Conferência Municipal / São Leopoldo/RS Saneamento Ambiental

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Transcrição:

Conferência Municipal / São Leopoldo/RS Saneamento Ambiental Principais aspectos do PL 5.296 / 2005 que institui diretrizes para os serviços públicos de saneamento básico e a Política Nacional de Saneamento Básico São Leopoldo, 15 de agosto de 2005

INVESTIMENTO FEDERAL EM SANEAMENTO 2003 e 2004 E PERSPECTIVAS PARA 2005

RECURSOS NÃO ONEROSOS(OGU)

RECURSOS CONTRATADOS PARA AÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL - GOVERNO FEDERAL 2003/2004 RECURSOS TOTAIS (NÃO ONEROSOS) CENTRO OESTE 342.655.608,31 SUDESTE 395.637.805,66 SUL 169.225.711,37 NORDESTE 872.709.443,85 NORTE 216.967.830,06 BRASIL 1.997.196.399,25 0,00 400.000.000,00 800.000.000,00 1.200.000.000,00 1.600.000.000,00 2.000.000.000,00 RECURSO R$

Governo Federal - Recursos Não Onerosos Empenhados Por Órgão, entre Jan/03 e Dez/04 1% 10% 29% 48% 12% MCIDADES MCIDADES/FUNASA FUNASA MMA MI

RECURSOS ONEROSOS* * FGTS(Caixa e outras instituições financeiras) e BNDES/FAT

RECURSOS CONTRATADOS PARA AÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL - GOVERNO FEDERAL 2003/2004 RECURSOS TOTAIS (ONEROSOS) CENTRO OESTE 361.129.530,52 SUDESTE 1.764.147.153,30 SUL 518.300.638,84 NORDESTE 1.202.523.679,43 NORTE 281.177.742,28 BRASIL 4.127.278.744,37 0,00 1.000.000.000,00 2.000.000.000,00 3.000.000.000,00 4.000.000.000,00 5.000.000.000,00 RECURSO R$

Governo Federal - Recursos Onerosos Contratados Para Iniciativas de Saneamento Ambiental (Jan/2003 a Dez/2004). 11% FGTS BNDES 89%

CONTRATAÇÕES EM SANEAMENTO AMBIENTAL - FGTS 1995/2004 Investimentos em Saneamento Ambiental contratados com recursos do FGTS (recursos em R$ milhões) 3000 2500 2.037 2000 1.584 1500 1000 736,02 558,03 1.362 500 105,72 2,38 30,93 0 226,5 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

RECURSOS TOTAIS ONEROSOS (FGTS* + BNDES/FAT) E NÃO ONEROSOS(OGU) *Caixa e outras Instituições Financeiras

RECURSOS CONTRATADOS PARA AÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL - GOVERNO FEDERAL 2003/2004 RECURSOS TOTAIS (ONEROSOS E NÃO ONEROSOS) CENTRO OESTE 703.785.138,83 SUDESTE 2.159.784.958,96 SUL 687.526.350,21 NORDESTE 2.075.233.123,28 NORTE 498.145.572,34 BRASIL 6.124.475.143,62 0,00 2.000.000.000,00 4.000.000.000,00 6.000.000.000,00 8.000.000.000,00 RECURSO R$

RECURSOS CONTRATADOS PARA AÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL - GOVERNO FEDERAL 2003/2004 RECURSOS TOTAIS (ONEROSOS E NÃO ONEROSOS) CENTRO OESTE 11% NORTE 8% SUDESTE 36% SUL 11% NORDESTE 34%

GOVERNO FEDERAL PROGRAMAÇÃO DE RECURSOS 2005

LOA 2005 (OGU) Recursos Não Onerosos - R$ (milhões) Órgão Operador Programa Cidades Funasa MMA ANA MI Outros Total Saneamento Ambiental Urbano 131,77 800,13 0,30 932,20 Saneamento Rural 92,55 92,55 Resíduos Sólidos Urbanos 2,10 65,88 20,02 0,63 88,63 Drenagem Urbana Sustentável 111,87 9,63 213,64 335,14 Conviver 8,00 0,42 148,12 156,54 Outros 1.142,70 52,95 68,71 1.264,36 Total 1.396,44 968,19 20,44 0,30 414,71 69,34 2.869,42

Governo Federal - Recursos Para Saneamento 2005 Total de Investimentos Programados em Saneamento Ambiental 2005 R$ (milhões) Onerosos Não Onerosos Programa FGTS BNDES/FAT TOTAL Total Saneamento Ambiental Urbano 2.295,00 557,00 2.852,00 932,20 3.784,20 Saneamento Rural - 92,55 92,55 Resíduos Sólidos Urbanos 135,00 135,00 88,63 223,63 Drenagem Urbana Sustentável 270,00-270,00 335,14 605,14 Conviver - - 156,54 156,54 Outros - - 1.264,36 1.264,36 Total 2.700,00 557,00 3.257,00 2.869,42 6.126,42

Principais aspectos do PL 5.296 / 2005 que institui diretrizes para os serviços públicos de saneamento básico e a Política Nacional de Saneamento Básico

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 introdução O principal objetivo do Projeto de Lei do Governo Federal é alcançar a universalização do acesso aos serviços públicos de saneamento básico. Este desafio impõe não só a aplicação suficiente e contínua de recursos, mas a mudança na gestão dos serviços de saneamento, a fim de aumentar a eficiência econômica e social dos serviços.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 Direito à salubridade ambiental Art. 3 o Todos têm direito à vida em ambiente salubre, cuja promoção e preservação é dever do Poder Público e da coletividade. Parágrafo único. É obrigação do Poder Público promover a salubridade ambiental, especialmente mediante políticas, ações e a provisão universal e equânime dos serviços públicos necessários. Art. 4 o É garantido a todos o direito a níveis adequados e crescentes de salubridade ambiental e de exigir dos responsáveis medidas preventivas, mitigadoras, compensatórias ou reparadoras em face de atividades prejudiciais ou potencialmente prejudiciais à salubridade ambiental.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 competências regulatórias da União Constituição Federal de 1988 Art. 21. Compete à União: XX instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: IX promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 competências regulatórias da União Resumo direta por meio de lei federal de diretrizes (art. 21, XX, CF) Atuação da União na regulação dos serviços de saneamento básico indireta estabelecendo condições para o acesso aos recursos orçamentários ou onerosos administrados pela União (art. 23, IX, CF) spendig power

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 a questão da titularidade Constituição Federal de 1988 Art. 30. Compete aos Municípios: V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o transporte coletivo, que tem caráter essencial; Art. 25.... 3º. Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamento de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 a questão da titularidade O conflito atual é saber se: por meio da lei complementar que institui regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões há a) uma transferência de competências municipais para os Estados, ou b) um condicionamento ao exercício de competências, que continuam municipais.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 a questão da titularidade O Projeto de Lei não trata da questão da titularidade. O ente da Federação com competência para prover os serviços públicos de saneamento é chamado de titular, que pode ser lido como Município, Distrito Federal ou Estado. O projeto permanece em pé seja qual for a decisão do Judiciário em relação a titularidade dos serviços nas regiões metropolitanas.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 a questão da titularidade Os conflitos sobre a titularidade estão circunscritos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, e tem sido comum que nessas áreas hajam acordos entre Estados e Municípios. Porém, por falta de legislação, esses acordos são juridicamente frágeis e podem ser desfeitos a qualquer momento. O Projeto de Lei institui normas para proteger esses acordos, permitindo que sejam contratualizados. Apesar de a titularidade ser questão constitucional e não de lei ordinária, o Projeto protege e, dessa forma, incentiva os acordos entre Estados e Municípios.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 a questão da titularidade A proposta do Governo Federal é bastante inovadora: Resgata o pacto federativo; Incentiva que serviços sejam viabilizados pela cooperação, colaboração e solidariedade da União, dos Estados e dos Municípios; Define o conceito de serviços locais e serviços integrados, prevendo instrumentos para a regulação das relações de complementaridade entre eles. Com isso, a União ou os Estados podem continuar a prestar serviços integrados, que possuam relação de complementaridade com serviços locais prestados por autarquia municipal, empresa estadual ou por concessionário privado.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 a questão da titularidade PLS 155/2005 Senador Gerson Camata II - serviço de saneamento básico de interesse local: aquele no qual todas as atividades, infra-estruturas e instalações operacionais se destinem exclusivamente ao atendimento de um único Município e se localizem em seu território; PL 4.147/2001 II - serviço de saneamento básico de interesse local: aquele cujas atividades, infra-estruturas e instalações operacionais se destinem exclusivamente ao atendimento de um município, integrante ou não de região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião;

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 a questão da titularidade PLS 155/2005 Senador Gerson Camata III - serviço de saneamento básico de interesse comum: aquele em que alguma das atividades, infra-estruturas ou instalações operacionais descritas no inciso I atenda a dois ou mais Municípios ou seja dependente, concorrente, confluente ou integrada a funções públicas e serviços supra municipais; PL 4.147/2001 III - serviço de saneamento básico de interesse comum: aquele em que pelo menos uma das atividades, infra-estruturas ou instalações operacionais descritas no inciso I se destine ao atendimento de dois ou mais municípios, integrantes ou não de região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, exceto quando decorrentes de gestão associada;

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 conceitos do projeto O direito à salubridade ambiental não está assegurado quando, havendo serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, a população vive à mercê de doenças cujos vetores são disseminados por resíduos sólidos ou pela ausência de adequado manejo das águas pluviais. O conceito de saneamento básico não é restrito aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Veja-se, a título de exemplo, como ele é compreendido pela Associação Portuguesa de Estudos do Saneamento Básico (APESB): o abastecimento de água, a drenagem, o tratamento e a disposição final de águas residuais e a recolha, tratamento e disposição final de resíduos sólidos (...)

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 conceitos do projeto (os serviços) Os serviços públicos de saneamento básico são entendidos como: 1. Os serviços públicos de abastecimento de água; 2. Os serviços públicos de esgotamento sanitário; 3. Os serviços públicos de manejo de resíduos sólidos; 4. Os serviços públicos de manejo de águas pluviais. Observe-se, por exemplo, que abastecimento de água não é um serviço, mas uma natureza de serviço de saneamento básico. Ou seja, é um conjunto de diversos serviços diferentes. Com isso, por exemplo, é possível que os serviços de adução e os de distribuição tenham prestadores diferentes, ligados entre si pela regulação e/ou por contrato. Ou que todos os serviços tenham o mesmo prestador.

PLS 155/2005 Senador Gerson Camata Art. 2 o Para os fins desta Lei compreende-se como: I - saneamento básico: os serviços de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário, que abrangem as atividades e respectivas infraestruturas e instalações operacionais de captação, adução e tratamento de água bruta, adução, reservação e distribuição de água tratada, coleta, transporte, tratamento e disposição final de esgotos sanitários; PL 4.147/2001 Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - saneamento básico: abastecimento de água potável e afastamento e disposição final dos esgotos sanitários, abrangendo a integralidade das redes, instalações operacionais e atividades relacionadas à: a) captação, adução e tratamento de água bruta, adução, reservação e distribuição de água tratada, incluindo as ligações prediais e os instrumentos de medição; b) coleta, transporte, tratamento e disposição final de esgotos sanitários; e c) tratamento e destinação final dos lodos e de outros resíduos resultantes dos processos de tratamento;

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 conceitos do projeto (a gestão) Gestão do serviço público de saneamento básico: 1. O planejamento dos serviços, o qual deverá abranger pelo menos as quatro naturezas de serviços de saneamento básico, podendo disciplinar outros aspectos; 2. A regulação, que abrange atos normativos ou concretos, inclusive os referentes à fixação, reajuste e revisão da remuneração pela prestação dos serviços; 3. A fiscalização, cujo exercício, em caráter exclusivo ou não, o titular poderá delegar a entidade de direito público; 4. A prestação dos serviços, que é a execução de toda e qualquer atividade ou obra com o objetivo de permitir o acesso ao serviço em conformidade com o planejamento e a regulação;

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 conceitos do projeto (a gestão) Tendo em vista as relações de complementaridade que podem possuir entre si, os serviços públicos de saneamento básico são também conceituados como serviços de interesse local e serviços integrados. A relação de complementaridade entre esses serviços é disciplinada pelo planejamento integrado e pela regulação. No caso de o serviço integrado ser prestado por cooperação federativa, será necessária a disciplina por contrato. Hoje existem várias situações de serviços integrados e locais, cujas relações de complementaridade é conflituosa em vista da ausência de lei federal de diretrizes para o saneamento básico.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 conceitos do projeto (a delegação) A delegação da prestação dos serviços públicos de saneamento básico é entendida como: delegação a concessão dos serviços, precedida de licitação pública (art. 175, caput, CF, e Lei nº. 8.987, de 1995) a cooperação federativa, exercida obrigatoriamente por meio de contrato de programa (Lei nº 11.107, de 2005). Os contratos de delegação dos serviços deverão ter como objeto a prestação, não podendo abranger os demais elementos da gestão dos serviços (o regulador não pode ser o prestador dos serviços).

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 o novo modelo de gestão Eficiência na aplicação dos recursos do saneamento; Mecanismos para evitar que os recursos do saneamento sejam desviados; Diversos arranjos institucionais entre os entes federados, incentivando a cooperação, a colaboração e a solidariedade entre eles; Os serviços devem ser concebidos de forma a atender, progressivamente, a população que hoje não é atendida pelos serviços públicos de saneamento básico. O desafio é fazer com que eles atendam principalmente as populações de baixa renda, que não podem suportar integralmente o ônus das tarifas, sejam as de comunidades isoladas, sejam as das periferias das grandes cidades.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 o novo modelo de gestão O novo modelo de gestão do saneamento básico deve ser o da construção de uma política pública, por meio da qual o Poder Público reconheça a sua responsabilidade com a garantia do direito à salubridade ambiental; Os serviços devem ser definidos na esfera pública, avaliando-se a sua viabilidade ambiental, técnica, social e econômica; Os prestadores do serviço devem ser mero executores de uma política pública concebida em espaços públicos e sob controle público; Deve haver assim duas esferas distintas: a da regulação dos serviços e o da sua prestação.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 o novo modelo de gestão O Projeto de Lei prevê papel central: o planejamento dos serviços que vincula todos os investimentos inclusive prevendo que a tarifa somente pode incorporar os investimentos que tenham sido previamente planejados. A regulação e os direitos dos usuários e o controle social devem ser fixados pelos titulares dos serviços, seja por meio de audiências e consultas públicas, seja por meio da participação de conselhos.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de planejamento O planejamento O planejamento é obrigatório e deverá envolver pelo menos as quatro naturezas de serviços públicos de saneamento básico. O nível de detalhamento do plano dependerá da capacidade técnica de quem o elabora. O planejamento será elaborado de forma técnica, mas com controle social. A proposta de plano deverá ser apresentada em audiência pública e deverá se realizar consulta pública para a coleta de dúvidas, críticas e sugestões.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de regulação A regulação: É obrigatória e deve ser instituída por norma local mesmo que os serviços não tenham sido delegados; Deverá obedecer o estatuído no planejamento; Deve ser instituída, seja por lei ou por ato administrativo, mediante procedimento transparente; Todas as decisões regulatórias deverão ser publicas e motivadas, prevendo-se a sua divulgação por meio da internet.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de regulação A regulação É proibida a delegação dos serviços sem que previamente tenha sido instituída a regulação no que se refere aos direitos e deveres do prestador e dos usuários, bem como os critérios para a fixação, reajuste e revisão das tarifas ou outras formas de remuneração do prestador. O órgão ou entidade regulador deverá possuir autonomia administrativa, financeira e técnica.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de regulação A fiscalização É dever do titular garantir que os serviços sejam permanentemente fiscalizados. Os usuários têm o direito de fiscalizar os serviços: direito à informação sobre a qualidade e a forma pela qual os serviços são prestados; direito que suas reclamações sejam respondidas em trinta dias. O titular poderá delegar o exercício da fiscalização por meio de convênio de cooperação com outra entidade de direito público.

Prestação de Serviço Público Direta Centralizada Descentralizada (outorga) régie direta régie indireta autarquia empresa pública soc. econ. mista fundação Indireta (delegação) concessão permissão autorização Gestão associada consórcio público convênio de cooperação contrato de programa

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de regulação A prestação dos serviços pelo próprio titular O titular dos serviços que os preste diretamente, deverá instituir planejamento, regulação e fiscalização adequados. Nesse caso, o órgão regulador não precisa ser uma agência, mas órgão ou outra estrutura da Administração do titular que não acumule as funções de prestador. Por exemplo: em municípios muito pequenos, em que os serviços sejam prestados por um departamento da administração municipal, a regulação e fiscalização não poderá ser exercida por esse departamento, mas por outro órgão: (conselho da cidade, conselho municipal de saúde, dentre outros).

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de regulação A prestação dos serviços pelo próprio titular Além da existência do órgão regulador, será necessário ao município: 1. elaborar plano de saneamento ambiental; 2. possuir órgão colegiado para que haja controle social sobre a política de saneamento (esse órgão pode ser o Conselho da Cidade, conselho específico de saneamento ou, mesmo, o Conselho Municipal de Saúde COMUS); 3. instituir legislação municipal que regule os serviços de saneamento, especialmente os direitos dos usuários.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de regulação Prestação dos serviços por delegação Sempre que houver delegação da prestação dos serviços deverá haver contrato, sendo proibidos o uso de instrumentos precários, como convênios ou termos de cooperação; A celebração de contratos está condicionada à elaboração de plano de saneamento ambiental e à vigência de norma local de regulação dos serviços; As minutas de edital de licitação, ou de termos de dispensa ou inexigibilidade, bem como de contrato, serão apresentadas em audiência pública e submetidas à processo de consulta pública.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de regulação Prestação dos serviços por delegação No caso de a delegação por concessão, deverá haver licitação e celebração de contratos em estrita obediência à Lei nº 8.987, de 1995, e/ou Lei nº 11.079, de 2004. Nada impede que empresas públicas ou sociedade de economia mista participem das licitações e celebrem contratos nesse regime. No caso de delegação por cooperação federativa, as empresas públicas e sociedades de economia mista poderão ser contratadas com dispensa de licitação, desde que haja consórcio público ou convênio de cooperação disciplinado por lei dos entes federativos interessados (art. 241, CF), bem como a celebração do contrato de programa, nos termos da Lei nº. 11.107, de 2005.

Lei de Consórcios (11.107, de 06/04/05) O consórcio público é o indicado para as atividades indelegáveis, como o planejamento, a regulação e a fiscalização de serviços públicos submetidos ao regime de gestão associada. O contrato de programa é o indicado para as questões da prestação de serviços associada. públicos por gestão

Tipos de contrato de programa Modelo A Consórcio público ou Convênio de cooperação Estado ----------------------------------------------------- Município Companhia estadual ------------------------------ Contrato de programa Autarquia estadual

Tipos de contrato de programa Modelo AA Consórcio público ou Convênio de cooperação Município ----------------------------------------------------- Município Companhia municipal ------------------------------ Contrato de programa Autarquia municipal

Tipos de contrato de programa Modelo B Consórcio Público ----------- contrato de programa Companhia estadual Município A Município B Estado --------

Tipos de contrato de programa Modelo BB Consórcio Público ----------- contrato de programa Companhia Municipal Autarquia Município A Município B Município C -------------

Tipos de contrato de programa Modelo C Consórcio Público Contrato Contrato Contrato de programa A de programa B de programa C Município A Município B Município C

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 diretrizes de regulação As tarifas e outras formas de remuneração pelos serviços A remuneração pelos serviços deverá ser disciplinada em norma local e atender ao disposto no planejamento, especialmente no que se refere aos investimentos. A fixação e a revisão da remuneração deverão ser efetuadas pelo órgão regulador de forma técnica e motivada, garantida a oitiva do conselho. Os reajustes deverão ser aplicados automaticamente. A tarifa não poderá incorporar os valores do ônus pago para o acesso à delegação dos serviços.

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 - diretrizes de regulação As tarifas e outras formas de remuneração pelos serviços São previstos os subsídios cruzados internos, permitindo que a tarifa paga por uma classe de usuários venha a subsidiar a tarifa dos usuários de baixa renda; São considerados subsídios cruzados internos os recursos de serviços que, embora prestados em diversos municípios, tenham a mesma estrutura de cobrança de tarifas por integrarem consórcio público ou região metropolitana, aglomeração urbana, microrregião ou região integrada de desenvolvimento, desde que haja lei complementar que classifique determinado serviço público de saneamento básico como função pública de interesse comum.

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 - o subsídio cruzado externo O subsídio cruzado externo é um componente da tarifa instituído pelo modelo Planasa, nos anos 70. Para compreendê-lo, é necessário antes compreender os demais elementos da tarifa.

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 o subsídio cruzado externo Componentes da tarifa Tarifa Remuneração do capital investido Amortização dos investimentos Custos de operação

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 - subsídio cruzado externo Custos de operação - tarifa devolve ao operador o despendido em salários, tributos, insumos, custos de manutenção, despesas administrativas e outras de mesma espécie. amortização dos investimentos - a tarifa devolve ao operador tudo o despendido em obras de expansão (por exemplo: redes, estações de tratamento, adutoras etc). Em geral o prazo da concessão é concebido para que todo o investimento seja pago ao operador por meio da tarifa.

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 - subsídio cruzado externo Amortização dos investimentos Aplicação de recursos devolução do montante aplicado Prazo da concessão 30 anos Como, em geral, os investimentos são todos amortizados pela tarifa, ao fim do prazo de uma concessão os bens são revertidos ao titular sem o pagamento de qualquer indenização. Não cabe ao povo pagar por meio do Tesouro Público o que já pagou por meio de tarifas.

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 o subsídio cruzado externo Além da tarifa, a princípio, devolver ao prestador todo o investido, deve garantir a ele uma remuneração pelo capital aplicado. Com a adoção do subsídio cruzado, as tarifas foram concebidas para serem uniformes, para que os locais onde as receitas fossem muito superiores ao custo para implantar e operar os serviços gerem recursos para os locais onde as receitas são menores. Subsídios Cruzados Municípios Superavitários Municípios deficitários

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 o subsídio cruzado externo Componentes da tarifa com a adoção do subsídio cruzado externo Subsídio cruzado externo Remuneração do capital investido Amortização dos investimentos Custos de operação

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 subsídio cruzado externo Os subsídios cruzados externos funcionaram muito bem enquanto eram controlados pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Interior e do BNH. Com a extinção do BNH, deixou de haver controle e regulação e os recursos do subsídio cruzados externos ficaram soltos.

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 - subsídio cruzado externo Sem qualquer espécie de regulação e controle, os subsídios cruzados externos provocaram os seguintes efeitos: 1. Falta de transparência das tarifas, pois não se conhece concessão a concessão exatamente os seus componentes, impedindo que se saiba se a prestação dos serviços é ou não eficiente. 2. Os subsídios cruzados externos são muitas vezes confundidos com receitas do operador (e não como um subsídio), levando a muitas vezes a ser contabilizado como lucro, possibilitando que seja desviado para outras finalidades.

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 - subsídio cruzado externo A universalização exige eficiência na aplicação dos recursos e, ainda, que os recursos do saneamento fiquem no saneamento; É fundamental que os subsídios cruzados externos sejam transparentes e explicitados. Evidentemente que aqueles que manejam livremente estes recursos irão oferecer resistências; A Constituição Federal outorgou para a União o papel de fixar diretrizes justamente porque ela possui um papel neutro, pois não é prestadora dos serviços.

Principais aspectos do PL nº. 5.296, de 2005 o subsídio cruzado Proposta do Governo Federal Subsídio cruzado Fundo de universalização Remuneração do capital investido Amortização dos investimentos tarifa arrecadada pelo prestador Custos de operação

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 o subsídio cruzado Com o fundo de universalização dos serviços públicos de saneamento básico, os subsídios ficarão separado do que é a tarifa propriamente dita. Será possível se saber se os serviços estão ou não sendo prestados em regime de eficiência. Permite o controle sobre esses recursos, evitando que sejam desviados ou confundidos com recursos do próprio prestador e, dessa forma, sejam remunerados como capital aplicado nos serviços.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 o subsídio cruzado O fundo de universalização não prejudica os prestadores, ao contrário, oferece a ele até vantagens tributárias, pois as receitas do fundo não serão mais confundidas com receitas do operador, sobre as quais incidem tributos. O uso correto do fundo de universalização não traz nenhum prejuízo às empresas que possuem sustentabilidade de seus serviços por meio de suas tarifas. O bom uso do fundo não as torna empresas dependentes do Tesouro Público, o que, em algumas hipóteses, poderia dificultar o acesso a financiamentos.

Principais aspectos do PL 5.296, de 2005 a Política Nacional de Saneamento Básico O SISNASA Todos os órgãos e entidades da Administração Federal terão as suas ações e programas de saneamento vinculadas à Política Nacional de Saneamento Básico PNS e integrarão o Sistema Nacional de Saneamento - SISNASA. O acesso a recursos federais depende de adesão voluntária ao PNS, com a conseqüente integração ao SISNASA e suas normas. A adesão de ente federativo ao SISNASA, implica: obrigação de elaborar os planos de saneamento ambiental; instituir regulação adequada; Instituir os conselhos com participação da sociedade civil; Instituir fundos de universalização dos serviços de saneamento básico.

CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES Saneamento para Todos Sistema Nacional de Saneamento Ambiental CISA MINISTÉRIO DAS CIDADES SNSA CONSELHO DAS CIDADES S F PLANO NACIONAL CONFERÊNCIA ESTADUAL DAS CIDADES ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL CONSELHO ESTADUAL DAS CIDADES S PLANO ESTADUAL CONFERÊNCIA DA CIDADE (ou equivalente) TITULARES ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO PRESTADORAS DE SERVIÇOS USUÁRIOS CONSELHO DA CIDADE (ou equivalente) A F u n d o s PLANO MUNICIPAL

Aspectos principais do PL 5296/2005 para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico a transição Os dispositivos da lei entrarão em vigor na data de sua publicação. Mas há várias exceções: Aspectos financeiros e orçamentários Todos os dispositivos relativos a aspectos financeiros e orçamentários entrarão em vigor somente no exercício financeiro seguinte ao de publicação da Lei. Os subsídios cruzados Os subsídios cruzados deverão se adequar à nova Lei no quinto exercício financeiro que se seguir à sua publicação.

Aspectos principais do PL 5296/2005 para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico a transição Os planos Os planos de saneamento ambiental deverão ser elaborados em três anos. Em algumas situações esse prazo é dilatado para cinco anos. Os municípios com população urbana inferior à vinte mil habitantes poderão prorrogar esse último prazo de cinco anos. Os contratos hoje vencidos As concessões sem prazo ou com prazo vencido terão até o final de 2007 para serem regularizadas. A lei prevê procedimento e critérios para essa regularização.

Ernani Ciríaco de Miranda Coordenador do Programa de Modernização do Setor Saneamento PMSS MINISTÉRIO DAS CIDADES www.cidades.gov.br emiranda@ipea.gov.br Tel.: 0 (xx) 61-3315 - 5329