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UNIDADE: 16 VERTIGENS, DESMAIOS E CONVENÇÕES. TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) MODALIDADE: ONLINE 16.0 INTRODUÇÃO A sensação de um mal-estar e a impressão de tudo girar em volta pode ser resultado de uma vertigem. O desmaio caracteriza-se pela perda temporária e repentina da consciência, causada pela diminuição do sangue. Já na convulsão, a perda da consciência e acompanhada de contrações musculares violentas.

16.01 VERTIGENS A vertigem não é uma doença, mas uma manifestação de um problema orgânico ou de um desajuste funcional dos elementos que participam na manutenção do equilíbrio corporal. Deve-se a uma falha na informação recebida pelo cérebro sobre a posição do corpo e os seus movimentos, uma informação proveniente de três fontes: a sensibilidade, que registra a posição das diferentes partes do corpo; a visão, que determina a relação do corpo relativamente ao espaço circundante; e o órgão do equilíbrio do aparelho vestibular, que pressente os movimentos da cabeça. Com a informação proveniente destas fontes, o cérebro pode avaliar o estado estático ou dinâmico do corpo e ordenar os ajustes necessários para manter o equilíbrio. Mas, se estas fontes de informação falham ou, ainda, se a informação for contraditória, a causa de perturbações funcionais ou orgânicas, o cérebro não pode elaborar convenientemente os dados que recebe e surge, então, a sensação de vertigem. As causas das vertigens são muito diversas e, em muitos casos, não chega a ser possível determinar a origem do problema. Classicamente, distingue-se a vertigem devido a um problema no aparelho vestibular do ouvido interno (vertigem periférica) e como tendo a sua origem numa disfunção do sistema nervoso central (vertigem central). O motivo mais habitual da vertigem corresponde a uma alteração no ouvido interno: doença de Ménière, processos inflamatórios (labirintite) ou infecciosos, traumatismos, intoxicações, perturbações vasculares, tumores, entre outras. Mas a sua origem também pode radicar em lesões ou alterações circulatórias do tronco cerebral e do cerebelo, doenças gerais, problemas oculares e até problemas de natureza psicológica.

16.1.1 Causas Alturas elevadas; Mudanças bruscas de pressão atmosférica; Ambientes abafados; Movimentos giratórios rápidos; Mudanças bruscas de posição. 16.1.2 Sinais e Sintomas Sensação de mal estar; Zumbidos; Surdez momentânea; Vertigem acompanhada de náuseas; Pode manter-se consciente.

16.1.3 Procedimento Diante de um quadro de vertigem, deve-se: Colocar a vitima deitada de barriga para cima (em decúbito dorsal), mantendo a cabeça sem travesseiro ou qualquer outro apoio. Impedir que a vítima faça qualquer movimento brusco, sobretudo com a cabeça. Afrouxar toda a roupa da vítima para que a circulação sanguínea se restabeleça sem dificuldade. Animar a vítima com palavras confortadoras.

16.02 DESMAIOS Perda breve e repentina da consciência, geralmente com rápida recuperação, pode ser devido a múltiplas causas, desde um simples susto (ansiedade, tensão emocional) até um quadro encefalítico. Existe prevalência elevada em pessoas de idade. 16.2.1 Causas Jejum prolongado (hipoglicemia); Permanência em ambiente abafado com muitas pessoas; Condições psicológicas (emoção forte); Fadiga; Condições patológicas (arritmias, infarto do miocárdio, etc.) Grande perda de sangue.,

16.2.2 Sinais e Sintomas Fraqueza; Tontura; Perda da consciência, com queda do paciente; Relaxamento muscular; Pupilas dilatadas; Escurecimento da vista; Sudorese fria; Palidez; Pulso filiforme; Pode apresentar respiração superficial Se torna grave quando causado por grandes hemorragias, ferimentos e traumatismos na cabeça.

16.2.3 Procedimentos Ao atender uma pessoa com sensação de desmaio, deve-se: Colocar a vítima deitada de barriga para cima, com os pés ligeiramente elevados ou sentála com a cabeça abaixada. Conversar com ela, orientando-a para que respire profunda e lentamente. Permanecer ao lado da vítima para, em caso de perda da consciência, fazer a avaliação das vias aéreas, da respiração e da circulação.

Enquanto a vítima estiver inconsciente e respirando normalmente, é aconselhável mudá-la para uma posição lateral mais segura (PLS). Conforme já visto no capítulo 10 item 10.2.2 Como colocar a vítima em posição lateral. Nunca deixe uma pessoa que acabou de se recuperar de um desmaio levantar-se ou andar de súbito, pois o esforço despendido nessas tentativas poderá causar novo desmaio. Não acorde uma pessoa que está inconsciente com atitudes como jogar água fria, colocá-la de pé ou sacudi-la, dar tapas no rosto ou oferecer-lhe substâncias para cheirar.

16.03 CONVULSÕES Convulsões são contrações musculares involuntárias de parte ou de todo o corpo, decorrente do funcionamento anormal do cérebro. Tem duração aproximada de 3 a 5 minutos. A crise convulsiva pode ter como causa febre muito alta, intoxicações ou, ainda, epilepsia ou lesões cerebrais. 16.3.1 Causas Hipertermia; Intoxicações; Epilepsia; Meningoencefalite; Traumatismos crânio-encefálicos; Tumores; Tétano; Lesões cerebrais e etc.

16.3.2 Sinais e sintomas Perda da consciência; Movimentação brusca e involuntária dos músculos; Enrijecimento da mandíbula, travando os dentes; Salivação excessiva; Queda abrupta, em qualquer lugar, com riscos de ferimentos, fraturas e outros tipos de lesões. Pode apresentar cianose devido a dificuldade respiratória, relacionada principalmente com o tempo de duração da crise; Frequentemente ocorre relaxamento esfincteriano com micção e/ou evacuação após a crise.

16.3.3 Procedimentos Deitar a vítima ao chão e afastar tudo que esteja ao seu redor e possa machucá-la. Retirar prótese dentária, óculos, colares e outros objetos que possam se quebrar e machucar ou sufocar a vítima. No caso de a vítima ter cerrado os dentes, não tentar abrir sua boca. Proteger língua, colocando uma trouxinha de pano ou, se tiver, uma cânula de Guedell (não forçar se os dentes estiverem travados). Afrouxar a roupa da vítima e deixar que ela se debata livremente. Colocar um pano debaixo da cabeça da vítima para evitar que ela se machuque. Observar a respiração durante e após a crise convulsiva. Encaminhá-lo ao médico. Não se deve jogar água ou oferecer algo para cheirar durante a crise Durante uma crise convulsiva, jamais impeça os movimentos da vítima e tampouco dê a ela qualquer líquido ou medicação pela boca. SISTEMA INTEGRADO MEDICORP