Reserva de Forragem para a Seca: Produção e Utilização de silagem

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA Reserva de Forragem para a Seca: Produção e Utilização de silagem Magno José Duarte Cândido magno@ufc.br Prof. Departamento de Zootecnia/CCA/UFC Fortaleza, 14 a 16 de junho de 2011

Roteiro 1. IMPORTÂNCIA DA ENSILAGEM NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ANIMAL NOS TRÓPICOS MAGNO 6 2. FORRAGEIRAS INDICADAS PARA ENSILAR SOCORRO 7 3. PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO MAGNO 8 3.1. PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DA ÁREA 8 3.2. PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DOS SILOS 8 3.3. PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DO MAQUINÁRIO A SER UTILIZADO 8 4. O PROCESSO DE ENSILAGEM WILLIAM 9 4.1. CORTE E PRÉ-SECAGEM 9 4.2. COMPACTAÇÃO E FECHAMENTO DO SILO 9 4.3. TIPOS DE SILO 9 4.4. MAQUINÁRIO UTILIZADO 9 5. USO DE ADITIVOS E BIOQUÍMICA DO PROCESSO DE ENSILAGEM NEUMAN 10 6. QUALIDADE E VALOR NUTRITIVO DE SILAGENS ELZÂNIA 11 7. PERDAS NA PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE SILAGENS ANA CLARA 12 7.1. PERDAS DURANTE O CORTE E A PRÉ-SECAGEM (SE HOUVER) 12 7.2. PERDAS DURANTE O ENCHIMENTO DO SILO 12 7.3. PERDAS DURANTE O ARMAZENAMENTO 12 7.4. PERDAS NO SILO APÓS SUA ABERTURA 12 7.5. PERDAS DURANTE O FORNECIMENTO 12 8. UTILIZAÇÃO DE SILAGENS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL NEUMAN 13 9. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO E DA UTILIZAÇÃO DE SILAGENS RODRIGO GREGÓRIO 14 2

Conceitos 3 -Ensilagem Técnica de conservação de forragens por meio de uma fermentação anaeróbia, ou seja, sem a presença do oxigênio. -Silagem Qualquer forrageira ou mistura de forrageiras que sofrido um processo de ensilagem. -Silo Local onde é produzida e armazenada a silagem.

4 Primeiros relatos da ensilagem Pinturas encontradas no Egito mostraram que os habitantes daquela região conheciam a técnica no período de 1.000 a 1.500 ac.

http://marcosveterinario.blogspot.com/2010_08_01_archive.html As primeiras fontes seguras sobre a ensilagem das forragens provêm de papiros egípcios, os quais relatam o processo entre os anos de 1500-1000 anos a.c., usando a planta inteira de cereais (Foto 1). Silos tipo torre, parcialmente enterrados, da época de 1200 a.c. foram encontrados em escavamentos arqueológicos próximo da cidade de Cartago (Tunísia - norte da África).

6 Importância da ensilagem 6

7 Época chuvosa - época seca 7

8 Época chuvosa - época seca 8

9 VANTAGENS DA ENSILAGEM Alimento nutritivo e palatável durante o todo o ano; Existência de grande número de aditivos para garantir melhor qualidade da silagem; 9

10 VANTAGENS DA ENSILAGEM Guardar a forragem com todas suas características nutritivas por longos tempos (2 a 3 anos). Grande quantidade de alimento (MS) em pouco espaço; As operações de preparo e utilização podem ser totalmente mecanizadas; 10

11 VANTAGENS DA ENSILAGEM Possibilita a manutenção de um maior número de animais/ha na propriedade, potencializando a produção por área ocupada; Formulação de rações melhor balanceadas com menor utilização de concentrados; 11

12 VANTAGENS DA ENSILAGEM A silagem elimina algumas substâncias indesejáveis presentes na forragem (ácido cianídrico); É uma técnica que não exige grandes investimentos e está ao alcance de pequenos produtores; 12

13 VANTAGENS DA ENSILAGEM Permite através de confinamento, ofertar animais bem nutridos em épocas de melhor preço; Permite transferir alimentos produzidos em épocas favoráveis para períodos de carência de forragem etc.; Alta aceitabilidade. 13

14 FATORES LIMITANTES DA ENSILAGEM Perdas devido à má compactação da silagem; Difícil comercialização e transporte: geralmente só é usada na propriedade onde é produzida ou próximo dela; 14

15 FATORES LIMITANTES DA ENSILAGEM Poder aquisitivo de criadores e custo de máquinas máquinas de aluguel (prática + eficiente); Ausência de tradição cultural para realização desta prática; 15

16 FATORES LIMITANTES DA ENSILAGEM É em geral menos palatável e > exigências durante a confecção em relação ao feno; Sempre há perdas de elementos nutritivos. 16

17 Plantas para ensilar 17

Plantas para ensilar 18 Milho Sorgo Capim elefante Girassol Milheto Cana-de-açúcar Canarana Gramíneas tropicais em geral 18

19 O processo de ensilagem Corte, picagem, depósito, compactação e vedação. A planta deve ser colhida em estádio que apresente razoável rendimento de massa verde, teor protéico desejável e teor não muito elevado de fibra (4). O teor de matéria seca da forragem ensilada deve estar ao redor de 30 a 35% (5).

20 O processo de ensilagem A preservação deve-se à fermentação anaeróbica, causada pela ação de microrganismos sobre os açúcares presentes nas plantas, produzindo ácidos, principalmente o ácido lático, reduzindo o ph até valores próximos de 4 (1) (4) (9). O excesso de umidade favorece o aparecimento de bactérias do gênero Clostridium, produtoras de ácido butírico (4).

21 Qualidade da silagem Teor de matéria seca à ensilagem umid. redução lenta no ph (WOOLFORD, 1984) Clostridia ác. láctico ác. butírico (JASTER, 1995) ph A.A.s amônia Valor nutritivo MS dificulta compactação atividade bact. lácticas (McDONALD, et al., 1991; OLIVEIRA, 1998) fermentação

22 Qualidade da silagem ph bactérias lácticas ác. láct. e acét. ph até nível inibitório (Van SOEST, 1994) ph = 4,0 estabilidade anaeróbia (McDONALD, 1991) Tx. ph é de suma importância queda ph multip. Clostridia Função: teor de umidade do material (JOHNSON et al., 1966) conc. CHOs pront. fermentáveis (FAIRBAIRN et al., 1992) rápida expulsão do O 2 (KEARNEY e KENNEDY, 1962) adeq. popul. lactobacilos poder tampão da cultura ensilada (MEESKE et al., 1993) (WOOLFORD, 1984)

Fases da produção de silagem 23

24

25 Características de uma boa ensilagem Perfil típico de uma silagem de sorgo de boa qualidade (valor obtido em silagem de milho*) Variável Teor de matéria seca PH Teor de ácidos orgânicos: Ácido láctico Ácido acético Ácido propiônico* Ácido butírico Compostos nitrogenados não-protéicos: N amoniacal a OLIVEIRA (1998); (1993). b NOGUEIRA (1995), c VILELA (1998); d ZAGO (1999), Concentração (% MS) 32-35 a <4,2 b >3,0 b <2,5 b <0,5 c <0,2 b (% N Total) <8 c,d,e e HENDERSON

Produção de silagem 26

Produção de silagem 27

Alimentação dos rebanhos Produção de silagem 28

O processo de ensilagem 29

O processo de ensilagem 30

Tipos de silos 31 Silos horizontais: trincheira superfície (com ou sem paredes laterais) Silotubo ( silobag ) Silos verticais: cisterna aéreo meia-encosta silo cincho

Tipos de silos 32

Tipos de silos 33

Tipos de silos 34

Tipos de silos 35

Tipos de silos: silotubo 36 http://brownrigg.co.nz/cropping/feed-crops/maize-silage/

Tipos de silos 37 Silo aéreo

Tipos de silos Silo de meia-encosta 38

Tipos de silos: silo cincho http://www.aprece.org.br/site/?prefeitura=69&acao=fotosevideos&subacao=listar&categ oria=860 Figura Silo cincho

Tipos de silos: silo cincho http://www.aprece.org.br/site/?prefeitura=69&acao=fotosevideos&subacao=listar&categ oria=860 Figura Silo cincho

Tipos de silos: silo cincho http://www.aprece.org.br/site/?prefeitura=69&acao=fotosevideos&subacao=listar&categ oria=860 Figura Silo cincho

Tipos de silos: silo cincho http://www.aprece.org.br/site/?prefeitura=69&acao=fotosevideos&subacao=listar&categ oria=860 Figura Silo cincho

Tipos de silos: silo cincho 43 Silo cincho em uso

O processo de ensilagem 44

Métodos de ensilagem mais utilizados 45 Silagem de planta inteira; Silagem de grãos úmidos; Silagem de parte superior da planta.

Métodos de ensilagem mais utilizados SILAGEM DE GRÃOS ÚMIDOS; Vantagens - Não há transporte da propriedade para a cooperativa ou fábrica de rações e vice-versa (passeio do milho). - A colheita é antecipada em 3 a 4 semanas (permite segunda safra). - Ocorrem menores perdas por ataque de fungos, ratos, carunchos e traças. - Possui maior digestibilidade e, conseqüentemente, melhora o desempenho animal. - Tem alta concentração de energia, ideal para balancear com alimentos protéicos - Seu custo independe do preço de mercado, atrelando o produtor apenas a sua eficiência na lavoura. 46 Fonte: REHAGRO http://www.rehagro.com.br/siterehagro/publicacao.do?cdnoticia=60

Métodos de ensilagem mais utilizados 47 SILAGEM DE GRÃOS ÚMIDOS; Desvantagens - Não possui flexibilidade de comercialização em relação ao grão seco; - Os silos devem ser adequadamente dimensionados para evitar perdas após a abertura: deterioração rápida após aberto; - Não pode ser usado com silo de superfície, a não ser o silotubo. Costa et al. (1999)

Idade ideal da planta no momento do corte sorgo: grão no estádio leitoso 48 http://www.cati.sp.gov.br/cati/_produtos/sementesmudas/catissorgo.php

Idade ideal da planta no momento do corte sorgo: grão no estádio farináceo duro 49 http://paulofrange.blogspot.com/2011/04/vereador-paulo-frange-comemora-mais-um.html

Idade ideal da planta no momento do corte Milho: estádios da linha do leite no grão http://www.fao.org/ag/agp/agpc/doc/silage/silage_israel/fig5.htm Figure. The effect of stage of maturity of corn (position of the milk line) on silage quality

Idade ideal da planta no momento do corte Milho: estádios da linha do leite no grão http://oregonstate.edu/instruct/dce/ans312/four/silage_trans.htm Figure 9.21 illustrates the various milk lines

Determinação da MS na prática 52 Pega-se 1 amostra de 200 g de peso fresco, coloca-se no forno de microondas, em potência máxima por 5 minutos, junto com um copo com ¾ de água; Retirar, pesar, revirar o material e colocar seguidas vezes conforme a sequência: 5 (já mencionada acima); 4 ; 4 ; 3 ; 3 ; 2 ; 2 ; 1 ; 1 Repetir o processo ao longo dessa sequência somente até que o peso se mantenha constante (não há necessidade de continuar após ficar constante, pode até queimar a forragem e o microondas), quando chama-se peso seco

53 Determinação da MS na prática % de umidade (PF PS) x = 100 PF % de Matéria Seca = 100 % de umidade PF = peso fresco PS = peso seco Obs: descontar o peso do prato e cuidar para que a água do copo não evapore.

Determinação da MS na prática 54

Determinação da MS na prática 55

Determinação da MS na prática 56

Determinação da MS na prática 57

Determinação da MS na prática 58

Picagem da forragem 59

Picagem da forragem 60

Picagem da forragem 61

Picagem da forragem 62

63 Enchimento dos silos O enchimento dos silos deve ser no menor tempo possível; Colocam-se camadas uniformes com cerca de 35 cm de maneira que fiquem inclinadas em direção da entrada do silo; A compactação pode ser realizada com trator; A última camada deve ter forma abaulada;

Compactação da forragem no silo 64

Compactação da forragem no silo 65

Vedação dos silos A vedação deve ser feita com lona plástica e algum material sobre a mesma para proteger do sol e da presença de animais. http://www.duboisag.com/catalog.php?lang=en&product_id=437

67 Abertura dos silos Após cerca de 21 dias do fechamento do silo, a silagem está pronta e, enquanto não for aberto pode se conservar por até 2 a 3 anos

Características de uma boa silagem 68 Coloração viva Ausência de odores Temperatura ambiente Ausência de mofo ou bolores Ausência de efluentes

Qualidade da silagem 69 Silagem do capim-paraíso

Qualidade da silagem 70

Qualidade da silagem 71

Qualidade da silagem 72

Qualidade da silagem 73

74 Uso de aditivos Para melhorar a fermentação e/ou para melhorar o valor nutritivo; Aplicado com bomba ou espalhado após cada camada do material colocado no silo, de maneira uniforme. Aditivos: uréia, cana-de-açúcar, polpa cítrica peletizada, ácido fórmico, formol, mistura de formol com ácido fórmico; pirossulfito de sódio, inoculantes microbianos, resíduos agroindustriais.

Uso de aditivos na silagem 75 LIMITAÇÕES PARA A ENSILAGEM DO CAPIM ELEFANTE -Alto teor de umidade -Baixos teores de carboidratos solúveis -Alto poder tampão

Uso de aditivos na silagem 76 ALTERNATIVAS PARA SE MELHORAR A ENSILABILIDADE DO CAPIM ELEFANTE Adição de subprodutos: caju, abacaxi, maracujá, urucum, manga, banana, goiaba, acerola, graviola, melão, coco... -Elevado teor de matéria seca -Bons teores de substratos para fermentação -Bom valor nutritivo

Uso de aditivos na silagem 77 Alimento MS MM MO PB NIDN (%NT) NIDA (%NT) EE CT CNF FDN Hemic FDA CEL LIG Autor(es) Subproduto do abacaxi 84,7 6,8 93,2 8,4 38,4 16,3 1,2 71,4 40,7 30,7 25,9 5,3 Lousada Jr. et al. (2005); Rogério (2005); Ferreira (2005) Subproduto da acerola 89,7 13,8 63,1 8,6 54,5 33,5 20,5 Vasconcelos et al. (2002) Subproduto da acerola 85,1 10,5 39,3 26,5 71,9 17,2 54,7 35,1 20,1 Lousada Jr. et al. (2005) Subproduto da acerola 82,4 17,4 74,2 14,3 60,0 39,3 40,8 Rogério (2005) Subproduto da banana 89,7 7,0 93,0 8,7 11,3 73,0 49,8 18,6 Clementino (2008) Subproduto da manga 93,0 3,7 96,3 6,3 5,7 84,4 31,8 17,7 Clementino (2008) Subproduto da manga 90,8 6,9 5,8 33,7 23,1 Sá et al. (2004) Subproduto da manga 94,6 94,3 6,1 55,9 20,7 5,8 82,5 21,3 61,2 26,1 35,2 Teles (2006) Subproduto do urucum 89,1 6,3 93,8 14,5 7,2 72,1 50,0 26,1 Clementino (2008) Subproduto do urucum 85,1 14,6 2,9 55,9 32,5 23,4 Gonçalves et al. (2004) Subproduto do urucum 92,9 92,9 16,6 34,9 12,2 7,2 69,2 26,7 42,4 20,2 22,3 Teles (2006) Pedúnculo de caju 89,4 14,8 6,1 Fonseca Filho e Leitão (1996) Pedúnculo de caju 86,0 94,8 8,7 64,2 51,1 5,3 80,8 49,3 31,5 5,1 26,5 Teles (2006) Média 88,7 11,3 53,1 Capim-elefante 22,0 88,5 5,0 48,7 16,2 3,9 79,6 2,3 77,3 29,2 48,1 Teles (2006) Capim-elefante 16,8 88,1 5,6 63,8 20,7 4,3 78,2 1,6 76,6 29,0 47,6 Teles (2006) Capim-elefante 19,4 87,8 5,4 45,4 14,9 3,8 78,6 1,2 77,4 29,4 48,0 Teles (2006) Média 19,4 5,3 77,1

Uso de aditivos na silagem 78 Tabela - Composição químico-bromatológica do capim-elefante e do bagaço de caju in natura antes da ensilagem Fonte: Ferreira et al. (2004)

Uso de aditivos na silagem 79

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Uso de aditivos na silagem 86 Subproduto do urucum Fonte: Gonçalves et al. (2006)

Uso de aditivos na silagem 87

Uso de aditivos na silagem 88

Uso de aditivos na silagem 89 SILAGEM DE CAPIM-ELEFANTE + SUBPRODUTO DO URUCUM

Uso de aditivos na silagem capim-elefante: 16,7% MS, 6,5% PB, 79,7% FDN, 46,9% FDA e 3,4% EE 90 subproduto do maracujá: 83,3% MS, 12,% PB, 56,4% FDN, 49,0% FDA e 1,0% EE silagem de capim-elefante + 14% de subproduto do maracujá

Uso de aditivos na silagem 91 Uréia: Objetivo: melhorar o valor nutritivo da silagem; A maioria dos trabalhos tem sido feita com níveis de uréia de 0,5 a 1,0% do material ensilado e, nestas condições, a recuperação tem sido acima de 70% (PEREIRA, 1975). PEREIRA & COELHO DA SILVA (1976) aumento no teor de proteína bruta da silagem. Outros trabalhos tem apresentado efeito benéfico da adição de uréia no material a ensilar sobre a digestibilidade da matéria seca. Entretanto, o teor de proteína bruta era de 5,3% (GONÇALVES et al., 1978). Assim, a adição de nitrogênio não protéico aumenta o teor de nitrogênio da silagem e o coeficiente de digestibilidade da proteína bruta, e pode aumentar a digestibilidade da matéria seca, se o nível de nitrogênio da dieta testemunha estiver comprometendo a fermentação rumina (COELHO DA SILVA, 1984). Adição de uréia durante a ensilagem de capins: problemas de fermentação, um vez que estas forrageiras apresentam baixos teores de matéria seca e carboidratos solúveis, quando comparadas com as forrageiras gramíferas milho e sorgo (VILELA, 1984; COELHO DA SILVA, 1984).

Uso de aditivos na silagem 92 * Melaço: rico em carboidratos de fácil fermentação Este composto tem sido adicionado puro ou diluído em água nas proporções de 3:1 ou 2:1. aplicação de 3% de melaço Comparando a adição de 1 e 4% de melaço na produção de silagens de gramíneas tropicais GONZALES & TEUNISSEN (1967) concluíram que 4% seria o nível mais indicado para silagens de Digitaria decumbens, Echinochoa polystachya e Hyparrhenia rufa. Alguns aditivos e suas proporções: - uréia: 0,5% (na ensilagem de milho ou capim-elefante), - melaço: 3 a 5% (na ensilagem de capim-elefante) ou - fubá: 3 a 5% (na ensilagem de capim-elefante)

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO 93 Cálculo da densidade da silagem: Silagem = 450 kg/m 3 x 33/100 MS = 148 kg MS/m 3

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO Piquete: 10000 m 2 ou 1,0 ha Prod = 10000 kg MS 15% perdas na ensilag = 8500 kg MS 33/100 = 25757 kg MN silagem Volume do silo: 25757 kg MN silagem 450 kg MN/m 3 = 54,73 m 3 Rebanho: 1 vaca 450 kg PV x 3,5/100: Cons=15,75 kg MS/dia + 5% sobra = 16,5 kg MS/(vaca x d) 33/100 = 49,5 kg MN forrag/vaca x d 25757 kg MN silag/ha 49,5 kg MN silag/vaca x dia = 520 vacas-dia só com volumoso ou 1040 vacas-dia com 50% volumoso 94

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO 95 Piquete: 10000 m 2 ou 1,0 ha 520 vacas-dia só com volumoso ou 1040 vacas-dia com 50% volumoso Rebanho de 26 vacas 1,0 ha = 520 vacas-dia 26 vacas = 20 dias 10,0 ha = 5200 vacas-dia 26 vacas = 200 dias 1,0 ha = 54,73 m 3 10,0 ha = 547,3 m 3

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO Tamanho dos silos (Cardoso & Silva, 1995) 96 Altura do silo trincheira: 1,5 a 3,0 m Altura do silo de superfície: 1,2 a 1,5 m O comprimento mínimo (C) de um silo-trincheira ou de superfície = 0,15 m de camada removida/dia x 200 dias = 30 m Volume do silo (m 3 ) = Superf seção trapezoidal x C S = (B + b) x A 2 547,3 m 3 = S x 30 m S = 18,24 m 2 (seção muito grande)

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO Tamanho dos silos (Cardoso & Silva, 1995) 97 Altura do silo trincheira: 1,5 a 3,0 m Altura do silo de superfície: 1,2 a 1,5 m O comprimento mínimo (C) de um silo-trincheira ou de superfície = 0,15 m de camada removida/dia x 200 dias = 30 m 2ª tentativa: duplicar o comprimento para reduzir a área: Volume do silo (m 3 ) = Superf seção trapezoidal x C S = (B + b) x A 2 547,3 m 3 = S x 60 m S = 9,12 m 2 S = (B + b) x A = 9,12 m 2 9,12 m 2 = (B + b) x 1,5 m 2 2 B + b = 12,16 m

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO B + b = 12,16 m (Cardoso & Silva, 1995) Como a largura do topo (B) deve ter 0,5 m a mais que a largura do fundo (b) para cada metro de altura (A) do silo, então é possível escrever que B = b + 0,5 A e, usando-se esta expressão, pode-se continuar o cálculo assim: B + b = 12,16 m b + 0,5 A + b = 12,16 m 2b + 0,5 x 1,5 = 12,16 m 2b + 0,75 = 12,16 m 2b = 12,16-0,75 = 11,41 m e portanto b = 5,71 m. Retornando à expressão anterior B + b = 12,16 m e substituindo-se o valor de b, tem-se que B + 5,71 m= 12,16 m e, B = 12,16 m 5,71 m = 6,45 m Assim, o silo deverá ser de 6,45 m de largura do fundo, 5,71 m de largura no topo, 1,5 m de altura e 60 m de comprimento. 98

IMPORTÂNCIA DOS CONTROLES DE CUSTO E ZOOTÉCNICOS 99 INVESTIMENTOS: CERCA ESTÁBULO CAPINEIRA PASTAGEM COCHO SALEIRO S.DE IRRIGAÇÃO CUSTEIO: CONCENTRADO ENERGIA MÃO-DE-OBRA IMPOSTOS JUROS FERTILIZANTES COMBUSTÍVEL

CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA 100 Renda bruta da atividade, RBA (R$/mês) = produção total em kg PV x preço de venda Custo operacional efetivo da atividade, COE (R$/mês) = despesas com operações (manutenção de instalações e máquinas) + despesas com mão-deobra contratada + despesas com insumos (alimentação, medicamentos, energia); Custo operacional total da atividade, COT (R$/mês) = COE + outros custos operacionais (mão-de-obra familiar, depreciação de instalações e máquinas); Custo total da atividade, CT (R$/ano) = COT + outros custos fixos (remuneração do capital investido em animais, instalações, máquinas e terras). Remuneração capital = taxa juros 6% Margem bruta da atividade, MB (R$/mês) = RBA - COE; Margem líquida da atividade, ML (R$/mês) = RBA - COT; Lucro da atividade (R$/mês) = RBA - CT;

101 Considerações finais Utilização de silagem pode ser uma opção viável como reserva para a alimentação na estação seca. O milho é a cultura que mais versátil e também a mais usada para o desenvolvimento de outros métodos de silagem. Planejamento e tomada de todos os cuidados nas diversas etapas são fatores essenciais para o sucesso na produção da silagem. O uso de aditivos é uma estratégia válida, embora o seu uso dependerá do custo-benefício que será oferecido.

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