Tarefa 06 Todos Subconjuntos

Documentos relacionados
Notação e fórmula. O teorema do binômio de Newton se escreve como segue: são chamados coeficientes binomiais e são definidos como:

Exercícios de Analíse Combinatória. Binômio de Newton.

chamamos de binomial de classe k, do número n, o número acima, que também é denotado por e chamado combinações de n elementos tomados k a k.

PCC104 - Projeto e Análise de Algoritmos

Indução Matemática. Profa. Sheila Morais de Almeida. junho DAINF-UTFPR-PG

Os números primos de Fermat complementam os nossos números primos, vejamos: Fórmula Geral P = 2 = 5 = 13 = 17 = 29 = 37 = 41 = Fórmula Geral

5 AULA. em Séries de Potências LIVRO. META Apresentar os principais métodos de representação de funções em séries de potências.

11º ano - Indução matemática

1 Conjuntos, Números e Demonstrações

Matemática Discreta - 05

TEORIA DOS CONJUNTOS. Turma: A - Licenciatura em Matemática 1 Semestre de Prof. Dr. Agnaldo José Ferrari OS NÚMEROS NATURAIS

Índice. Introdução Unidade 1 Probabilidades e Cálculo Combinatório

Onde usar os conhecimentos

( ) ( ) Polinômios. Polinômios. a n x n + a n-1 x n a 1 x + a 0. O Teorema Fundamental da Álgebra afirma que todo polinômio de grau n

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

Análise de Algoritmos

Demonstrações. Terminologia Métodos

Indução Matemática. Matemática Discreta. Indução Matemática. Mayara Midori Omai e Sheila Morais de Almeida UTFPR-PG. Abril

U.C Matemática Finita. 6 de junho de Questões de escolha múltipla

Indução Matemática. George Darmiton da Cunha Cavalcanti CIn - UFPE

A seguir, uma demonstração do livro. Para adquirir a versão completa em papel, acesse:

Binómio de Newton. De modo análogo, podemos calcular as quintas e sextas potências e, de modo geral, obter o

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

Introdução ao Curso. Área de Teoria DCC/UFMG 2019/01. Introdução à Lógica Computacional Introdução ao Curso Área de Teoria DCC/UFMG /01 1 / 22

Sequências e Séries Infinitas. Copyright Cengage Learning. Todos os direitos reservados.

18 18 = Da igualdade acima, temos: k = k+ 4 Não apresenta solução. ou. Assim: k! = 7! = Resposta: D

Expansões AULA ... META. Apresentar a expansão binomial e multinomial. OBJETIVOS. Ao final da aula o aluno deverá ser capaz de:

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

Capítulo Diferenciabilidade e continuidade das derivadas parciais

Polinômios. 1.Introdução 2.Técnicas de fatoração 3.Fatoração de polinômios de terceiro grau ou de grau superior 4.Teorema do zero racional

Polinômios de Legendre

Seminário Semanal de Álgebra. Técnicas de Demonstração

No. Try not. Do... or do not. There is no try. - Master Yoda, The Empire Strikes Back (1980)

Apresentar o conceito de grupo, as primeiras definições e diversos exemplos. Aplicar as propriedades dos grupos na resolução de problemas.

Referências e materiais complementares desse tópico

19 AULA. Princípio da Boa Ordem LIVRO. META Introduzir o princípio da boa ordem nos números naturais e algumas de suas conseqüências.

Matemática Discreta - 04

Fundamentos da Computação 1. Introdução a Argumentos

Séries Potências II. por Abílio Lemos. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Matemática UFV. Aulas de MAT

1 Análise combinatória

Números Inteiros Algoritmo da Divisão e suas Aplicações

Matemática discreta e Lógica Matemática

Lista 1 - Bases Matemáticas

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

Afirmações Matemáticas

Capítulo 1. Os Números. 1.1 Notação. 1.2 Números naturais não nulos (inteiros positivos) Última atualização em setembro de 2017 por Sadao Massago

Bases Matemáticas. Juliana Pimentel. 15 de junho de 2016

Lista 2 - Bases Matemáticas

Soluções dos Exercícios do Capítulo 2

Álgebra Linear (MAT-27) Ronaldo Rodrigues Pelá. 21 de outubro de 2011

Recursividade e relações de recorrência

Matemática E Extensivo V. 6

CAPÍTULO 1 Operações Fundamentais com Números 1. CAPÍTULO 2 Operações Fundamentais com Expressões Algébricas 12

Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Matemática Curso de Verão Lista 2. Sequências de Números Reais

MA12 - Unidade 2 Indução Matemática Semana de 04/04 a 10/04

XX OLIMPÍADA REGIONAL DE MATEMÁTICA DE SANTA CATARINA Resolução do treinamento 6 Nível 3

Aula 1: Introdução ao curso

Apresentar o conceito de anel, suas primeiras definições, diversos exemplos e resultados. Aplicar as propriedades dos anéis na relação de problemas.

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A.

Números Inteiros Axiomas e Resultados Simples

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Instituto de Matemática e Estatística, UFF Abril de 2013

Bases Matemáticas. Como o Conhecimento Matemático é Construído. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. Definições Axiomas.

1. Métodos de prova: Construção; Contradição.

DIREÇÃO DE ENSINO EMENTA DE DISCIPLINA - MATEMÁTICA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ELETRÔNICA ELETROMECÂNICA MEIO AMBIENTE

Unidade 1 - Elementos de Lógica e Linguagem Matemáticas. Exemplo. O significado das palavras. Matemática Básica linguagem do cotidiano

Gabarito Simulado 14/08/2004

Relações de recorrência

Elementos de Matemática Finita

Lógica Computacional. Indução Matemática. Definições Indutivas. Demonstrações por Indução. Exemplos. 25 Novembro 2013 Lógica Computacional 1

O Triângulo de Pascal

Indução Matemática. Profa. Sheila Morais de Almeida. junho DAINF-UTFPR-PG

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos

Programação de Conteúdos de Matemática SPE Ensino Médio REGULAR 2013

Sumário. 2 Índice Remissivo 9

UMA PROVA DE CONSISTÊNCIA

CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS. Apostila do 8º ano Números Reais Apostila I Bimestre 8º anos

Matemática Discreta - 06

Processamento da Informação

RESOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA ALGUNS PROBLEMAS DE INDUÇÃO FINITA

Álgebra Linear e Aplicações - Primeira Prova - Gabarito. Problema 1 (2 pontos) Calcule dim(ran(t )) para a transformação linear T : R 4 R 3

Errata da lista 1: Na página 4 (respostas), a resposta da letra e da questão 13 é {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17} (faltou o número 17)

Matemática E Extensivo V. 6

Técnicas de Demonstração. Raquel de Souza Francisco Bravo 17 de novembro de 2016

Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios sugeridos

Matemática e suas tecnologias

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I LMAC, MEBIOM, MEFT 1 o SEM. 2014/15 1 a FICHA DE EXERCÍCIOS 1 [

Notas de Aula Aula 2, 2012/2

n. 18 ALGUNS TERMOS...

AULA 4 - MQO Simples: Propriedades algébricas e Estatísticas

Probabilidade combinatória

4.1 O exercício de Fibonacci

polinômios com coeficientes da sequência de fibonacci

Matemática Discreta para Ciência da Computação

Combinatória III Continuação

Aulas 5 e 6 / 28 e 30 de março

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MIRA Escola Sec/3 Drª. Maria Cândida. PLANIFICAÇÃO ANUAL MATEMÁTICA 8º Ano Ano Letivo 2016/2017. Objetivos específicos

Técnicas de análise de algoritmos

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito

GABARITO. 01) a) c) VERDADEIRA P (x) nunca terá grau zero, pelo fato de possuir um termo independente de valor ( 2).

Transcrição:

Tarefa 06 Todos Subconjuntos Disciplina: Estatística Básica para Bioinformática Discentes: Diego M Salvanha, Madeleine Ernst Enunciado da tarefa: Dado que o número de subconjuntos que podem ser feitos de um conjunto com N elementos é 2 n, mostrar que é 2 n de fato usando: Princípio da Indução (i) e Teorema da expansão Binomial (ii); Comentando/Comparando cada uma delas em termos da dificuldade, pré- requisitos, etc. e tal. Análise crítica das duas formas de chegar nesse maravilhoso resultado. (i) Resolução com o Princípio da Indução Matemática. A Indução Matemática é um método de prova matemática usado para demonstrar a verdade de um número infinito de proposições[1]. A forma mais simples e mais comum de indução matemática prova que um enunciado vale para todos os números naturais n e consiste de dois principais passos: A. A base: mostrar que o enunciado vale para n = 1; B. O passo indutivo: mostrar que, se o enunciado vale para n = k, então o mesmo enunciado vale para n = k + 1; Esse método funciona provando que o enunciado é verdadeiro para um valor inicial, e então provando que o processo usado para ir de um valor para o próximo é valido. Se ambas as coisas são provadas, então qualquer valor pode ser obtido através da repetição desse processo. Para a resolução deste exercício por (i), devemos considerar: O numero possível de subconjuntos com n elementos foi apresentado como sendo 2 n. { a 1, a 2, a 3 a n } conjuntos = 2 n subconjuntos Em primeiro momento, vamos testar a formula dada para verificar se realmente bate com o resultado esperado: n = 2 {a 1, a 2 } = {a 1, a 2, a 1 a 2, Ø} = 4 conjuntos = 2 2 subconjuntos A formula é verdadeira para n = 2.

n = 3 {a 1, a 2, a 3 } = {a 1, a 2, a 3, a 1 a 2, a 1 a 3, a 2 a 3, a 1 a 2 a 3, Ø} = 8 conjuntos = 2 3 subconjuntos A formula é verdadeira para n = 3. O princípio da indução matemática, que é afirmado sobre cada número natural, diz que se: 1) Para o caso base n=2 é verdadeiro (já provamos acima); 2) A afirmação é verdadeira para o numero natural n = k, então também deve ser verdadeiro para seu sucessor n = k + 1; O caso 2. apresentado acima é então conhecido como hipótese de indução. Vamos então provar utilizando o teorema de indução assumindo que a hipótese de indução (n=k) é verdadeira. n = k é dado como verdadeira { a 1, a 2, a 3 a k } conjuntos = 2 k subconjuntos Assumindo n = k como verdadeiro, devemos conseguir provar que a formula também é verdadeira para o seu sucessor (n = k + 1), então teremos: { a 1, a 2, a 3 a k+1 } Conjuntos = 2 k+1 Subconjuntos Para fazer isso, adicionaremos (k+1) a nossa hipótese de indução: { a 1, a 2, a 3 a k, a k+1 } conjunto = 2 k 2 subconjuntos (1) Para n = 2 Foi multiplicado por 2 (na esquerda) para que o novo elemento a k+1 seja adicionado e forme um novo elemento a cada elemento já existente e contido em 2 k. Devemos lembrar que o mesmo não forma um novo elemento com Ø. {a 1, a 2 } = {a 1, a 2, a 1 a 2, Ø} = 4 conjuntos = 2 2 subconjuntos n+1 = 3 {a 1, a 2, a 3 } = {a 1, a 2, a 3, a 1 a 2, a 1 a 3, a 2 a 3, a 1 a 2 a 3, Ø} = 8 conjuntos = 2 2 2 subconjuntos

Reescrevendo a formula (1) obteremos: { a 1, a 2, a 3 a k, a k+1 } conjuntos = 2 k 2 subconjuntos = 2 k 2 1 subconjuntos = 2 k+1 provando assim que a formula também é verdadeira para n = k+1; (ii) Resolução com o Teorema Binomial. Em matemática, binômio de Newton permite escrever na forma canônica o polinómio correspondente à potência de um binômio. O nome é dado em homenagem ao físico e matemático Isaac Newton. Entretanto deve- se salientar que o Binômio de Newton não foi o objeto de estudos de Isaac Newton. Na verdade o que Newton estudou foram regras que valem para (a + b)n quando o expoente n é fracionário ou inteiro negativo, o que leva ao estudo de séries infinitas.[2] x + y = x + 2xy + y O teorema binomial é representado como: x + y = n k x y Os coeficientes definidos como: são chamados coeficientes binomiais e são n k = n k n k IMPORTANTE: Devemos lembrar que: O coeficiente binomial corresponde, em análise combinatória, ao número combinações de n elementos agrupados k a k. Para provarmos que 2 k é verdade, utilizando o Teorema Binomial, podemos aplicar a formula acima e verificar o resultado: 2 = 1 + 1 = 1 1 (2)

Se olharmos somente para a parte da equação (1 n- k 1 k ) veremos que a mesma vai sumir, pois: Para n = 1 e k=0 ; (1 n- k 1 k ) = (1 1-0 1 0 ) = (1 1 1) = 1 Para n = 1 e k=1 ; (1 n- k 1 k ) = (1 1-1 1 1 ) = (1 1 1 ) = 1 Para n = 1 e k=2 ; (1 n- k 1 k ) = (1 1-2 1 2 ) = (1 1 1 2 ) = 1 Para n = 1 e k=3 ; (1 n- k 1 k ) = (1 1-3 1 3 ) = (1 2 1 3 ) = 1 Com isso, vemos que independente do numero atribuído ao k (durante a somatória) para (x = 1 e y = 1) o resultado será sempre igual a 1 pois 1 elevado a qualquer número é sempre ele mesmo, ou seja, a mesma formula (2) pode ser simplificada para o nosso caso como: 2 = 1 + 1 = n k Para provar essa aplicação da formula Binomial, algumas soluções/simulações foram feitas utilizando a poderosa linguagem estatística de programação R. ## Código1 em R para verificar um único caso onde n = qualquer número natural (formula binomial completa) a=1; b=1; n=2; result=0; for (i in 0:n) { result = result + ( factorial(n)/((factorial(i))*(factorial(n-i))) ) * ( ( (a^(n-i)) ) * (b^i) ) } print(result) 2^n result == 2^n

## Código2 em R para verificar um único caso onde n = qualquer número natural (formula binomial simplificada) a=1; b=1; n=2; result=0; for (i in 0:n) { result = result + ( factorial(n)/((factorial(i))*(factorial(n-i))) ) } print(result) 2^n result == 2^n Foi desenvolvido uma simulação para verificar se realmente bate para vários casos (o que deve ocorrer sempre). #simula para n=# + n=#+1... a=1; b=1; n=0; result=0; walk = 10; vt = 0*(1:walk) for (j in 0:walk){ for (i in 0:n) { result = result + ( factorial(n)/((factorial(i))*(factorial(n-i))) ) * ( ( (a^(n-i)) ) * (b^i) ) } print(result) print(2^n) print(result == 2^n) vt[j] = (result == 2^n) result = 0; ##limpa var n = n+1; #n++ } #end j if ( (sum(vt == FALSE)) ==0 ){ print("todos resultados bateram ") } else {print("errado")}

1. GERSTING, Judith L. Fundamentos Matemáticos para a Ciência da Computação. LTC 3º ed. 2. GARBI, Gilberto G. O Romance das Equações Algébricas. Editora Livraria da Física. São Paulo, 2007.