23 de Agosto de 2013 - São Paulo Brasil Palestrante: Roberto Rabachino Roberto Rabachino, italiano de Turim, é Doutor em Ciências da Alimentação com MBA em Análise Organoléptica Sensorial. Formado em Sociologia com Mestrado em Jornalismo e Marketing Communication. Professor em Universidades de Bologna (Italia), Jiao Tong University de Xangai (China) e Universidade de Caxias do Sul (Brasil) Presidente dos jornalistas Italianos do setor Agroalimentar é o diretor responsável das revistas "Il Sommelier e Wine Passion & Co. Sommelier Internacional, Juiz internacional e Painel Leader nos Concursos internacionais (Bordeaux, Vinitaly, Berliner, ect. ect.) Diretor dos cursos da FISAR - Federação Italiana Sommeliers e Presidente FISAR Internacional e I.W.T.O.- International Wine Tasters Organization. Autor de 21 livros utilizados para formação e especialização universitária. Três livros foram traduzidos para o português.
Peço desculpa para meu português absolutamente longe da perfeição, aliás por isso que vou recorrer a slides e me apoiarei a um texto traduzido.
Fazem muitos anos leciono como professor universitário na China a analise organoléptica e sensorial de alimentos e vinho numa conhecida Universidade de Xangai (Shanghai Jiao Tong University ), por isso me permito ilustrar minhas experiências pessoais em um mercado importante como o chinês.
ISMEA
Analisi A análise atual do mercado do vinho na China e sua evolução deve levar em conta a dinâmica do consumo do vinho em direta relação com o consumo de álcool, isso porque, enquanto nos principais países consumidores a concorrência do consumo do vinho na refeição compete diretamente com o consumo de água, a ausência de uma cultura de vinho na China faz com que a competição seja relacionada ao consumo de outras bebidas alcoólicas. Direta competição : destilados de arroz, chamados baijiu e com o consumo da cerveja. O consumo do vinho, especialmente entre as novas gerações, virou moda, é consumido principalmente em bares, boites e locais noturnos está associado ao prestigio pessoal, representantando um sinal de status elevado, sobretudo em se tratando de vinho importado.
Consumo do vinho O consumidor chinês cada vez mais associa o consumo do vinho aos benefícios que esta bebida traz para saúde (Paradoxo Frances). Este aspecto é cada vez mais divulgado pela mídia que está, portanto, contribuindo a aumentar o consumo de vinho de massa. O consumo de álcool é parte integrante da cultura chinesa, seja porque é considerado uma espécie de remédio para cura de várias patologias ou porque é habito social consumir bebidas alcoólicas durante as transações comerciais. O desenvolvimento da cultura do vinho na China está obviamente no começo e não seria correto compará-la àquela dos países produtores do Velho Mundo.
O consumidor O Novíssimo Mundo do Vinho: Brasil X China se Calcula-se que o número de consumidores de vinho ultrapasse os 18 milhões de pessoas e que este numero esteja com tendência crescente. O consumidor médio chinês pertence à classe médio alta, com idade entre 30 e 45 anos e um elevado nível de escolaridade, mora nos centros urbanos e concebe o vinho sobretudo como sinal de status. Segundo um estudo (wine export China) os critério que determinam a decisão de compra são influenciados principalmente pela marca (24%), pela apresentação da embalagem (24%), pelo gosto pessoal (28%), pelo preço (16%) e pela origem do vinho. Os preços ficam entorno de US$ 6,00 para o vinho chinês engarrafado e US$ 15,00 a 30,00 para os importados. Estes últimos tem conquistado 80% do mercado do vinho em Xangai, cidade desde sempre sensível às influencias dos gostos e das modas ocidentais. Com relação ao tipo de vinho, o consumidor prefere os mais jovens, fáceis de beber e de preço médio. Não nos esqueçamos de que, segundo as previsões, até o ano de 2014 a China alcançará o 6º lugar entre os maiores mercados do mundo para o consumo de vinho.
Conclusões Conquistar o mercado chinês e participar da divisão deste importante bolo comercial, de acordo com minha pessoal experiência de mais de 15 anos de docência na China, é possível desde que se encontre a forma de satisfazer certas exigências: - rótulos coloridos e chamativos - vinhos de cores vivas e brilhantes - sensações organolépticas de maciez, com ataque na boca bastante suave. - preço do vinho de qualidade que, para o consumidor final, não ultrapasse US$ 20,00 - importante investimento na promoção, participando de feiras e eventos (ir para lá sozinho, sem estruturas organizadas como suporte é um suicídio comercial) - estimular a curiosidade do mercado, forte do fato que um vinho brasileiro na China é uma absoluta novidade e como tal, motivo de interesse e curiosidade - introduzir o vinho brasileiro nas muitas churrascarias presentes em solo chinês, o consumidor de lá aprecia harmonizar a culinária de um país com vinho da mesma origem Acredito, e aqui vou me despedindo, que o vinho brasileiro de qualidade, considerando suas conotações organolépticas, possa tornar-se um dos produtos enológicos de excelência no complexo mercado chinês.
Obrigado pela sua atenção!