Simpósio de TCC e Seminário de IC, 2016 / 2º 1456 FRANCISCO ALAN DE SOUSA OLIVEIRA TATIANE LEÃO DE MELO MARIBÊ AUGUSTALEBEIS

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ENFERMAGEM ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES DIAGNOSTICADAS COM PRÉ - ECLAMPSIA NURSING CARE IN PATIENTS DIAGNOSED WITH SPECIFC HYPERTENSIVE DIASEASES GESTATION FRANCISCO ALAN DE SOUSA OLIVEIRA TATIANE LEÃO DE MELO MARIBÊ AUGUSTALEBEIS Resumo Introdução: A pré - eclampsia é uma das principais causas de morbimortalidade materna e perinatal no Brasil e no mundo. É uma patologia heterogênea, multifatorial, idiopática e de fisiopatologia complexa. A identificação de fatores de risco ao seu desenvolvimento pode auxiliar na prevenção e diagnóstico precoce do início clínico da doença. Objetivo: Descrever a sistematização da assistência de enfermagem na atenção à gestante diagnosticada com pré - eclampsia. Materiais e Métodos: Realizou-se levantamento bibliográfico de artigos científicos nas bases de dados: Sociedade Brasileira de Cardiologia; Rev Enferm; Bireme; Scielo; Revista da Associação Médica Brasileira; RevBrasEnferm; AssocMed Bras; Obstetrícia Fundamental; Salud Públicanos últimos anos (2005 a 2014).Resultados: Percebeu-se, durante a pesquisa bibliográfica realizada, que é de suma importância a atuação do enfermeiro frente à assistência a pacientes diagnosticadas com pré - eclampsia, evitando complicações e promovendo a gestação segura. Considerações Finais: Na gestação acometida por pré - eclampsia, a gestante vai apresentar particularidades que devem ser observadas e analisadas pelo enfermeiro e demais profissionais de saúde, evitando-se possíveis evoluções e complicações da patologia no decorrer da gravidez. Palavras-Chaves: Pré-eclâmpsia. Gestação. Assistência de enfermagem. Abs tract Introduction: The pre-eclampsia is one of the main causes of maternal and perinatal morbidity in Brazil and in the w orld. It is a heterogeneous and multifactorial disease, idiopathic and of complex pathophysiology. The identification of risk factors for its development can help in the prevention and early diagnosis at the onset of the disease. Objective: To describe the systematization of nursing care in attention to the pregnant woman with pre-eclampsia. Materials and methods: Literature review of scientific articles in the databases: Brazilian Society of Cardiology; RevEnferm; Bireme; Scielo; RevAssocMed Bras; Obst Fund; Public Health over the last years (2005 to 2014). Results: It became clear, that during the bibliographical research, that it is of utmost importance theperformance of nurses in the assistance to patients w ith pre-eclampsia diagnosis for they may avoid complications and promote a safe pregnancy. Final Considerations: During the pregnancy affected by pre-eclampsia, the pregnant woman will present special features that should be observed and analyzed by nurses and other health professionals, avoiding, if possible, the development and complications of the disease during pregnancy. Keywords: Pre-eclampsia. Gestation. Nursing assistance. INTRODUÇÃO A pré - eclampsia é uma doença da gestação que pode trazer complicações para o desenvolvimento do feto intra útero, casos de prematuridade e, em casos mais graves, morte de binômio, conforme Sibai (2005). De acordo com Sibai (2005), a doença conhecida como DHEG (doença hipertensiva específica da gestação) surgem após a 20ª semana, principalmente em casos de primeira gestação, embora esteja presente desde o início da gestação. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), descreve a hipertensão arterial sistêmica (HAS) como o agravo clínico caracterizada pelo aumento da pressão arterial (PA). Relacionam-se, com alterações fisiológicas do sistema cardiovascular, neurológico e metabólico, com possibilidade de complicações cardiológicas e presença de comorbidades ou óbito. De acordo com Peixoto (2008), a DHEG é uma patologia que aumenta os índices de mortalidade em todo o mundo. A hipertensão arterial ainda é a mediadora de óbitos maternos e neonatais mais comuns no País. Segundo Lima (2010), os quadros de DHEG necessitam de acompanhamento tendo em vista os muitos fatores que levam a gestante a desenvolver doenças tais como diabetes, doença renal, obesidade. Lima (2010), enfatiza também, que trata-se de uma doença que pode causar óbito maternofetal, problemas pulmonares, complicações neurológicas, hemorragia, AVE (acidente vascular encefálico) e nos casos mais graves a Síndrome de HELLP, caracterizada por hemólise (H), enzimas hepáticas (EL) elevadas e baixa contagem de plaquetas (LP). Segundo Carvalho (2008), embora a doença ainda seja insidiosa e idiopática, a síndrome pode levar sérias complicações para o feto que incluem crescimento uterino restrito e síndrome da angústia respiratória. Esta pesquisa tem como objetivo descrever a assistência de enfermagem na atenção à gestante diagnosticada com DHEG enfatizando a pré - eclampsia. Justifica-se pela importância do profissional reconhecer os sinais e sintomas da gestante com pré - eclampsia para assistir essa paciente de forma segura e eficaz. Conforme Aguiar (2014), cabe ao profissional enfermeiro identificar as situações de risco precocemente e realizar um roteiro de cuidados que possa facilitar, assim, a busca por suas intervenções. Materiais e métodos Neste estudo, foi realizada uma revisão Simpósio de TCC e Seminário de IC, 2016 / 2º 1456

bibliográfica direcionada ao tema Assistência da Enfermagem em Pacientes Diagnosticadas com Pré - Eclampsia, a partir de dados obtidos artigos, e de fontes virtuais como Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Bireme, Sociedade Brasileira de Cardiologia, Revista Brasileira de enfermagem, Revista da associação médica Brasileira, Obstetrícia Fundamental de 2005 à 2014. Na seleção de artigos, foram considerados os que continham os indicadores relacionados ao tema. Foram utilizados textos científicos que abordaram o assunto com objetivo de oferecer credibilidade e conformidade ao tema proposto. A organização do trabalho contou, primeiramente, com o referencial teórico, evidenciando o posicionamento de estudiosos sobre o tema, considerando a complexidade e a dissidência de opiniões manifestadas pelos diversos segmentos de profissionais ligados ao sistema de saúde, com a finalidade de investigar as implicações da relação enfermeiro, equipe e paciente. Referencial Teórico Conceito de pré - eclampsia Conforme Gonçalves (2010), a DHEG, também conhecida como pré - eclampsia tem como característica edema, proteinúria e elevação dos níveis pressóricos. Ocorre no final do 2º trimestre da gestação e perdura durante o decorrer de todo o ciclo gravídico. De acordo com Freitas (2006), a maioria das gestações ocorrem sem complicações, porém, algumas das gestantes pode apresentar complicações elevando o risco de agravos à saúde materna e fetal podendo ocorrer óbitos, como a SHEG (Síndrome Hipertensiva Específica da Gestação). Conforme Freitas (2006), dentre as classificações desta síndrome destaca-se a pré - eclampsia, caracterizada pela presença de hipertensão, proteinúria e edema após a 20ª semana de gestação, podendo ser leve ou grave. De acordo com Angonesi (2007), a DHEG causa muitos agravos tanto para a saúde da mãe como para a do feto, podendo ser fatal para os dois ou causando sérias conseqüências. Algumas complicações são o DPP (descolamento prematuro da placenta), prematuridade, restrição do crescimento fetal, morte materno-fetal, complicações pulmonar, complicações neurológicas, hemorragia, AVE e a Síndrome de HELLP. Angonesi (2007), enfatiza também que as alterações fisiológicas e funcionais no organismo de gestantes portadoras da DHEG são causadas pelo espasmo arteriolar, que diminui o espaço dos vasos sanguíneos, impedindo o correto flux o sanguíneo aos órgãos e elevando a pressão arterial. Placenta, rins, fígado e cérebro têm suas funções reduzidas em até 60%, o que ocasiona os distúrbios hipertensivos na gravidez, pois intensificam os riscos de baixo peso ao nascer e morte materno e fetal. Todavia, Montenegro (2008), enfatiza que todas podem ser evitadas quando proporcionado um serviço adequado de assistência pré-natal, que ocorra a investigação de possíveis fatores de risco e que haja o devido monitoramento. A problemática da pré - eclampsia é a falta de conhecimento da população sobre a doença, o que ocasiona a dificuldade de detecção e tratamento. Ainda não há definição sobre a real causa. Inexiste algo que diga que uma mulher que teve pré - eclampsia terá novamente em uma próxima gestação, porém há como prevenir a doença durante o período gravídico. O que deve ser feito é o acompanhamento pré-natal mais minucioso, observar sempre os sintomas e realizar exames rotineiramente. Diagnóstico e Classificação Sibai (2005), classifica as síndromes hipertensivas da gravidez em: Hipertensão crônica definida como o aumento dos níveis de PA (Pressão Arterial) detectados antes da 20ª semana de gestação. Também considerada crônica os casos que não voltam aos níveis considerados normais após a 12ª semana após o parto. A hipertensão é definida como pressão sistólica 140mmHg ou diastólica 90mmHg, aferidas em, pelo menos, duas situações diferentes com intervalo de, pelo menos,quatro a seis horas, com o paciente em repouso. Pré - eclampsia leve definida após a 20ª semana de gestação com elevação da PA associada à proteinúria. Sendo a proteinúria caracterizada como excreção de 300mg ou mais de proteínas nas 24h e/ou a proteinúria com concentração de 300mg/L ou mais de proteínas em duas amostras distintas de urina com intervalo de, pelo menos, quatro a seis horas. Ou, ainda, na ausência de proteinúria, quando há associação com sintomas persistentes como cefaléia, turvação visual, dor no quadrante superior direito do abdome ou alteração de exames laboratoriais (plaquetopenia e enzimas hepáticas); Pré - eclampsia grave pressão sistólica 160mmHg e/ou diastólica 110mmHg associada a proteinúria; (acima de 2,0g nas 24 h); associa se ao comprometimento de órgãos como pulmões e rins (edema pulmonar e oligúria - < 500 ml/dia); e a sintomas persistentes (visuais, neurológicos, persistente dor epigástrica ou no quadrante superior direito) ou alteração de exames laboratoriais (plaquetopenia - <100.000 por μl e enzimas hepáticas); Eclampsia pré - eclampsia seguida de convulsões que não podem ser associadas a outras causas; A DHEG geralmente é diagnosticada durante a avaliação de rotina da pressão arterial durante o pré-natal seguida da coleta de exame de urina e conforme os sinais e sintomas. O Simpósio de TCC e Seminário de IC, 2016 / 2º 1457

diagnóstico depende da presença de hipertensão arterial e proteinúria detectadas após 20 semanas de gestação. Fatores de Risco De acordo com Aguiar (2014), os extremos de idade é um fator determinante de agravos durante o período gestacional. A gestação precoce, bem como a gestação que ocorre em período avançado, são denominados fatores que podem desencadear a pré - eclampsia. Segundo Duckitt (2005), por outro lado, mulheres com idade avançada normalmente acima de 40 anos apresentam ainda mais casos de pré - eclampsia que mulheres mais jovens, com riscos predominantemente parecidos entre primeiras gestações e segundas ou mais. De acordo com Sibai (2005), o numero de casos de pré eclampsia em mulheres negras na primeira gestação é maior quando comparado aos casos diagnosticados em mulheres de pele branca. Segundo Aguiar (2014), as mulheres em situações de pouca estrutura familiar, baixa renda, baixo grau de escolaridade, conseqüentemente condição nutricional desfavorável e episódios rotineiros de estresse tem levado as mulheres a desenvolver gestações de alto risco. São vários os fatores de risco que podem levar à pré - eclampsia, como extremos de idade, primeira concepção fetal, maus hábitos de vida, obesidade, população afrodescendente, precedentes familiares, gravidez múltipla, alteração psicológica e presença de patologias pré - existentes que também podem aumentar o risco da pré - eclampsia. Principais manifestações clínicas Conforme Lima, Paiva e Amorim (2010), na gravidez aferição dos níveis de PA é indispensável, devido a esses níveis estarem dentro do padrão de normalidade antes da gestação e sofrer elevações durante o período gravídico, se ocorrer essa alteração após a 20ª semana e atingir o valor considerado hipertensivo, considera se um fator agravante que pode desencadear a pré eclampsia, com aumento de 30mmHg na pressão arterial sistólica e 15mmHg na pressão diastólica com associação à edema e proteinúria. Conforme Oliveira (2012), a partir do segundo trimestre da gestação, a gestante apresenta sinais e sintomas como dor epigástrica, náusea, vômitos, hemorragia e edema. Pode haver casos em que a mulher não desenvolva proteinúria nem elevação da PA, ou que ocorram durante pouco tempo e depois desapareçam, necessitando de exames complementares para o diagnóstico preciso da patologia descrita. As manifestações podem aparecer durante toda a gestação, principalmente após a 20ª semana, e incluem alteração dos níveis pressóricos, superior a 140 x 90mmHg, presença de proteinúria e edema devido à retenção de líquidos. Importância da detecção precoce Segundo Rolim (2014), o diagnóstico antecipado da pré eclampsia é indispensável para que ocorra as intervenções necessárias para o seguimento da gestação sem complicações para a mãe e para o feto. Daí a importância da observação minuciosa dos sinais e sintomas apresentados pela gestante. Deve se a haver uma avaliação individual e detalhada previamente, prevenindo possíveis agravos De acordo com Lima, Paiva e Amorim (2010), são muitos os danos causados pela DHEG, esses podem ser de forma fatal ou deixar serias conseqüências para a mãe e para a criança. Conforme Rolim (2014), o diagnóstico prévio da patologia evita serias complicações materno e fetal, muitas das vezes passiveis de profilaxia, havendo necessidade que o profissional enfermeiro consiga identificar de forma rápida e eficaz os sinais e sintomas apresentados, facilitando assim o devido tratamento. Segundo Aguiar (2010), o acometimento pela síndrome de HELLP é considerada uma característica agravante da pré eclampsia. O seu diagnóstico é dado através de exames complementares dentre eles hemograma (contagem de plaquetas), exame de urina, ácido úrico, bilirrubina. De acordo com Aguiar (2010), quando a síndrome citada é detectada na gestante com IG (idade gestacional) igual ou maior 34 semanas, deve se avaliar o estado fetal e preparar essa gestante para a realização do parto cesária ou normal dentro do período de 24 horas. Rolim (2014), enfatiza que a assistência voltada à gestante durante o período gestacional deve ser realizado por toda a equipe multiprofissional, para a identificação de agravos durante esse período, realizando assim prevenção e promoção de saúde. A detecção da pré - eclampsia é essencial para que a doença não avance junto com as possíveis complicações para a mãe e o feto. Sendo importante detectar, previamente, os estados hipertensivos fazendo o acompanhamento pré-natal adequado para prevenção da doença, visando a detectar o problema precocemente, podendo assim realizar o tratamento preventivo. Intervenções e condutas de enfermagem De acordo com Sampaio (2013), o profissional enfermeiro se atentar durante todo o período gestacional ao aspecto emocional e psicológico, dando atenção ao esclarecimento de duvidas e passagem de informações sobre a patologia e suas possíveis complicações. É de suma importância que o enfermeiro se atente é essa condição, pois há bastante falta de conhecimento da parte da gestante em relação à patologia e aos cuidados que devem ser tomados Simpósio de TCC e Seminário de IC, 2016 / 2º 1458

durante toda a gestação. Segundo Aguiar (2010), algumas condutas são indispensáveis à assistência prestada às gestantes com risco de DHEG, é de atribuição do enfermeiro, elaborar planos de cuidados com intervenções voltadas à essas pacientes nos níveis primário, secundário e terciário de saúde, para profilaxia do aumento da PA durante o período gravídic o, iniciando cuidados durante o acompanhamento pré - natal, diminuindo os riscos para mãe e feto. De acordo com Aguiar (2010), os planos de cuidados e as condutas de enfermagem têm como princípio realizar intervenções precoces com objetivo principal de antecipar os resultados e diminuir os agravos para mãe e feto. Sampaio (2013), enfatiza que as condutas voltadas as gestantes hipertensas são de suma importância para a estabilização do quadro clinico. No entanto, o controle de eletrólitos, infecção, ansiedade, BH (Balanço Hidríco), aferição dos níveis pressóricos, avaliação de proteinúria e repouso são indispensáveis para que haja uma melhor resolução do agravante detectado. Segundo Aguiar (2010), a gestante que desenvolve pré - eclampsia, deve receber cuidados voltados para a avaliação dos sinais e sintomas, monitoramento de sinais vitais, aferição da PA 4x/dia com a gestante em decúbito lateral esquerdo (se pré eclampsia leve), avaliação de peso, balanço hídrico, proteinúria, e aconselhamento à mãe para que monitore os movimentos fetais. Conforme Aguiar (2014), no caso que um agravo da pré eclampsia evoluindo para eclampsia, deve se realizar os cuidados necessários até a levada da gestante para uma unidade de atendimento. Assim, devem ser realizados acessos calibrosos, passagem de SVD (sonda vesical de demora), verificar se as vias aéreas estão pérvias, ofertar oxigênio com máscara ou cateter nasal e aguardar assistência médica para a estabilização do quadro. É de grande importância que a gestante que tenha propensão para desenvolver qualquer problema com agravo para si mesma e para o feto, tenha conhecimento sobre os riscos para que chegue ao final da gestação sem complicações Oliveira (2012), enfatiza que a solicitação para a realização de cesariana não é a única opção, mas, havendo presença de hematoma hepático, ela é mais indicada, pois diminui o risco de hemorragia intraperitoneal. Mas, se a IG for 24 semanas, é indicada a indução do parto normal desde que o quadro clínico da gestante esteja estável. O enfermeiro deve dar todo o apoio a gestante proporcionando um clima de confiança, promovendo o conforto, minimizando a ansiedade. Em caso de internações é importante que o enfermeiro deixe a paciente num lugar tranqüilo longe de outras pacientes, e de qualquer barulho ou fonte de estresse, se necessário retirar o acompanhante, prevenindo assim qualquer agravo que possa levar a paciente a convulsionar. O enfermeiro deve tentar favorecer a autoestima e a autoimagem, proporcionando conforto e bem-estar à mãe e ao feto. É essencial que o enfermeiro tenha as competências técnico-científicas para dar acompanhamento adequado e ficar atento a tudo que ocorre, dando orientações e esclarecendo dúvidas. Consideraçõe s Finais Os estudos utilizados nesta revisão de literatura demonstraram a importância do profissional enfermeiro em saber traçar o perfil obstétrico das gestantes de alto risco que apresentam, durante o período gravídico, a Doença Hipertensiva Especifica da Gestação e/ou pré - eclampsia, bem como a importância do diagnóstico precoce para identificar os danos e consequências que essas patologias podem desencadear, sendo imprescindível que o profissional esteja apto a identificar os principais fatores de risco e manifestações clínicas, traçando, assim, intervenções mais resolutivas e eficazes. A pesquisa possibilitou aos acadêmicos de enfermagem o aprimoramento do conhecimento frente à temática apresentada, podendo, assim, oferecer uma assistência mais qualificada e humanizada. Na gestação acometida por pré - eclampsia, a gestante vai apresentar particularidades que devem ser abordadas e analisadas pelo enfermeiro e demais profissionais de saúde, evitando evoluções e complicações da patologia no decorrer da gravidez. Agradecimentos Agradecemos a Deus por ter-nos concedido o dom da vida e por todas as oportunidades que nos foram ofertadas até o presente momento, por toda graça e bênçãos que nos foram dadas. A esta instituição de ensino (ICESP), ao seu corpo docente, coordenação e direção, que nos proporcionaram a oportunidade da realização desse sonho. A nossa orientadora, Maribê Augusta Lébeis, pelo suporte acadêmico e pelos seus incentivos e ensinamentos. Aos nossos familiares e amigos, pelo apoio e compreensão, e a todos que contribuíram direta e indiretamente para nossa formação. Referências AGUIAR, Leticia Rodrigues da Silva. et al. Análise de estudos sobre conduta s de enfermagem no cuidado à gestante com doença hipertensiva. In Revista Interd.v.7, n.1, p. 204-2015, jan/mar. 2014. ANGONESI J, Polato A. Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), incidência à evolução para a Síndrome de HELLP. In RBAC. Simpósio de TCC e Seminário de IC, 2016 / 2º 1459

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