspectivas Otimistas Longo prazo
Conclusões Cenário macro econômico sombrio: pior crise econômica da República com prejuízos para todos os governos, sobretudo os que não podem se envidar; nenhuma perspectiva de retomada. Prefeituras com raio de manobra cada vez mais reduzido: recessão e crise de crédito reduzem arrecadação e transferências; inflação decrescente anula a postergação de aumentos e pagamentos; Produtividade em ensino e saúde será chave do sucesso: enorme pressão dos desempregados e sem poder expandir pessoal; Melhores perspectivas para longo prazo: estruturalmente municípios tem mais espaço que estados, inclusive para modernizar gestão.
Contexto Macro Recém saída de uma crise política Crise economia com características próprias de depressão (queda real do PIB acima de 8% em dois anos) Investimentos derrubam PIB e crédito sofre drástica contenção: aumento do endividamento e inadimplência Crise fiscal: queda na receita, necessidade de austeridade, corte concentrado na investimento governamental Limitado espaço fiscal para expansão de gastos e para concessão de incentivos ou subsídios
Objetivo Novo modelo de crescimento exige maior taxa de investimento. Consolidação do Mercado de Crédito de Longo Prazo: Desinteresse de bancos (privados) Reposicionamento das IFDs na intermediação financeira Estratégia de fortalecimento das IFDs no desenvolvimento regional: Regime tributário diferenciado e/ou Parcerias entre governo federal e governos estaduais para suprir deficiência em investimentos de longo prazo, através da criação de um fundo financeiro em cada estado, com gestão compartilhada, e comandada por IFDs.
Nova Intermediação Prestador de Serviços Financeiros e no Mercado de Capitais: Intermediários de produtos e títulos de valores mobiliários, destacadamente cotas de fundos; Possibilidade de captar recursos privados de longo prazo para as oportunidades de sua área de atuação; Captação de recursos para investimento regional com proximidade com a gestão estadual, suprindo demandas específicas do mercado.
Fundo Financeiro Criação de um fundo financeiro, privado e contábil, em cada UF, com dois cotistas exclusivos (governo federal e estadual respectivo): DESENVOLVE UF Premissas: Paradigmas em leis e organização do FUNDEB e Fundo Soberano (FSB) Fundo financeiro de natureza privada e contábil (risco limitado ao fundo) Financiamento de investimentos, produtivos e infraestrutura, só privados, e realizado no respectivo território estadual Regulação prudencial do mercado de capitais e financeiro Governança assembleia geral e conselho Gestão IFD do cotista controlador (BNDES ou BD/Agência estadual) Governos parceiros e concorrentes (inclusive entre estados)
Próximos Passos Inserção da estratégia no Pacto pela Austeridade e Crescimento: propostas premiam ajuste e incentivam esforço fiscal - estado que mais aportar para fundo, receberá mais contrapartida federal alternativa para estado investir no desenvolvimento local ao substituir guerra fiscal do ICMS maior transparência fiscal e financeira com mobilização política e empresarial local
História & Conceitos Teorias fiscais foram formuladas, e suas regras desenhadas e adotadas, sobretudo no Brasil, em contexto institucional e macroeconômico muito diferentes do atual: LRF ignorou regimes de cambio flutuante e de metas de inflação. Crise global mudou eixo da política econômica no mundo: resgatou política fiscal para reação imediata (socorro financeiro e investimentos governamentais) e levou política monetária expansionista. Brasil postergou e ainda não definiu programa de consolidação fiscal, muito menos de saída da recessão: País cada vez mais viciado na estagnação!
Novo Cenário Relações entre Tesouro Nacional e Banco Central foram apartadas em meados dos anos 90 e Constituição tentou formalizar independência entre partes. LRF em 2000 sacramentou a separação dos corpos. Contexto macroeconômico mudou radicalmente: estoque de reservas cambiais foi decuplicado volatilidade cambial se tornou das mais elevadas no mundo Tesouro Nacional também virou o maior provedor de crédito da economia Mudou economia mas instrumentos, regras e instituições fiscais não foram aperfeiçoados e muito menos repensados.
Proposições Fundamental rever tratamento às relações e aos recursos transferidos entre BC e TN (resultado semestral e remuneração de caixa) Equalização cambial deve constituir reserva temporária e repasses vinculados ao resgate do principal da carteira na prática, encontro de contas Desvinculação do superávit financeiro não deve alcançar receitas oriundas do Banco Central e muito menos de qualquer operação de crédito Reformas legislativas: fortalecer LRF e limitar dívida da União Discussão técnica e aberta sobre questões: carteira do BC x emissão própria de títulos e operações compromissadas x depósitos remunerados Decisões necessárias para novo ciclo de reformas institucionais fiscais e financeiras
Este parecer foi elaborado por José Roberto Afonso, Paulo Roberto Vales e Sílvia Maria Paiva. O suporte de pesquisa foi prestado por Juliana Damasceno, Rafael Teixeira, Bruno Cruz e, sobretudo, para sua conclusão, por Thiago Felipe. Foi elaborado com base em informações disponíveis até 20/10/2016. Foram incorporadas várias observações e sugestões dos dirigentes e técnicos da ABDE e de seus filiados. Em particular, para levantamento de dados das IFs de outros países, foi essencial o apoio prestado por Vivian dos Santos, Rodrigo Madeira, Denise Andrade, Andrea Fernandes e e Selmo Aronovich, todos do BNDES. 34
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