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Transcrição:

29 de setembro de 2015 Contração da atividade econômica e queda da confiança trazem impactos setoriais e regionais heterogêneos no emprego Regina Helena Couto Silva Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos A desaceleração da atividade econômica, a inflação ainda elevada e as preocupações com as contas públicas continuam impactando negativamente a confiança do consumidor e do empresário. De um lado, o primeiro grupo tem adiado a compra de bens duráveis, principalmente de imóveis e veículos. A inflação ainda em nível elevado, arrefecendo gradualmente, impacta o seu poder de compra, levando-os a realizar corte de gastos em itens como vestuário, calçados e lazer. De outro, a incerteza, o aperto das condições monetárias e a elevada ociosidade da indústria levam à postergação da decisão dos empresários de ampliar ou renovar seu parque de máquinas e equipamentos. Esse cenário econômico resulta em uma dinâmica setorial e regional heterogênea do desemprego, com piora mais acentuada nos segmentos de construção civil e nas indústrias de material de transporte, material elétrico, máquinas e equipamentos, metalurgia, têxtil e calçados. A indústria extrativa também vem realizando ajustes na produção visando reduzir a sobre oferta global. E, por conseguinte, a eliminação de vagas formais é mais intensa nas regiões onde esses segmentos são mais presentes ou onde a construção civil é afetada não só pelo ajuste de estoque de imóveis, mas onde há uma concentração de obras finalizadas (que foram contratadas dois ou três anos atrás). Nesse Serviços Comércio Total Agro Extrativa Indústria Construção -11,8% -14,0% -12,0% -10,0% -8,0% -6,0% -4,0% -2,0% 0,0% -4,7% sentido, o Norte e o Sudeste estão sofrendo maior impacto de cortes nos empregos ante as demais regiões, por concentrarem importantes polos produtivos. No primeiro, se destaca a produção de eletroeletrônicos, motocicletas e a indústria extrativa. Já o Sudeste agrega grande diversidade de segmentos industriais, principalmente a metalurgia e a cadeia produtiva ligada ao petróleo. O avanço do desemprego tem sido um processo menos intenso nos segmentos de comércio e serviços que são mais resilientes em períodos de crise. Analisando o mapa regional e setorial do desemprego, com base nos dados do Caged e da Rais 1, é possível verificar que a destruição líquida de empregos 2 nos últimos doze meses encerrados em julho foi bastante concentrada na construção civil, que fechou 11,8% do total de postos de trabalho do segmento, na indústria geral, que encerrou 5,2% das suas vagas, e na indústria extrativa, que fechou 4,7% dos seus postos de trabalho. Cabe um destaque ao segmento agrícola que, embora venha registrando bom desempenho, também apresentou destruição líquida de 2,2% do total de postos de trabalho. Isso se explica pelo fechamento de frigoríficos e pelas demissões no setor sucroalcooleiro, que passa por dificuldades financeiras. -2,2% -1,8% -0,1% -0,3% Var. % Do estoque de emprego total por setores julho/15 x 1 Caged Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Rais Relação Anual de Informações Sociais. 2 Destruição líquida de empregos resulta do saldo negativo entre admitidos e demitidos. 1

Alimentos e Bebidas -1,3% -3,6% -3,9% -4,4% Borracha, Fumo, Couros -5,6% -6,0% -7,4% -7,6% Mecânica -8,3% Material Elétrico e de Comunicações -10,2% Material de Transporte -10,5% -12,0% -10,0% -8,0% -6,0% -4,0% -2,0% 0,0% emprego da indústria - Brasil julho/15 x emprego por regiões - julho/15 x Sul Nordeste -1,4% -1,1% Centro-Oeste -1,5% Brasil -1,8% Sudeste -2,1% Norte -2,6% -2,8% -2,1% -1,4% -0,7% 0,0% Regionalmente, no Norte do País, a destruição de vagas está mais acentuada ante as demais regiões, tanto na indústria quanto na construção civil. Na comparação de julho deste ano com o mesmo mês do ano passado, a construção civil na região perdeu 18,5% do estoque efetivo de mão-de-obra, resultado do fim das obras das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. Na mesma direção, a indústria perdeu 6,7% do estoque de empregos, sendo que a indústria de material elétrico e de comunicações perdeu 23% dos postos de trabalho e a indústria de material de transporte, que inclui o segmento de motocicletas, perdeu 8,1% dos empregos. Os dados da produção industrial, medida pelo IBGE, corroboram esse desempenho do setor na região Norte. No acumulado dos últimos doze meses até julho, a produção da indústria de produtos de informática e eletrônicos caiu 22,8% no País e a produção de veículos 18,2%. Na mesma métrica, a produção industrial de Amazonas caiu 12,9%. Alimentos e Bebidas 0,1% -1,4% -1,6% -3,5% Borracha, Fumo, Couros -4,8% -5,3% -6,7% -7,1% -7,4% Mecânica -7,9% Material de Transporte -8,1% -8,6% Material Elétrico e de Comunicações -23,0% -25,0% -20,0% -15,0% -10,0% -5,0% 0,0% emprego da indústria na Região Norte julho/15 x 2

Produção Industrial por setor no Brasil acumulado em 12 meses até julho/2015 Fonte: IBGE Extrativa Papel e Celulose Diversos Produtos de Limpeza e Cosméticos Derivados de Petróleo Fumo Manutenção de Máquinas e Equiptos e Couro Madeira Químicos Alimentos Outros Equiptos de Transporte Bebidas Indústria Geral Borracha e Plástico Máquinas e Aparelhos Elétricos Indústria de Transformação Confecções Móveis Impressão Metalurgia Têxteis Máquinas e Equipamentos Farmacêuticos Produtos de Metal Veículos Informática e eletrônicos -22,8% -18,2% -1,1% -1,9% -2,1% -2,9% -3,2% -3,3% -3,6% -3,7% -4,3% -4,5% -4,7% -4,8% -5,4% -5,4% -6,5% -7,0% -7,4% -7,5% -7,7% -8,5% -8,6% -9,0% -9,2% -9,7% -25,0% -20,0% -15,0% -10,0% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 0,3% 8,1% Espírito Santo 14,3% Pará 5,9% Goiás 0,5% Pernambuco -2,2% Bahia Rio de Janeiro -4,4% Santa Catarina -5,1% Brasil -5,4% Minas Gerais -5,9% Ceará -6,6% Paraná -6,7% Rio Grande do Sul -7,0% São Paulo -8,5% Amazonas -12,9% -18,0% -13,0% -8,0% -3,0% 2,0% 7,0% 12,0% 17,0% Produção Industrial por estado acumulado em 12 meses até jul/2015 Fonte: IBGE A região Nordeste apresentou um quadro de demissões menos intenso ante as demais regiões, favorecida pela recente instalação de um polo automotivo. Os segmentos de têxtil e confecções e de calçados foram os responsáveis pela maior parte das demissões, apresentando recuo de 5,1% e 5,7%, respectivamente, do estoque de emprego desses setores na região. A indústria metalúrgica foi afetada negativamente pelo recuo dos investimentos, que afetou a indústria de Material de Transporte Material Elétrico e de Comunicações Alimentos e Bebidas Borracha, Fumo, Couros Mecânica -8,2% -5,7% -5,0% -5,1% -3,1% -4,0% -4,0% -2,9% -3,1% -1,6% -1,7% máquinas e equipamentos, com queda de 8,2% do estoque de empregos. O destaque positivo na região foi a contratação líquida no segmento de material de transporte e de material elétrico, que inclui autopeças para o polo automotivo. Os segmentos de comércio e serviços foram mais resilientes à crise no período em análise, com o primeiro criando 0,4% de novas vagas e o segundo apresentando fechamento de apenas 0,1% dos postos de trabalho. 5,7% 8,0% -9,0% -6,0% -3,0% 0,0% 3,0% 6,0% 9,0% emprego da indústria na Região Nordeste julho/15 x 3

Na região Centro-Oeste, o recuo acentuado do estoque de emprego nos segmentos de couro e alimentos, de 9,4 % e 4,2%, nessa ordem, reflete o fechamento de plantas frigoríficas que estão se ajustando ao reduzido nível de oferta de animais para abate. A construção civil, assim como nas demais regiões, apresentou forte destruição líquida de empregos nos últimos doze meses foram encerrados 17,7% das vagas existentes na construção civil na região. Assim como ocorrido no País, os serviços e o comércio continuam apresentando baixa destruição de vagas. O comércio fechou 0,6% dos postos de trabalho na região e os serviços ampliaram as vagas em 0,7% em relação ao estoque de trabalhadores. Material Elétrico e de Comunicações Alimentos e Bebidas -3,4% -3,5% -4,2% -4,8% -5,1% 3,6% Variação do estoque de emprego da indústria na Região Nordeste julho/15 x -5,9% Mecânica -6,3% -7,3% Material de Transporte -8,3% -8,4% Borracha, Fumo, Couros -9,4% -11,0% -9,0% -7,0% -5,0% -3,0% -1,0% 1,0% 3,0% 5,0% As regiões Sul e Sudeste têm perfis industriais similares, com forte participação do complexo automotivo, indústria mecânica e metalúrgica e a indústria de confecções e calçados, segmentos bastante afetados pelo baixo nível de confiança do consumidor e do empresário. No Sudeste, a construção civil fechou 10,2% dos postos de trabalho e o Sul fechou 6,9%. A indústria também foi bastante influenciada pelo cenário macroeconômico e fechou 6,2% e 4,1% dos postos de trabalho da indústria nas regiões Sudeste e Sul, respectivamente. Os serviços e o comércio estão muito mais resilientes no Sul do País se comparados com o restante do País. O comércio gerou 0,1% a mais de vagas e os serviços 0,9% em relação ao estoque de empregos desses setores na região. O agronegócio na região Sul ampliou em 0,9% o estoque de empregos. Comparativamente ao desempenho do agronegócio das demais regiões do País, o Sul teve melhor desempenho, já que não tem forte atuação do segmento sucroalcooleiro e de frigoríficos de carne bovina, segmentos que foram os responsáveis pela maior parte das demissões nas demais regiões. Alimentos e Bebidas Sudeste -2,2% 1,8% Sul -4,0% -2,7% -2,9% -4,5% -3,1% -5,3% -6,2% -4,4% -6,3% -6,8% -5,7% -8,4% -6,8% Material Elétrico e de Comunicações -8,4% -7,2% Borracha, Fumo, Couros -10,1% -7,7% Mecânica -10,5% -8,2% Material de Transporte-11,8% -11,3% -13,0% -11,0% -9,0% -7,0% -5,0% -3,0% -1,0% 1,0% 3,0% Variação do estoque de emprego da indústria nas regiões Sul e Sudeste por setores - julho/15 x 4

A contração de empregos na indústria e na construção civil combinada à perda de renda real da população afetou as vendas no comércio varejista e a demanda por serviços com dinâmicas regionais diversas. De fato, nos últimos doze meses encerrados em junho, as vendas do comércio varejista 3 registram recuo de 4,8%. O varejo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste caiu na mesma magnitude. A região Norte, embora também em desaceleração, acumula recuo de apenas 0,2%, sustentado pelos empregos públicos, que são mais relevantes na região. 33,0% 29,0% 25,0% 21,0% 17,0% 13,0% 9,0% 21,5% 27,8% Brasil Centro-oeste Sul Sudeste Nordeste Norte 13,4% 9,61% Evolução acumulada em 12 meses do comércio varejista (pmc ampliada) por região 2005-2015 5,0% 1,0% -3,0% -7,0% -0,2% 0,5% -2,4% -2,6% -4,9% -5,84% dez/05 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 mar/07 jun/07 set/07 dez/07 mar/08 jun/08 set/08 dez/08 mar/09 jun/09 set/09 dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11 jun/11 set/11 dez/11 mar/12 jun/12 set/12 dez/12 mar/13 jun/13 set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 Fonte: IBGE Embora menos intenso, o processo de destruição líquida de emprego também avançou nos segmentos que costumam ser mais resilientes, como o comércio e os serviços, incluindo lojas de materiais para construção, comércio de confecções e de veículos e serviços de transportes, que sofreram com recuo de carga e de pessoas transportadas. A necessidade de ajuste no orçamento das famílias afetou serviços como restaurantes e serviços de lazer. Segundo dados do Caged, nos últimos doze meses até julho, o comércio perdeu 0,3% da força de trabalho e os serviços perderam 0,1%. Esse processo foi mais negativo no Sudeste, ao passo que no Sul e no Centro-Oeste, regiões mais favorecidas pelo agronegócio, ainda há geração líquida de vagas nesses segmentos. Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- Oeste Brasil Extrativa -3,3% -4,2% -5,1% -2,8% -6,9% -4,7% Indústria -6,7% -3,1% -6,2% -4,8% Construção -18,5% -14,0% -10,2% -6,9% -17,7% -11,8% Comércio -0,1% 0,4% -0,6% 0,1% -0,6% -0,3% Serviços -1,0% -0,1% -0,5% 0,9% 0,7% -0,1% Agro -3,4% -3,7% -2,9% 0,9% -0,8% -2,2% Caged -2,6% -1,4% -2,1% -1,1% -1,5% -1,8% Analisando os municípios que mais demitiram nos últimos doze meses 4, é possível verificar que a demissão líquida na maioria das cidades é explicada pela construção civil e serviços relacionados, indústria de material de transporte e indústria têxtil. Em cidades da região Sudeste houve demissão líquida em atividades ligadas a teleatendimento, por conta da migração para cidades do Nordeste, em busca de menores custos com mão-de-obra. Esse movimento já Variação do Estoque de emprego - julho/15 X vem acontecendo há alguns anos, com intensificação nos últimos meses. Alguns casos particulares merecem destaque, como a elevação da destruição líquida de empregos em Ipojuca PE, explicada pela fase final de construção da refinaria Abreu e Lima, e no Rio de Janeiro RJ que apesar de mostrar demissões líquidas na construção civil como um todo, há contratações mais direcionadas para obras ligadas às Olimpíadas. 3 Considerando a PMC ampliada (Pesquisa Mensal do Comércio), que inclui vendas de veículos e materiais para construção. 4 É importante analisar os dados acumulados em doze meses para excluir a sazonalidade inerente a alguns segmentos que realizam demissões no último trimestre do ano e voltam a contratar no segundo trimestre. 5

Em sentido contrário, em alguns municípios, há geração líquida de empregos, como resultado da maturação de investimentos realizadas nos últimos dois anos. São exemplos disso, as cidades de Goiana, em Pernambuco, onde foi instalado um polo automotivo, de Caucaia, no Ceará, beneficiada pela proximidade do complexo industrial e portuário de Pecém, de Ortigueira, no Paraná, onde foi instalado complexo industrial de papel e celulose, e, por fim, Vitória do Xingu, no Pará, resultado de projetos em energia elétrica. Percebemos também a migração de serviços de teleatendimento e call center de cidades da região Sudeste para o Nordeste. Um caso particular, foi a geração líquida de empregos em Arapiraca, em Alagoas, que recebeu a criação de um grande call center. Dada a quantidade de demissões que já ocorreram na construção civil e na indústria, é possível esperar que o ajuste está próximo do fim, impactando em redução do ritmo de demissões nos meses à frente. O comércio e os serviços, embora mais resilientes, ainda poderão continuar com recuo da mão-de-obra, se adequando ao ajuste do consumo das famílias. O agronegócio não deverá apresentar movimentos intensos de fechamento de vagas, dado que grande parte do ajuste nas plantas frigoríficas já foi realizado. Por fim, nos últimos doze meses encerrados em julho, foram eliminadas 900 mil vagas de emprego no País, o equivalente a 1,8% da força de trabalho total. Estimamos que até o final do ano esse montante alcance 1,1 milhão de vagas ou 2,2% do estoque total de empregos. Assim, as demissões deverão continuar nos próximos meses, embora em ritmo menor, já que parte do ajuste na mão-de-obra já aconteceu. Para 2016, esperamos que a dinâmica da economia permita que o total de novas vagas geradas se iguale ao total de vagas destruídas e, assim, o saldo de geração líquida de empregos fique zerado, após o fechamento líquido registrado em 2015. Equipe Técnica Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo Economia Internacional: Fabiana D Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs Pires Economia Doméstica: Igor Velecico / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast / Ariana Stephanie Zerbinatti Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi Estagiários: Davi Sacomani Beganskas / Henrique Neves Plens / Mizael Silva Alves / Gabriel Marcondes dos Santos / Wesley Paixão Bachiega / Carlos Henrique Gomes de Brito / Gustavo Assis Monteiro O BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO). 6