GUINÉ BISSAU. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP. Maio de 2014. Parceiro estratégico:



Documentos relacionados
Contratos Públicos UE nos Países de Língua Portuguesa

Paying Taxes 2014 Portugal e a CPLP Jaime Esteves 3 de dezembro de 2013, Lisboa

Internacionalização. Países lusófonos - Survey. Janeiro de 2015

Angola Breve Caracterização. Julho 2007

CPLP: Circulação de Pessoas, Bens, Capitais e Serviços. Prof. Doutor Esmeraldo de Azevedo Centro de Estudos Lusófonos

CABO VERDE. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP. Maio de Parceiro estratégico:

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

AS RELAÇÕES ECONÓMICAS PORTUGAL ANGOLA E A ESTRATÉGIA DO BANCO BIC PORTUGUÊS*

2011 / Portugal 2012 / Brasil / Angola / Cabo Verde

de Investimento em Angola e Cabo Verde

XX CONGRESSO ENGENHARIA 2020 UMA ESTRATÉGIA PARA PORTUGAL 17 a 19 de outubro de 2014 ALFÂNDEGA DO PORTO

CABO VERDE. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP. Maio de Parceiro estratégico:

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS

FRANCISCO MANTERO - PWC - CPLP 23/01/ Título "Opções de financiamento para a CPLP" não é meu.

China e África: Será que a lua-de-mel vai continuar?

Empreendedor: Estas variáveis identificadas serão utilizadas na Ficha 7_3 Análise Interna

RELATÓRIO E CONTAS BBVA BOLSA EURO

Resumo do Acordo de Parceria para Portugal,

IMF Survey. África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais

METALOMECÂNICA RELATÓRIO DE CONJUNTURA

PROJECTO DE RELATÓRIO

RELATÓRIO E CONTAS BBVA MULTIFUNDO ALTERNATIVO

EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA Atividade global Atividade setorial Produção Volume de negócios... 4

Em Crise Profunda no Mercado Interno. Em Expansão Acelerada nos Mercados Externos

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Energia, tecnologia e política climática: perspectivas mundiais para 2030 MENSAGENS-CHAVE

RELATÓRIO DE GESTÃO 2012

INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS

Novo Modelo para o Ecossistema Polos e Clusters. Resposta à nova ambição económica

MARKETING INTERNACIONAL

Fundo de Pensões BESA OPÇÕES REFORMA

Criar Valor com o Território

Governo da Região Administrativa Especial de Macau - Governos Provinciais e Regionais do Grande Delta do Rio das

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento.

I REUNIÃO DE MINISTROS DA ENERGIA DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA. Cascais, 23 de junho de Declaração de Cascais

2 DISCIPLINA: Economia M6 Ano :11º C DATA: 10/07/2013 Cursos Profissionais: Técnico de Restauração Variante de Restaurante - Bar

Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais

Dignos Presidentes dos Conselhos de Administração e das Comissões Executivas dos bancos comerciais

Apoio à Internacionalização. CENA 3 de Julho de 2012

A SUA EMPRESA PRETENDE EXPORTAR? - CONHEÇA O ESSENCIAL E GARANTA O SUCESSO DA ABORDAGEM AO MERCADO EXTERNO

MISSÃO EMPRESARIAL À TUNÍSIA

MOÇAMBIQUE. Integração regional na SADC e relacionamento com os países da CPLP. Maio de Parceiro estratégico:

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS

Previsões do inverno de 2014: recuperação económica ganha terreno

Portugal Inovação da Agricultura, Agroindústria. Pedro Cilínio

Conferência Alemanha Europeia / Europa Alemã. 26 de novembro de 2014

FIT FOR A NEW ERA ECONOMIA DAS LÍNGUAS PORTUGUESA E ESPANHOLA LÍNGUA, COMÉRCIO EXTERNO E INVESTIMENTO ESTRANGEIRO PERSPECTIVAS EMPRESARIAIS

27/09/2011. Integração Econômica da América do Sul: Perspectiva Empresarial

Soluções de Financiamento para a Internacionalização

Acordo-Quadro de Associação entre o MERCOSUL e a República do Suriname

Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

ROSÁRIO MARQUES Internacionalizar para a Colômbia Encontro Empresarial GUIMARÃES 19/09/2014

ANGOLA. Integração regional na SADC e relacionamento com os países da CPLP. Maio de Parceiro estratégico:

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

Victor Ferreira Plataforma Construção Sustentável Entidade Gestora do Cluster Habitat Sustentável

Programa Operacional Regional Alentejo 2014/2020. Identidade, Competitividade, Responsabilidade

Portugal 2020 Lançados Programas Operacionais

UM OLHAR PARA O MUNDO RURAL DLBC - A NOVA ESTRATÉGIA PARA O TERRITÓRIO

RELATÓRIO DE GESTÃO 2013

A REORIENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BRASILEIRO IBGC 26/3/2015

Mercados. informação regulamentar. Finlândia Condições Legais de Acesso ao Mercado

O Cluster Financeiro

Um parceiro de confiança / BRASIL

Potencialidades com os portos Africanos Seminário Plataformas Logísticas Ibéricas, 9 Novembro de Artur Alves

DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO RESUMO DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO. que acompanha o documento

Em maio de 2014, o indicador de sentimento económico aumentou quer na União Europeia (+0.2 pontos) quer na Área Euro (+0.7 pontos).

Fundos Estruturais e de Investimento

DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006

Instrumentos Financeiros de Apoio à Internacionalização. Financiamentos, Garantias, Capital de Risco, etc. / SOFID, S.A.

Balança Comercial 2003

INTERNACIONALIZAR EM PARCERIA

OPORTUNIDADES. Cluster energético: oportunidades; horizontes; observatório, BejaGlobal; PASE

O financiamento de projetos no sector da água nos países de operação do BERD

O BANCO EUROPEU DE INVESTIMENTO

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO As Normas da família ISO 9000

A ASSOCIAÇÃO DAS NAÇÕES DO SUDESTE ASIÁTICO E SEU AMBIENTE DE NEGÓCIOS

PROGRAMAS DAS UNIDADES CURRICULARES. Análise de Informação Económica para a Economia Portuguesa

CONCLUSÕES DA REUNIÃO EMPRESARIAL PORTUGAL - ESPANHA. 22 de junho de 2015

Excelência Sr. Presidente da Associação Angolana de Bancos, Distintos Membros dos Conselhos de Administração dos Bancos

PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO

OS PLANOS POUPANÇA-REFORMA

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

ACQUALIVEEXPO. Painel A INTERNACIONALIZAÇÃO DO SECTOR PORTUGUÊS DA ÁGUA EVOLUÇÃO DO SECTOR DA ÁGUA NOS BALCÃS: O EXEMPLO DA SÉRVIA

TEMA: CONTRASTES DE DESENVOLVIMENTO. 1ª parte -Países desenvolvidos vs Países em desenvolvimento

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

RELATÓRIO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS E DA POSIÇÃO DE INVESTIMENTO INTERNACIONAL, 2011

SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA, PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESPONSABILIDADE

Índice NOTA INTRODUTÓRIA SÍNTESE A I&D EMPRESARIAL TORNOU -SE MAIORITÁRIA A RAZÃO DO DESFASAMENTO ENTRE O CRESCIMENTO

Chave para Negócios. em Moçambique por Diogo Gomes de Araújo

Programa de Estabilidade e Programa Nacional de Reformas. Algumas Medidas de Política Orçamental

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia

Buscando cooperação no mundo pós-crise: DECLARAÇÃO CONJUNTA

Por Paulo Lopes. Viana do Castelo, Fevereiro 2014 Seminário Exportar, exportar, exportar A Experiência dos Principais Clusters Regionais

República dominicana A DOMINICANA É A REPÚBLICA DAS CORES, UM PAÍS DE INESGOTÁVEIS ATRAÇÕES!

Quem somos Em que acreditamos Acreditamos nas pessoas

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário

EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA Atividade global Atividade setorial Produção Volume de negócios... 5

Corinthia Hotel Lisbon - Hotel Energeticamente Eficiente

CONCLUSÕES. Dos relatos elaborados a partir dos trabalhos do Congresso, emergiram as 36 conclusões seguintes:

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Transcrição:

GUINÉ BISSAU Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Maio de 2014 Parceiro estratégico:

Índice 1. CEDEAO. Enquadramento regional, político e económico... 22 1.1. Caracterização da comunidade... 22 1.1.1. Principais objetivos e aspirações da CEDEAO... 22 1.1.2. Os Estados Membros da CEDEAO... 23 1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades de desenvolvimento da CEDEAO... 23 1.2. A CEDEAO enquanto comunidade económica... 26 1.3. As economias da CEDEAO... 32 1.3.1. Nigéria e Gana. As duas maiores economias da Comunidade.... 32 1.3.2. Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Senegal e Togo. Setor agrícola dominante.... 33 1.3.3. Guiné, Níger e Serra Leoa. Indústria Extrativa, um setor em expansão.... 37 1.3.4. Cabo Verde e Gâmbia. Economias orientadas para os serviços.... 38 1.4. Trocas comerciais na CEDEAO... 39 1.4.1. Complementaridade das economias... 39 1.4.2. Comércio intrarregional... 40 1.5. Comércio extrarregional... 43 1.5.1. Principais parceiros comerciais da CEDEAO... 43 1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e a CEDEAO... 44 1.6. Investimento direto estrangeiro na CEDEAO... 47 1.7. Principais setores de oportunidade por país e infraestruturas de apoio... 49 1.8. Principais produtos importados pelos países da CEDEAO e oportunidades para as empresas Portuguesas 52 2. Nigéria A principal economia da CEDEAO... 58 2.1. Macroeconomia... 59 2.1.1. PIB da economia nigeriana... 59 2.1.2. Orçamento Geral do Estado... 60 2.1.3. Dívida pública... 61 2.2. Estrutura Produtiva... 62 2.3. Política económica... 64 2.3.1. Perspetivas Futuras... 64 2.3.2. Prioridades estratégicas da Nigéria... 65 2.4. Infraestruturas e energia... 68 2.5. Grandes projetos de investimento previsto em infraestruturas... 80 2.6. Abertura da economia e relações comerciais... 85 2.7. Principais setores de oportunidade... 92 2.8. Investimento direto estrangeiro na Nigéria... 93 2.9. Financiamento à economia... 94 2.9.1. Principais bancos presentes... 94 2.9.2. Bancarização da população... 95 2

2.9.3. Taxa de juros de empréstimos... 96 2.9.4. Bolsa de valores... 96 3. Guiné-Bissau... 98 3.1. Macroeconomia... 98 3.1.1. PIB da economia guineense... 98 3.1.2. Orçamento Geral do Estado... 99 3.1.3. Dívida Pública... 99 3.1.4. Reserva de moeda estrangeira... 101 3.1.5. Evolução das taxas de juro e variação da liquidez... 101 3.1.6. Taxa de câmbio... 103 3.2. Política Económica... 103 3.3. Estrutura produtiva... 105 3.3.1. PIB por setor... 105 3.3.2. Retrato do setor empresarial do Estado... 105 3.4. Recursos naturais... 106 3.5. Infraestruturas e energia. Situação atual e projetos de investimentos... 106 3.6. Abertura da economia e relações comerciais... 109 3.7. Investimento Direto Estrangeiro na Guiné-Bissau... 116 3.8. Principais setores de oportunidade... 117 3.9. Financiamento à economia... 118 3.9.1. Principais bancos presentes... 118 3.9.2. Bancarização da população... 119 3.9.3. Taxas de juro de empréstimo... 119 3.9.4. Bolsa de valores... 119 4. Investir na Guiné-Bissau... 122 4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social... 122 4.1.1. População Ativa... 122 4.1.2. Desemprego... 122 4.1.3. Desigualdades... 123 4.1.4. Breve descrição do regime de segurança social... 123 4.2. Como investir na Guiné-Bissau?... 124 4.2.1 Fases/Etapas a observar no Processo de estabelecimento na Guiné-Bissau... 125 4.3. Incentivos e benefícios ao investimento... 125 4.4. Principais mecanismos de financiamento... 127 4.5. Competitividade da Guiné-Bissau... 129 4.5.1. Atratividade da Guiné-Bissau no contexto regional... 129 4.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação... 130 4.6.1. Exportações/Importações Barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos... 130 4.6.2. Entrada e saída de capitais... 131 4.6.3. Sistema Fiscal... 132 4.6.4. Obtenção de vistos... 134 3

4.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade... 135 4.6.6. Sistema jurídico e judiciário... 135 4.6.7. Resolução extrajudicial de litígios... 136 4.7. Principais características dos acordos da Guiné-Bissau no domínio do comércio e investimento... 136 4.7.1. Protocolos existentes na CEDEAO e posicionamento da Guiné-Bissau face aos mesmos.... 136 4.7.2. Acordos essenciais da Guiné-Bissau na área do comércio (ACI, APPRI, ADT)... 137 4.7.3. Acordos entre os Estados Unidos e a Guiné-Bissau AGOA... 137 4.7.4. Acordos entre a União Europeia e a Guiné-Bissau... 138 5. Atratividade da Guiné-Bissau no contexto da CPLP... 140 4

Acrónimos ACP African, Caribbean, and Pacific Group of States ADT Acordo para evitar a Dupla Tributação AGO Angola AGOA African Growth and Opportunity Act ANIP Agência Nacional de Investimento Privado APPRIS Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos ASEAN Association of Southeast Asian Nations BAfD Banco Africano de Desenvolvimento BAOD Banque Ouest Africaine de Développement BD Barris (de petróleo) por dia BDI Burundi BCEAO Agência do Banco Central dos Estados da África Ocidental BIT Bilateral Investment Treaty BM Banco Mundial BNA Banco Nacional Angolano BNT Barreiras Não Tarifárias BTA Bilateral Trade Agreements BT Barreiras Tarifárias BWA Botsuana CAF República Centro-Africana CCI Câmara de Comércio Internacional CEDEAO Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEEAC Comunidade Económica dos Estados de África Central CMR Camarões 5

COD República Democrática do Congo COG Congo CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa DB Ranking Doing Business EM Estados Membros EUA Estados Unidos da América FMI Fundo Monetário Internacional GAB Gabão GATT General Agreement on Tariffs and Trade GNL Gás Natural Liquefeito GNQ Guiné Equatorial IDA Banco Mundial IDE Investimento Direto Estrangeiro IDH Índice de Desenvolvimento Humano INE Instituto Nacional de Estatística IPA Investment Promotion Agency LSO Lesoto LUPP Luanda Urban Poverty Programme MDG Madagáscar MERCOSUL Mercado Comum do Sul MMTZ Maláui-Moçambique-Tanzânia-Zâmbia MOZ Moçambique MUS Maurícias MWI Maláui NAM Namíbia OEM Original Equipment Manufacturer 6

OHADA - Organização para a Harmonização em África do Direito dos Negócios OMC Organização Mundial do Comércio OPEC / OPEP Organização dos Países Exportadores de Petróleo PE Projetos Estruturantes PIB Produto Interno Bruto PPPs Parcerias Público-Privadas PTAs Preferential Trade Arrangements SACU Southern African Customs Union SADC Southern African Development Countries SIDS Small Islands Developing States STP São Tomé e Príncipe SWZ Suazilândia SYC Seicheles TBI Tratado Bilateral de Investimento TCD Chade TIC Tecnologias de Informação e Comunicação TZA Tanzânia UE União Europeia UEMOA União Económica e Monetária do Oeste Africano UNCTAD United Nations Conference for Trade and Development USAID United States Agency for International Development WTTC World Travel & Tourism Council ZAF África do Sul ZCL Zona de Comércio Livre ZMB Zâmbia ZWE Zimbabué 7

Nota prévia 8

Nota prévia O presente documento constitui resultado de um trabalho de pesquisa e análise que decorreu entre 1 de julho e 31 de Dezembro de 2013, ao abrigo de contrato celebrado entre a AIP Associação Industrial Portuguesa ( AIP ) e a PricewaterhouseCoopers&Associados Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. ( PwC ). Os elementos estatísticos, dados e informação constantes do presente documento e que serviram de base à análise e conclusões obtidas, têm por base informação pública disponível, como referenciado ao longo do documento, as quais foram alvo de apreciação quanto à sua materialidade e aplicabilidade à análise, tendo presente critérios de razoabilidade e aderência às realidades locais e regionais, e que sejam do nosso conhecimento. Foram integrados alguns dados e elementos adicionais que foram publicados após a fase de pesquisa e análise dada a sua relevância para o estudo. Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto. As conclusões obtidas e os cálculos efetuados estão dependentes da qualidade da informação obtida em todos os aspetos materialmente relevantes, sendo que a informação recolhida foi considerada como adequada, não tendo sido realizada qualquer forma de auditoria ou certificação, para além do referido, que não as de consistência com fontes concorrentes ou complementares, salvo indicação expressa em contrário. Os valores e as conclusões apresentados só terão sustentabilidade caso se verifiquem os pressupostos considerados, não podendo este estudo ser entendido como uma garantia ou confirmação de que esses pressupostos se verificarão. Desta forma, as nossas conclusões devem ser analisadas em função das limitações referidas. A PwC e a AIP, não se responsabilizarão por qualquer dano ou prejuízo emergente de decisão tomada com base na informação aqui descrita. Em nenhuma circunstância, assumiremos qualquer responsabilidade relativamente a terceiros que tenham acesso ao presente documento. Projeto Co-Financiado: 9

Sumário Executivo 10

Sumário Executivo A redefinição das centralidades de dinamismo económico, a par da relativa contração das economias desenvolvidas, confere uma nova relevância às economias emergentes. Entre estas, os países da CPLP e a Região Administrativa Especial de Macau (RAE Macau) assumem um papel relevantíssimo, não só pelo seu potencial intrínseco, mas também por se encontrarem inseridas em comunidades económicas regionais em crescente integração económica. Constituem, assim, um incontornável desafio e uma oportunidade única para os empresários nacionais. Com efeito, os países da CPLP e a RAE de Macau encontram-se integrados em sete espaços regionais económicos distribuídos por quatro continentes. Estima-se que o espaço lusófono tenha cerca de 258 milhões de habitantes e as regiões económicas que integram cerca de 1.8 mil milhões de habitantes. Os estados membros da CPLP e a RAE de Macau apresentam, no seu conjunto, potencialidades e características próprias que podem permitir aumentar as exportações das empresas portuguesas, potenciar novas parcerias para a sua internacionalização e atrair investimento direto estrangeiro. CPLP Características População CPLP 2012, % da população mundial 3,68% PIB 2012, % do PIB mundial % 3,67% Comércio CPLP (% Quota Mundial) CPLP - Total do comércio mundial Exportações totais CPLP Água disponível na CPLP 2012, % mundo 13,53% Importações totais CPLP % - Valor 3,9% - US$ 706 mil milhões 2,1% - US$ 379 mil milhões 1,8% - US$ 327 mil milhões Terra arável disponível na CPLP, % mundo 5,86% Fonte: Banco Mundial, FAO e UNCTADstat Acresce que muito embora os países da CPLP apresentem uma dinâmica de crescimento relevante, quando comparados com o resto do mundo, verificamos a existência de um gap. Ora, este gap deverá poder ser minimizado ou revertido, através do incremento da cooperação e da integração da CPLP, assente na proximidade cultural e na complementaridade de competências. 11

Taxa de crescimento estimada 5% 4.37% 4.46% 4.51% 4.49% 4.04% 4% 3.31% 3.24% 3.40% 3.38% 3.54% 3% 2.35% 2.60% 2% 2013 2014 2015 2016 2017 2018 O reforço da integração no espaço comum lusófono e o estabelecimento de players regionais e de redes de empresas oriundas desse espaço facilitarão o acesso a novos consumidores, com preferências tendencialmente convergentes, e a mercados com elevadíssimo potencial de desenvolvimento e forte necessidade de investimento. Por outro lado, o desenvolvimento será exponenciado com o desenvolvimento dos grandes projetos de infraestruturas regionais, aumentando ainda o grau de integração de cada uma das comunidades económicas regionais. Fonte: FMI e análise PwC CPLP Mundo Adicionalmente, grandes áreas dessas regiões não apresentam, ainda, um nível de concorrência particularmente elevado, podendo conferir uma vantagem relevante (first mover) aos investidores que primeiro acedam ao mercado. As comunidades económicas regionais a que pertencem os demais países da CPLP e a RAE de Macau, são constituídas por 53 países, aos quais acrescem ainda os EM da União Europeia e do Espaço Económico Europeu. Apesar de Timor-Leste ainda só ser membro observador da ASEAN já apresentou o pedido formal de adesão à ASEAN. Comunidades económicas regionais* SADC Estados Membros: Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué. MERCOSUL Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. CEEAC Estados Membros: Angola, Burundi, Camarões, República Centro - Africana, Chade, Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão e São Tomé e Príncipe. ASEAN Estados Membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei Darussalam, Vietname, Laos, Myanmar e Camboja. Membros observadores: Papua Nova Guiné e Timor-Leste. CEDEAO Estados Membros: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. *RP China e RAE Macau * A RAE Macau apesar de não se encontrar numa comunidade económica regional foi analisada enquanto plataforma para a China e RAE Hong-Kong. 12

O presente guia procura, portanto, enfatizar como os países da CPLP e a RAE de Macau podem contribuir para as exportações portuguesas e o IDE nacional, enquanto plataformas de acesso àqueles mercados de integração regional. E, reciprocamente, enfatizar ainda como Portugal pode tornar-se uma plataforma de acesso do resto do mundo àqueles mercados e, simultaneamente, promover também as exportações e o IDE oriundos daquelas regiões, enquanto plataforma de acesso à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu. Para o efeito procurou-se caraterizar, nas suas múltiplas dimensões, os mercados das comunidades económicas regionais, o país com maior representatividade económica na região e o país da CPLP. Foi analisado um conjunto muito alargado de variáveis económicas e oportunidades nestes mercados que resultam no presente guia de investimento, não só para os mercados alvo, neste caso Guiné-Bissau, como também para a respetiva comunidade económica regional, neste caso a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEDEAO). Conhecer a estratégia regional comum e o nível de integração dos países, permitirá antecipar as tendências de desenvolvimento da economia, o comportamento dos mercados e a sua futura evolução, que será sempre reforçada pelo processo de integração destas regiões e consequente convergência económica. Guiné-Bissau e a CEDEAO No presente guia procurou-se analisar em que medida a integração regional da Guiné-Bissau com a CEDEAO, e com os países da CPLP, poderá dinamizar o seu posicionamento enquanto plataforma para as trocas de bens e serviços (e, num futuro próximo, de capitais) na região, primordialmente como porta económica da CPLP para a CEDEAO (e vice-versa) e, simultaneamente, fortalecer a sua estrutura económica e social, e com isso materializar o potencial de crescimento. As relevantes potencialidades da CEDEAO poderão ser exploradas pela CPLP através dos seus 2 países membros que pertencem à comunidade, Cabo Verde e Guiné-Bissau. Muito embora estes países apresentem diferenças endógenas que deverão ser consideradas, ambas as nações apresentam caraterísticas comuns aos demais países da CPLP, dado que têm o português como língua oficial, e uma vez que possuem relevantes laços culturais. Acresce que a Guiné-Bissau possui recursos agrícolas e minerais por explorar, assim como um património florestal e ambiental que encerra em si um potencial turístico aliciante. A Guiné-Bissau é uma economia de pequena dimensão o país registou um PIB de US$ 822 milhões em 2012. O desempenho económico apresenta volatilidade correlacionada com os períodos de maior ou menor estabilidade política. A contribuir para a perda de performance da economia, nos períodos mais recentes além do fator referido acima, estiveram (i) a queda da produção e do preço da castanha de caju, principal artigo exportado pelo país, e também, (ii) os choques externos, nomeadamente o acréscimo do preço das importações de produtos energéticos e petrolíferos. No período recente, como aspeto positivo à que realçar o decréscimo acentuado do endividamento, tendo a Guiné-Bissau beneficiado de perdões de dívida ao abrigo do programa HIPC (Highly Indebted Poor Countries) tendo a dívida pública nominal descido para 43,7% do PIB em 2011. O governo tem vindo a desenvolver esforços para concluir acordos bilaterais com os restantes credores internacionais, numa estratégia nacional empenhada em melhorar, ainda mais, a sustentabilidade da dívida pública. O país beneficia de recursos hídricos e minerais que se encontram por explorar, na sua quase totalidade. O Governo ciente dessa realidade tem em curso um plano de desenvolvimento de minérios, em conjugação com a manutenção da sua sustentabilidade ambiental. O acesso aos recursos referidos depende de infraestruturas fiáveis e apropriadas, poderão vir a ser criadas com o apoio de instituições financeiras multilaterais, nomeadamente o BAfD (Banco Africano de Desenvolvimento) que aprova empréstimos para reabilitação de vias urbanas. Nesse sentido foi aprovado um financiamento de US$ 500 milhões para a execução do projeto do Porto de Buba. Estão abertas vias para o desenvolvimento e progresso na Guiné-Bissau. 13

Em termos de desempenho setorial, destaca-se o i) setor agrícola, e neste caso a produção e exportação da castanha de caju, absorvida na sua quase totalidade pelo mercado indiano, e a exportação de borracha natural, absorvida maioritariamente pelo mercado espanhol, e ii) o setor terciário, constituído principalmente pelo comércio (42,5% do setor, dada a pouca expressão dos restantes setores). As expetativas para a economia da Guiné-Bissau são positivas, assentes em: i) realização de eleições no curto prazo, tidas como um sinal de confiança para a concessão de ajuda internacional, ii) realização de investimentos de reabilitação da rede de infraestruturas do país no médio prazo, e iii) crescimento e retoma dos mercados de destino dos principais motores de exportação guineenses. A ajudar à concretização destas expectativas, realçamos os importantes aspetos de integração regional, através da adoção do Franco CFA da CEDEAO como moeda guineense, integração do país na bolsa de valores da União Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA), e a monitorização e estabilidade do setor financeiro assegurada pela comissão bancária da UEMOA. No entanto, deverá ter-se presente a existência de elevada informalidade na estrutura económica do país, que deverá ser considerada pelos agentes económicos. As oportunidades imediatas concentram-se no setor agrícola, encontrando-se reunidas as condições climatéricas e de solo necessárias à exploração agrícola em maior escala, num ramo de negócio que exige um nível de investimento reduzido. Mais aliciante é a exploração de recursos minerais, a qual poderá ter um maior impacto nos níveis de rendimento e assim permitir a expansão de outros setores da economia. Em 2012, as importações da Guiné- Bissau ascenderam a US$ 227 milhões. As suas principais relações comerciais são com Portugal, Senegal e EUA, que representam no seu conjunto cerca de 69% das importações totais da Guiné- Bissau. Verifica-se a acentuada dependência económica do país relativamente a nações desenvolvidas e industrializadas, através do perfil de bens adquiridos, necessários à condição mínima de qualquer espaço económico. De referir, como aspeto adicional de integração económica, que a política comercial nacional está enquadrada nas recomendações da UEMOA, aplicando a Guiné-Bissau a tarifa externa comum ( TEC ) da União sobre os produtos importados. A coordenação de políticas comerciais é um vetor fundamental para criar redes comerciais entre os EMs da CEDEAO e a CPLP. Do total dos produtos importados pela Guiné-Bissau aos parceiros económicos, no total de US$ 227 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 70% das importações, no total de cerca de US$ 159 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Bebidas não alcoólicas; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Pedra, areia e cascalho; Bebidas alcoólicas; Materiais de construção (cimento); Produtos comestíveis e preparações; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Gorduras vegetais fixos e óleos, refinados; Óleos brutos de petróleo, materiais em bruto; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Sabonetes, limpeza e produtos de polimento; Geradores; Válvulas e tubos catódicos; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Gorduras vegetais fixos e óleos; Açúcar, melaço e mel; Produtos laminados planos, ferro, de aço não ligado, revestidos, folheados; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Tabaco; Mobiliário e peças; Artigos confecionados de matérias têxteis; Equipamento de telecomunicação; Leite e produtos lácteos. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012 Em termos de IDE na Guiné-Bissau, os valores registados desde 2010 têm vindo a diminuir, sendo que o valor registado em 2012 corresponde a cerca de USD 16 milhões, metade do valor total registado em 2010. Ainda assim, valores muito reduzidos, registando a Guiné-Bissau o menor volume de investimento de todos os países da CPLP. 14

Do total dos produtos importados pela Guiné-Bissau a Portugal, no total de US$ 66 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 81% das importações, no total de cerca US$ 55 milhões: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Bebidas não alcoólicas; As bebidas alcoólicas; Materiais de construção (cimento); Geradores; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Materiais de construção (tijolos); Mobiliário e peças; Ovos; Aves gemas; Albumina de ovo; Gorduras vegetais fixos e óleos, refinados, do fracionamento; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Arroz; Equipamento mecânico manuseio, e suas partes; Braços e munição; Propano e butano liquefeito; Produtos comestíveis e preparações; Artigos de plástico; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Máquinas de processamento de dados; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Prego, parafusos, porcas, rebites e semelhantes de metais; Artigos de tecidos têxteis; Roupas e outros artigos têxteis usados; Pigmentos, tintas, vernizes e materiais relacionados. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012 Portugal atualmente representa cerca de 29% do total das importações guineenses, num volume total de US$ 66 milhões. Constata-se uma concentração de valor num conjunto de bens importados. Os produtos portugueses mais exportados para a Guiné-Bissau em 2012 foram óleos de petróleo (US$ 22 milhões), bebidas não alcoólicas (US$ 8 milhões) e bebidas alcoólicas (US$ 7 milhões), as quais representam 34%, 13% e 12% do valor total de importações. O nível de penetração e as boas relações comerciais e culturais entre Portugal e Guiné-Bissau poderão permitir beneficiar de crescimento futuro e permitir/facilitar uma maior presença na CEDEAO. A melhoria das infraestruturas do país é um fator crítico para a competitividade da Guiné-Bissau. Os investidores Portugueses poderão antecipar a previsão de crescimento do setor agrícola e do setor energético (resultante do incremento do processo de industrialização do país e da intensificação da exploração de recursos naturais), bem como explorar as necessidades de know-how para os diversos setores, e de recursos de construção para a execução das obras críticas a médio prazo. 15

Comunidade Económica do Estados da África Ocidental (CEDEAO) Através da estratégia adotada pela CEDEAO em 2006, a Visão 2020, os EMs pretendem desencadear um processo de transformação nos seus territórios, que permita incrementar o nível de relações comerciais e económicas numa verdadeira região sem fronteiras, tomando partido dos enormes recursos da CEDEAO. Sendo o nível de complementaridade ainda muito reduzido no seio da CEDEAO, a melhoria da intensificação das trocas comerciais é um dos seus objetivos, pelo que se torna necessária alguma especialização na cadeia de valor pelos EMs. Observa-se, contudo, que há uma potencial alavancagem comercial entre Nigéria, Costa do Marfim, Gana, e Senegal, podendo este sub- grupo de países dentro da CEDEAO vir a tornar-se o eixo motor da região. O detalhe dos bens importados e exportados por estas nações evidencia a preponderância de cacau, algodão, combustíveis, minérios e outros, tendo por contrapartida necessidades de bens que não se encontram disponíveis nesta região. No comércio extrarregional, os principais mercados de exportações são países com elevada produção industrial, como a China, países membros da UE (França, Reino Unido e Holanda, em particular), EUA e República da Coreia. As matérias-primas têm um enorme destaque nas exportações da CEDEAO, sendo em boa parte responsáveis pelo saldo positivo da balança comercial, e permitindo uma redução considerável das suas necessidades de financiamento junto do exterior. Ao nível das importações da região, verifica-se um abrandamento do crescimento, embora as importações mantenham uma taxa média de crescimento de 11.8% entre 2009 e 2012. Importa referir que a CEDAO conta com um mercado potencial de 319 milhões de consumidores. No Top dos produtos mais importados pela CEDEAO são de destacar os óleos brutos, óleos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto e veículos automóveis para transporte de pessoas, consequência do desenvolvimento industrial da região. Ainda assim, as exportações de Portugal diminuíram 3,1% no período de 2008 a 2012. Perspetivase que a curto ou médio prazo, Do total dos produtos importados pela CEDEAO, no montante de US$ 104 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que representam 70% das importações, no montante de cerca de US$ 72,7 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Arroz; Produtos comestíveis e preparações; Embarcações; Equipamento de telecomunicação; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Trigo e centeio em grão; Máquinas para a construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Peixe fresco ou congelado; Materiais de construção; Açúcar, melaço e mel; Tecidos de algodão; Leite e dos produtos lácteos; Geradores; Motocicletas e velocípedes; Automóveis; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Metais comuns; Gorduras vegetais e óleos, refinados; Papel e cartão; Máquinas e aparelhos; Artigos de plástico; Peças e acessórios dos veículos; Máquinas de energia elétrica e componentes; Fertilizantes; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Material impresso; Bombas e compressores a gás e ventiladores; Motores de combustão interna e peças; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos de medição, análise e controle; Polímeros de etileno, em formas primárias; Produtos laminados planos de ferro, aço não ligado, não revestido; Ferramentas mecânicas, outras; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Aquecimento e resfriamento de equipamentos e suas partes; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Alumínio; Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos diversos das indústrias químicas; Máquinas de processamento de dados; Mobiliário e peças; Chapas, filmes, papel alumínio e lâminas, de plástico. Fonte: UNCTADStat, dados 2012 Portugal apresenta uma balança comercial negativa com a região, a qual é fortemente influenciada pela importação de combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados que corresponderam a 90% das importações portuguesas da região em 2012. 16

Do total dos produtos importados pela CEDEAO a Portugal, no valor total de US$ 593 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 59% das importações do bloco, no montante de US$ 353 milhões: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Materiais de construção (cimento); Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Bebidas alcoólicas; Gorduras vegetais e óleos, refinados; Gás propano e butano liquefeito; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Bebidas não alcoólicas; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Mobiliário e peças; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Embarcações; Produtos comestíveis e preparações; Leite e produtos lácteos; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro, aço; Papel e cartão; Materiais de construção (tijolos); Artigos de plástico; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Equipamento de telecomunicação; Máquinas para a construção civil; Metais comuns; Tabaco; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Papel e cartão. Nas trocas comerciais entre a CEDEAO e CPLP, apenas Portugal e o Brasil apresentam níveis significativos, quer em termos de importações, quer em termos de exportações. O Brasil e Portugal têm vindo a registar fortes deficits comerciais em relação à CEDEAO. Portugal registou em 2012 um défice comercial de US$ 1,1 mil milhões, em particular devido ao peso das importações de petróleo. Fonte: UNCTADStat, dados 2012 Nigéria A Nigéria assume um papel central na região, enquanto principal economia da CEDEAO (responsável por cerca de 66% do PIB), o país africano mais populoso (cerca de 168 milhões de habitantes), e com base na revisão do PIB de 2013, a maior economia africana. A Nigéria possui uma equilibrada distribuição espacial da sua economia e um grau de desenvolvimento notório (existem poucas áreas com aproveitamento agrícola que não estejam a ser exploradas), além das relevantes reservas petrolíferas e um setor de serviços, bancário e telecomunicações, bastante desenvolvido). O governo tem levado a cabo um programa de consolidação orçamental que estabelece como teto máximo um défice orçamental de 3% do PIB, o qual tem sido eficientemente cumprido nos últimos anos, o que, juntamente com uma política monetária conservadora dotou a economia de uma estabilidade macroeconómica facilitadora do desenvolvimento da atividade económica. Desta forma, a Nigéria tem beneficiado de anos de forte e sustentável crescimento, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida da população, redução da pobreza (muito embora se devam registar as elevadas desigualdades na distribuição do rendimento), desenvolvimento de setores chave, e qualificação da população. Em suma, trata-se de uma economia em transformação, o que conduz a mudanças de padrões de consumo e a novas rotas de desenvolvimento, o que traz novas oportunidades de negócio. Em termos de política industrial foi decidido eliminar os subsídios ao setor petrolífero em 2012, responsáveis por 30% dos gastos totais do Estado em 2011 (cerca de 4,2% do PIB da Nigéria). Esta poupança orçamental foi, em parte, redirecionada para a execução do plano estratégico nacional, fundamentado nos seguintes eixos: i) programas para a segurança social, e ii) projetos de infraestruturas tidas como fulcrais para o desenvolvimento da economia. Segundo alguns relatórios internacionais, a Nigéria será o país com a maior taxa média de crescimento anual do PIB a nível mundial, entre 2010 e 2050. Note-se que, apesar do moderado crescimento económico a que se assiste no setor petrolífero, a Nigéria registou um crescimento anual do PIB em 2012 superior a 6%, sendo que 2012 faz parte de um período em que o crescimento da economia se tem vindo a dever ao setor das telecomunicações, correios, extração mineira, hotelaria, restauração, construção civil, comércio grossista e retalhista, imobiliário e agricultura. Este crescimento evidencia a diversificação da base económica nacional e o aligeirar da dependência face ao setor petrolífero. 17

Do total dos produtos importados pela Nigéria aos seus parceiros económicos. no montante de US$ 51 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 53% das importações, no total de cerca de US$ 27.3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Produtos comestíveis e preparações; Trigo e centeio em grão; Equipamento de telecomunicação; Arroz; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Peixe fresco ou congelado; Embarcações; Automóveis; Motocicletas e velocípedes; Geradores; Leite e produtos lácteos; Máquinas para a construção civil; Máquinas de energia elétrica e componentes; Papel e cartão; Peças e acessórios dos veículos; Açúcar, melaço e mel; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro, aço; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Motores de pistão de combustão interna; Metais comuns; Cacau; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio. A Nigéria importa maioritariamente óleos brutos de petróleo, veículos automóveis para transporte de pessoas, produtos comestíveis e preparações representando estes, 65% do total das importações. As importações da Nigéria à CPLP não são significativas (3,21%), sendo estas maioritariamente asseguradas pelo Brasil, e em segundo e terceiro lugar por Portugal e por Angola. As exportações da Nigéria para o mundo encontram-se concentradas em combustíveis minerais (94%). Os principais destinatários são países industrializados como a China, os EUA, o Brasil e a Alemanha, representando 47% das suas exportações. Os EUA têm vindo a incrementar o seu peso, enquanto a China apresenta variabilidade ao longo dos períodos analisados. Fonte: UNCTADStat, dados 2012 Refira-se que a balança comercial de Portugal com a Nigéria tem sido negativa, cifrando-se em cerca de US$ 1,5 mil milhões em 2012, dados os elevados volumes de crude, óleos brutos de petróleo e gás natural importados para satisfazer as necessidades energéticas do país. As oportunidades que sobressaem na Nigéria baseiam-se em 3 eixos fundamentais: i) o crescimento anual previsto para o setor agrícola em cerca de 5% ao ano, ii) o crescimento do setor industrial a 15% ao ano até 2020, e iii) o crescimento do setor financeiro, imobiliário, comércio e outros serviços a 13%. Para os agentes económicos Portugueses e da CPLP poderão ser prioritárias a implementação de soluções para infraestruturas e a indústria de materiais ou complementares à construção e para a indústria agroalimentar (prevê-se que a pressão do crescimento dos rendimentos per capita venha colocar pressão sobre a procura deste tipo de produtos. As empresas brasileiras com implementação relevante no território poderão ser uma fonte de inspiração e de ensinamentos. 18

Conclusões Globais A Guiné-Bissau apresenta um ambiente de negócios com pontos concretos de atratividade, que se tornarão mais seguros e viáveis ao investimento, uma vez ultrapassada a conjuntura política atual. O setor agrícola, a aposta no posicionamento de Portugal enquanto país exportador de combustíveis refinados (nº. 1 para a Guiné-Bissau), e o desenvolvimento do canal comercial de bebidas revelam-se como as principais oportunidades de investimento no curto-prazo. O país identificou a necessidade de desenvolvimento das suas infraestruturas portuárias e rodoviárias, assim como da sua rede energética, fundamentais a uma maior integração com a comunidade económica regional, e progresso nacional. Já foram dados passos importantes na execução destes projetos, como seja a assinatura de contratos de financiamento, assim como a previsão de construção de infraestruturas rodoviárias assegurada por investidores privados angolanos, o que conduzirá a transformações significativas na realidade guineense. Portugal pode fazer parte desta corrida à construção com a sua reputada experiência de grandes obras em África, enquanto parceira de consórcios de construção, e peritagem numa variedade de áreas de engenharia. Por fim, e como é regra no mundo dos negócios além-fronteiras, haverá sempre que considerar questões culturais do país alvo na forma como os contatos e os negócios se devem processar, bem como aproveitar o apoio e assessoria prestada por entidades nacionais e internacionais que, através de presença global, estabelecem pontes para a abordagem a estes mercados, apoiam na implementação e acompanhamento do investimento, e acima de tudo na otimização destes projetos. Há um conjunto de elementos a ponderar na abordagem ao mercado que podemos sintetizar no seguinte quadro: 19

Forças Português é a língua oficial da Guiné-Bissau Portugal é um parceiro económico potencial ao nível de bens agrícolas Previsões de crescimento continuado da atividade económica nos próximos anos Localização geostratégica para a CEDEAO Integração regional crescente na comunidade económica Recursos minerais e fósseis economicamente atrativos Envolvente cambial da Guiné-Bissau paridade da CFA em relação ao euro, Vasta área cultivável 300 mil hectares adequados à exploração e cultivo de arroz Experiência das empresas portuguesas em projetos de infraestruturas em África Reputação e reconhecimento das empresas portuguesas em África Inserida no triângulo dos países do petróleo Golfo da Guiné onde se concentra 2/3 da produção petrolífera da África Subsariana Fraquezas Falta de mão-de-obra qualificada Baixos níveis de rendimentos Reduzida dimensão da economia Grau de bancarização da população muito reduzido Subdesenvolvimento do setor bancário Elevada dependência da castanha de caju enquanto principal dinamizador das exportações guineenses Infraestruturas fundamentais em estado debilitado Ausência de política económica e estruturas jurídicas e contabilísticas comuns Baixa penetração das tecnologias de informação e de comunicações Sistemas de gestão débeis S W Oportunidades O T Ameaças Potencial de crescimento, apoiado na tendência de crescimento económico registada nos últimos anos Redução acentuada do nível de endividamento do país e trabalho do executivo guineense no sentido de aliviar ainda mais o seu esforço de serviço de dívida Projetos relevantes de investimento previstos em infraestruturas (setores portuário, hídrico, rodoviário e ferroviário) Dependência elevada de ajuda externa, ao nível da execução do seu Orçamento de Estado Elevada dependência de combustíveis fósseis, com elevados custos de importação Nível de saneamento básico e a falta de acesso a cuidados básicos de saúde contribui para a propagação de doenças Impossibilidade de consolidação da estabilidade política no curto-prazo Crescimento potencial do setor energético Perspetivas de estabilização da taxa de inflação Reduzidos obstáculos à obtenção de vistos Reservas naturais propícias ao desenvolvimento de um setor turístico Utilização da Guiné-Bissau como porta de entrada para os países vizinhos 20

1.CEDEAO Enquadramento regional, político e económico 21

1. CEDEAO. Enquadramento regional, político e económico 1.1. Caracterização da comunidade 1.1.1. Principais objetivos e aspirações da CEDEAO 1 A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) foi criada em 1975 e é composta, atualmente, por 15 Estados-Membros (EM). Inicialmente, a constituição desta comunidade teve como objetivo principal a diminuição das barreiras tarifárias e não-tarifárias, a supressão dos direitos e taxas de importação, a eliminação das restrições de comércio intrarregional e a introdução progressiva de uma tarifa aduaneira e de uma política comercial comum, a supressão dos obstáculos à livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, a harmonização das políticas económicas, industriais, agrícolas, monetárias e de infraestruturas. As insuficiências do Tratado de 1975 vieram a ser reconhecidas na década de 90. Após amplo debate, o Tratado foi revisto a 24 de julho de 1993. O novo Tratado passou a dotar formalmente a Comunidade da responsabilidade de evitar e de resolver conflitos na região. Oito países da sub-região (Benim, Burkina-Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo) organizaram-se igualmente numa União Económica e Monetária a UEMOA (União Económica e Monetária do Oeste Africano), partilhando a mesma moeda, o franco CFA. Figura 1 Principais etapas históricas na criação da CEDEAO 1 A Inserção de Guiné-Bissau na CEDEAO 22

1.1.2. Os Estados Membros da CEDEAO Figura 2 - Países que integram a CEDEAO A CEDEAO é composta por quinze Estados-Membros: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. Não obstante a pluralidade linguística e de dialetos que se encontram na região, a língua oficial predominante é o inglês (65% da população da região), seguida do francês. O Português surge como 3º língua, sendo língua oficial em Cabo Verde e Guiné-Bissau, que no seu conjunto representam 0.7% da população residente na CEDEAO. Língua Oficial por País Português Francês Inglês Cabo Verde, Guiné- Bissau Benim, Burquina-Faso, Costa do Marfim, Guiné, Mali, Níger, Senegal, Togo Gâmbia, Gana, Libéria, Nigéria, Serra Leoa Atualmente, todos os países que constituem a comunidade são também membros da OMC, estando adstritos ao regime jurídico e acordos estabelecidos no quadro desta organização. 1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades de desenvolvimento da CEDEAO 2 Por forma a permitir aumentar a coesão entre os EM e eliminar progressivamente as barreiras à plena integração, a Comunidade tem vindo a implementar programas estratégicos no âmbito do seu processo de renovação e desenvolvimento. Estes programas têm como objetivos de estratégia regional: 1. Promover a boa governação, justiça e melhorar a prevenção, gestão e mecanismos de resolução de conflitos; 2. Promover o desenvolvimento de infraestruturas e um ambiente empresarial competitivo; 3. Promover o desenvolvimento sustentável e a cooperação regional; 4. Aprofundar a integração económica e monetária; 5. Reforçar a capacidade institucional; 6. Reforçar os mecanismos de integração no mercado global. 2 http://www.spu.ecowas.int/ 23

1. Promover a boa governação, justiça e melhorar a prevenção, gestão e mecanismos de resolução de conflitos Desafios Necessidade de implementar soluções que evitem o conflito e que ajudem a estabilizar o pós-conflito ; Necessidade de melhorar os sistemas de gestão regional e recursos humanos, por forma a ser possível gerir múltiplas tarefas de forma eficiente e eficaz; Estratégia Mobilizar os recursos e melhorar as estratégias necessárias para cumprir a missão de manutenção da paz, estabilidade e segurança na região, dentro do contexto de uma boa governação como base para o desenvolvimento sustentável. A necessidade de melhorar a infraestrutura social, diplomacia e questões humanitárias. 2. Promover o desenvolvimento de infraestruturas e um ambiente empresarial competitivo Desafios Fornecimento de infraestruturas económicas e tecnológicas de base; Desenvolvimento do setor educacional; Empreendedorismo e desenvolvimento empresarial. Estratégia Fornecer os elementos políticos necessários por forma a assegurar a competitividade regional e nacional, bem como um ambiente de negócios propício ao desenvolvimento do setor privado e aumento da capacidade de suporte a uma estrutura de investimento regional. 3. Promover o desenvolvimento sustentável e cooperação regional Desafios Falta de infraestruturas físicas e sociais para o estabelecimento de um setor privado forte; Ausência de vontade política para implementar os vários protocolos de livre circulação de pessoas, mercadorias e serviços; Estratégia Apoiar e incentivar iniciativas que facilitem o cumprimento das políticas e protocolos existentes e proporcionar um ambiente favorável para o desenvolvimento sustentado da região. Falta de capacidade de gestão do processo de desenvolvimento e falta de coerência e consistência na negociação coletiva; Falta de um programa de harmonização da política industrial que promova o desenvolvimento do setor e facilite a redução de custos nos setores produtivos das economias regionais. 4. Aprofundar a integração económica e monetária Desafios Ausência de políticas económicas e estruturas Estratégia Promover a harmonização da política económica e 24

jurídicas e contabilísticas comuns; Falta de coerência e sinergias no mecanismo de vigilância multilateral das diversas instituições da Comunidade; cooperação monetária como um meio de atingir a convergência macroeconómica e eventualmente, obter uma moeda única na região. Escassez de informação sobre questões de desenvolvimento socioeconómico; Não-realização de critérios de convergência primária e secundária de forma sustentável pelos EM; Não operacionalização das instituições relevantes necessárias para a introdução de moeda única. 5. Reforçar a capacidade institucional Desafios Escassez de investimento no desenvolvimento dos recursos humanos e falta de cultura organizacional; Estruturas organizacionais ineficientes e sistemas de gestão fracos; Estratégia Desenvolver um ambiente de trabalho eficiente e funcional por forma a melhorar a produtividade e a coordenação das atividades necessárias à concretização dos objetivos da região. Baixa penetração das Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs). 6. Reforçar os mecanismos de integração no mercado global Desafios A instituição de um planeamento estratégico e de um sistema de programação que seja não só prospetivo, mas também a chave para alcançar a visão da região; Estratégia Implementação da Visão 2020 da CEDEAO (ver caixa abaixo). Falta de mecanismos eficazes para uma abordagem integrada de promoção do comércio; Baixo valor acrescentado e má qualidade dos produtos provenientes da região; Mau estado das infraestruturas da região; A atual crise global e os seus efeitos nas ajudas e nos fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE). 25

Visão 2020 A Visão 2020, que tem como objetivo transformar a Região da África Ocidental numa região sem fronteiras, onde os cidadãos podem criar e aproveitar as oportunidades de negócio para uma produção sustentável, através da exploração dos enormes recursos da região, foi adotada em 2006, no seguimento de vários processos de mudança. A Visão pretende atingir os seguintes objetivos até 2020: i) Transformar a CEDEAO de Estados numa CEDEAO de Pessoas, para que os próprios cidadãos estejam envolvidos no processo de integração regional e estejam no centro das preocupações políticas da região; ii) Criar um espaço no qual as pessoas vivam com dignidade e paz, no âmbito do Estado de Direito e da boa governação; iii) Criar uma região sem fronteiras; iv) Estabelecer uma região devidamente integrada na aldeia global e que consiga tirar proveito dessa globalização. Para assegurar a implementação da Visão 2020, a Comissão da CEDEAO criou o Programa de Desenvolvimento da Comunidade, cujo objetivo é assegurar a coerência e coordenação das iniciativas regionais de desenvolvimento e oferecer à região um programa de desenvolvimento económico regional de referência, de médio e longo prazo. 1.2. A CEDEAO enquanto comunidade económica O desempenho económico da região da CEDEAO nos últimos 5 anos foi fortemente influenciado pela desaceleração da economia global. O fraco desempenho económico mundial provocou uma diminuição da procura global, comprometendo o ritmo de crescimento acelerado da economia da região da CEDEAO, que ainda assim registou uma taxa de crescimento média entre 2008 e 2012 de 5,9%. Tabela 1 - Caracterização dos países membros da CEDEAO País Extensão Territorial (km 2 ) População 4 População (% s/ total região) PIB 3 (milhões US$) PIB per capita 4 Nível de IDH 4 Índice de Liberdade Económica 5 (ranking 2013) Benim 112.622 10.050.702 3,2% 7.557 752 Baixo 101 Burquina-Faso 274.200 16.460.141 5,2% 10.441 634 Baixo 86 Cabo Verde 4.033 494.401 0,2% 1.897 3.838 Médio 65 Costa do Marfim 322.462 19.839.750 6,2% 24.680 1.244 Baixo 126 Gâmbia 11.295 1.791.225 0,6% 917 502 Baixo 92 Gana 238.533 25.366.462 8,0% 40.710 1605 Médio 77 Guiné 245.857 11.451.273 3,6% 6.767 591 Baixo 137 Guiné-Bissau 36.544 1.663.558 0,5% 897 539 Baixo 138 Libéria 111.369 4.190.435 1,3% 1.767 422 Baixo 147 Mali 1.240.192 14.853.572 4,7% 10.308 694 Baixo 111 3 World Bank 2012 4 PNUD 2012 e World Bank 5 www.heritage.org 26

País Extensão Territorial (km 2 ) População 4 População (% s/ total região) PIB 3 (milhões US$) PIB per capita 4 Nível de IDH 4 Índice de Liberdade Económica 5 (ranking 2013) Níger 1.267.000 17.157.042 5,4% 6.568 383 Baixo 128 Nigéria 923.768 168.833.776 53% 262,605 2.722 Baixo 120 Senegal 196.722 13.726.021 4,3% 14.159 1.023 Baixo 116 Serra Leoa 71.740 5.978.727 1,9% 3.796 635 Baixo 151 Togo 56.785 6.642.928 2,1% 3.813 574 Baixo 150 Total 4.669.515 318.500.013 100% 593.892 N/A Os países-membros da CEDEAO apresentam profundas e crescentes assimetrias estruturais, que apontam para uma disparidade entre tamanho e riqueza. A extensão territorial dos países membros oscila entre os 4.03 km 2 de Cabo Verde e os 1.267.000 km 2 do Níger. Este último, apesar de ser o país com maior extensão territorial, representa apenas 5,4% da população total da região. De acordo com dados do Banco Mundial, a Nigéria representava, em 2012, 53% da população total da região e cerca de 66% do Produto Interno Bruto (PIB) do mesmo. No que se refere ao índice de liberdade económica 6, é de notar que a pontuação geral para a região da CEDEAO em 2013 é de 55%, ligeiramente abaixo da média mundial nesse mesmo ano, de 59,6%. No entanto, verificam-se profundas diferenças entre os 15 países da comunidade. Cabo Verde e Gana, países com maior pontuação neste índice (63,7% e 61,3%, respetivamente) são, coincidentemente, também os países da região com maior PIB per capita (US$ 3.838 e US$ 1.605). Por outro lado, Serra Leoa, Togo e Libéria encontram-se no fim da tabela situando-se em 151º, 150º e 147º lugares do ranking, respetivamente, cerca de 70 posições abaixo de Cabo Verde, com valores igualmente reduzidos do seu PIB per capita. Gráfico 1 PIB por setor - CEDEAO 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 12.9 9.9 4.2 8.4 8.6 7.5 6.1 5.0 36.1 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Construção Agricultura 27 Em 2012, o PIB dos EM da CEDEAO ascendia no seu conjunto a US$ 396.882 milhões, com uma contribuição relevante do setor agrícola que, em média, representava cerca de 36% do total do PIB da região. Mesmo nos países em que as exportações são dominadas por produtos minerais (industria extrativa), como a Guiné, Níger e Serra Leoa, é o setor agrícola que que apresenta maior peso no PIB e que ocupa a maior parte da população ativa. Cabo Verde e Gâmbia são uma exceção, com o setor dos serviços a representar mais de metade do PIB. Em termos de crescimento, o PIB dos EM da CEDEAO aumentou, em 2012, cerca de US$ 23.799 milhões em relação ao ano de 2011 (+6,4%), e US$ 81.683 milhões face a 2008 (+5,9% /ano), sugerindo uma aceleração económica dos EM nos anos mais recentes. Os países que mais cresceram nos últimos 5 anos (2008-2012) foram a Libéria e o Gana, com taxas de crescimento médias de 11,09% e 8,61%, 6 Considera dez categorias: negócios; comércio; liberdade fiscal; intervenção do governo; monetária; investimentos; financeira; corrupção; trabalho; direitos de propriedade.

PIB (US$ milhões) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP respetivamente. No entanto, sendo a Libéria um país economicamente pobre, tem um contributo proporcionalmente modesto para o crescimento da região. Gráfico 2 - Crescimento médio anual países CEDEAO 2008-2012 7 300,000 250,000 200,000 150,000 100,000 50,000-3.83% 6.16% 4.89% 4.00% 2.55% 8.61% 2.87% 3.42% 11.09% 3.33% 12% 10% 8% 6.96% 6.97% 6% 3.25% 2.60% 4% 4.02% 2% 0% PIB (2008) PIB (2012) CAGR PIB12-08 08-12 Economicamente, a região é dominada pela Nigéria que representa cerca de 66% do PIB da região, em parte como resultado do setor petrolífero, o qual tem crescido a uma taxa média de 6,96% ao ano, em linha com a média da região, como seria expectável. Também o Gana tem um peso significativo na região, superior a 10%, e tem crescido a uma taxa média de 8,61% nos últimos 5 anos, constituindo um acelerador do crescimento económico, em parte motivado pelo desenvolvimento do setor financeiro. Cabo Verde, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Níger, Serra Leoa e Togo representam, no seu conjunto, apenas 6,7% do total do PIB da região (dados de 2012). Gráfico 3 - Contribuição de cada EM para o PIB da CEDEAO, 2008 e 2012 2008 Nigéria 2012 4.2% 7.4% 2,1% 6,0% 2.6% 2.8% Gana Costa do Marfim Senegal 3.6% 6.2% 1,9% 6,7% 2.6% 2.6% 9.1% 65.7% Mali Burquina- Faso 10.3% 66.2% Benin Outros 7 Elaboração própria com base em dados do World Bank 28

Crescimento do PIB 2012 Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Nos últimos 5 anos, podemos verificar que a contribuição de cada país para o PIB da região tem-se mantido relativamente constante, sendo de referir, no entanto, que os países de matriz francófona têm vindo a perder peso na região, com especial destaque para o Senegal e a Costa do Marfim. Em 2012, representando 35% da população, os países de língua oficial francesa contribuíam com apenas 18% do PIB regional (20% em 2008). Gráfico 4 Evolução das economias da região 2008-2012 20% 15% Serra Leoa; 3,796 10% 5% 0% Costa do Marfim; 24,680 Niger; 6,568 Burquina-Faso; 10,441 Gana; 40,711 Gâmbia; 917 Nigéria; 262,606 Benin; 7,557 Togo; 3,814 Guiné; 6,768 Cabo Verde; 1,897 Senegal; 14,160 Mali; 10,308 Guiné-Bissau; 897 Liberia; 1,767 (5%) (5%) 0% 5% 10% 15% 20% Crescimento médio do PIB 2008-2012 A análise do gráfico permite-nos compreender a dimensão do PIB de cada um dos países e o seu crescimento não só em 2012 como, também, face à média de crescimento entre o período 2008 a 2012. Assim temos, a Costa do Marfim que denota um retomar do crescimento económico, crescendo acima da média que vinha apresentando nos últimos anos. O mesmo se passa com a Gâmbia, Níger, Burkina-Faso e Serra Leoa. No entanto, todos estes países possuem economias relativamente pequenas quando comparadas com os verdadeiros motores da região, a Nigéria e o Gana, cujo crescimento abrandou em 2012 face à média dos últimos 5 anos, mas ainda assim, entre os 5% e 10%. África apresenta em termos mundiais índices de competitividade reduzidos, com perspetiva de crescimento. 29

Taxa de crescimento medio anual do PIB 2008-2012 Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Figura 3 Índice de competitividade global Fonte: African Competitiveness Report 2013 Os países da CEDEAO que mais desceram no ranking de competitividade global foram a Gâmbia, Nigéria e Benim, cujas posições nos rankings do Global Competitiveness Index do World Economic Forum. Gráfico 5 - Relação entre crescimento do PIB e variação no global competitiveness index 2008-2013 25% 20% Liberia; 20.08% Mali; 20.08% 15% Guiné; 15.69% 10% Niger; 5.16% 5% Cabo Verde; 4.98% Togo; 4.81% Guiné Bissão; 1.59% 0% Ghana; 9.30% Bukina Fasso; 5.74% Senegal; 1.41% Nigeria; 5.16% Benim; 3.31% Gambia; -1.29% -5% 0 5 10 15 20 25 30 Alteração ao Ranking GCI 2008/-2013/14 Fonte: Cálculos PwC com base nos dados do World Economic Forum 30

Para 2014, estimou-se que a grande maioria dos EM da região apresente perspetivas de crescimento superiores a 6%. Figura 4- Estimativas de crescimento do PIB em África Fonte: FMI 31

1.3. As economias da CEDEAO 1.3.1. Nigéria 8 e Gana. As duas maiores economias da Comunidade. A economia nigeriana é a maior da região e a segunda maior da África Subsariana, a seguir à África do Sul. Esta economia está estruturada fundamentalmente em torno de produtos agrícolas e do petróleo. Deve porém ter-se presente a riqueza disponível em recursos naturais, contando com cerca de 34 minerais diferentes, neles se incluindo ouro, minério de ferro, carvão e calcário. O setor agrícola representa cerca de 30,9% do PIB do país e emprega quase ¾ da população. A avicultura e o cacau são duas das áreas em que a produção não tem conseguido acompanhar a procura doméstica e internacional. Não obstante a sua relevância económica, o setor agrícola representa apenas 2,5% das exportações, com especial destaque para o cacau, as peles e os couros. Já o setor petrolífero, apesar de representar 15% do PIB, é responsável por 71% das exportações e 79% das receitas do Estado. Os planos de desenvolvimento estabelecidos pelo Governo visam incentivar o crescimento de atividades não ligadas ao setor petrolífero, com forte investimento em infraestruturas chave, de modo a evitar assim que a Nigéria continue a sofrer da designada doença holandesa 9. Por comparação podemos verificar que Angola está a fazer um esforço semelhante a preparar um futuro não dependente do petróleo. A Nigéria importa 10 combustíveis refinados, máquinas e automóveis, que juntos somaram 48,3% das importações do país em 2012. É o maior exportador de petróleo do mundo mas, devido à baixa capacidade de utilização das suas refinarias, cerca de 85% dos produtos petrolíferos de que necessita têm de ser importados. Gráfico 7 - PIB por setor 2011 - Gana 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 11.7 11.9 9.4 6.4 8.5 6.7 9.1 9.2 25.6 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura A economia do Gana é a 2ª maior da África Ocidental e a 6ª maior da África Subsariana. Encontra-se localizada numa zona estratégica, o Golfo da Guiné, onde se concentra cerca de 2/3 da produção petrolífera da África Subsariana). O país produz um conjunto variado de culturas, sendo as principais o cacau, o óleo de palma, o coco, o café, o caju, o algodão, o tomate, a cola, a borracha e a madeira. O setor primário é o principal empregador do país (60% do total da população ativa). O Gana é o 3º produtor mundial de cacau, tendo esta cultura contribuído para aproximadamente 20% das exportações em 2012. A produção petrolífera representou cerca de 6,8% do PIB em 2012, tendo as exportações de petróleo representado cerca de 20% do total das exportações nesse mesmo ano. A exploração do ouro dominou o setor da indústria extrativa, representando cerca de 40% das exportações (10º produtor mundial em 2012). No Gana, segundo maior produtor 8 http://www.nigeria.gov.ng/2012-10-29-11-05-46/economy e African Economic Outlook. 9 Doença holandesa Dutch disease explica as consequências negativas que resultam de aumentos significativos nos rendimentos de um país. A abundância em recursos naturais leva a que o país se especialize só na produção / exploração desses bens e não desenvolva a sua indústria. 10 Brasilglobal.net 32 Gráfico 6 - PIB por setor 2011 - Nigéria 100% Comércio 90% 14.6 80% 2.3 Transportes e comunicação 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 40.9 1.9 6.2 30.9 Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Construção Agricultura

africano de ouro, também existe produção de diamantes, de manganésio e de bauxite. Os serviços financeiros têm vindo igualmente a desempenhar um papel relevante no desenvolvimento da economia do Gana, encontrando-se em expansão, com ativos sobre gestão estimados em cerca de 35% do PIB 11, acima da média da região (31%). 1.3.2. Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Senegal e Togo. Setor agrícola dominante. Benim, Guiné-Bissau, Libéria e Togo são países com economias pouco diversificadas e predominantemente agrícolas. Gráfico 8 - PIB por setor 2012 - Benim 100% Comércio No Benim, a economia é dominada pela produção de algodão. Apesar do enorme potencial no setor (36% do PIB em 2012), apenas 17% da área agrícola disponível é explorada anualmente. A agricultura, incluindo a criação de gado, é um dos pilares da economia do Benim, particularmente na ocupação da mão-de-obra. O setor agro-pastoril ocupa cerca de 80% da população ativa do país. Para além do setor agrícola, o país é rico em recursos minerais como o calcário, areia, granito e gravilha, apenas explorados para produção local. O setor industrial é tipicamente manufatureiro, com destaque para unidades dedicadas ao processamento de produtos agrícolas. O setor petrolífero é desenvolvido e o petróleo bruto é o principal produto exportável do Benim. Os serviços têm ganho importância na economia, particularmente no que diz respeito às atividades comerciais estimuladas pelo Porto de Cotonou. Em 2012, os principais produtos exportados pelo Benim foram petróleo e derivados de petróleo (47,3%), metais e pedras preciosas (14,5%), produtos têxteis (10,2%), produtos de metais não-ferrosos (7,2%) e castanhas de caju (7,1%). 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 18.5 9.4 8.4 11.0 8.4 2.0 4.9 36.0 Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Construção Agricultura Gráfico 9 - PIB por setor 2012 Guiné- Bissau 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 19.2 4.9 11.5 12.0 3.9 1.3 47.3 Comércio Transportes e comunicação Adminstração pública, saúde e educação Indústria Serviços financeiros Construção Agricultura Quanto às importações, destacam-se produtos como o petróleo e derivados de petróleo (17,2%), tecidos de algodão (14,3%), gorduras e óleos animais e vegetais (7,5%), automóveis (7,3%) e confeções (5,3%). A Guiné-Bissau é altamente dependente da agricultura, que representou 47,3% do PIB em 2012. Apesar do considerável potencial económico de que o país dispõe na exploração de recursos minerais, a sua exploração é ainda limitada, consequência da elevada instabilidade política recorrente em que o país vem vivendo nos últimos anos. Os principais produtos exportados 12 pelo país são as frutas (castanha-do-pará e castanha de caju) - 83,7% do total em 2012 -, a borracha - 4,8% -, a madeira - 4,5% -, e os peixe congelado - 3,9%. Quanto às importações, destacaram-se em 2012 os combustíveis, cereais e 11 Bank of Ghana Set 2012 12 www.brasilglobalnet.gov.br 33

máquinas (41,8% do total das importações), o ferro e aço (6,9%), as obras de ferro/aço (6,4%) e as bebidas (5,7%). Com múltiplas reservas naturais e a inexistência de obstáculos à obtenção de vistos exigidos apenas para cidadãos de países não pertencentes à CEDEAO o país deverá ver aumentada a relevância do turismo na sua economia. Na Libéria e no Togo, a agricultura é de subsistência, sendo este setor o principal empregador da população. Os principais produtos agrícolas cultivados na Libéria são o arroz, a mandioca, o café e o cacau, enquanto no Togo se encontra a mandioca, o milho, o algodão, o café e o cacau. Neste último caso, apesar de a agricultura representar 46,6% no PIB do país, verifica-se existir ainda muito potencial agrícola por explorar, uma vez que apenas 45% do terreno cultivável está realmente cultivado. O Togo é também um dos maiores produtores de fosfato em África e tem significantes reservas de minério de ferro, mármore e rocha calcária. Gráfico 10 - PIB por setor 2012 Libéria Gráfico 11 PIB por setor 2012 - Togo 100% Comércio 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 5.7 2.4 2.1 3.7 2.4 6.0 2.7 73.3 Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura 100% Comércio 9.5 90% Transportes e 9.6 comunicação 80% Outros 8.2 70% 4.4 Adminstração pública, 8.2 saúde e educação 60% 5.1 Ind. Extrativa 50% 3.5 3.8 Indústria 40% 30% 20% 10% 0% 46.2 Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Em 2012, a borracha foi o principal produto exportado pela Libéria, com 26% do total exportações. Outros produtos exportados foram as embarcações flutuantes com 23,9%, minério de ferro com 23,1%, combustíveis (óleo de petróleo, bruto e refinado) com 12,9% e madeira com 6,8%. O país importa na sua maioria, bens com alto valor agregado, especialmente embarcações, que representaram 58,2% do total das compras do país em 2012. Os combustíveis, basicamente óleo de petróleo refinado, representaram 4,8%. De notar que a Libéria é, hoje em dia, procurada para o registo de navios face a um regime fiscal extremamente favorável. Libéria, Ilhas Marshall e Panamá detém, em conjunto, 40% da frota mundial de navios. No Togo, os principais produtos exportados foram, no ano de 2012, o sal, pedras e cimento 13 (26,3% do total das exportações do país), seguido dos plásticos (8,2%), algodão (7,4%), combustíveis (7,2%) e embarcações flutuantes (5,3%). Os principais produtos importados foram: combustíveis (21,8%), sal, pedras e cimento 14 (6,2%), plásticos (6,1%), automóveis (6%), embarcações flutuantes (5,5%), máquinas mecânicas (5,2%), produtos farmacêuticos (4,4%), aço e ferro (3,6%) e máquinas elétricas (3%). 13 Existem duas cimenteiras no Togo: a WACEM (West African Cement) e a CIMTOGO (subsidiária da HeidelbergCement). 14 Existe uma cimenteira na Libéria: Liberia Cement Corp (CEMENCO), subsidiária da HeidelbergCement. 34

Mali e Senegal são os países com maior PIB da região, a seguir à Nigéria, ao Gana e à Costa do Marfim. Os recursos naturais têm um papel fundamental na economia do Mali, em particular o ouro e o algodão. O país tornou-se no terceiro maior produtor de ouro do continente africano, depois da Africa do Sul e do Gana. A produção deste recurso representando atualmente ¼ do PIB do país. Quanto ao algodão, apesar de ainda não ter sido criada uma indústria de produção local, a disponibilidade de algodão de boa qualidade pode ser uma vantagem potencial para o Mali. O setor primário foi o único fator de crescimento em 2012, graças à produção de arroz (27%) e algodão (8%). O principal produto exportado é o algodão, que representa cerca de 65% do total das exportações do país, seguido dos adubos (10,9%) e das sementes e grãos (8,3%). No que respeita às importações, destacam-se as máquinas mecânicas e elétricas (22,4%), os automóveis (8,2%), o sal, pedras e cimento (8,1%) e os produtos farmacêuticos (7,7%). Gráfico 12 - PIB por setor 2012 - Mali 100% Comércio 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 14.1 5.9 8.6 8.9 7.1 6.2 5.0 42.1 Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Gráfico 13 - PIB por setor 2012 - Senegal 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 17.4 11.6 7.0 7.2 2.9 14.7 15.0 3.3 4.2 16.7 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Quanto ao Senegal, a agricultura não só é um dos principais setores de atividade do país (16,7%), como emprega mais de 60% da população ativa. Dentro da produção agrícola destaca-se a produção de amendoim (10º maior produtor mundial) e de óleo de amendoim. Embora a indústria extrativa seja um setor com um reduzido peso relativo no PIB senegalês, representando apenas 2,9% do mesmo em 2012, merece referência a exploração de ouro que foi, nesse ano, o segundo produto mais exportado pelo país. A necessidade de diversificar as bases de apoio da economia, fortemente dependente, para efeitos de exportações, da agricultura e pescas e da indústria extrativa levou a uma aposta no setor do Turismo, maioritariamente balnear (54%) e de negócios (33%). Em 2012, o peso do setor no PIB era de cerca de 11%, sendo de esperar que aumente 4,7% em 2013. Atualmente está a ser construído um novo aeroporto (Blaise Diagne International Airport), próximo da cidade de Ndiass, que será um hub para a região do oeste africano. Os principais produtos exportados pelo país foram, em 2012, as pérolas, pedras preciosas (15,7%), combustíveis e óleos minerais (13,9%), peixe, crustáceos e moluscos (12,6%), sal, enxofre, pedra; gesso, cal e cimento (11%) e produtos químicos inorgânicos (10,7%). No que respeita às importações, destacam-se os combustíveis e óleos minerais (24,4%), cereais (10,3%), máquinas e aparelhos mecânicos (8,3%), veículos automóveis e partes (5,9%) e máquinas e aparelhos elétricos (4,4%). 35

O Burkina Faso é um país pobre, sem acesso ao mar e dependente das exportações de algodão e ouro. É escasso em recursos naturais e tem uma base industrial precária. Cerca de 90% da população vive da agricultura de subsistência, a qual é vulnerável às cheias e secas. Em 2010, o ouro tornou-se a maior fonte de exportações do país, estando a sua produção estimada em 32,4 toneladas em 2012. Quanto ao setor secundário, a indústria mineira (12,9% do PIB) constitui a sua espinha dorsal, e o seu forte crescimento tem impulsionado os restantes setores da economia. A pauta de exportações do país é concentrada. Em 2012, o ouro foi o principal produto exportado, representando 77,4% do total das vendas externas nesse ano. O algodão representou 11,8%, as sementes/grãos 3,9% e as frutas (cocos, castanhado-pará e castanha de caju, tâmaras, figos, abacates, etc.) representaram 2,9%. As importações são compostas, em grande parte, por bens com alto valor agregado, especialmente os combustíveis (23,9%), as máquinas mecânicas e elétricas (14%), os automóveis (7,2%), os produtos farmacêuticos (5,9%) e os cereais (5,1%). Gráfico 14 - PIB por setor 2011 Burkina Faso 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 3.7 12.6 2.1 17.0 12.9 7.5 5.5 4.0 33.7 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Gráfico 15 PIB por setor 2011 Costa do Marfim 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 3.8 14.7 13.6 4.7 13.1 11.2 2.7 6.0 30.0 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Também na Costa do Marfim o setor agrícola é o principal setor de atividade do país (30% do PIB), sobretudo na área das culturas alimentares. A Costa do Marfim é o primeiro produtor mundial de cacau, seguido da Indonésia e do vizinho Gana. É também o quarto produtor mundial de caju e o sétimo produtor mundial de borracha. O ouro, os diamantes e o manganês têm sido os principais recursos explorados na Costa do Marfim desde a sua independência. Esta atividade de exploração mineira, que representa uma pequena fração do potencial de exploração mineira do país, deverá ser intensificada podendo o setor vir a tornar-se uma componente essencial no desenvolvimento económico do país. Em 2011, a indústria extrativa representava cerca de 5% do PIB da Costa do Marfim, sendo particularmente notável a contribuição do setor petrolífero e do ouro. Os principais produtos exportados em 2011 foram o cacau (38,2%), os combustíveis (24,5%) e a borracha (10%). No que respeita às importações, os combustíveis predominam e representaram, em 2011, mais de 1/4 do total. O país importa em grande parte óleo bruto e exporta o óleo refinado. 36

1.3.3. Guiné, Níger e Serra Leoa. Indústria Extrativa, um setor em expansão. Gráfico 16 - PIB por setor 2012 Guiné 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 5.8 21.9 3.6 5.5 21.6 7.4 12.4 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Construção A economia da Guiné beneficia da grande quantidade de minerais presentes no seu território, possuindo 1/3 do total das reservas de bauxite do planeta, milhões de toneladas de minério de ferro, grandes depósitos de diamante e de ouro e quantidades ainda não determinadas de urânio. O bauxite, o ouro e os diamantes representam quase 88% das exportações de bens. O setor é o principal destino do IDE. Tem também um potencial de crescimento considerável para setores como agricultura e pesca. A terra, a água e as condições climatéricas favorecem a agricultura e a agroindústria em grande escala. 10% 0% 21.2 Agricultura Gráfico 17 - PIB por setor 2011 Níger O Níger, é um país sem costa litoral e com uma economia centrada na agricultura de subsistência e na criação de animais, e com uma das maiores jazidas de urânio do mundo. O setor primário registou níveis de crescimento elevados em 2012 (16,5%), tendo o setor agrícola contribuído em 24,8% para este crescimento. O crescimento do setor secundário em 2012 (37,7%) deveu-se à evolução positiva das indústrias extrativas, que cresceram cerca de 152,5% graças à produção de petróleo. É um país com abundancia em recursos naturais, particularmente minerais, petróleo e gás. Os principais recursos são o urânio, ouro, carvão, ferro, calcário e fosfatos. Os principais produtos exportados 15 pelo país em 2012 foram os minerais (41,4%), combustíveis (31,5%) e pérolas, ouro e pedras preciosas (11,5%). No que respeita às importações de produtos agrícolas, destaca-se o arroz (14,1%), dada a sua importância na base alimentar. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 15.8 6.8 3.2 9.6 6.3 5.5 5.6 43.1 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura 15 MRE/DPR/DIC - Divisão de Informação Comercial, com base em dados da ONU/UNCTAD/ITC/COMTRADE /Trademap, agosto 2013 37

A agricultura é o principal setor de atividade da Serra Leoa, representando 53,91% do PIB e empregando a maior parte da mão-de-obra local. A indústria mineira tem vindo a ganhar importância na economia do país. Segundo o FMI, o PIB do país deverá crescer a um ritmo acelerado entre 2013/2014, em média 15% ao ano, impulsionado principalmente por este setor. Existem perspetivas de exploração de novas reservas de petróleo, bem como de exploração de jazidas de ouro e diamantes. O Governo tem como objetivo atrair investimentos para os setores de infraestrutura básica, energia, saúde e educação. O elevado índice de importação de recursos alimentares (cerca de 40% da procura doméstica) constitui ainda um desafio às autoridades locais. Gráfico 18 - PIB por setor 2012 Serra Leoa 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 7.4 5.1 10.3 4.5 12.1 3.1 53.9 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção O país tem também um grande potencial para o Turismo, com belas praias, sendo este setor um dos quatro pilares do programa estratégico de desenvolvimento do país. 10% 0% Agricultura No que respeita às exportações 16, os principais produtos exportados pelo país em 2011 foram os minérios (12,9%), pérolas, ouro e pedras preciosas (12,1%) e cacau (7%). Quanto aos produtos importados destacamse, no mesmo ano, as máquinas mecânicas e elétricas (31,8%) e os automóveis (11,3%). 1.3.4. Cabo Verde 17 e Gâmbia. Economias orientadas para os serviços. Cabo Verde é uma pequena economia aberta, muito condicionada pela conjuntura externa, o que se explica pela elevada dependência face às importações de energia e alimentos e aos fluxos de capitais oriundos do estrangeiro. A economia é orientada para o setor dos serviços, incluindo atividades como o comércio, transportes, comunicações, hotelaria, atividade bancária, de alojamento e serviços públicos que totalizam cerca de 70% do PIB. A agricultura e pescas representam cerca de 9% do PIB, atividades essas que são desenvolvidas por cerca de 70% da população de Cabo Verde que habita em regiões rurais. No entanto, de todo o território, apenas quatro ilhas têm produção agrícola significativa (Santiago, Santo Antão, Fogo e Brava). O turismo, uma das atividades estratégicas de Cabo Verde, concentra-se em grandes zonas de resorts, criando assim um desafio importante de articulação com comunidades locais, na alavancagem do seu potencial impacto económico. Gráfico 19 - PIB por setor 2010 Cabo Verde 100% Comércio 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 18.5 17.4 16.2 13.7 6.2 4.2 12.4 9.2 Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Mineira Industria Serviços financeiros (*) Energia (*) Construção Agricultura Entre os produtos mais exportados por Cabo Verde em 2012 estão as conservas de pescado, representando 43,3% do total das exportações e o peixe, moluscos e crustáceos que se posicionam em segundo lugar com 16 www.brasilglobalnet.gov.br 17 Plano Estratégico 2011-2014 - PwC 38

40,7%. Os principais produtos importados pelo país no mesmo ano foram os combustíveis (14,3%), os reatores e caldeiras (7,3%), as máquinas (5,9%), os veículos automóveis (5,1%) e o ferro e o aço (5%). Gráfico 20 - PIB por setor 2011 Gâmbia 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% (10%) 27.8 11.6 4.6 4.9 13.8 3.6 32.0 Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Também na Gâmbia são os serviços que mais contribuem para a economia do país, representando cerca de 60% do PIB em 2011. A reexportação, o comércio e o turismo, bem como os transportes e telecomunicações, são os principais motores de crescimento do setor. A reexportação e o comércio transitário têm sido uma parte importante da economia do Gâmbia, sendo o porto de Banjul o único no país e um dos mais eficientes e seguros da região. A agricultura continua a ser o 2º setor mais importante na economia em termos de peso no PIB, sendo considerado o único meio de subsistência de grande parte das famílias do meio rural. A indústria extrativa contribuiu em apenas 2,7% para o PIB do país, uma vez que este apenas produz minerais industriais para consumo local. Os principais produtos exportados em 2012 foram a madeira (54,5%), frutas (19,6%), peixe e crustáceos (5,3%), gorduras e óleos animais ou vegetais (4,6%), minérios, escórias e cinzas (4,6%). Os principais produtos importados em 2012 foram o algodão (15,9%), açúcares e produtos de confeitaria (5,9%), gorduras e óleos animais ou vegetais (5,4%), cereais (5%) e combustíveis minerais (4,9%). 1.4. Trocas comerciais na CEDEAO 1.4.1. Complementaridade das economias A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre parceiros. O baixo nível de industrialização das economias da região reduz essa possibilidade, que, no entanto, poderá ser estimulada pelo desenvolvimento económico e pelo esforço de diversificação das economias - uma aspiração de muito dos países da região. As exportações intra-cedeao representam 8,64% do total das exportações da região (2012) 39

País importador Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Tabela 2 - TCI (Trade Complementary Index) intra-cedeao 18 País exportador Benim Burkina Cabo Costa do Faso Verde Marfim Gâmbia Gana Guiné- Serra Guiné Libéria Mali Níger Nigéria Senegal Bissau Leoa Togo Benim 0 36 13 7 42 7 40 25 54 57 35 56 11 58 35 Burkina Faso 25 0 8 8 25 17 30 30 10 24 40 28 13 20 15 Cabo Verde 4 11 0 2 9 5 18 12 3 7 7 5 4 4 5 Costa do Marfim 40 53 12 0 53 18 40 35 68 70 32 61 21 70 50 Gâmbia 19 20 13 9 0 12 25 25 12 19 22 14 10 17 15 Gana 31 39 36 10 27 0 24 33 16 27 32 24 17 22 53 Guiné-Bissau 3 4 8 4 3 4 0 3 2 3 5 3 4 3 2 Guiné 11 13 11 8 12 8 13 0 7 14 12 8 7 11 11 Libéria 10 13 5 4 11 8 14 13 0 10 12 10 7 13 10 Mali 19 25 9 8 13 12 16 19 10 0 26 14 12 12 12 Níger 10 4 3 3 4 6 3 4 2 4 0 22 7 3 4 Nigéria 20 12 7 90 10 78 16 11 7 11 12 0 75 11 10 Senegal 41 54 18 15 66 19 50 40 50 80 40 50 0 0 40 Serra Leoa 7 8 6 8 7 11 10 10 6 7 10 4 3 0 5 Togo 31 44 10 6 45 13 35 36 22 40 44 22 12 25 0 Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat O nível de complementaridade intrarregional da CEDEAO é muito reduzido, sendo particularmente baixos os indicadores apresentados por Cabo Verde e pela Guiné-Bissau. De facto apenas 8,64% das exportações dos países da região ficam na região e Cabo Verde e a Guiné Bissau apresentam graus de complementaridade que não excedem 18 e 8 pontos, respectivamente. Não obstante, verifica-se que poderá existir um potencial de complementaridade e maior intensidade no relacionamento comercial entre alguns países da CEDEAO. De facto, é notória qua alavancagem comercial intra-cedeao poderá ser potenciada fundamentalmente por 4 motores, pela Nigéria - país dominante da região, Senegal, Costa do Marfim e subsidiariamente pelo Gana - ou seja pelas 4 maiores economias da região. 1.4.2. Comércio intrarregional A CEDEAO regista o 4º maior valor de trocas intrarregião, entre as comunidades comparadas (cfr infra), medido pelo rácio de exportações sobre o PIB dos espaços de integração analisados, cujo nível de integração é liderado pela União Europeia ( UE ) e seguido pela ASEAN e SADC. Importa, no entanto, ter em consideração o nível de desenvolvimento da região e o facto das trocas informais nestas regiões poderem representar o dobro das registadas. 18 O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade. 40

Importações; Exportações (Milhões US$) PIB a preços correntes (milhões US$) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva (2012) Indicador Exportações intrarregião (milhões US$, 2012) Exportações intrarregião (% no PIB da região, 2012) Exportações intrarregião (% das exportações mundiais, 2012) Crescimento anual médio das exportações intrarregião (2008-2012) SADC União Europeia CPLP CEEAC Mercosul CEDEAO ASEAN 27.153 3.630.191 16.283 1.111 67.343 11.667 324.184 4,09% 21,90% 0,62% 0,47% 2,10% 2,86% 13,90% 0,15% 19,87% 0,09% 0,01% 0,37% 0,06% 1,77% 6,66% -2,17% 8,12% 3,43% 4,50% 4,27% 6,65% Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Apesar do peso relativo reduzido no total das exportações mundiais (0,06%), a CEDEAO apresenta um crescimento médio anual das exportações intrarregião de 4,3%, pouco mais de metade do crescimento evidenciado pela CPLP. Este crescimento de relacionamento comercial, vem sendo acompanhado pelo ritmo de crescimento do PIB, que apresenta uma correlação positiva relativamente forte com este indicador, como seria expectável, crescendo a um ritmo inferior ao do PIB que desde 2008 cresceu a uma taxa anual média de 5,7% ao ano. Gráfico 21 - Evolução do comércio intra-cedeao vs. Evolução do PIB da região 14,000 396,882 374,695 12,000 342,521 317,618 10,000 275,997 8,000 450,000 400,000 350,000 300,000 250,000 6,000 4,000 2,000 9,872 8,200 9,776 10,538 11,667 200,000 150,000 100,000 50,000-2008 2009 2010 2011 2012 - Exportações (milhões US$) PIB (milhões US$) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Verifica-se uma grande disparidade ao nível das relações comerciais dos países membros da CEDEAO, existindo 3 clusters principais, situando-se Cabo Verde e a Guiné-Bissau no cluster menos dinâmico. 41

Importações intra-cedeao (% no total importações intra-cedeao) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 22 - Peso das exportações/importações intra-cedeao no total da região, 2012 44% 40% 36% 32% 28% 24% 20% 16% 12% 8% 4% CPV GMB GIN LBR GNB SLE TGO BEN NER MLI SEN BFA 0% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% 20% 22% 24% NGA CIV GHA Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 19 Exportações intra-cedeao (% no total das exportações da CEDEAO) Cabo Verde, Guiné-Bissau, Gâmbia, Serra Leoa, Guiné, Libéria, Níger, Togo e Benim apresentam uma contribuição muito pequena ou quase nula (no caso de Cabo Verde) para o comércio intra-cedeao, o que pode ser explicado pela dimensão das suas economias relativamente aos restantes países da comunidade. O segundo cluster é constituído pelo Burkina Faso, Mali e Senegal, evidenciando um maior peso de exportações e importações intra-cedeao. Os países que mais contribuem para a intensificação das trocas comerciais intra-cedeao são a Nigéria, Costa do Marfim e o Gana que, simultaneamente, melhor se podem constituir como motores de desenvolvimento regional, à luz das conclusões inferidas ao nível da complementaridade comercial das suas economias acima. Produtos transacionados intra-cedeao (2012) Gráfico 23 - Produtos transacionados intra-cedeao (2012) 10% 4% 8% 8% 3% 63% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Maquinaria e equipamentos de transporte Bens manufaturados Químicos e produtos relacionados As principais trocas assentam em produtos petrolíferos, produtos manufaturados e maquinaria e equipamentos de transporte, representando 81% do total. Outros artigos manufaturados Bebidas e tabaco Fonte: UNCTAD, UNCTADstat (2012)Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 19 Acrónimos World Bank: BEN Benim; Burkina Faso BFA; CVP Cabo-Verde; CIV - Costa do Marfim; GMB - Gâmbia; GHA - Gana; GIN Guiné; GNB - Guiné-Bissau; LBR Libéria; MLI Mali; NER Níger; NGA Nigéria; SEN Senegal; SLE Serra Leoa; TGO Togo. 42

Peso nas importações totais da CEDEAO I mportações (milhões US$) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 1.5. Comércio extrarregional 1.5.1. Principais parceiros comerciais da CEDEAO A CEDEAO importa maioritariamente da China, países membros da UE (França, Reino Unido e Holanda, em particular), EUA e República da Coreia. Ao longo de 2008-2012, verificou-se um saldo positivo da balança comercial, com um fluxo de exportações superior ao das importações de 61 milhões de US$ (2011) e de 58 milhões de US$ (2012), reduzindo consideravelmente as necessidades de financiamento externas. 2008 2009 2010 2011 2012 Importações (milhões US$) 89 399 67 044 83 286 103 489 104 708 Exportações (milhões US$) 106 759 82 327 117 498 164 612 163 224 Saldo da balança comercial 17 360 15 283 34 212 61 123 58 516 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Além disso, constata-se que a balança comercial relativa às trocas intrarregião tem vindo a contribuir significativamente para o crescimento da economia, em média cerca de 12% do PIB. Entre 2008 e 2009 assistiu-se a uma queda acentuada de 25% quanto às importações da região, assim como a um ligeiro abrandamento do crescimento das importações (2011 para 2012: 1,2%). Não obstante, as importações têm vindo a apresentar um crescimento médio anual de 11,8%, entre 2009 e 2012. Gráfico 24 - Evolução das importações da CEDEAO e principais países de destino, 2008-2012 100% 90% 80% 70% 60% 89,399 67,044 83,286 103,489 104,708 120,000 100,000 80,000 50% 40% 30% 20% 10% 0% 8% 6% 6% 6% 7% 7% 7% 7% 7% 8% 7% 7% 6% 7% 6% 5% 7% 7% 6% 15% 17% 20% 20% 23% 2008 2009 2010 2011 2012 China França EUA Holanda República da Coreia Reino Unido Importações (milhões US$) 7% 60,000 40,000 20,000 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat; International Trade Center 43

Importações (milhões US$) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e a CEDEAO A Balança Comercial entre a CPLP e a CEDEAO apresenta-se fortemente deficitária, sendo que a taxa de cobertura das importações por exportações da CPLP, é de 26%, correspondendo a um saldo comercial negativo para a CPLP em US$ 8,4 mil milhões. Importações Analisando a relação comercial na vertente das importações da CEDEAO com os países pertencentes à CPLP, apenas Portugal e Brasil apresentam níveis significativos no contexto global. Apesar do Brasil apresentar um fluxo de exportações superior ao de Portugal (2.354 milhões de US$ em 2012 face a 588 milhões de US$), constata-se que as exportações de Portugal para a região diminuíram a uma média 3,1% no período entre 2008 a 2012. Gráfico 25 - Importações da CEDEAO dos países da CPLP 4,000 3,500 3,000 3.47% 3.37% 2.80% 2,500 3.30% 2.85% 2,000 1,500 2,437 1,735 1,788 2,808 2,345 1,000 500 666 481 587 678 588 2008 2009 2010 2011 2012 Portugal Brasil Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 44

Gráfico 26 - Importações CEDEAO de Portugal (2012) 7% 8% 8% 11% 12% Bens manufaturados 28% 22% A CEDEAO importa maioritariamente de Portugal bens manufaturados, maquinaria e equipamentos de transporte e combustíveis que, no total, respeitam a 62% do cabaz de produtos importados a este país. De referir que o principal parceiro comercial de Portugal na CEDEAO é Cabo Verde. Maquinaria e equipamentos de transporte Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Alimentos e animais vivos Químicos e produtos relacionados Outros artigos manufaturados Bebidas e tabaco Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 27 - Importações CEDEAO do Brasil (2012) 10% 8% 4% A CEDEAO importa fundamentalmente alimentos, animais vivos e alguma maquinaria e equipamentos de transporte ao Brasil, sendo que o valor das exportações é 5 vezes superior ao valor de Portugal. 12% 61% O volume mais significativo de importações ao Brasil, por parte dos EM da CEDEAO, é alcançado por países que não integram a CPLP. Alimentos e animais vivos Maquinaria e equipamentos de transporte Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 45

Exportações (milhões US$) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Exportações A CPLP é o destino de 6,9% das exportações da CEDEAO, direcionadas maioritariamente para Portugal e Brasil. Gráfico 28 - Exportações da CEDEAO para a CPLP 14,000 12,000 10,000 8,000 9,911 9,643 6,000 6,368 6,430 4,000 5,093 2,000 2,222 1,744 1,906 2,341 1,687-2008 2009 2010 2011 2012 Portugal Brasil As exportações da CEDEAO para estes 2 países cresceram, em média, 7,2% por ano, entre 2008 e 2012, embora com tendências dissimilares Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A CEDEAO apresenta uma balança comercial com a CPLP superavitária por via das importações à região do Brasil e de Portugal. Gráfico 29 - Exportações CEDEAO para Portugal (2012) Gráfico 30 - Exportações CEDEAO para Brasil (2012) 3% 3% 3% 90% 96% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Alimentos e animais vivos Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Alimentos e animais vivos Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Fonte: UNCTAD, UNCTADstat O Brasil importa quase exclusivamente combustíveis da CEDEAO (96%), Portugal importa também alimentos, animais vivos e matérias-primas. 46

Milhões US$ Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 1.6. Investimento direto estrangeiro na CEDEAO Desde 2008, a CEDEAO tem conseguido manter a sua competitividade relativamente à captação de investimento direto estrangeiro. Apesar de um declínio considerável em 2010 e de um ligeiro abrandamento sentido em 2012, os montantes de capital estrangeiro investido em cabo Verde no período entre 2008 e 2012, aumentaram. É igualmente de realçar os valores significativos de investimento da região no exterior, que em 2012 representaram 20% do investimento atraído para a região, um valor que representa o dobro do montante investido 2008. Gráfico 31 - IDE na CEDEAO - inward e outward, 2008-2012 20,000 16,000 14,712 17,117 15,612 12,000 12,136 11,846 8,000 4,000 1,700 2,115 1,288 1,467 3,022-2008 2009 2010 2011 2012 Inward Outward Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Os níveis de investimento direto estrangeiro apresentam valores relativamente reduzidos, equivalentes a cerca de 4% do PIB da região. O IDE na região é normalmente orientado para a Nigéria e Gana. O Burkina Faso, a Gâmbia, a Guiné-Bissau e o Togo têm-se apresentado pouco atrativos ao investidor estrangeiro, seja pela sua dimensão, seja pela sua estrutura produtiva e menor estabilidade política e económica. 47

Tabela 4 - Investimento Direto Estrangeiro nos países-membros da CEDEAO inward, 2008-2012 20 País 2008 2009 2010 2011 2012 Benim 170 134 177 161 159 Burquina-Faso 106 101 35 42 40 Cabo Verde 209 119 112 93 71 Costa do Marfim 446 377 339 286 478 Gâmbia 70 40 37 36 79 Gana 1.220 2.897 2.527 3.248 3.295 Guiné-Bissau 5 17 33 25 16 Guiné 382 141 101 956 744 Libéria 284 218 450 508 1.354 Mali 180 748 406 556 310 Níger 340 791 940 1.066 793 Nigéria 8.249 8.650 6.099 8.915 7.029 Senegal 398 320 266 338 338 Serra Leoa 53 110 238 715 740 Togo 24 49 86 171 166 CEDEAO 12.136 14.712 11.846 17.117 15.612 20 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 48

Gâmbia Arroz, milho, sorgo, amendoim, gergelim, mandioca, sementes de palma; bovinos, ovinos, caprinos Agricultura, Metalurgia, Indústria aeroespacial, Indústria aeronáutica, Aquacultura, Energia, Turismo, Indústria mineira Yundum International Airport Banjul Costa do Marfim Café, cacau, banana, sementes de palma, milho, arroz, mandioca, batatadoce, açúcar, algodão, borracha, madeira Agricultura, Indústria petrolífera, Indústria mineira, Indústria têxtil, Materiais de construção, Indústria alimentar, Turismo Felix Houphouet Boigny International Airport Abidjan San-Pedro CEDEAO Burkina Faso Algodão, amendoim, nozes de karité, sésamo, milho, sorgo, milheto, arroz; pecuária Algodão, bebidas, agroindústria, sabão, cigarros, têxteis, ouro Ouagadougou Bobo Dioulasso n/a Benim Algodão, milho, mandioca, inhame, feijão, óleo de palma, amendoim, castanha de caju, pecuária Indústria têxtil, Materiais de construção, Cimento, Agronegócio, Indústria mineira, Energia, Turismo Cotonou Cadjehoun Airport Cotonou Região Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 1.7. Principais setores de oportunidade por país e infraestruturas de apoio País Principais produtos agrícolas Oportunidades para o bloco (produtos e serviços associados aos setores) Principais aeroportos Principais portos 49

Mali Algodão, milho, arroz, legumes, amendoim, bovinos, ovinos, caprinos Agronegócio, Indústria mineira, Telecomunicações, Produção de energia, Urbanização, Formação técnica Senou International Airport Gao International Airport Koulikoro Libéria Borracha, café, cacau, arroz, mandioca, óleo de palma, cana-de-açúcar, bananas; ovinos, caprinos, madeira Agronegócio, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Turismo, Serviços financeiros Roberts International Airport Buchanan Monrovia Guiné Arroz, café, abacaxi, sementes de palma, mandioca, banana, batatadoce; bovinos, ovinos, caprinos, madeira Agricultura, Saúde, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Telecomunicações, Turismo Osvaldo Vieria Airport Conakry Kamsar Gana Cacau, arroz, mandioca, amendoim, milho, nozes de karité, bananas, madeira Agricultura, Indústria têxtil, Indústria alimentar, Saúde, Horticultura, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Turismo Cimento Kotoka International Airport Takoradi Tema Região Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP País Principais produtos agrícolas Oportunidades para o bloco (produtos e serviços associados aos setores) Principais aeroportos Principais portos 50

Togo Café, cacau, algodão, inhame, mandioca, milho, feijão, arroz, sorgo, pecuária; peixe Mineração de fosfato, agroindústria, cimento, artesanato, têxteis, bebidas. Lome Niamtougou Kpeme Lome Serra Leoa Arroz, café, cacau, sementes de palma, óleo de palma, amendoim; aves, bovinos, ovinos, suínos; peixe, Agricultura, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Energia, Serviços financeiros, Turismo, Indústria têxtil Sherbro International Airport Lungi International Airport Freetown Pepel Sherbro Islands Senegal Amendoim, milho, sorgo, arroz, algodão, tomate, vegetais verdes, gado, aves, suínos, peixe Agronegócio, Telecomunicações, Indústria mineira, Turismo, Indústria petrolífera, Materiais de construção Leopold Sedar Senghor International Airport Dakar Níger Feijão-frade, algodão, amendoim, milho, sorgo, mandioca, arroz, gado, ovelhas, cabras, camelos, burros, cavalos, aves Agricultura, Saúde, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Turismo, Indústria alimentar Mano Dayak International Airport Diori Hamani International Airport Bonny Inshore Terminal Calabar Lagos Região Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP País Principais produtos agrícolas Oportunidades para o bloco (produtos e serviços associados aos setores) Principais aeroportos Principais portos 51

1.8. Principais produtos importados pelos países da CEDEAO e oportunidades para as empresas Portuguesas A CEDEAO apresenta algumas oportunidades para as empresas portuguesas em termos de destino de exportações e que, em muitos casos, poderão ser potenciados por via da Guiné Bissau. Do total dos produtos importados pela CEDEAO, no montante de US$ 104 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que representam 70% das importações, no montante de cerca de US$ 72,7 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Arroz; Produtos comestíveis e preparações; Embarcações; Equipamento de telecomunicação; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Trigo e centeio em grão; Máquinas para a construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Peixe fresco ou congelado; Materiais de construção; Açúcar, melaço e mel; Tecidos de algodão; Leite e dos produtos lácteos; Geradores; Motocicletas e velocípedes; Automóveis; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Metais comuns; Gorduras vegetais e óleos; Papel e cartão; Máquinas e aparelhos; Artigos de plástico; Peças e acessórios dos veículos; Máquinas de energia elétrica e componentes; Fertilizantes; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Material impresso; Bombas e compressores a gás e ventiladores; Motores de combustão interna e peças; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos de medição, análise e controle; Polímeros de etileno, em formas primárias; Produtos laminados planos de ferro, aço não ligado, não revestido; Ferramentas mecânicas, outras; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Aquecimento e resfriamento de equipamentos e suas partes; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Alumínio; Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos diversos das indústrias químicas; Máquinas de processamento de dados; Mobiliário e peças; Chapas, filmes, papel alumínio e lâminas, de plástico. Do total dos produtos importados pela CEDEAO a Portugal, no valor total de US$ 593 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 59% das importações do bloco, no montante de US$ 353 milhões: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Materiais de construção (cimento); Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Bebidas alcoólicas; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Gás propano e butano liquefeito; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Bebidas não alcoólicas; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Mobiliário e peças; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Embarcações; Produtos comestíveis e preparações; Leite e produtos lácteos; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro, aço; Papel e cartão; Materiais de construção (tijolos); Artigos de plástico; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Equipamento de telecomunicação; Máquinas para a construção civil; Metais comuns; Tabaco; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Papel e cartão. Do total dos produtos importados pelo Burkina Faso aos parceiros económicos, no total de US$ 3.1 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 60% das importações, no total de cerca de US$ 1.9 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 52 Do total dos produtos importados pela Costa do Marfim aos parceiros económicos, no total de US$ 9.7 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 66% das importações, no total de cerca de US$ 6.4 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos; Embarcações;

70%; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Materiais de construção (cimento); Artigos de plástico; Máquinas para a construção civil; Fertilizantes; Tabaco; Equipamento de telecomunicação; Produtos comestíveis e preparações; Geradores; Trigo e centeio em grão; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Aparelhos para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Produtos medicinais e farmacêuticos; Metais comuns; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Papel e cartão; Sais metálicos e peroxossais, de ácidos inorgânicos; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento; Motocicletas e velocípedes; Papel e cartão. Arroz; Peixe fresco ou congelado; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Trigo e centeio em grão; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Equipamento de telecomunicação; Materiais de construção (cimento); Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Máquinas para a construção civil; Polímeros de etileno, em formas primárias; Tabaco não manufaturado: Veículos a motor para transporte de mercadorias; Papel e cartão; Produtos laminados planos, ferro, de aço não ligado, revestido, folheado; Leite e produtos lácteos; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Fertilizantes; Outras carnes e miudezas comestíveis; Outras matérias plásticas em formas primárias; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Bombas e compressores a gás e ventiladores; Ferramentas mecânicas, outras; Produtos comestíveis e preparações. Do total dos produtos importados pela Gambia aos parceiros económicos, no total de US$ 380 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 67% das importações, no total de cerca de US$ 255 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Tecidos de algodão; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Açúcar e mel; Gorduras vegetais e óleos refinados; Tecidos artificiais; ; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Materiais de construção (cimento); Veículos automóveis para transporte de pessoas; Leite e produtos lácteos; Chá; Legumes, raízes, tubérculos, preparados, conservados; Artigos de plástico; Máquinas e aparelhos elétricos; Outros artigos manufaturados diversos; Tules, guarnições, renda, fitas e outras mercadorias pequenas; Calçado; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Outras carnes e miudezas comestíveis; Geradores; Produtos medicinais e farmacêuticos; Tabaco; Produtos laminados planos, ferro, de aço não ligado, revestidos, folheados. Do total dos produtos importados pelo Gana aos parceiros económicos, no total de US$ 18 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 54% das importações, no total de cerca de US$ 9.7 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Máquinas para a construção civil; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Embarcações; Arroz; Material impresso; Equipamento de telecomunicação; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro, aço; Artigos de plástico; Materiais de construção (cimento); Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Açúcar e mel; Aparelhos de medição, análise e controle ; Metais comuns; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Outras carnes e miudezas comestíveis; Mobiliário e peças; Fertilizantes; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis. Do total dos produtos importados pela Guiné aos parceiros económicos, no total de US$ 2.3 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 64% das importações, no total de cerca de US$ 1.5 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Do total dos produtos importados pela Libéria aos parceiros económicos, no total de cerca US$ mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 70% das importações, no total de cerca de US$ 739 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: 53

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Máquinas para a construção civil; Equipamento de telecomunicação; Tabaco; Materiais de construção (cimento); Tecidos de algodão; Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais de halogéneo; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Veículos automóveis para transporte de pessoas; Açúcar e mel; Motocicletas e velocípedes; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Máquinas e aparelhos elétricos; Produtos comestíveis e preparações; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Geradores; Calçado; Roupas e outros artigos têxteis usados; Os sais metálicos e peroxossais, de ácidos inorgânicos; Trigo e centeio em grãos; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis. Embarcações; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Estruturas e peças, ferro, aço, alumínio; Máquinas de construção civil; Arroz; Partes não elétricas e acessórios para máquinas; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Outras carnes e miudezas comestíveis; Produtos comestíveis e preparações; Geradores; Materiais para a construção civil (tijolos); Materiais de construção (cimento); Relógios; Metais comuns; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Equipamento de telecomunicação; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Roupas e outros artigos têxteis usados; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Artigos de plástico; Pigmentos, tintas, vernizes e materiais relacionados; Ferramentas para a indústria, outros; Aparelhos de medição, análise e controle. Do total dos produtos importados pelo Mali aos parceiros económicos, no total de cerca US$ 2.9 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 66% das importações, no total de cerca de US$ 1.9 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Materiais de construção (cimento); Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Fertilizantes; Os tecidos de algodão; Máquinas para a construção civil; Equipamento de telecomunicação; Produtos comestíveis e preparações; Trigo e centeio em grãos; Arroz; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Motocicletas e velocípedes; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Metais comuns; Artigos de plástico; Sais metálicos e peroxossais, de ácidos inorgânicos; Tabaco; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Leite e produtos lácteos; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Automóveis; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Gorduras vegetais e óleos; Máquinas e aparelhos elétricos. Do total dos produtos importados pelo Níger aos parceiros económicos, no total de US$ 2.9 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 68% das importações, no total de cerca de US$ 1.9 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Máquinas para a construção civil; Roupas e outros artigos têxteis usados; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Materiais de construção (cimento); Tecidos de algodão; Produtos comestíveis e preparações; Fertilizantes; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Leite e produtos lácteos; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Tabaco; Açúcar e mel; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Animais vivos; Equipamento de telecomunicação; Milho; Rádios; Legumes; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro, aço; Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos; Energia. Do total dos produtos importados pelo Senegal aos parceiros económicos, no total de US$ 6.4 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 67% das importações, no total de cerca de US$ 4.3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Do total dos produtos importados pela Serra Leoa aos parceiros económicos, no total de US$ 1.5 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 76% das importações, no total de cerca de US$ 1.1 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: 54

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos; Arroz; Trigo e centeio em grãos; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Produtos comestíveis e preparações; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Gorduras vegetais fixos e óleos, refinado; Gás propano e butano liquefeito; Pirites de enxofre e de ferro não torrados; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Máquinas para a construção civil; Equipamento de telecomunicação; Açúcar e mel; Geradores; Tecidos de algodão; Leite e produtos lácteos; Fertilizantes; Gorduras vegetais fixos e óleos, refinado, do fracionamento; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Legumes; Artigos de plástico; Motores de pistão de combustão interna, peças; Bombas, compressores de gás e ventiladores. Do total dos produtos importados pelo Togo aos parceiros económicos, no total de US$ 1.7 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 75% das importações, no total de cerca de US$ 1.3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Os tecidos de algodão; Tecidos artificiais; Mobiliário e peças; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Motocicletas e velocípedes; Gás propano e butano liquefeito; Produtos residuais de petróleo; Artigos de plástico; Materiais de construção (cimento); Calçado; Luminárias e acessórios; Copos; Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Roupa para mulher, de malha; Produtos comestíveis e preparações; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Máquinas e aparelhos elétricos; Artigos de viagem, bolsas e artefactos semelhantes; Açúcar e mel; Roupas de homem de matérias têxteis, de malha, croché; Arroz; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Os polímeros de etileno, em formas primárias. Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Roupas e outros artigos têxteis usados; Outras carnes e miudezas comestíveis; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Açúcar e mel; Leite e produtos lácteos; Materiais de construção (cimento); Veículos a motor para transporte de mercadorias; Geradores; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Trigo e centeio em grãos; Cereais em grãos (excluindo o trigo, arroz, cevada, milho); Produtos laminados planos, ferro, aço não ligado, revestidos, folheados; Tabaco; Legumes; Produtos residuais de petróleo; Compostos de função amina; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Embarcações; Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais de halogéneo; Motocicletas e velocípedes; Máquinas e aparelhos elétricos; Pneus de borracha e câmaras-dear; Mobiliário e peças. Do total dos produtos importados pelo Benim aos parceiros económicos, no total de US$ 2.2 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 76% das importações, no total de cerca de US$ 1.6 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os tecidos de algodão; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Arroz; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Outras carnes e miudezas comestíveis; Tecidos e tecidos artificiais; Máquinas e aparelhos elétricos; Tules, guarnições, rendas, fitas e outras mercadorias pequenas; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Roupas e outros artigos têxteis usados; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Energia; Outros artigos manufaturados diversos; Calçado; Equipamento doméstico; Metais comuns; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento; Materiais de construção (cimento); Motocicletas e velocípedes; Equipamento de telecomunicação; Artigos de tecidos têxteis; Artigos de plástico; Açúcar e mel; Veículos a motor para transporte de mercadorias. Países analisados autonomamente Do total dos produtos importados pela Nigéria aos seus parceiros económicos. no montante de US$ 51 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 53% das importações, no total de cerca de US$ 27.3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Do total dos produtos importados pela Guiné-Bissau aos parceiros económicos, no total de US$ 227 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 70% das importações, no total de cerca de US$ 159 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: 55

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Produtos comestíveis e preparações; Trigo e centeio em grão; Equipamento de telecomunicação; Arroz; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Peixe fresco ou congelado; Embarcações; Automóveis; Motocicletas e velocípedes; Geradores; Leite e produtos lácteos; Máquinas para a construção civil; Máquinas de energia elétrica e componentes; Papel e cartão; Peças e acessórios dos veículos; Açúcar, melaço e mel; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro, aço; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Motores de pistão de combustão interna; Metais comuns; Cacau; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio. Fonte: UNCTADStat, dados 2012 Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Bebidas não alcoólicas; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Pedra, areia e cascalho; Bebidas alcoólicas; Materiais de construção (cimento); Produtos comestíveis e preparações; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Gorduras vegetais fixos e óleos, petróleo bruto, refinado; Óleos brutos de petróleo, materiais em bruto; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Sabonetes, limpeza e produtos de polimento; Geradores; Válvulas e tubos catódicos; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Gorduras vegetais e óleos bruto; Açúcar, melaço e mel; Produtos laminados planos, ferro, de aço não ligado, revestidos, folheados; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Tabaco; Mobiliário e peças; Artigos confecionados de matérias têxteis; Equipamento de telecomunicação; Leite e produtos lácteos. 56

02 2.Nigéria A principal economia da CEDEAO 57

2. Nigéria A principal economia da CEDEAO 21 Independente desde 1960, a Nigéria é o maior país do continente africano em termos populacionais, com uma população estimada em mais de 168 milhões de habitantes, sendo esperado que ultrapasse os 200 milhões de habitantes até 2020. Apesar da língua oficial da Nigéria ser o inglês, existem mais de 500 dialetos locais. O país possui mais de 200 grupos étnicos e tem uma população rural que representa cerca de 50% da sua população total, estimando-se que mais de 40% da população é cristã e que mais de 40% da população é muçulmana. Esta diversidade da população nigeriana tem suscitado alguns conflitos étnicos e religiosos que, por vezes, têm interferido no desenvolvimento económico do país. Superar os problemas de segurança e encarar positivamente a multiculturalidade do país apresentase como o maior desafio que a Nigéria enfrenta atualmente. O país conta com uma área total de 923.768 Km 2 (cerca de 10 vezes o tamanho de Portugal) divididos por 36 estados e o território da capital federal, onde se encontra Abuja, a capital do país. A Nigéria faz fronteira com o Benim, o Níger, o Chade e os Camarões, beneficiando ainda de uma linha costeira de 853 km. A distribuição espacial da economia nigeriana demonstra diferenças marcantes entre o norte e o sul. O sul caracteriza-se por uma elevada densidade populacional e é onde se situam as maiores cidades do país. No entanto, também se verifica uma importante atividade agrícola no norte do país, com um volume populacional relevante. A incidência da pobreza evolui à medida que a distância à costa marítima aumenta. Enquanto as taxas de pobreza nos estados costeiros estão tipicamente abaixo dos 40%, essas taxas passam os 70% em muitas partes do centro e do extremo norte da Nigéria. Relativamente a outros países africanos, o desenvolvimento da agricultura é forte: existem poucas áreas com potencial agrícola que não estejam já a ser exploradas, o que se verifica com maior ênfase no norte do país. A Nigéria integra organizações económicas internacionais relevantes como é o caso da CEDEAO, da Commonwealth of Nations e ainda da OPEC (OPEP), beneficiando assim de relações privilegiadas com vários países. 21 CIA Factbook 58

2.1. Macroeconomia 22 A Nigéria tem beneficiado de anos de estável crescimento económico, proporcionando assim uma melhoria na qualidade de vida da população, diminuição da corrupção e desenvolvimento de setores chave para um crescimento sustentável do seu PIB. No entanto, o país ainda enfrenta grandes desafios. Em primeiro lugar, o desenvolvimento das suas infraestruturas de modo a conseguir diminuir os custos de produção e distribuição dos produtos; em segundo lugar, a segurança que afeta particularmente a produção de petróleo e, por fim, a aposta no capital humano, particularmente desafiante considerando a elevada taxa de pobreza e de analfabetismo da Nigéria. Tabela 5 Indicadores sociais (2012) Nigéria IDH Esperança média de vida Número médio de anos de estudo Analfabetismo Índice de pobreza multidimensional 153.º 52,3 anos 5,2 anos 38,7% 31% Fonte: Human Development Reports United Nations A Nigéria tem vindo a desenvolver recentemente consideráveis esforços no combate à corrupção, podendo-se, por exemplo, observar uma evolução positiva no índice de perceção da corrupção. Apenas com o desenvolvimento económico, alcançado através da abertura da sua economia, do combate à corrupção, de reformas estruturais em setores chave não relacionados com o petróleo e do investimento em capital humano, pode a Nigéria vir a afirmar-se enquanto líder no continente africano, garantindo assim um crescimento sustentável. 2.1.1. PIB da economia nigeriana 23 Como referido a Nigéria é o país com maior peso na região, representando mais de 66% do PIB da CEDEAO. Conjuntamente com o Gana e a Costa do Marfim, estes três países correspondem a 82,29% do PIB da CEDEAO. Gráfico 32 - Representação da percentagem do PIB dos EM na CEDEAO 24 Nigeria 66.17% Senegal 3.57% Outros 3.30% Benin 1.90% Serra Leoa 0.96% Togo 0.96% Niger 1.65% Mali 2.60% Gana 10.26% Guiné 1.71% Burquina Faso 2,63% Costa do Marfim 6.22% Libéria 0.45% Guiné-Bissau 0.23% Gâmbia 0.23% Cabo Verde 0.48% Fonte: Banco Mundial 22 Human Development Reports Nações Unidas 23 Banco Africano de Desenvolvimento 24 World Bank 59

A economia nigeriana sofreu um ligeiro abrandamento do seu crescimento, em 2011 e em 2012. Este abrandamento deveu-se ao elevado crescimento registado em 2010 e ao abrandamento do crescimento no setor petrolífero. Os setores agrícolas, comércio grossista e retalhista e petrolífero continuam a ser a base da economia nigeriana, apesar do decréscimo no setor petrolífero. No entanto, destaca-se pela positiva o forte crescimento do setor das telecomunicações. A Nigéria removeu os subsídios ao setor petrolífero e pretende depender menos das receitas do petróleo para se financiar, através da modernização da sua economia Gráfico 33 Evolução anual do PIB, em milhares US$ 300,000 250,000 200,000 150,000 262,606 243,986 228,638 207,116 168,587 100,000 50,000-2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: Banco Mundial Gráfico 34 - Taxa média anual de desemprego, em percentagem 30% 23.90% 25% 19.70% 21.10% 20% 14.90% 12.70% 15% 10% 5% 0% 2007 2008 2009 2010 2011 A previsão de crescimento económico mantém-se estável, apesar dos riscos relacionados com a segurança, fruto de conflitos religiosos, da falta de infraestruturas, nomeadamente que ajudem a contrariar as cheias anuais, e do abrandamento do crescimento económico mundial. Importa salientar que o forte crescimento económico vivido pela Nigéria ainda não se traduziu em níveis relevantes de criação de emprego ou de diminuição da pobreza, sendo um desafio futuro da economia. Fonte: FMI O desemprego continua a aumentar fixando-se em 23,9%, sendo os últimos dados disponíveis referentes ao ano de 2011. O crescimento económico não tem sido acompanhado por alterações estruturais na economia nigeriana geradoras de emprego. Os planos de desenvolvimento estabelecidos pelo Governo visam incentivar o crescimento de atividades não ligadas ao setor petrolífero. 2.1.2. Orçamento Geral do Estado 25 A política orçamental da Nigéria tem como objetivo a manutenção da estabilidade macroeconómica, visando a consolidação orçamental, a par do crescimento económico. O programa de consolidação orçamental estabeleceu como teto máximo um défice orçamental de 3% do PIB, o que tem sido eficientemente cumprido nos últimos anos. Esta política fiscal menos expansionista, bem como uma política monetária relativamente 25 Banco Africano de Desenvolvimento, 2013 60

rígida conduzida pelo Banco Central da Nigéria, têm conseguido manter a inflação em níveis considerados aceitáveis, a rondar os 12%. O governo visa reorientar os gastos do Estado, passando uma parte da despesa corrente para despesas em capital, visando assim melhorar as infraestruturas físicas. Como parte da consolidação orçamental, o Governo eliminou os subsídios ao setor petrolífero em 2012, que representaram 30% dos gastos totais do Estado em 2011 (cerca de 4,2% do PIB do país). A poupança realizada foi direcionada para programas de segurança social e projetos de investimento. O Governo tem conseguido alocar os seus recursos de acordo com os objetivos estabelecidos, dedicando assim uma parte relevante dos investimentos públicos à segurança (19,9%), educação (8,65%), saúde (6%), energia (3,5%), desenvolvimento e agricultura (1,7%) e serviços públicos (3,9%). No Orçamento de Estado para 2013 está projetado um défice de 2,17% do PIB, o que significa uma melhoria do défice de 2,85% obtido em 2012, sendo o objetivo do Governo manter esta política fiscal prudente e sustentável. Tabela 6 - Principais rubricas dos Orçamentos de Estado 2.1.3. Dívida pública 26 Indicador 2012 2013 2014 Receitas totais (em % do PIB) 29,20% 28,80% 29,10% Receitas fiscais (em % do PIB) 4,20% 4,00% 3,80% Receitas petrolíferas (em % do PIB) 23,40% 23,40% 23,80% Despesa corrente (em % do PIB) 18,80% 18,10% 17,50% Fonte: Banco Africano de Desenvolvimento Durante o forte crescimento do setor petrolífero nos anos 1970, a Nigéria investiu avultadas quantias em infraestruturas, tendo para isso contraído uma elevada dívida, que se tornou insuportável com a queda do preço do petróleo nos anos seguintes. No início do século XXI o país encontrava-se altamente endividado, nomeadamente devido ao acumular de juros compensatórios pelo atraso no pagamento do seu passivo. Este facto levou os seus principais credores internacionais a concederem-lhe um perdão de endividamento, mediante um pagamento imediato de uma parte relevante do mesmo, em 2006. Desde então a Nigéria tem vindo a aumentar novamente a sua dívida pública, tanto em termos brutos como em percentagem do PIB. A dívida pública nigeriana ascende a cerca de 18% do PIB, sendo mais de 80% deste passivo detido por credores domésticos. O Governo federal é responsável por cerca de 64% da dívida pública e 70% deste passivo de fonte doméstica, pelo que os Estados detêm cerca de 60% do endividamento público de fonte estrangeira e representam um total de 36% da dívida pública total. 26 Banco Africano de Desenvolvimento 61

Gráfico 35 - Dívida pública bruta, em milhares de milhões de NGN Gráfico 36 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB 9,000 8,000 7,000 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000-7,663 6,494 5,323 3,816 2,849 2008 2009 2010 2011 2012 20% 17.20% 17.76% 15.20% 15.49% 15% 11.60% 10% 5% 0% 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: FMI Apesar dos desenvolvimentos recentes serem bastantes positivos para a Nigéria, sendo inclusive o seu crescimento económico aparentemente estável, as agências de notação de crédito consideram que a economia da Nigéria está demasiado dependente do preço do petróleo. Reconhecem, no entanto, a estabilidade política, o crescimento económico e algumas das reformas introduzidas pelo governo na Nigéria como positivas, o que conduziu a evoluções positivas na notação concedida à Nigéria ao longo da última década. Ainda assim, o roubo de petróleo e a sabotagem aos oleodutos já custaram mais de US$ mil milhões ao Estado nigeriano apenas durante os primeiros 4 meses de 2013. Tabela 7 - Notação de crédito da dívida pública nigeriana Indicadores S&P Moody s Fitch Notação BB- BA3 BB- Perspetivas Estável Estável Estável Considerações Especulativo Especulativo Especulativo Fonte: S&P, Moody s e Fitch 2.2. Estrutura Produtiva A Nigéria é o maior produtor africano de produtos agrícolas, com especial relevo para a produção de cereais, arroz, óleo vegetal, raízes e tubérculos, citrinos, vegetais, nozes e frutas, o que concede alguma diversificação às exportações do país. No entanto, o setor agrícola sofreu durante anos da falta de infraestruturas. O setor contribuiu para 39,21% do PIB do país em 2012, tendo obtido um crescimento de 3,97% no mesmo ano, sendo previsto que o setor continue a crescer entre 4% e 5% nos próximos anos. 62

Gráfico 37 - Contribuição para o PIB dos setores de atividade na Nigéria (2012) Telecomunicações 7.05% Indústria 4.20% Finanças e seguros 3.37% Petróleo e gás natural 13.76% Comércio grossista e a retalho 19.92% Agricultura 39.21% Construção civil 2.19% Outros 6.58% Outros 3.73% Imobiliário 1.85% Serviços comerciais 0.95% Mineração 0.38% Hotelaria e restauração 0.55% Fonte: National Bureau of Statistics O crescimento populacional da Nigéria aliado ao aumento do rendimento disponível das famílias conduziu o país a uma condição de importador de alimentos, dado que a produção agrícola não tem aumentado a um ritmo suficientemente rápido (nomeadamente arroz, trigo, milho, peixe e açúcar). Outro setor relevante para a economia nigeriana é o comércio grossista e a retalho, contribuindo para 19,92% do PIB e que tem vivido anos de forte crescimento, sendo projetado um crescimento superior a 8% por ano para os próximos anos. Em terceiro lugar destaca-se o setor petrolífero que representa 13,76% do PIB nigeriano e que tem vindo a estabilizar a sua importância, nomeadamente devido a problemas relacionados com a segurança e infraestruturas, bem como com o desenvolvimento do preço internacional do petróleo desde 2010, dependente do crescimento dos principais países consumidores de petróleo. Finalmente, a economia do país tem sido impulsionada pelo crescimento do setor da tecnologia telecomunicações e entretenimento, que se destaca com crescimentos superiores a 30% por ano, representando já 7,05% do PIB do país. Dado o baixo nível de desenvolvimento atual deste setor, a margem para o crescimento é ainda muito elevada, pelo que se espera que o setor continue a apresentar um crescimento acima de 20% por ano (no ponto 4.4. Infraestruturas e energia pode encontrar-se uma descrição detalhada do estado atual da tecnologia e das perspetivas para o futuro). Tabela 8 - Contribuição para o PIB e crescimento dos setores de atividade na Nigéria, em 2012 e 2013 Contribuição para o PIB em 2012 63 Crescimento em 2012 O transporte de mercadorias, equipamentos, petróleo e gás é consideravelmente mais dispendioso na Nigéria do que em países comparáveis da África Subsariana Crescimento estimado (1ºT 2013) Agricultura 39,21% 3,97% 4,14% Mineração 0,38% 12,52% 12,00% Petróleo e gás natural 13,76% -0,91% -0,54% Indústria 4,20% 7,55% 8,41% Telecomunicações 7,05% 31,83% 24,53% Finanças e seguros 3,37% 4,05% 3,61% Comércio grossista e a 19,92% 9,61% 8,22%

Crescimento estimado para 2013 Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP retalho Construção civil 2,19% 12,58% 15,66% Hotelaria e restauração 0,55% 12,15% 13,61% Imobiliário 1,85% 10,41% 10,06% Serviços comerciais 0,95% 9,69% 8,63% Outros 6,58% 5,18% 5,37% Fonte: National Bureau of Statistics Analisando o crescimento de 2012 face ao estimado para 2013, os principais setores encontram-se em desaceleração, com exceção do Turismo, Construção e Indústria, no entanto, todos eles com peso relativamente pequeno no PIB. Gráfico 38 - Crescimento e contribuição para o PIB dos setores de atividade na Nigéria (2012 e 2013) 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Agricultura; 4.14% (2013) Petróleo e gás natural; - 0.54% (2013) Hotelaria e restauração; 13.61% (2013) Construção civil; 15.66% (2013) Indústria; 8.41% (2013) Comércio grossista e a retalho; 8.22% (2013) Telecomunicações; 24.53% (2013) (5%) (10%) (5%) 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% Crescimento do sector em 2012 Fonte: National Bureau of Statistics 2.3. Política económica 2.3.1. Perspetivas Futuras 27 De acordo com um relatório do Citigroup de 2011, a Nigéria será o país com a maior taxa média de crescimento anual do PIB no mundo, entre 2010 e 2050, incluindo-se assim no grupo designado como Global Growth Generators 28. Considera-se que a Nigéria sofreu durante anos da chamada maldição dos recursos naturais, no entanto, o país está a começar a demonstrar capacidade para gerir eficazmente os seus recursos. Desta forma espera-se que o crescimento médio do PIB per capita entre 2010-2050 seja de 6,9% por ano. 27 Banco Africano de Desenvolvimento, FMI, World Bank e Citigroup 28 Global Growth Generators: Bangladesh, China, Egito, Índia, Indonésia, Iraque, Mongólia, Nigéria, Filipinas, Sri Lanka, Vietname 64

Gráfico 39 - Crescimento anual do PIB real 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0.10% 2.50% 4.30% 2.70% 1.88% 1.10% 5.40% 3.10% 1.55% 10.60% 10.30% 7.98% 7.20% 6.45% 7.36% 7.00% 6.96% 6.55% 6.70% 6.20% 5.98% 5.40% 0% 1994 1998 2002 2004 2006 2010 2012 2018 A inflação, acima dos 11%, embora elevada, quando comparada com países de desenvolvimento médio, é em grande medida influenciada pela dependência externa dos preços dos alimentos, do preço petróleo e suscetível às condições climatéricas que tenham impacto na produção agrícola interna. No entanto, as restrições na política monetária e a estabilidade do preço do petróleo poderá permitir, ao longo dos próximos anos, uma queda da inflação para valores inferiores a 10%. Fonte: Banco Mundial e Citigroup Os grandes desafios da Nigéria centram-se no desenvolvimento do seu capital humano. O país necessita de fortes investimentos na educação e na saúde de forma a poder garantir a qualidade de vida da sua população, bem como a qualidade da sua força de trabalho. Encontram-se previstas reformas agrícolas e o desenvolvimento de infraestruturas que permitam o escoamento rápido e eficaz dos produtos, bem como incentivos ao desenvolvimento do setor privado e reformas institucionais nos diversos organismos do Estado. 2.3.2. Prioridades estratégicas da Nigéria 29 A Nigéria estabeleceu um plano de desenvolvimento económico designado Nigeria Vision 20: 2020 (NV20), que deve ser implementado em três planos de implementação de médio prazo. O primeiro plano de implementação de médio prazo cobre o período 2010-2013, o segundo o período 2014-2017 e o terceiro plano de implementação compreende o período 2018-2020. A visão baseia-se em dois objetivos específicos que pretendem ser alcançados até 2020: PIB nominal não inferior a US$ 900 mil milhões; e, PIB per capita não inferior a US$ 4 mil. Para se alcançarem estes objetivos, foram definidas um conjunto de prioridades estratégicas em termos políticos, macroeconómicos e nos principais setores da economia. 29 Nigeria Vision 20: 2020 Economic Transformation Blueprint 65

Tabela 9 - Objetivos NV20 Aspirações nacionais Política Macroeconomia Agricultura Saúde Indústria Infraestrutura Educação Democracia estável, pacífica e harmoniosa. Uma economia estável e internacionalmente competitiva, com um PIB não inferior a US$ 900 mil milhões e um rendimento per capita não inferior a US$ 4 mil. Um setor agrícola tecnologicamente modernizado que explore a totalidade dos recursos agrícolas do país, garanta a segurança alimentar nacional e contribua para ganhos na balança comercial. Um setor que contribua e sustente a esperança média de vida do país não inferior a 70 anos e reduza ao mínimo as doenças infeciosas, entre outras. Um setor competitivo que contribua pelo menos para 40% do PIB. Serviços adequados, cujas infraestruturas garantam a completa circulação de todos os setores económicos. Um sistema de educação moderno que proporcione oportunidades para atingir um capital humano adequado, competente e no seu máximo potencial. O grupo de trabalho dedicado à implementação do primeiro plano, subjacente ao tema acelerando o desenvolvimento, a competitividade e a criação de riqueza, foca-se no estabelecimento das fundações necessárias para atingir os objetivos propostos para 2020, começando pelas infraestruturas, as fontes de crescimento e o capital humano. Tabela 10 Objetivos do 1.º Plano de Implementação Seis grandes objetivos 1. Diminuir a lacuna infraestrutural para permitir o desencadear do crescimento económico e da criação de riqueza; 2. Otimizar as fontes de crescimento económico de modo a aumentar a produtividade e competitividade; 3. Estabelecer uma base de capital humano produtivo, competitiva e funcional com vista ao crescimento económico e ao progresso social; 4. Desenvolver uma economia baseada no conhecimento; 5. Melhorar o sistema de governação, a segurança, a lei e a ordem, bem como promover um uso mais eficiente e eficaz dos recursos naturais de modo a promover a harmonia social e um ambiente empresarial propício ao crescimento; e, 6. Fomentar o desenvolvimento económico e social acelerado e sustentável de forma competitiva e ecológica. O Governo pretende continuar e incentivar as reformas nos setores petrolífero, energético e dos serviços públicos, a par do combate à corrupção e da melhoria dos níveis de cumprimento da lei. Tabela 11 Quadro macroeconómico de base para o NV20 Desenvolvimentos 1999-2009 Desenvolvimentos no setor real Crescimento médio anual do PIB real em cerca de 6,5%; Crescimento sustentado por setores não-petrolíferos; Crescimento superior ao crescimento populacional médio de 3,2% por ano; e Um setor agrícola dominante na economia durante esse período. Setor externo Balança corrente positiva no período 1999-2008 (saldo negativo em 2009 foi provocado pela crise económica); A Nigéria abandonou o grupo dos Países Pobres Altamente Endividados (PPAE), mantendo desde então um rácio dívida/pib baixo; e Taxa de câmbio estável. Operações orçamentais Política orçamental do Governo baseada na consolidação orçamental e na promoção de emprego, crescimento e desenvolvimento; e Elevadas receitas de fontes petrolíferas. 66

Desafios ao desenvolvimento Infraestrutura desadequada e agricultura de subsistência; Fraca pesquisa focada no desenvolvimento e na inovação; Contribuição reduzida da indústria para o emprego e elevado desemprego jovem; Receitas do Estado demasiado dependentes das receitas petrolíferas; e Preocupações sobre o crescimento da dívida nacional. Perspetiva económica global O ambiente económico internacional é essencial para o desenvolvimento da Nigéria; Dependência da recuperação do crescimento económico mundial; Principais consumidores de petróleo empenham-se cada vez mais para diminuir a sua dependência do petróleo; o o Os EUA lançaram uma nova política energética que incentiva fontes de energia alternativas e eficientes; Aproveitamento das extensas reservas petrolíferas do país, para permitir ao país criar uma conjuntura de não dependência face ao petróleo; O maior desafio na gestão da política macroeconómica durante o período de implementação do programa NV20 será a diversificação da estrutura económica, para setores não dependentes do petróleo; e, Quadro macroeconómico irá focar-se na manutenção da estabilidade macroeconómica de modo a posicionar a economia numa trajetória de crescimento sustentável, sem pressões inflacionistas. Estratégias de política macroeconómica Os 3 Pilares Garantir a produtividade e o bem-estar da população; Otimização das fontes chave do crescimento económico; e, Fomento do desenvolvimento económico e social sustentável. As estratégias Crescimento económico de dois dígitos e manutenção de fundamentos económicos fortes; Diversificação da economia; Estimular o setor industrial e fortalecer as suas ligações; Elevar a competitividade relativa do setor real; Desenvolver o setor financeiro; Investimento massivo em infraestrutura e capital humano; e, Adoção de uma política orçamental e monetária pragmática, com atenção ao comércio externo e à dívida pública. O total de investimento para o primeiro plano de implementação é de cerca USD 185 mil milhões, sendo que USD 60 mil milhões serão investidos pelo Governo Federal da Nigéria, USD 55 mil milhões pelos Estados e USD 80 mil milhões pelo setor privado. 67

2.4. Infraestruturas e energia 30 O estado das infraestruturas na Nigéria Figura 5 - O Estado das Infraestruturas em África - Nigéria Fonte: Africa gearing up, PwC 2013 Apesar das infraestruturas na Nigéria ilustrarem a concentração espacial da atividade económica no sul, o país (contrariamente aos seus vizinhos) desenvolveu acessos de alcance nacional. São poucas as áreas que permanecem sem acessos ao nível nacional. A condição da rede de estradas é porém muito irregular, 30 Africa Infrastructure Country Diagnosis e Banco Africano de Desenvolvimento 68

afetando negativamente a conetividade nacional, sendo que algumas estradas têm simultaneamente troços em boas e em péssimas condições. Existem 5 pontos onde as redes rodoviárias nigerianas intersetam a rede regional, nomeadamente na costa este-oeste e em alguns corredores que ligam ao interior do país. A rede elétrica tem alcance nacional e quase todos os grandes centros de produção de energia estão ligados ao sistema nacional. Apesar do sistema GSM de telecomunicação ter uma boa cobertura, existem regiões, principalmente a norte, que sofrem falhas e interrupções frequentemente. A nível de integração regional, a Nigéria encontra-se ligada a cabos submarinos que rodeiam a costa oeste da África (SAT-3, MAIN-1 e Glo-1), no entanto, o país não tem ligação terrestre de fibra-ótica com os seus vizinhos. Quanto ao setor agrícola, apesar da sua vasta implantação e níveis de produtividade, as áreas irrigadas são reduzidas e muito dependentes dos rios. Os recursos naturais concentram-se fundamentalmente concentrados na zona sudeste do país, já próximo da costa litoral. Figura 6 - Recursos naturais Fonte: Afric a Infrastructure Country Diagnosis No domínio dos transportes públicos, estes verificam-se como desadequados, e têm encorajado a utilização de motociclos para o transporte comercial e de passageiros. O transporte fluvial, esse, mantém-se estagnado, tal como as infraestruturas do setor, apesar do país ter cerca de 3.300 kms de vias fluviais navegáveis. Não obstante essas vias terem como objetivo conferir acesso à costa, não estão ainda adequadas à navegação devido à falta de alargamento das vias, e à falta de navios modernos. 69

Relativamente ao setor energético, a rede elétrica nigeriana está ligada ao Níger a norte, existindo planos para ligar a Nigéria ao Benim e ao Níger, no contexto do Grupo de Energia da África Ocidental. No entanto, a rede elétrica da Nigéria ainda não está ligada aos Camarões. O Gasoduto da África Ocidental liga o Gana à Nigéria, através do qual é exportado gás para fins de produção energética. Apesar do estado de algumas das suas infraestruturas, a Nigéria fez importantes progressos infraestruturais nos últimos anos. Comparando com a maioria dos países da África Subsariana, tem uma rede energética, rodoviária, ferroviária e tecnológica (telecomunicações e plataformas informáticas) que cobre uma extensa área do país. Tabela 12 - Realizações e desafios dos setores de infraestruturas Transportes aéreos TIC Portos Energia Realização Expansão recente do mercado interno; Surgimento de transportadoras regionais importantes; Novas rotas para a Europa e para os EUA; Avanços significativos na supervisão da segurança. Cobertura GSM de baixo-custo extensiva; Setor de linha fixa competitivo; Rede de fibra ótica privada extensa. Adoção de um modelo de concessão moderno; Emissão de inúmeras concessões. Elevadas taxas de eletrificação; Restruturação do setor e aumento das tarifas. Desafios Desenvolver o potencial como centro regional de transporte aéreo; Concessão de aeroportos. Aumentar a penetração de serviços TIC; Reduzir os custos de serviços online; Tornar o mercado mais eficiente. Melhorar o desempenho alfandegário; Melhorar os acessos marítimos e térreos; Planear o incremento de novas capacidades. Investimento para melhorar a confiança nos serviços; Combater as enormes ineficiências do setor. Ferroviário Extensa rede ferroviária nacional. Melhorar o desempenho para aumentar o fluxo. Rodoviário Extensa rede rodoviária nacional. Aumento dos fundos para manutenção rodoviária; Melhorar os acessos rurais. Recursos hídricos Água e saneamento Progresso no quadro institucional. Desenvolver o potencial de irrigação de altoretorno. Melhorar o acesso a bons serviços de água; Melhoria dos hábitos sociais; Combater as enormes ineficiências dos serviços; Maior atenção a poços e furos; Melhorar a qualidade de latrinas tradicionais. Transportes A densidade rodoviária da Nigéria é de 0,21km de estrada por km 2, o que fica bem acima da média da África Central e Ocidental de apenas 0,06km de estradas por km 2, chegando a ser semelhante à densidade verificada em países como a África do Sul, o México ou o Brasil. De igual maneira, o volume do tráfego na rede rodoviária nigeriana é relativamente elevado quando comparado com o verificado em países similares, o que indica que a rede está a ser efetivamente utilizada. Estima-se que a rede rodoviária da Nigéria seja superior a 197.000 km, sendo que apenas 18% estão pavimentados. A rede primária federal é responsável por cerca de 9% do total, com os Estados a gerir a maioria das estradas 70 A rede rodoviária é responsável por cerca de 90% do transporte interno e transfronteiriço de mercadorias

secundárias que totalizam aproximadamente 24% da rede total. O remanescente da rede rodoviária está sob a gestão dos governos locais, correspondendo a acessos às comunidades locais. Cerca de 30.000 km da rede rodoviária estão localizados em áreas urbanas. Os maiores problemas da rede rodoviária estão relacionados com a desadequação dos serviços devido à falta de manutenção o que conduz a um mau estado da rede rodoviária. Adicionalmente, problemas com segurança, aplicação da lei e criminalidade são comuns. Estima-se que em 2010 a frota de veículos de 4 rodas fosse de cerca de 5,2 milhões de veículos e a frota de veículos de 2 rodas de cerca de 5,2 milhões. A frota total de veículos tem crescido cerca de 10% por ano, no entanto, quando se tem em consideração a população do país, estes números perdem alguma importância, dado ainda se encontrarem muito abaixo da densidade encontrada em países como a África do Sul, o Brasil ou a Rússia. Figura 7 - Cobertura nacional da rede de transportes da Nigéria Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 71

Tabela 13 - Indicadores das infraestruturas rodoviárias da Nigéria comparados com países africanos de baixo e de médio rendimento, com referência a 2006 Unidade Países ricos em recursos Nigéria Países de rendimento médio Densidade das estradas pavimentadas Densidade das estradas não-pavimentadas Km/1000 km 2 de terra arável 59,1 174,1 318,4 Km/1000 km 2 de terra arável 38,0 94,2 278,4 Acessibilidade rural ao SIG % de população rural residente até 2 km de distância de uma estrada 26,0 19,7 31,5 Tráfego nas estradas pavimentadas Tráfego nas estradas nãopavimentadas Condição da rede pavimentada Condição da rede nãopavimentada Média anual do tráfego diário 1.408,2 1.772,4 2.558,3 Média anual do tráfego diário 24,7 32,7 74,7 % em condições boas ou razoáveis 67,9 67,4 82,0 % em condições boas ou razoáveis 61,4 32,9 57,6 Qualidade percecionada dos transportes Sobreinvestimento Subinvestimento % de empresas que identificam as estradas como grande constrangimento % da rede pavimentada com menos de 300 veículos por dia % da rede não pavimentada com mais de 300 veículos por dia 30,2 29,9 18,2 19,8 4,8 18,4 9,3 26,7 20,0 Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis A Nigéria tem ainda um pequeno nível de sobreinvestimento (estradas cujo investimento foi demasiado alto para as necessidades reais) mas acima de tudo tem um elevado nível de subinvestimento (estradas que necessitam de mais investimento mediante a realidade). Nota-se que uma extensão relevante dos acessos rurais irá requerer uma estratégia de alinhamento das políticas de desenvolvimento do setor das infraestruturas rodoviárias e do setor agrícola. A rede rural rodoviária nigeriana totaliza cerca de 85.000 km, no entanto, para garantir acesso a estradas durante todo o ano a 75% das populações rurais necessitaria da extensão em mais 20.000 km. Adicionalmente, a Nigéria tem pouco mais de 54% da média da densidade das estradas pavimentadas verificada nos países africanos de rendimento médio, e apenas cerca de 34% da média da densidade das estradas não-pavimentadas verificada nos países africanos de rendimento médio. A Nigerian Railway Company detém uma frota com cerca de 200 locomotivas, apesar da maioria não estar operacional A rede ferroviária estende-se por um total de 4.332 km, no que corresponde a cerca de 3.505 km de rotas, sendo que apenas pouco mais de 30 km são em duas vias e concentram-se na zona de Lagos. A Nigéria tem uma das mais extensas redes ferroviárias de África, sendo apenas inferior em comprimento à rede ferroviária da África do Sul. Apesar de historicamente as ferrovias da Nigéria se encontrarem entre as melhores da África Ocidental, nos últimos anos tem havido um fraco investimento na requalificação de algumas linhas. Apesar da procura potencial por serviços ferroviários existente, o tráfego em volume tem vindo a diminuir de modo latente nas últimas décadas. A larga população e economia da Nigéria constituem as bases para uma enorme procura tanto para o transporte de passageiros, como para o transporte de mercadorias. Devido a um 72

desempenho deficiente e a serviços de má qualidade, o transporte ferroviário de mercadorias e passageiros caiu consistentemente entre 1960 e 2005. Com o reconhecimento da importância do setor dos transportes ferroviários para o país pelo Governo, algumas linhas essenciais foram construídas, concluídas ou melhoradas. Assim a linha de Lagos Kano que se estende por 1.224 km encontra-se agora operacional e espera-se que as linhas de Port Harcourt Maiduguri e de Itakpe Aajaokuta venham a estar brevemente operacionais. Foram compradas 25 novas locomotivas, bem como reformados alguns vagões e carruagens. Estas reformas resultaram num crescimento significativo, passando a rede ferroviária de 1 milhão de passageiros em 2009 para cerca de 4,2 milhões de passeiros em 2012. Tabela 14 - Indicadores das infraestruturas ferroviárias para a Nigéria e outros países selecionados, com referência a 2006 NRC (Nigéria) GRC (Gana) OCBN (Benim) SITARAIL (Costa do Marfim- Burkina Faso) TRANSRAIL (Senegal Mali) CAMRAIL (Camarões) SPOORNET (África do Sul) Concessionado (1) / Estado (0) Densidade de tráfego, carga, 1.000 t-km/km 1 1 0 1 1 1 0 15 242 148 494 318 1.091 5.319 Eficiência Pessoal: 1.000 taxas unitárias por colaborador Carruagem: 1.000 passageiros-km por carruagem Carruagem: 1.000 t- km por vagão Disponibilidade das locomotivas em % 37 84 40 481-603 3.037 737 416 900 862-4.738 596 59 458 74 1.020 804 868 925 13 7 3 35 40 26 - Tarifas Taxas unitárias médias, carga, US$ cêntimos/t-km Taxas unitárias médias, passageiros, US$ cents/passageiroskm - 2,4 2,0 3,3 2,2 2,2 - - 4,4 5,8 5,5 3,3 5,2 - Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis A Nigéria conta com cerca de 3.800 kms de vias navegáveis nos 12 principais rios do país, com notável destaque para a importância do rio Níger e do rio Benue. A Nigéria tem ainda um fraco desempenho no índice de qualidade das infraestruturas portuárias (Fórum Económico Mundial), obtendo em 2012 apenas 3,6 pontos, em 7. Este desempenho encontra-se abaixo de alguns dos países comparáveis, como a África do Sul (4,7 pontos) mas, ainda assim, acima de países como o Brasil (2,6 pontos). Convém ainda notar que a qualidade dos portos nigerianos tem vindo a aumentar, tendo o país passado de 2,6 pontos em 2008 para 3,6 pontos em 2012, com crescimento em todos os anos. 73 Os rios Níger e Benue são as principais ligações aos portos marítimos de Apapa, Tin Can, Warri, Port Harcourt, Onne e Calabar

O sistema portuário da Nigéria tem tradicionalmente colocado entraves ao desenvolvimento económico do país, devido à sua capacidade condicionada e aos elevados custos operacionais. O tempo médio de espera dos contentores nos maiores portos da Nigéria varia entre 30 a 40 dias, enquanto o benchmark internacional aponta para uma média de 7 dias em 2010. Uma reforma profunda das infraestruturas portuárias começou no ano 2000. Essa reforma visava diminuir os maiores constrangimentos ao funcionamento eficiente das operações e assim facilitar as atividades de importação e exportação. Esta reforma foi bem planeada e, inclusive, bem implementada na maioria do sistema portuário nigeriano. As alterações incluíram a concessão da exploração dos portos, bem como a concessão ao setor privado da maioria das operações de movimentação de carga. De modo a adaptar o país aos novos modelos de gestão dos portos, a Autoridade Portuária Nigeriana (NPA, na sigla inglesa) foi profundamente restruturada, passando a existir 4 autoridades portuárias autónomas: Lagos, Calabar, Port Harcourt e Delta. De acordo com esta reforma as funções da NPA são de planeamento e desenvolvimento das infraestruturas portuárias, facilitação do financiamento de novas construções através de contratos de construção, exploração e transferências (BOT), concessões a operadores privados para prestação de serviços portuários, arrecadação das tarifas portuárias e, genericamente, agir como a entidade concessionária em nome do Governo. No entanto, as reformas não conseguiram ainda combater os problemas de base que afetam negativamente o sistema portuário da Nigéria, tal como um baixo desempenho das alfândegas e níveis elevados de corrupção. A nível dos transportes aéreos a Nigéria registou melhorias significativas ao longo da década de 2000, principalmente a nível dos voos domésticos. O país encontra-se no grupo restrito de países da África Subsariana que tem autorização para operar voos para os EUA, em companhias nacionais, dado a supervisão de segurança aérea nigeriana ser considerada boa para os padrões americanos. O recurso aos portos interiores ainda é muito limitado, tanto no transporte de passageiros como no transporte de mercadorias Tabela 15 - Indicadores de referência para o transporte aéreo para a Nigéria e outros países selecionados 31 Tráfego Nigéria Gana Costa do Marfim Senegal Quénia Tanzânia Lugares domésticos (milhões por ano) 9,3 0,14 0 0,13 2,09 1,87 Lugares em viagens internacionais para África (milhões por ano) Lugares em voos intercontinentais (milhões por ano) 1,3 0,91 0,85 1,26 3,14 1,27 2,44 0,83 0,3 1,23 2,76 0,59 Lugares disponíveis per capita 0,09 0,08 0,06 0,23 0,28 0,12 Qualidade % de lugares-km em aviões de pequeno e médio porte 29,6 15,7 52,3 39,3 23,3 48,6 % de lugares-km em novos aviões 71,4 96,8 90,8 98,3 80,2 79,3 Número de companhias na lista negra da UE 0 0 0 0 0 0 FAA/IASA auditoria N/A Não Não N/A Não Não % de companhias 28,6 0 0 50,0 11,1 33,3 Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 31 Ano de referência: 2007 74

Apesar do tráfego aéreo ter crescido rapidamente as ligações permanecem as mesmas e maioritariamente centradas nos países da CEDEAO. O que se torna impressionante dada a importância da Nigéria na região é que as ligações relevantes centram-se nas ligações Lagos-Acra e Abuja-Lagos. A Nigéria é servida por 4 aeroportos internacionais (Lagos, Abuja, Kano e Port Harcourt) e por cerca de 20 aeroportos domésticos, os quais são detidos e operados pela Federal Airports Authority of Nigeria (FAAN). A infraestrutura aeroportuária nigeriana conta com 62 pistas de aviação, das quais 32 estão pavimentadas Lagos ainda não assumiu o seu papel como centro de transporte aéreo para a região. Enquanto na África Oriental e na África Austral algumas cidades desenvolveram-se já como um centro de transportes para as respetivas regiões, tal como Joanesburgo, Nairobi e Adis Abeba, não existe ainda um centro equivalente para a África Ocidental, sendo expectável que o aeroporto de Lagos venha a assumir esse papel, dada a sua localização e dimensão. Esperam-se pois desenvolvimentos nesta área, com a reforma da Autoridade Federal Aeroportuária da Nigéria e com a concessão de alguns terminais de diversos aeroportos ao setor privado, como é o caso do aeroporto de Terminal Internacional de Lagos II. Energia A Nigéria alcançou taxas de eletrificação relativamente elevadas, principalmente nas áreas urbanas, sendo que o acesso à eletricidade tem vindo a expandir-se rapidamente. No entanto, a Nigéria enfrenta problemas relativamente à sua capacidade instalada e ao funcionamento de alguma da sua produção. Adicionalmente, o setor energético na Nigéria pode ser caracterizado pelos seus elevados níveis de ineficiência operacional e por preços demasiado baixos, mesmo quando comparados com qualquer grupo de países semelhantes. Assim, as ineficiências no setor energético têm custos ocultos muito avultados, sendo estimados em mais de 1% do PIB. A rede nigeriana de gasodutos estende-se por 3.071 km para gás natural, 124 km para gás condensado e 156 km para GPL. A capacidade instalada de geração de energia em infraestruturas públicas, em 2010, era de cerca de 6.978 MW, no entanto, em 2012 apresentava apenas uma disponibilidade de 4.300 MW, equivalente a apenas 48% da capacidade instalada. Por sua vez, a capacidade instalada de geração de energia em infraestruturas privadas era de 9.384 MW, em 2011. No entanto, a capacidade disponível nesse ano foi de apenas 5.400 MW. Perante uma procura estimada entre 10.000 MW e 12.000 MW, a capacidade disponível conjunta de 8.760 MW. O impacto económico do défice energético da Nigéria é ainda significativo. De acordo com alguns inquéritos realizados a empresas, a Nigéria é afetada por interrupções no fornecimento de energia em mais de 320 dias por ano, um nível muito mais elevado do que o verificado em outros países africanos. Como consequência, 60% das empresas nigerianas têm os seus próprios geradores, novamente uma percentagem substancialmente superior a verificada em outros países africanos. Estima-se que as perdas no setor privado resultantes das falhas de energia atinjam quase 10% das receitas totais. 75

Figura 8 - Infraestrutura da rede de eletricidade da Nigéria Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis Tabela 16 - Indicadores energéticos de referência Unidades Países ricos em recursos Nigéria Início dos anos 2000 Nigéria Fim dos anos 2000 Países de rendimento médio Capacidade instalada de produção de energia MW/milhões de pessoas 43,2 41,7 38,1 798,6 Consumo de energia kwh/capita 205,7 151,9 107,6 4.479,3 Falhas de energia Dias/ano 14,5 321-5,9 Empresas que dependem do seu próprio gerador Perdas devido a falhas de energia % consumo 44,9 60,9-10,9 % vendas 7,0 8,9-1,6 Acesso a eletricidade % população 46,0 51,3 48,6 59,9 Acesso urbano a eletricidade Acesso rural a eletricidade Crescimento do acesso a eletricidade % população 79,4 84,0 85,0 85,2 % população 28,0 34,6 31,0 31,8 % população/ano 2,4 2,8 0,6 1,5 Cobrança das faturas % faturação 81,1 63,5 88,0 100,0 Perdas na distribuição % produção 25,8 30,0 20,0 10,1 Recuperação de custos % custos totais 53,9 28,0 31,0 100,0 Totais de custos ocultos em % das receitas % 168,3 548,2 246,6 0,1 Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 76

Tabela 17 Desafios identificados pelo Governo no setor energético Desafios ao setor energético Capacidade instalada de produção de energia desadequada; Fornecimento de combustível insuficiente para as centrais térmicas; Problemas relacionados com a tecnologia utilizada na produção de energia; Um sistema de transmissão e distribuição de energia sobrecarregado, com equipamentos ineficientes e obsoletos, um sistema de controlo e gestão antiquado e roubos frequentes de equipamento; Quadro regulatório e institucional fraco; Ambiente desadequado para a atração de investimento privado; Política de preços desajustada conciliada com uma reduzida capacidade de faturação, tornando o setor financeiramente não-sustentável; Constrangimentos da capacidade e qualidade da força de trabalho no setor. Água e saneamento A Nigéria tem extensos recursos hídricos, com uma capacidade total em barragens de 51 mil milhões de metros cúbicos. Cerca de 47% da capacidade total das barragens nigerianas está alocada exclusivamente à produção de energia hidroelétrica, cerca de 41% para múltiplos objetivos e finalmente, cerca de 12% exclusivamente para a irrigação e o fornecimento de água. No ano de 2010, apenas 4% da população nigeriana tinha acesso a água canalizada, abaixo da média da África Subsariana (16%) e ainda bem abaixo da média dos países africanos de rendimento médio (60%). O acesso a água tratada é muito superior nas áreas urbanas, chegando a 74% da população urbana, enquanto nas áreas rurais mais de metade da população depende de poços e nascentes não protegidos ou tratados. A maioria dos problemas relacionados com o fornecimento de água está relacionada com o desencontro entre as receitas provenientes dos serviços prestados e os custos associados. A maioria dos Estados nigerianos não tem fundos para investir dado os baixos preços praticados pelos serviços públicos, para além das dificuldades de cobrança das taxas aplicadas. Figura 9 - Infraestruturas de irrigação da Nigéria Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 77

Adicionalmente, apenas cerca 33% da população tinha acesso a saneamento básico em 2010, sendo que este indicador tem vindo a piorar ao longo dos anos, devido ao aumento populacional nas zonas em zonas urbanas de modo pouco controlado e à dificuldade de incremento de cobertura nas zonas rurais. Tabela 18 Saneamento básico na Nigéria Problemas relacionados com o saneamento básico na Nigéria A falta de mecanismos públicos de intervenção que estejam alinhados com as políticas utilizadas, deixando às populações a responsabilidade de aquisição dos equipamentos necessários; Pobreza nas zonas rurais, o que dificulta a aquisição de equipamentos pela população nestas zonas; Capacidade insuficiente dos níveis de governação relacionados com o planeamento e implementação dos programas que atinjam os objetivos ambiciosos estabelecidos; Falta de mecanismos que suportem a entrada de investidores privados para o fornecimento de serviços relacionados com o saneamento básico. 78

Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) O número total de utilizadores da internet e linhas de telefone móvel e fixa ascendeu a 143 milhões, em 2011, o que corresponde a mais de 85% da população nigeriana. A cobertura de rede GSM alcança mais de 70% da população. O investimento privado em infraestruturas de telecomunicações no período 2005-2010 totalizou cerca de US$ 3,4 mil milhões, com valores muito superiores a serem investidos na operação e manutenção da rede. Nota-se ainda que a política de liberalização do Governo resultou na entrada de 30 operadoras no mercado nigeriano apenas em 2009. A Nigéria conseguiu avanços significativos no desenvolvimento das suas infraestruturas TIC. Em particular, o país foi bem-sucedido no desenvolvimento de uma rede de fibra-ótica a nível nacional. Contrariamente a outros países africanos que estão a desenvolver as suas redes através de infraestruturas públicas, a Nigéria optou por liberalizar o mercado da fibra-ótica, o que resultou num investimento privado avultado neste setor. No entanto, é pouco provável que o setor privado invista na extensão desta rede para pequenos centros urbanos ou comunidades rurais. Apesar do desenvolvimento impressionante na última década, um grande fosso digital continua a separar a Nigéria das economias mais avançadas do mundo. Este fosso é especialmente notório no que toca à qualidade das infraestruturas, ao custo do acesso da população e à falta de competências relacionadas com o setor. A penetração de telemóveis foi de 67 por 100 pessoas em 2012 o que contrasta com uma penetração de 2 por 100 pessoas em 2003, demonstrando assim o rápido crescimento do setor no país. No entanto, um dos grandes constrangimentos a maiores progressos na penetração das tecnologias de comunicação é o seu custo e o baixo nível de rendimento da população. Apesar do declínio dos preços verificados nos últimos anos, fruto do aumento da competitividade, os preços ainda são superiores ao desejável, principalmente no acesso à internet, pelo que incentivos ao investimento privado em prol da competitividade são ainda necessários (ver ponto 2.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas, para uma análise dos desenvolvimentos previstos para o setor). Figura 10 - Cobertura das redes TIC Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 79

2.5. Grandes projetos de investimento previsto em infraestruturas 32 A adequada implementação do programa de investimento em infraestruturas facilitará atingir o objetivo de US$ 900 mil milhões de PIB e US$ 4.000 de PIB per capita para. Este crescimento colocaria a economia nigeriana no mesmo patamar que países como a Austrália, a Polónia ou Taiwan em termos de dimensão absoluta. Os gastos previstos de US$ 448 mil milhões no desenvolvimento e manutenção de infraestruturas teriam um enorme impacto no mercado doméstico de trabalho, na redução da pobreza e no setor privado. No mercado de trabalho significaria a criação de cerca de 4,5 milhões de empregos, com um custo estimado de US$ 126 mil milhões em salários. Melhores infraestruturas têm um papel fundamental na redução da pobreza, com um impacto direto no rendimento, na saúde, nutrição, educação e coesão social, (estima-se que com a implementação deste plano o número absoluto de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza diminua de 108 milhões em 2010 para 98 milhões em 2020). Um investimento tão significativo gerará oportunidades reais para a comunidade empresarial no país, nomeadamente no fornecimento de bens e serviços à construção e manutenção das infraestruturas, bem como pelos benefícios inerentes à atividade económica de uma rede de infraestruturas muito mais eficiente. Investimentos previstos O programa envolve investimentos de cerca de US$ 137 mil milhões em bens de capital, US$ 90 mil milhões dos quais em infraestruturas e US$ 47 mil milhões na renovação e expansão da frota dos transportes; Uma parte substancial destes equipamentos será importada, dada a limitada capacidade da indústria interna; Cerca de US$ 184 mil milhões serão gastos em materiais de construção, peças sobressalentes e outros bens necessários às atividades de investimento e manutenção; Estima-se que este programa de investimento venha a aumentar a procura doméstica por bens e serviços importados. 32 Nigeria Vision 20: 2020 80

Transportes Setor Objetivos Rodoviário Cerca de 145.000 km da rede atual (cerca de 75% do total) será reabilitada e melhorada, incluindo a reabilitação e melhoria de estradas terciárias; Cerca de 7.993 km das estradas federais primárias e secundárias passarão a ter duas vias; A rede irá expandir cerca de 2.900 km (incluindo 726 km na Autoestrada Níger Delta Coastal e 1.000 km em novas estradas secundárias geridas pelos Estados, em resposta à contínua urbanização do país; Manutenção periódica de 24.925 km de estradas federais no período 2011-15 e manutenção de rotina de 19.290 km de estradas no período 2011-20. Ferroviário Conclusão prioritária da reabilitação de 85% das vias existentes e conclusão da linha Ajaoukuta Warri; A reabilitação inclui ligações ferroviárias aos principais portos nigerianos; Construção de uma forte rede de transportes ferroviários em Lagos e Abuja; Concessão das linhas ferroviárias Lagos Kano e Port Harcourt Maiduguri; Construção das linhas ferroviárias aos armazéns no interior, de modo a liga-los aos portos marítimos, aeroportos internacionais e principais centros económicos e industriais; Expansão da rede atual em 784 km nas linhas Abuja/Idu Kaduna, Abuja portos de Lagos, Warri e Port Harcourt, Abuja Minna, Kafanchan e Itakpe, Calabar Cidade de Benim (Nigéria). Portos Construção de novos grandes portos marítimos de águas profundas, um no Sudoeste (em Lekki, Badagry ou Olokola) e outro no Sudeste (em Bonny ou em Akwa Ibom); Contratos de concessão para melhorar a gestão; Investimentos em movimentação de carga e no aprofundamento dos cais para uma média de 13 metros, para permitir maiores navios; Aprofundar os canais em aproximadamente 3 metros, particularmente os canais do complexo de Lagos e o canal de Bonny-Port Harcourt. Vias fluviais Dragagem e instalação de auxílios de navegação 24 horas durante o ano inteiro, nas principais vias fluviais; Promoção de políticas de preços que aumentem o tráfego nas vias fluviais; Reestruturação da National Inland Waterways Authority para conceder oportunidades de participação ao setor privado na gestão e operação das vias fluviais; Estabelecimento de uma autoridade de supervisão de segurança para reduzir o número de acidentes. Armazenamento Construção de 6 contentores com instalações alfandegárias nos Estados de Abia, Bauchi, Platea, Oyo e Borno para acomodar os contentores despachados por comboio a partir dos portos marítimos. Aviação Melhorar e expandir os aeroportos internacionais, bem como melhorar os padrões de segurança; Concessão dos 4 aeroportos internacionais e transferência de todos os aeroportos domésticos para os Governos Estaduais; Reabilitação de 21 aeroportos geridos pelo Estado; Expandir a capacidade de alguns aeroportos geridos pelo Estado para atender à procura projetada no transporte de passageiros; Construção de um pequeno número de novos aeroportos para atender à nova procura identificada; Aumento da frota existente em 50 a 60 aviões, para incrementar a capacidade disponível em 5.400 lugares. Transporte de Construir 3 centros de tratamento de gás e uma rede de transmissão de gás em 81

gás Transporte urbano Warri/Forcados, em Port harcourt e Calabar/Akwa Ibom; Desenvolver a rede de gasodutos locais, acrescentando 1.853 km à rede de distribuição existente; Acrescentar 82 navios à frota de GPL para a Europa e para os EUA; Desenvolver um gasoduto entre a Nigéria e a Argélia. Operacionalização para 47 principais cidades e algumas áreas urbanas; Reparação de 30.000 km de estradas urbanas até 2020, com cerca de 90% das estradas pavimentadas; Pavimentação de 14.160 km de novas estradas; Manutenção periódica de 4.444 km de estradas urbanas em condições aceitáveis; Manutenção de rotina em 2.523 km de estradas; Desenvolvimento de grandes sistemas de transporte nas áreas metropolitanas, com ênfase em autocarros, comboios (grandes sistemas ferroviários em Lagos, Abuja e Port Harcourt) e ferries. Setor Investimento Rodoviário US$ 41 mil milhões em infraestruturas rodoviárias US$ 27 mil milhões em manutenção da rede; US$ 932 milhões em estudos técnicos Ferroviário US$ 540 milhões em reabilitação de estradas; US$ 8,8 mil milhões no aumento da capacidade instalada; US$ 360 milhões em estudos técnicos de alta-prioridade. Portos US$ 1,83 mil milhões no investimento de terminais existentes; US$ 19 mil milhões no total do programa de investimentos nos portos; US$ 250 milhões em estudos de viabilidade e planeamento. Vias fluviais US$ 176 milhões para reabilitação de 9 portos e 2 cais; US$ 248 milhões na aquisição de 16 cargueiros; US$ 136 milhões para a aquisição de 13 ferries; US$ 95 milhões para terminais; US$ 16 milhões para estudos técnicos. Armazenamento US$ 64 milhões no total do programa de investimento. Aviação US$ 1,1 mil milhões na reabilitação de 21 aeroportos; US$ 530 milhões na reabilitação dos 4 aeroportos internacionais; US$ 590 milhões em 17 aeroportos domésticos; US$ 140 milhões em estudos; US$ 400 milhões em segurança aérea; US$ 3,3 mil milhões no aumento da frota. Transporte de gás US$ 4 mil milhões para a construção dos 3 centros de tratamento de gás; US$ 19,6 mil milhões para investimentos nos gasodutos; US$ 5,1 mil milhões no transporte de GPL; US$ 14,5 mil milhões na aquisição de navios para o transporte de GPL; US$ 10 mil milhões no investimento do gasoduto entre Nigéria e a Argélia (estimativa de 2008). Transporte urbano US$ 11,1 mil milhões na reabilitação e expansão da rede terciária das 47 principais cidades; US$ 3,2 mil milhões na reabilitação e expansão da rede terciária das outras áreas urbanas; US$ 8 mil milhões para a construção do sistema de transporte ferroviário de Lagos; US$ 3,2 mil milhões para a construção do sistema de transporte ferroviário de Abuja e Port Harcourt; US$ 20,4 mil milhões em serviços relacionados com autocarros; US$ 992 milhões na renovação da frota de táxis; US$ 5,8 mil milhões na expansão da frota de táxis; US$ 597 milhões em parques de estacionamento; US$ 6.464 mil milhões para melhoria de vias para pedestres e veículos motorizados de 3 rodas; US$ 660 milhões para estudos técnicos. 82

Energia Objetivo Privatização de todas as centrais de produção de energia térmica Melhoria do desempenho da distribuição de energia através de investimento na transmissão e na privatização de empresas de distribuição Investimento na transmissão de energia Investimento na distribuição de energia Investimento US$ 40,9 mil milhões para a produção de energia US$ 1,6 mil milhões em programas de capacitação US$ 800 milhões em estudos técnicos US$ 11,4 na reabilitação e expansão da atual rede transmissão US$ 6,879 mil milhões em linhas de distribuição e conectividade Água e saneamento Setor Investimento Recursos hídricos Irrigação Fornecimento de água Saneamento básico US$ 1,95 mil milhões para a construção de barragens para irrigação e múltiplos objetivos; US$ 210 milhões em programas de capacitação e estudos técnicos; US$ 23 milhões na reabilitação das atuais barragens. US$ 8,43 mil milhões em trabalhos após as barragens; US$ 1,94 mil milhões em trabalhos antes das barragens; US$ 740 milhões em programas de capacitação, estudos de viabilidade e estudos técnicos. US$ 13,1 mil milhões na reabilitação das infraestruturas urbanas de fornecimento de água; US$ 5 mil milhões em infraestruturas associadas aos programas rurais; US$ 1,5 mil milhões em programas de capacitação e estudos técnicos. US$ 59,1 mil milhões em saneamento básico urbano; US$ 4,7 mil milhões em saneamento básico rural. 83

TIC Objetivo Desenvolvimento de uma rede de banda larga ligada a outros países da África Austral e Ocidental Desenvolvimento regional de plataformas de e-government Estabelecimento de um fornecedor independente de infraestruturas relacionadas com a rede de fibra-ótica Investimento US$ 252 milhões para projetos de harmonização de sistemas na CEDEAO US$ 795 milhões em outros projetos US$ 1.042,5 milhões US$ mil milhões 84

Peso nas importações totais da Nigéria Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 2.6. Abertura da economia e relações comerciais A Nigéria depende em larga escala do mercado internacional do petróleo, uma vez que as exportações de petróleo são uma grande fatia das exportações nacionais. De forma a combater esta dependência, o Governo Nigeriano tem apostado na promoção de exportações não-relacionadas com o petróleo, através do esforço do Nigerian Export Promotion Council (NEPC). A balança comercial tem vindo a deteriorar-se mas ainda assim mantendo-se em terreno positivo. A taxa de inflação mantém-se elevada sendo que o objetivo do Governo passa por reduzir esta taxa para valores abaixo dos 10%. Tabela 19 - Abertura da economia de Nigéria Nigéria 2008 2009 2010 2011 2012 Taxa de câmbio (US$ / NGN) 117,19 148,27 149,27 154,26 157,54 Inflação 11,58% 11,54% 13,72% 10,84% 12,22% Balança Comercial (em % do PIB) 11,55% 5,32% 5,31% 3,99% n.d. Balança Corrente (em % do PIB) 1,41% 0,82% 0,58% 0,36% n.d. Fonte: World Bank; OANDA Importações As importações da Nigéria têm a sua origem na sua maioria nos Estados Unidos da América e na China, tendo ambos vindo a aumentar o seu peso no total das importações do país. Gráfico 40 - Evolução das importações de Nigéria e principais países de origem, 2008-2012 100% 56,000 60,000 90% 80% 49,951 44,235 51,000 50,000 Índia 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 4% 33,906 4% 4% 5% 5% 4% 5% 6% 6% 5% 7% 4% 4% 3% 6% 5% 6% 6% 7% 8% 3% 7% 3% 4% 17% 15% 12% 15% 18% 18% 18% 22% 8% 6% 2008 2009 2010 2011 2012 40,000 30,000 20,000 10,000 - França Japão Alemanha Brasil Antígua e Barbuda China EUA Importações Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat 85

A maioria das importações nigerianas corresponde a maquinaria e equipamentos de transporte. Além dos referidos destacamos os seguintes produtos: óleos de petróleo ou de minerais betuminosos com o máximo de 70% de óleo bruto (12% das importações da Nigéria), veículos de transporte de pessoas (5%) e produtos e preparações comestíveis (4%). Gráfico 41 - Importações da Nigéria - Top produtos, 2012 Maquinaria e equipamentos de transporte 5% 3% Alimentos e animais vivos 10% 35% Bens manufaturados 13% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados 15% 17% Outros artigos manufaturados Matérias-primas (exceto combustíveis) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A CPLP tem pouca representatividade nas importações da Nigéria. O Brasil é o país com maior relevância, representa 3% das importações da Nigéria, nomeadamente através de bens alimentares (mel, açúcar e arroz) 86

Importações (milhões US$) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 42 - Importações da Nigéria à CPLP 2,500 2,000 1,500 1,000 3.59% 13 132 1,628 3.37% 2.61% 85 83 50 73 3.46% 24 109 1,793 3.21% 50 94 1,542 A CPLP representou, em 2012, apenas 3,21% das importações da Nigéria 500 1,068 1,072-2008 2009 2010 2011 2012 Brasil Portugal Angola Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 11 - Principais importações da Nigéria provenientes do Brasil (2012) 33 Brasil Origem de 3% das importações da Nigéria 33 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 87

Gráfico 43 - Importações da Nigéria provenientes do Brasil (2012) O Brasil apresenta um saldo comercial positivo com a Nigéria (US$ 7,8 mil milhões). Alimentos e animais vivos Maquinaria e equipamentos de transporte Químicos e produtos relacionados 11% 7% 6% Mais de metade das importações da Nigéria provenientes do Brasil referem-se a bens alimentares, nomeadamente o açúcar e o arroz 56% Bens manufaturados 16% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Figura 12 - Principais importações da Nigéria provenientes de Portugal (2012) 34 Portugal Origem de apenas 0,1% das importações da Nigéria 34 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 88

As relações comerciais da Nigéria com Portugal têm pouca expressão. Gráfico 44 - Importações de Nigéria provenientes de Portugal (2012) 35 Maquinaria e equipamentos de transporte Sendo pouco expressivas, as importações da Nigéria provenientes de Portugal correspondem, em grande percentagem, a maquinaria e equipamentos de transporte 18% 8% 6% 4% 35% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Bens manufaturados Químicos e produtos relacionados 28% Alimentos e animais vivos Matérias-primas (exceto combustíveis) 35 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 89

Importações (milhões US$) Peso nas importações totais de Nigéria Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Exportações No conjunto, EUA e China representaram 34% das exportações da Nigéria, (essencialmente em petróleo) Nos últimos 5 anos, os EUA têm vindo a aumentar o seu peso nas exportações da Nigéria. 94% das exportações nigerianas em 2012 referem-se a petróleo Gráfico 45 - Evolução das exportações da Nigéria e principais países de destino, 2008-2012 100% 56,000 60,000 90% 80% 49,951 44,235 51,000 50,000 Índia 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 4% 33,906 4% 4% 5% 5% 4% 5% 6% 6% 5% 7% 4% 4% 3% 6% 5% 6% 6% 7% 8% 3% 3% 7% 3% 17% 12% 4% 15% 15% 18% 18% 18% 22% 8% 6% 2008 2009 2010 2011 2012 40,000 30,000 20,000 10,000 - França Japão Alemanha Brasil Antígua e Barbuda China EUA Importações Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat Dos países da CPLP, Brasil e Portugal são os que mais importam da Nigéria. Em 2012, as importações de combustíveis minerais representaram 99% e 96% das importações destes países provenientes da Nigéria, respetivamente. Gráfico 46 - Exportações da Nigéria para a CPLP 36 14,000 9.53% 12,000 8.75% 2,251 10,000 1,583 10.23% 9.44% 8,000 2,131 11.66% 1,825 6,000 1,640 9,727 9,363 4,000 6,237 6,347 2,000 4,975-2008 2009 2010 2011 2012 A CPLP representou, em 2012, 8,75% das exportações da Nigéria Brasil Portugal A Balança Comercial entre a CPLP e a Nigéria apresenta-se fortemente negativa, sendo as importações cobertas por menos de 15% das exportações, sendo que o único país da CPLP com saldo comercial positivo é Angola, que apenas exporta US$50 milhões. 36 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 90

Figura 13 - Principais exportações da Nigéria para o Brasil (2012) Brasil destino de 7% das exportações da Nigéria A Petrobras explora petróleo e gás, em parceria com um veículo de investimento gerido e administrado pela BTG Pactual, representando estes produtos cerca de 92% das exportações da Nigéria para o Brasil. Figura 14 - Principais exportações da Nigéria para Portugal (2012) 37 Portugal Destino de 1,6% das exportações da Nigéria 37 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 91

Memorando de entendimento Brasil e Nigéria O memorando assinado em 8 de outubro de 2013 prevê a cooperação institucional entre o Brasil e a Nigéria, com a criação de um grupo de trabalho permanente para tratar dos assuntos comerciais e de investimento. O grupo deverá ainda discutir a possibilidade de serem estabelecidos acordos de comércio e de investimento entre os dois países. A cooperação industrial, financeira e comercial se relacionam entre si e, por meio deste grupo, poderemos trabalhar em diferentes frentes, com uma governação que irá permitir aos dois ministérios acompanhar a parceria de acordo com as estratégias dos nossos países. O grupo também permitirá o encaminhamento de diversos temas para os devidos órgãos governamentais, o que facilitará a solução das questões pendentes. Este grupo de trabalho irá contar com a participação do Banco Nacional do Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), e do Banco de Infraestrutura da Nigéria, onde será debatido o lançamento de instrumentos financeiros entre os dois países. A proximidade geográfica e cultural que existe entre os nossos países ainda não está refletida em nossas relações económicas. Esta parceria, portanto, visa promover o nosso potencial neste sentido. Ricardo Schaefer, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 2.7. Principais setores de oportunidade Um nível de investimento substancialmente grande será realizado em áreas não relacionadas com o petróleo. O investimento fixo na economia irá aumentar de cerca de 24,7% do PIB (US$ 57 mil milhões em 2010) para cerca de 32% do PIB em 2020 e espera-se que se mantenha a este nível nos anos seguintes. O investimento total em infraestruturas, que se estima ter sido de 2,2% do PIB em 2010, irá crescer para cerca de 12% do PIB até 2016 e depois irá reduzir-se para 9,6% até 2020. Estima-se que o setor agrícola irá continuar a crescer a uma taxa próxima de 5% por ano, pelo que se espera que o setor venha a ter um peso relativo cada vez menor na economia nigeriana. Estima-se que o setor industrial irá crescer a uma taxa de 15% por ano no resto da atual década (acima da verificada no início da década, de 9,2%). Os setores relacionados com as infraestruturas têm sido os que mais têm crescido nos últimos anos, pelo que se espera que no período 2011-2020 a média de crescimento deste setor seja de 15% por ano, um pouco abaixo das taxas de crescimento médias obtidas nos últimos anos de cerca de 17%. Finalmente, serviços financeiros, imobiliário, seguros, comércio e outros serviços irão crescer a uma taxa de 13% por ano, pelo que se espera que venham a ganhar algum peso na economia. Considerando o elevado nível de investimento em infraestruturas que está planeado até 2020, o aumento da população e o aumento da renda per capita, destacamos alguns dos grandes setores que identificamos como de forte potencial de crescimento e retorno. 92

Fluxos de IDE (milhões US$) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Tabela 20 Setores de forte crescimento potencial Setor Potencial Obras públicas Projetos de infraestrutura planeados; Habitações derivadas do crescimento populacional e do aumento da renda per capita. Telecomunicações Com a falta de know-how existente, a procura potencial, as redes de fibra-ótica instaladas, o aumento do rendimento per capita da população e ainda com a diminuição dos custos operacionais fruto de economias de escala, o desenvolvimento no setor das telecomunicações deverá ser relevante e sustentado. Indústria Materiais para a construção civil; Peças sobressalentes; Navios, veículos automóveis, carruagens e outros meios de transporte; e Equipamento de média-alta tecnologia para a indústria. Agrícola O crescimento populacional previsto, aliado ao crescimento do rendimento per capita colocará uma enorme pressão sobre a já deficitária balança comercial agrícola da Nigéria, pelo que o país deverá continuar a aumentar as suas necessidades de produtos agroindustriais nos próximos anos. 2.8. Investimento direto estrangeiro na Nigéria A Nigéria é o principal destino de IDE do continente africano Devido à turbulência sentida no norte do país desde há 3 anos, insegurança política e o menor dinamismo da economia global, o investimento direto estrangeiro na Nigeria tem vindo a regredir desde 2010. De notar que a Nigéria é o país que mais IDE recebe em África. Gráfico 47 - Fluxos de IDE na Nigéria, 2008-2012 35 33.224 Nigéria Dados referentes aos últimos 24 meses 30 25 25.024 Número de projetos: 104 CAPEX: 6.940 milhões US$ 20 15 17.453 16.227 Postos de trabalho criados: 11.488 Empresas/investidores: 86 10 5.143 5 (.826) - (.097) 5.514.858.557 Top cidades recetoras de IDE Lagos: 43 projetos Port Harcourt: 5 projetos Abuja: 4 projetos (5) 2008 2009 2010 2011 2012 Inward Outward Ikeja: 3 projetos Ibadan: 1 projeto Fonte: UNCTAD, UNCTADstat O interesse pelos investidores estrangeiros na Nigéria vem motivado pelos abundantes combustíveis minerais existentes na região. 93

2.9. Financiamento à economia 38 2.9.1. Principais bancos presentes O sistema bancário é dominado por 6 bancos (First Bank of Nigeria Plc, Zenith Bank, United Bank for Africa Plc, Guaranty Trust Bank Plc, Access Bank Plc e Ecobank Nigeria Plc), num total de 22 bancos. No final de 2011, os 6 bancos dominantes (1 panafricano e 5 bancos nacionais) foram responsáveis por cerca de 60% do total dos ativos do setor bancário. Estrutura acionista bancária Figura 15 - Estrutura acionista bancária em África Contrariamente ao que sucede nos demais países da África Subsariana, os bancos europeus na Nigéria apenas detêm 4% do total de ativos. O sistema bancário nigeriano está capitalizado, com boa liquidez e rentabilidade. O rácio de empréstimos não rentáveis (NPL) caiu para cerca de 5% do total de empréstimos em junho de 2012, maioritariamente devido à transferência de ativos tóxicos para a Companhia de Gestão de Ativos da Nigéria (AMCON, na sigla em inglês). O total de ativos do setor financeiro fixou-se em MGN 18.210.000 milhões no final de dezembro de 2011, o que representa cerca de 53,6% do PIB. Dos 22 bancos existentes, 4 são detidos por grupos financeiros estrangeiros (Citibank Nigeria Limited, First Bank of Nigeria, Ecobank Nigeria Plc e Guaranty Trust Bank), enquanto 17 são inteiramente controlados domesticamente. Predominantemente local Equilibrada Estrangeira e Governo Predominantemente estrangeira Predominantemente Governo Excluído (Fonte: World Bank Staff Estimates, 2007) Os bancos domésticos controlavam 86,4% dos ativos da indústria em dezembro de 2011 comparando com os 13,6% controlados pelos grupos estrangeiros. 38 Nigeria: Financial Sector Stability Assessement - FMI 94

2.9.2. Bancarização da população 39 Tabela 21 Acesso ao setor bancário Indicadores 2008 2009 2010 2011 Depositantes em bancos comerciais (por 1,000 adultos) 304,85 454,39 462,79 506,70 Sucursais de bancos comerciais (por 100,000 adultos) 6,13 6,34 6,43 6,44 Mutuários de bancos comerciais (por 1,000 adultos) 25,75 28,799924 29,987016 27,56 Caixas multibancos (ATM) (por 100,000 adultos) 8,45 11,21 10,99 11,99 Fonte: Banco Mundial Tabela 22 Obtenção de crédito Indicador Nigéria África Subsariana OCDE Índice de eficiência dos direitos legais (0-10) 9 6 7 Índice de profundidade das informações de crédito (0-6) 4 2 5 Cobertura de órgãos de registo públicos (% de adultos) 0.1 4.2 10.2 Cobertura de órgãos de registo privados (% de adultos) 4.1 5.6 67.4 Fonte: Relatório Doing Business Banco Mundial Contas bancárias (% +15anos) Figura 16 - Contas bancárias (% +15 anos) em África A relativa baixa bancarização da população nigeriana está obviamente relacionada com o nível de rendimento médio da população. Dado que uma grande percentagem da população se encontra abaixo do limiar da pobreza, muitas pessoas não têm fundos necessários para abrir uma conta bancária. Ainda assim pode verificar-se uma melhoria em todos os indicadores. O número de pessoas que possuem uma conta bancária tem vindo a aumentar de forma rápida e consistente desde 2008, passando de cerca de 30% para cerca de 50% da população adulta. < 10% Entre 10% e 20% De igual modo, o número de sucursais de bancos tem vindo a aumentar, em nível absoluto e relativo ao incremento populacional, bem como o número de caixas multibanco. Entre 20% e 30% Entre 30% and 40% > 40% Não disponível (Fonte: World Bank, Global Financial Inclusion Database, 2011) 39 Banco Mundial 95

2.9.3. Taxa de juros de empréstimos 40 Tabela 23 Taxas de juro de referência Indicador 2008 2009 2010 2011 2012 Taxa de juros nos depósitos (%) 11,97 13,30 6,52 5,70 8,41 Taxa de juros dos empréstimos (%) 15,48 18,36 17,59 16,02 16,79 Taxa de juros real (%) 4,05 23,82-7,25 13,36 14,09 Fonte: Banco Mundial A política monetária tem tido como objetivo uma inflação de apenas 1 dígito, sendo assim mantida uma política monetária rigorosa. Desde o declínio da inflação no final de 2011, verificou-se uma subida rápida em 2012 como resultado da supressão dos subsídios ao setor petrolífero. Três medidas foram tomadas em janeiro de 2012 para reduzir as pressões inflacionistas. A taxa de referência do Banco Central da Nigéria foi aumentada de 6,25% para 12%, o requisito de reservas obrigatórias (CRR) foi aumentado de 1% para 8% e os rácios de liquidez (LR) foram aumentados de 25% para 30%. Gráfico 48 - Taxa de inflação, variação anual em percentagem 16% 13.72% 14% 12.22% 11.58% 11.54% 12% 10.84% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 2008 2009 2010 2011 2012 de NGN 160 por 1 US$. A taxa de inflação relativamente elevada contribuiu para taxas de juros igualmente elevadas. Os bancos na Nigéria aumentaram as suas taxas máximas de juros nos empréstimos em maio de 2012. Este facto condiciona a concessão de crédito ao setor privado e particularmente ao setor agrícola. As taxas de juros elevadas e a utilização de reservas de moedas estrangeiras para apoiar o naira ( NGN no mercado internacional de câmbio, limitou a volatilidade da taxa de câmbio, ajudando assim a manter a taxa de câmbio em torno Fonte: Banco Mundial 2.9.4. Bolsa de valores 41 Em janeiro de 2013, a bolsa de valores da Nigéria (NSE) tinha 258 empresas cotadas, sendo esperado que a NSE atinja uma capitalização bolsista de US$ 1.000.000 milhões em 2016, sendo a terceira maior bolsa de valores de África em capitalização bolsista. Cerca de 57% dos 5 milhões de investidores ainda são investidores nigerianos, o que poderá vir a ser alterado, considerando os bons desempenhos da NSE, a atratividade do país e a adoção das IFRS. 40 Banco Mundial e Banco Africano de Desenvolvimento 41 Nigerian Stock Exchange 96

3.Guiné-Bissau 97

3. Guiné-Bissau 3.1. Macroeconomia 3.1.1. PIB da economia guineense A Guiné-Bissau, a par da Gâmbia, representa 0,23% do PIB da CEDEAO, sendo contudo um dos países da CPLP mais integrado regionalmente, uma vez que tem como moeda o Franco CFA, ou seja, a moeda da CEDEAO. Gráfico 49 - Representação da percentagem do PIB dos EMs na CEDEAO Nigeria 66.17% Senegal 3.57% Outros 3.30% Benin 1.90% Gâmbia 0.23% Libéria 0.45% Serra Leoa 0.96% Cabo Verde 0.48% Guiné-Bissau 0.23% Gana 10.26% Burkina Faso 2.63% Costa do Marfim 6.22% Togo 0.96% Niger 1.65% Mali 2.60% Guiné 1.71% Fonte: Banco Mundial A economia da Guiné-Bissau contraiu 1,5% em 2012, para US$ 822,3 milhões, interrompendo o ritmo de crescimento que vinha tendo lugar desde 2010. Esta contração, para além de ser resultado do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, pode ainda ser explicada pela queda na produção e no preço da castanha de caju nos mercados internacionais, um dos principais produtos na balança comercial do país. 98

US$ Milhões Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 50 Crescimento anual do PIB da Guiné-Bissau (últimos 4 anos) 42 1,000 950 900 850 800 750 700 4.8% 1.1% 1.7% 967 832 835 822-6.7% 2009 2010 2011 2012 6.0% 4.0% 2.0% 0.0% -2.0% -4.0% -6.0% -8.0% PIB (M US$) Crescimento anual do PIB No quadro da CPLP, a Guiné-Bissau é um dos países que menos contribui para o PIB da CEDEAO, como adiante se demonstra. Apesar de se encontrar localizada numa região rica em recursos minerais e fósseis, a Guiné-Bissau não tem conseguido traçar um caminho sólido e sustentável de desenvolvimento económico e social, em grande medida devido a um clima político instável e a uma administração pública com pouca formação e qualificação. O défice orçamental foi de 2,3% do PIB em 2012, esperando-se contudo uma redução para 0,8% no final de 2013, em resultado de uma melhor disciplina orçamental e de uma arrecadação de receitas mais eficaz. De notar que se verificou uma subida para 7,79% em 2012 no défice da balança de transações correntes, prevendo-se no entanto melhorias para os próximos anos. São esperados aumentos na produção e exportação da castanha de caju (produto que representa aproximadamente 45% do PIB, correspondendo a cerca de 30% do setor primário). 3.1.2. Orçamento Geral do Estado O Governo aprovou, em julho de 2013, o Orçamento de Estado para 2013. Rondando os US$ 200 milhões, o país dispunha de apenas metade desse valor, pressupondo que o restante seria assegurado através de ajuda externa, apesar de muitos dos seus parceiros internacionais (i.e. UE, Nações Unidas e Estados Unidos) terem deixado de prestar apoio financeiro ao país até ao período transitório para a realização de eleições legislativas e presidenciais. 3.1.3. Dívida Pública Depois da redução da dívida do país alcançada ao abrigo da Iniciativa para os Países Pobres Altamente Endividados ( HIPC ), a dívida pública nominal do país desceu para 43,7% do PIB em 2011 (incluindo pagamentos em atraso), dos quais 17,5% por dívida externa, e 26,2% por dívida interna. Em termos de exportações, o valor líquido da dívida externa passou de 53,4% em 2010, para 37,4% em 2012, notando-se assim uma melhoria acentuada na redução da dívida. O Governo guineense impulsionou uma estratégia diplomática com vista a assegurar o perdão da dívida baseando-se no facto de já se terem verificado os requisitos da iniciativa para os HIPC. 42 Banco Mundial 99

De notar que o Governo assinou recentemente um acordo bilateral com a França e a Bélgica, tendo concluído acordos de reescalonamento da dívida com o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África, o Banco de Desenvolvimento Islâmico, o Kuwait e a Arábia Saudita. As autoridades guineenses continuam a trabalhar tendo em vista a conclusão de acordos bilaterais com os restantes credores. A este propósito, indicam-se, na tabela abaixo, os valores contribuídos por Portugal à Guiné-Bissau, no âmbito da estratégia de cooperação entre os dois países: Tabela 24 Ajuda Pública ao Desenvolvimento bilateral Portugal Guiné-Bissau (em EUR) 43 2007 2008 2009 2010 2011 2012* 11.517.705 12.370.507 10.361.000 11.868.051 9.634.208 7.104.942 *dados preliminares Tabela 25 Volume da dívida externa (em US$ milhões) Categoria credor Credor Multilateral Credor Multilateral Credor Multilateral Credor Multilateral Credores Bilaterais Credores Bilaterais Credores 2009 2010 2011 2012 FMI 9,9 2,1 9,6 13,3 IDA 303,8 34,5 34,1 33,5 BAfD 153,5 11,1 11,1 11,2 BOAD 1,6 15,4 30,0 48,5 Clube de Paris 44 241,5 2,7 2,7 2,7 Outros 295,1 90,9 90,9 90,9 O perdão - ainda que parcial - da dívida veio melhorar a relação com os credores externos do país, tendo enviado uma mensagem positiva aos doadores e potenciais investidores, melhorando, em grande medida, a sustentabilidade da dívida. Por outro lado, o programa Extended Credit Facility ( ECF ) financiado pelo FMI, veio ajudar o nível de financiamento à economia guineense, apoiando medidas que possibilitem o progresso macroeconómico, estável e sustentável, a médio prazo. Por último, refira-se que o Governo tem como objetivo manter a dívida a um nível sustentável, recorrendo apenas, e caso seja necessário, a empréstimos com taxas de juro reduzidas. O Governo continuará a reembolsar os pagamentos atrasados anteriores a 1999. 43 Instituto Camões Camões Instituto de Cooperação e da Língua 44 Clube de Paris é uma instituição informal constituída por um grupo de 19 países desenvolvidos cuja missão é ajudar financeiramente países com dificuldades económicas. Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Países Baixos, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Reino Unido, Rússia, Suécia e Suíça 100

A dívida pública interna guineense tem descido. No entanto, a perspetiva de melhoria das condições políticas poderá proporcionar novas fontes de financiamento internacional ao país com o correspondente impacto na dívida pública. 3.1.4. Reserva de moeda estrangeira O país está obrigado a cumprir os requisitos mínimos estabelecidos pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental, uma vez que a política monetária do país está a seu cargo. Relativamente às reservas mínimas, estas foram, desde março de 2012, fixadas em 5%. Tabela 26 Reservas mínimas Coeficiente de reservas 45 2007 (dez.) 2008 (dez.) 2009 (dez.) 2010 (dez.) 2011 (dez.) 2012 (jun.) Operações do Banco Central Sistema bancário Coeficiente de reservas 9,3 8,7 (6,3) 5,6 2,2 1,9 3.1.5. Evolução das taxas de juro e variação da liquidez A estabilidade do setor financeiro é assegurada e monitorizada pela Comissão Bancária da UEMOA, e pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental, responsável pela política monetária e financeira da União. A Comissão Bancária da UEMOA é um órgão jurisdicional, com autoridade para aplicar sanções disciplinares, entre as quais se contam advertir e reprimir as instituições a seu cargo, proibir certas operações, impor restrições a atividades bancárias, suspender auditores e diretores, bem como revogar licenças de atividade bancária. A Comissão tem, enquanto objetivo primordial, assegurar a supervisão, uniforme e eficiente, dos bancos e instituições financeiras nos EM da UEMOA, bem como promover a integração financeira da região, devendo ainda garantir que as instituições de crédito mantêm estruturas financeiras sãs, incluindo níveis de liquidez e rácios de solvabilidade adequados. Neste sentido, o Secretariado Executivo da Comissão Bancária emite instruções gerais para os bancos e para as outras instituições financeiras da União, define procedimentos contabilísticos e normas prudenciais, supervisionando à distância e presencialmente as instituições financeiras a atuar na região. O Secretariado pode ainda atuar preventivamente, ao colocar uma instituição financeira em dificuldades sob o seu controlo direto, nomeando um administrador temporário. Note-se que o licenciamento de qualquer instituição financeira na UEMOA está sujeito a autorização prévia do Secretariado Executivo, seguido por uma apreciação ao pedido de cariz técnico. No entanto, o licenciamento e a revogação do mesmo exigem o aval do Ministro das Finanças do EM responsável pelo banco ou instituição financeira em causa. Fonte: FMI 45 Agência do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) na Guiné-Bissau; FMI 101

Tabela 27 Evolução da taxa de juro (taxas anuais, em percentagem) 46 2007 (dez.) 2008 (dez) 2009 (dez.) 2010 (dez.) 2011 (dez.) 2012 (jun.) Depósitos (a prazo) Até 90 dias 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 91 a 180 dias 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 181 a 365 dias 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 Crédito Até 90 dias 14,0 14,0 14,0 14,0 14,0 14,0 91 a 180 dias 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 181 a 365 dias 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 Descoberto em Dep. Ordem 18,0 18,0 18,0 18,0 18,0 18,0 Operações do Banco Central Sistema bancário Taxa de desconto 4,75 4,75 4,25 4,25 4,25 4,25 O papel desempenhado pela economia informal traduz-se numa excessiva liquidez dos bancos, uma vez que poucas empresas guineenses têm capacidade para fornecer os dados e as garantias necessárias para a obtenção de empréstimos bancários (ao abrigo do Sistema Contabilístico da África Ocidental, conhecido por SYSCOA). Gráfico 51 Fatores de variação da liquidez (variação em % do stock inicial da massa monetária) 47 O excesso de liquidez reflete também um quadro jurídico inadequado, tornando difícil angariar garantias e proporcionar segurança para a prestação de crédito os empréstimos representaram apenas 13,2% do PIB em 2012. 46 Agência do BCEAO na Guiné-Bissau; FMI 47 Banco de Portugal, 2012 102

3.1.6. Taxa de câmbio Relativamente à taxa de câmbio efetiva, cumpre referir que esta é fortemente condicionada pela evolução da rupia indiana, uma vez que aproximadamente 80% das exportações do país são destinadas à Índia. A taxa de câmbio é também influenciada, ainda que num grau menor, pelo dólar de Singapura. Os outros principais parceiros comerciais do país utilizam também o Franco CFA (os EM da UEMOA), ou o euro (como Portugal) moedas cuja paridade é fixa, o que contribui para uma elevada solidez dos valores da taxa de câmbio efetiva e contribui como facilitador de integração económica regional. Gráfico 52 Taxa de câmbio efetiva (índices base 100:2000, médias mensais) 48 3.2. Política Económica Potencialidades e crescimento económico Tendo crescido em anos anteriores, a economia guineense sofreu em 2012 uma contração, resultado do golpe de Estado, como se pode comprovar através do gráfico seguinte. Gráfico 53 Variação anual do PIB guineense (projeções a partir de 2013) 49 12 10 8 6 4 2 0-2 -4 10.2 5.3 4.3 4.2 4.5 3.2 3.2 3 3.5 2.1-1.5 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2018 Variação anual PIB (em %) Dependendo maioritariamente da castanha de caju (que em 2012 representou aproximadamente 90% das suas exportações), a economia do país carece de diversificação. 48 Banco de Portugal, 2012 ICTE índice de taxa de câmbio efetiva é calculado a partir das taxas de câmbio oficiais praticadas para as moedas dos principais parceiros comerciais do país. 49 FMI, 2013 103

No entanto, para que esta diversificação seja atingida, e para que o país se possa desenvolver economicamente é necessária a implementação de reformas, tanto a nível institucional como regulatório, nomeadamente: A implementação de resoluções quanto às intervenções militares frequentes; Implementação de reformas ao nível do processo democrático; Melhorias a nível institucional; Redução da vulnerabilidade da economia a choques externos; Desenvolvimento das infraestruturas; Melhoria na gestão das finanças públicas; Aplicação efetiva das leis fiscais e aduaneiras, após reformas adequadas. Inflação média anual 50 Tendo a inflação atingido cerca de 5% em 2011, devido em grande parte à subida do preço dos produtos importados, a mesma deverá ajustar-se aquando da retoma gradual da economia e do adequado fornecimento do mercado interno. Assim, em termos estimados, a inflação em 2012 deverá ter atingido cerca de 2,1% prevendo-se, com a gradual recuperação do consumo interno, um novo ajustamento para 2013 e 2014. População e desenvolvimento social 51 Tendo um dos mais baixos índices de IDH encontrando-se na posição 176 num total de 192 países avaliados. Contribuem para este resultado: A pobreza generalizada da população; Os salários extraordinariamente baixos, resultantes da falta de oportunidades laborais; Uma esperança média de vida de apenas 48,6 anos, agravada pelo difícil acesso a cuidados de saúde de qualidade. Entre 2000 e 2010, o país registou uma taxa de crescimento de IDH anual de 0,9%, face a uma média de 2,1% para a África Subsaariana, denotando a instabilidade política e social em que vive o país. 50 African Economic Outlook, 2012 51 African Economic Outlook, 2012 104

3.3. Estrutura produtiva 3.3.1. PIB por setor Gráfico 54 PIB guineense por setor 52 Agricultura 19% Serviços financeiros 5% 12% 47% Indústria Administração pública, saúde e educação Transportes e comunicação 12% 4% Comércio A agricultura contribuiu 47% para o PIB do país em 2012. Empregando cerca de 72% da população, o setor agrícola e piscatório utiliza técnicas rudimentares, carecendo de desenvolvimento e modernização. O setor secundário - que inclui a indústria, indústria mineira, a construção, a energia, o gás e a água - representou aproximadamente 12% do PIB, sendo que o setor terciário, constituído principalmente pelo comércio, totalizou 42,5% do mesmo. 3.3.2. Retrato do setor empresarial do Estado 53 Não existindo condições de estabilidade política para que exista uma administração pública normalizada, o setor empresarial do Estado na Guiné-Bissau não está ainda preparado para funcionar com eficiência. A existência de um quadro jurídico e regulamentar inadequado, pessoal sem formação, a par da inexistência de perspetivas de progressão em termos de carreira dentro da administração pública, e da inexistência de órgãos institucionais têm dificultado o desenvolvimento deste setor. 52 African Economic Outlook, 2012 53 African Economic Outlook, 2012 105

3.4. Recursos naturais 54 Entre os principais recursos naturais da Guiné-Bissau contam-se o fosfato, o granito, a argila, a bauxita, o calcário, bem como reservas de petróleo não exploradas. Com vastos recursos hídricos, mais de 2 milhões de hectares de florestas, fauna e ecossistemas diversificados, o país dispõe de uma imensa biodiversidade, que se encontra ainda por explorar. O Governo está ciente da necessidade de desenvolver o quadro jurídico e regulatório referente aos recursos naturais por forma a impulsionar o potencial económico do país, procurando simultaneamente assegurar que os danos ambientais sejam reduzidos ao indispensável. Assim, foram já aprovadas leis que visam a manutenção da sustentabilidade ambiental. Uma vez reposta a normalidade política e social, o Governo pretende, com o apoio de várias agências ao serviço das Nações Unidas, concluir um plano de desenvolvimento de minérios. Cumpre notar que em 2012 foram ainda aprovadas leis que regem a extração de petróleo, dos minérios e dos seus derivados. Encontra-se também em preparação um plano nacional para o desenvolvimento dos recursos naturais do país, cumprindo-se assim os requisitos de transparência exigidos pela EITI. 3.5. Infraestruturas e energia. Situação atual e projetos de investimentos 55 Os conflitos a que o país esteve sujeito causaram grandes danos às suas infraestruturas, que terão de ser reabilitadas. Por outro lado, na Guiné-Bissau há ainda necessidade de construir infraestruturas de base, sem as quais o crescimento do país ficará fragilizado. A título de exemplo notamos que o desenvolvimento do setor mineiro depende em grande medida da capacidade do setor dos transportes. Transportes rodoviários A rede rodoviária cobre 4.400 km de estrada, sendo que apenas cerca de 10% está asfaltada. De notar que o BAfD financiou as obras de reabilitação de 43km de vias urbanas em Bissau, iniciadas em julho de 2013, no valor de 62 milhões (Francos CFA 41 mil milhões). Grande parte do território guineense é atravessado por rios, e a falta de pontes faz com que frequentemente se tenha de recorrer a ferries, em nada facilitando o transporte de mercadorias. No entanto, e no âmbito da parceria estabelecida entre a Guiné-Bissau e a UE, foi financiada, integralmente, a construção de duas obras de fulcral importância para o desenvolvimento do país a ponte Euro-Africana em São Vicente, e a ponte Amílcar Cabral em João Landim. 54 African Economic Outlook, 2012 55 Comissão Europeia, 2013; UE, 2013; Delegação da UE na Guiné-Bissau, 2013; UNICEF, 2013; Bissau Tourism, 2012 106

Com a construção destas pontes facilitou-se a circulação e o tráfego no norte do país, fomentando também a mobilidade e as trocas comerciais ao nível oeste, fator de grande importância para a integração regional na CEDEAO. Figura 17 Mapa rodoviário guineense 56 Aeroportos O país dispõe de um aeroporto internacional pavimentado, o Aeroporto Internacional de Bissau. As companhias aéreas com voos regulares e diretos para a Guiné-Bissau são: Royal Air Maroc (voos da Europa e dos Estados Unidos, com escala em Casablanca); ASKY (companhia aérea do Togo, voos do Lomé, Togo); Senegal Airlines (voos semanais de Dakar). A TAP e a TACV no passado faziam voos regulares para Bissau, encontrando-se estes, à data, suspensos. Portos Apesar da localização do país potenciar as trocas comerciais por via dos transportes marítimos e fluviais, as infraestruturas neste setor ainda são em número reduzido, e encontram-se, na sua grande maioria, em más condições, necessitando de urgente reabilitação. Localizado no estuário do rio Geba, o Porto de Bissau, considerado o maior local de exportação de castanha de caju da África Ocidental e o mais importante porto do país, necessita também de obras de reabilitação e de 56 http://www.africa-turismo.com 107

ampliação por forma a poder dar resposta às necessidades do setor privado, sendo necessário o seu desassoreamento para a atracagem de navios de maior calado. O projeto do Porto de Buba dispõe de grandes potencialidades, tendo já sido objeto de um financiamento aprovado de US$ 500 milhões. Está ainda prevista a criação de uma estrada que irá ligar Buba à área de exploração de bauxite, bem como a construção de uma ferrovia com ligações à Guiné Conacri, assegurada por investidores privados angolanos, que receberão, como contrapartida, a cedência da exploração do Porto e a autorização para extração de bauxite. Cumpre referir que as condições naturais do Porto de Buba, principalmente a profundidade das suas águas e a amplitude da zona abrigada, permitem que possam ser recebidos navios de grande porte. Acresce que, o porto encontra-se localizado perto da Guiné e do Senegal podendo ainda servir de ligação através de futuros corredores territoriais ao Mali, ao Senegal e ao Burkina Faso, facilitando e incrementando a integração económica na CEDEAO. Energia O país encontra-se dependente de produtos petrolíferos, apesar do seu elevado potencial energético, especialmente em energia hidroelétrica. A construção projetada da barragem do Saltinho poderá vir a fornecer eletricidade a todo o país, bem como gerar eletricidade para exportação. Esta construção é prioritária para resolver o problema interno da escassez de eletricidade e de aumentar as exportações regionais do país. Contudo, atualmente a produção de energia elétrica é reduzida e a eletrificação escassa, sendo comuns os cortes de energia, tendo por este motivo várias empresas optado pela instalação de geradores elétricos. Sendo o acesso à energia um fator determinante para o desenvolvimento económico, através do programa para a facilidade energética ( ACP-EU Energy Facility ) foram selecionados três projetos totalizando Francos CFA 5,3 mil milhões ( 8 milhões) com o intuito de fornecer energia elétrica, de forma fiável, sustentável e acessível nas cidades de Bambadinca, Bissorá e na região de Gabú, privilegiando as fontes de energia renováveis. Água e saneamento Estima-se que só metade da população nas zonas rurais tenha acesso a água potável, sendo que apenas 5% terá acesso a um saneamento adequado, pelo que a solução deste problema deva ser encarado como uma prioridade, e consequentemente uma oportunidade para o desenvolvimento socioeconómico do país. No âmbito do programa de Reabilitação das Infraestruturas Sociais, o Fundo Europeu de Desenvolvimento disponibilizou, desde 2009, 3,3 mil milhões de francos CFA ( 5 milhões), tendo em vista a melhoria das condições sanitárias e estruturas de vários centros de saúde e hospitais do país, permitindo assim um atendimento sanitário apropriado a mais de 600.000 pessoas. Tecnologias de informação e comunicação O Governo anunciou a intenção de privatizar a indústria das telecomunicações, e o alargamento da sua disponibilização / cobertura a todo o país. Assim e, tendo em vista a 108

sua privatização, a Guiné Telecom (operadora de rede fixa) e a Guinetel (operadora móvel) foram reestruturadas pelo Governo, que para tal recorreu a um fundo de Francos CFA 7 mil milhões ( 10 milhões) do BAfD e do Ecobank Transnational Inc. De notar que em junho de 2013, a autoridade reguladora nacional das tecnologias de informação e comunicação da Guiné-Bissau lançou um concurso para o fornecimento e instalação de equipamentos e de aplicações informáticas de controlo e gestão de frequências. 3.6. Abertura da economia e relações comerciais De acordo com o African Economic Outlook, a Guiné-Bissau depende fortemente de ajuda externa. A balança comercial da Guiné-Bissau tem vindo, desde 2008, a mostrar-se deficitária e fortemente dependente das exportações de castanha de caju, cuja performance é afetada pela variação dos preços deste produto nos mercados internacionais e flutuação nas colheitas. A média do défice da balança comercial nos últimos 5 anos é de US$ 80 milhões, refletindo a dependência externa do país ao nível das trocas comerciais. A política comercial está enquadrada nas recomendações da UEMOA, de orientação bastante liberal, com previsibilidade e transparência do regime tarifário. A Guiné- Bissau aplica a tarifa externa comum (TEC) da UEMOA sobre todos os produtos importados. A TEC dispõe de quatro categorias tarifárias com uma taxa máxima (exceto para álcool e tabaco) limitada a 20%. Fonte: African Economic Outlook Tabela 28 - Abertura da economia de Guiné-Bissau Guiné-Bissau 2008 2009 2010 2011 2012 Abertura da economia 39,59% 36,63% 36,49% 48,13% 39,75% Taxa de câmbio (US$ / XOF 57 ) 439,26 462,89 486,18 462,51 503,07 Inflação 10,46% (1,65%) 2,52% 5,05% 2,13% Balança Comercial (em % do PIB) (13,22%) (15,60%) (15,71%) (10,62%) (13,22%) Balança Corrente (em % do PIB) (3,39%) (5,52%) (8,66%) (4,36%) (7,79%) Fonte: Banco Mundial; OANDA; UNCTAD Importações As importações da Guiné-Bissau nos últimos anos têm apresentado um ligeiro crescimento, com Portugal, Senegal, Estados Unidos e China a ganharem mais relevância, enquanto países de origem. Portugal e o Senegal lideram a lista de países de origem das importações da Guiné-Bissau, representando, em 2012, cerca de 50%. 57 XOF Franco CFA (código moeda) 109

Importações (US$ milhões) Peso nas importações totais de Guiné-Bissau Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 55 - Importações da Guiné-Bissau por país de origem 100% 90% 205 236 227 250 80% 183 178 200 70% 60% 50% 40% 30% 3% 3% 23% 10% 7% 19% 4% 2% 21% 2% 5% 3% 19% 3% 5% 7% 21% 150 100 Índia China EUA Senegal Portugal Importações 20% 10% 24% 17% 24% 28% 29% 50 0% 2008 2009 2010 2011 2012 - Fonte: UNCTAD, UNCTADstat No quadro da CPLP, para além de Portugal, o Brasil também exporta para a Guiné-Bissau, embora em 2012 tenha visto o seu peso nas importações guineenses diminuir, representando apenas cerca de 1% no total das importações da Guiné-Bissau aos países da CPLP. Gráfico 56 - Importações da Guiné-Bissau a países da CPLP 80 70 60 50 40 30 20 10 26.54% 6 49 21.00% 7 32 29.33% 9 43 30.48% 29.91% 6 2 66 66-2008 2009 2010 2011 2012 Portugal Brasil Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Nas importações da Guiné-Bissau em 2012 é relevante destacar as compras de combustíveis minerais (20%), de arroz (9%), bebidas não alcoólicas (4%), pedra (4%) e tubos de ferro e aço (4%). 110

Importações (US$ milhões) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 57 - Importações da Guiné-Bissau - Top produtos Alimentos e animais vivos 5% 5% 3% 20% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados 5% Bens manufaturados 9% Maquinaria e equipamentos de transporte Bebidas e tabaco 20% Outros artigos manufaturados 16% Químicos e produtos relacionados 17% Matérias-primas (exceto combustíveis) Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 As matérias-primas (exceto combustíveis), bens manufaturados, máquinas e equipamentos e combustíveis minerais têm vindo a ganhar mais peso na estrutura de importações Gráfico 58 - Estrutura de importações da Guiné-Bissau 250 200 CAGR 2008-2012 - -7% -1% Commodities e transações n.e. Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Químicos e produtos relacionados 150 6% 5% Bens manufaturados Bebidas e tabaco 100 50-2008 2009 2010 2011 2012 10% 5% 5% -1% -2% Matérias-primas (exceto combustíveis) Maquinaria e equipamentos de transporte Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Outros artigos manufaturados Alimentos e animais vivos 111

Figura 18 Principais importações da Guiné-Bissau a Portugal (2012) Portugal 29% das importações de Guiné-Bissau Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 59 - Importações da Guiné-Bissau a Portugal As importações portuguesas apresentam um elevado grau de diversidade de produtos. Portugal apresenta como produtos exportados de maior relevo os combustíveis e as bebidas, alcoólicas e não alcoólicas, com crescimento positivo entre 2008 e 2012 (taxa média anual de crescimento na ordem dos 20%). 10% 7% 14% 6% 3% 34% 24% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Bebidas e tabaco Maquinaria e equipamentos de transporte Bens manufaturados Alimentos e animais vivos Outros artigos manufaturados Químicos e produtos relacionados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 112

Figura 19 - Principais importações da Guiné-Bissau ao Brasil Brasil 1% das importações de Guiné-Bissau Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 Gráfico 60 - Importações da Guiné-Bissau ao Brasil 6% Alimentos e animais vivos 11% Bens manufaturados 21% 61% Maquinaria e equipamentos de transporte Bebidas e tabaco Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 O Brasil exporta essencialmente açúcar para a Guiné-Bissau, tendo este em 2012 representado 33% do total das importações de açúcar do país. Exportações Nos últimos 5 anos, cerca de 80% das exportações da Guiné-Bissau destinaram-se ao mercado indiano, 99% das quais consistiram em exportações de castanha de caju, num valor global médio de US$ 60 milhões. A Espanha importa da Guiné-Bissau, principalmente, borracha natural. 113

Milhares US$ Peso nas exportações totais de Guiné-Bissau Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 61 - Evolução das exportações da Guiné-Bissau e principais países de destino 100% 90% 80% 8% 4% 230 3% 3% 4% 4% 4% 250 200 70% 60% 50% 40% 77% 128 122 83% 127 76% 77% 82% 130 150 100 Brasil Togo Espanha China India 30% Exportações 20% 50 10% 0% 2008 2009 2010 2011 2012 - Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat As exportações da Guiné-Bissau para a CPLP apresentam pouca expressão, sendo Portugal o maior cliente da comunidade, importando fundamentalmente madeira e algodão. Gráfico 62 - Exportações da Guiné-Bissau para a CPLP 14,000 186 12,000 10,000 8,000 6,000 12,398 202 4,000 2,000 0 138 4,874 191 168 34 2008 2009 2010 2011 2012 Portugal Brasil Cabo Verde Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 114

Figura 20 - Principais exportações da Guiné-Bissau para Portugal Portugal 1% das importações portuguesas têm como origem a Guiné-Bissau Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 As principais exportações, em 2012, da Guiné-Bissau para Portugal foram matérias-primas, representando cerca de 66,8% do total deste fluxo. Gráfico 63 - Exportações da Guiné-Bissau para Portugal 7% 3% Outros artigos manufaturados 14% Alimentos e animais vivos Maquinaria e equipamentos de transporte 73% Bebidas e tabaco Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012 115

Fluxos de IDE (US$ milhões) Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 3.7. Investimento Direto Estrangeiro na Guiné-Bissau O investimento estrangeiro na Guiné-Bissau tem apresentado uma tendência decrescente, justificável pela instabilidade política, social e económica que o país vem atravessando. Gráfico 64 - Fluxos de IDE na Guiné-Bissau 250 200 209.217 150 100 119.40 111.525 93.144 70.929 50.112 (.172).040 1.432 (.914) - (50) 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Inward Outward De acordo com as previsões do FMI, o IDE líquido deverá baixar no médio prazo para cerca de 0,6% do PIB/ano e em seguida, com a estabilização da situação política e o ambiente de negócios mais apelativo, subir para cerca de 1,3% do PIB/ano. Tabela 29 IDE na Guiné-Bissau: projetos greenfield de maior dimensão, anunciados entre 2003-2010 Empresa Champion Resources France Télécom Banque d'afrique Occidentale Investimento estimado (US$ milhões) Criação estimada de postos de trabalho Ano País de origem Setor 480,9 289 2003 Canadá Carvão, petróleo e gás natural 400 123 2007 França Comunicações 18,4 32 2009 Camarões Ecobank 9,2 16 2007 Togo TOTAL 909 460 Serviços financeiros Serviços financeiros Fonte: UNCTAD, Foreign Direct Investment in LCDs: Lessons Learned from the decade 2001-2010 and the way forward Área chave de negócio Extração TIC e infraestruturas de internet Serviços prestados às empresas Serviços prestados às empresas 116

3.8. Principais setores de oportunidade O setor tem grandes potencialidades de desenvolvimento. As perspetivas para o setor agrícola são claramente positivas o clima e qualidade do solo são favoráveis a culturas de rendimento (castanha de caju, amendoins e algodão), fruta, vegetais e tubérculos. A exportação de produtos agrícolas, ainda em bruto, para os principais exportadores mundiais, como a Índia, que procede à respetiva transformação e venda, constitui uma oportunidade de investimento para desenvolver a indústria local que dispõe de poucas meios para proceder à sua transformação. O país tem também mais de 300 mil hectares adequados para plantações de arroz, mantendo-se, ainda assim, e devido à falta de desenvolvimento dos recursos nesta área, dependente de importações agroalimentares. Relativamente aos setores mineiro e turístico, o Governo, tendo em vista o seu desenvolvimento, celebrou contratos de concessão e licenças de exploração nestas áreas. Há ainda áreas de desenvolvimento turístico por explorar, como sucede com o Parque Natural das Lagoas de Cufada. Com múltiplas reservas naturais e a inexistência de obstáculos à obtenção de vistos (dispensados para os cidadãos de EM da CEDEAO), o país deverá ver aumentada a relevância do turismo na sua economia. Adicionalmente, cumpre ainda referir que os viajantes devem possuir documento comprovativo de vacinação contra a febre-amarela, requisito exigido pelo Governo para entrada no país. O país mostra também elevadas potencialidades ao nível dos recursos naturais, possuindo, para além de amplos recursos hídricos e ecossistemas diversificados, reservas de fosfato, granito, argila, bauxite, calcário e de petróleo. No entanto, a instabilidade política sentida nos últimos anos impediu que estes setores se desenvolvessem devidamente podendo as áreas constituir oportunidades para potenciais investidores. 117

3.9. Financiamento à economia 58 3.9.1. Principais bancos presentes O setor financeiro guineense é composto apenas por 4 bancos, 2 seguradoras e 18 instituições oficialmente registadas de serviços financeiros descentralizados. Os 4 bancos presentes no país, que geram um produto bancário superior a Francos CFA 6,6 mil milhões, são: Banco de África Ocidental, que detém cerca de 50% do mercado, e possui atualmente 10 agências das 21 presentes no país, detendo 50% das caixas automáticas instaladas no mercado, bem como a totalidade dos TPA's /POS Point of Sale ; Figura 21 Estrutura acionista bancária em África Estrutura acionista bancária Banco da União criado em 2004, com vista ao estabelecimento de uma instituição bancária no país que fosse capaz de responder às necessidades dos particulares e empresas na Guiné-Bissau; Ecobank Transnational Inc. - banco pan-africano, com operações em 33 países africanos, sendo o grupo independente bancário regional líder na África Ocidental e Central; Banco Regional de Solidariedade criado em 2001 pelos Chefes de Estado dos EM da UEMAO, tendo como principal objetivo combater a pobreza na região, concedendo crédito direto às populações mais vulneráveis, segundo critérios de elegibilidade. Predominantemente local Equilibrada Estrangeira e Governo Predominantemente estrangeira Predominantemente Governo Excluído (Fonte: World Bank Staff Estimates, 2007) 58 African Economic Outlook, 2012; Banco de Portugal, 2012; Banco de África Ocidental; Banco da União; 118

3.9.2. Bancarização da população 59 Figura 22 - Contas bancárias com antiguidade superior a 15 anos em África Contas bancárias (% +15anos) Apesar do setor bancário ter vindo a ganhar um maior relevo no país durante os últimos anos, a bancarização ainda é baixa (rondando 4%). No entanto, os esforços levados a cabo pelo banco central, conjugados com medidas recentes i.e. pagamento de salários superiores a Francos CFA 50. 000 através de contas bancárias devem vir a melhorar a taxa de bancarização. < 10% Entre 10% e 20% Entre 20% e 30% Entre 30% and 40% > 40% Não disponível (Fonte: World Bank, Global Financial Inclusion Database, 2011) 3.9.3. Taxas de juro de empréstimo Os bancos no país têm poucas oportunidades para conceder crédito, devido à falta de instrução da população, bem como à incapacidade das instituições em fornecer os dados necessários para o efeito. Assim, o setor bancário não tem conseguido desempenhar o seu papel no setor privado. Não existindo dados reunidos sobre as taxas de juro utilizadas no país quanto a empréstimos a longo prazo, refere-se apenas que o Banco Central dos Estados da África Ocidental fixou, em junho de 2013, a taxa de juro de cedência de liquidez em 3,75%. 3.9.4. Bolsa de valores A Guiné-Bissau não dispõe de uma bolsa de valores a nível nacional. No entanto, e sendo EM da UEMOA, o país integra a bolsa de valores da União, que transaciona direitos, ações e obrigações. Encontram-se atualmente cotadas 37 empresas nesta bolsa regional, não tendo no entanto, a Guiné-Bissau qualquer empresa nacional cotada na bolsa, nem obrigações emitidas. 59 Sistema de Pagamentos Relatório BCV 2012 119

120

4.Investir na Guiné-Bissau 121

4. Investir na Guiné-Bissau 4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social 4.1.1. População Ativa Com cerca de 1,7 milhões de habitantes, a Guiné-Bissau apresenta um nível de desenvolvimento muito reduzido, devido em particular à pobreza generalizada e à baixa esperança de vida, resultantes da ausência de oportunidades de obtenção de rendimento e da dificuldade de acesso a serviços de saúde de qualidade. O Governo da Guiné-Bissau tem vindo a adotar políticas públicas ambiciosas, com os seguintes objetivos: reduzir a pobreza através do reforço do Estado de Direito, aumentar o crescimento económico e atingir metas de desenvolvimento consideradas cruciais. No entanto, instabilidades institucionais têm levado a atrasos na concretização destas políticas. Estima-se que atualmente a população potencialmente ativa, que compreende os cidadãos com mais de 15 anos, represente 37% da população total da Guiné-Bissau. 4.1.2. Desemprego A Guiné-Bissau não dispõe de dados oficiais acerca do nível de desemprego, nem de dispositivos apropriados para o registo de desempregados, pelo que as estatísticas existentes não são fiáveis. Tendencialmente verifica-se alguma sazonalidade, na medida em que o emprego está fortemente dependente dos ciclos agrícolas. Não obstante, estima-se que a taxa de desemprego ronde os 10%. Embora aparentemente positiva, esta estimativa não reflete as situações de subemprego, sobretudo no meio rural, nem do desemprego entre os jovens, fatores que, se considerados, aumentariam a taxa de desemprego para cerca de 30%. O Governo, em parceria com o Fundo mundial para a criação de emprego nos Estados frágeis em conflito, tem vindo a trabalhar com o objetivo de reverter o desempego, através da implementação de políticas adequadas para combater a instabilidade política, a fragilidade económica, a não criação de emprego no setor público, na agricultura e nos serviços. A Lei Geral do Trabalho (Lei n.º 2/1986, de 5 de abril) estabelece o enquadramento geral das relações laborais entre empregadores e trabalhadores que exerçam a sua atividade no território da Guiné-Bissau. Estão excluídos do âmbito de aplicação deste diploma: Os trabalhadores da Função Pública; As relações laborais emergentes do contrato de serviço doméstico; As relações laborais estabelecidas em países estrangeiros, entre empregadores e trabalhadores não residentes na Guiné-Bissau, que exerçam temporariamente a sua atividade nesse território. 122

4.1.3. Desigualdades A Guiné-Bissau apresenta desigualdades estruturais no que respeita ao tratamento dos cidadãos em função do respetivo género. Tal resulta essencialmente do sistema social dominante que estabelece um estatuto social diferenciado do homem e da mulher. Não obstante a sua representação muito significativa na sociedade (cerca de 51% da população guineense é do sexo feminino), a mulher tem uma fraca representatividade no setor laboral. O Governo da Guiné-Bissau tem vindo a desenvolver esforços no sentido de mudar este status quo, tendo ratificado um conjunto de declarações, convenções e resoluções internacionais com o objetivo de proteger e promover o papel da mulher na sociedade guineense. Por outro lado, está prestes a ser adotada uma Política Nacional de Igualdade e Equidade do Género (PNIEG), que irá servir de quadro de promoção, coordenação e seguimento de todas as ações neste domínio. 4.1.4. Breve descrição do regime de segurança social A Guiné-Bissau implementou recentemente um sistema de Segurança Social que, ainda que deficitário, devido à falta de recursos financeiros e meios técnicos para o melhorar, visa garantir, de forma ativa, a proteção dos cidadãos contra riscos que determinam a perda ou redução da sua capacidade de trabalho. Atualmente, o Instituto Nacional de Segurança Social prevê a existência de diferentes tipos de apoios sociais, como sejam: - Pensões de velhice, invalidez e sobrevivência (vitalícia e temporária); - Abonos de família e assistência médica e medicamentosa; - Subsídios de doença, maternidade, paternidade, adoção, amamentação, deficiência e de funeral. A inscrição no Instituto Nacional de Segurança Social é obrigatória para os trabalhadores por conta de outrem e implica uma contribuição no montante de 22% do valor das remunerações, sendo o respetivo encargo partilhado por ambas as partes (trabalhador: 8%; entidade patronal: 14%). Por outro lado, os trabalhadores independentes podem beneficiar de um regime de Segurança Social próprio, ainda que a título facultativo. 123

4.2. Como investir na Guiné-Bissau? O investimento na Guiné-Bissau é atualmente regulado pela Lei n.º13/2011 Código do Investimento que tem por objetivo tornar o país mais atrativo, tanto para o investimento estrangeiro como para o investimento nacional. Este diploma prevê o aumento do nível de transparência do processo de investimento, a simplificação dos procedimentos administrativos necessários à realização de operações de investimento e a limitação do âmbito de aplicação do regime contratual, fonte de incertezas e de arbitrariedades consideradas desincentivadores do investimento. Nos termos deste Código, é considerado investimento o conjunto de capitais, bens corpóreos ou incorpóreos, ou créditos utilizados por investidores na criação, modernização ou expansão de atividades económicas. Por outro lado, o investimento estrangeiro corresponde a todo o investimento realizado por investidores, cujos recursos não sejam originários do país. Estão abrangidos por esta legislação todos os investimentos efetuados, independentemente do setor de atividade, nacionalidade do investidor e forma jurídica da empresa, ou de qualquer distinção de outra natureza, com exceção dos efetuados nas áreas de exploração mineira, petrolífera e florestal, bem como os realizados em zonas francas e lojas francas, que sejam regulados nos termos de legislação própria ou de contratos de investimento. Apesar de o Governo ter competência para criar zonas francas no país, e de estas estarem especificamente referidas no Código do Investimento, atualmente não existem zonas francas na Guiné-Bissau. As operações de investimento na Guiné-Bissau estão subordinadas ao ordenamento jurídico nacional e às normas que decorrem dos tratados internacionais a que a Guiné-Bissau esteja vinculada. Paralelamente, no âmbito do Código do Investimento, são garantidos aos investidores os seguintes direitos: Igualdade de tratamento entre investidores nacionais e estrangeiros; Repatriamento de lucros, dividendos ou capital para o estrangeiro; Repatriamento de remuneração auferida por trabalhadores estrangeiros autorizados a residir no país; Indemnização pecuniária em caso de nacionalização/expropriação (as quais só ocorrerão em caso de interesse ou utilidade pública). O organismo responsável pela gestão e aplicação do Código do Investimento é a Direção Geral de Promoção do Investimento Privado (DGPIP), cujos principais objetivos são: Promover a iniciativa privada, criando condições que facilitem aos investidores a implementação das suas atividades; Realizar estudos setoriais; Captar financiamento; Informar os investidores dos procedimentos de acesso ao mercado. 124

4.2.1 Fases/Etapas a observar no Processo de estabelecimento na Guiné-Bissau Para efeitos da legalização de uma sociedade na Guiné-Bissau, é necessário reunir, previamente ao respetivo registo, os seguintes documentos: Estatutos; Certidão da denominação ou negativa; Declaração de depósito do capital social; Procurações (no caso de existirem); Bilhete de identidade, Passaporte ou Cartão de Cidadão Estrangeiro. Posteriormente, por forma a efetuar o registo da sociedade na DGPIP, o investidor deverá apresentar a este organismo um estudo de viabilidade, o estatuto/certidão da escritura pública, uma declaração prévia de investimento (a obter na DGPIP) e uma carta dirigida ao Diretor do DGPIP a solicitar a aprovação do projeto, ao abrigo do Código do Investimento em vigor. O registo de operações de investimento é da competência da Direção de Relações Financeiras Internacionais do Ministério das Finanças, sendo esta também a entidade a quem compete a emissão do certificado do investimento. O registo das operações de investimento deve ser solicitado em pedido dirigido a este organismo e em três exemplares originais, juntamente com o documento do banco relativo a operações de importação de capitais. Adicionalmente é condição necessária para o registo das operações de investimento a apresentação do comprovativo de depósito bancário ou da operação bancária referente ao montante do investimento que se pretenda registar. O registo de operações de investimento demora até cinco dias úteis, termo após o qual é emitido o certificado de investimento (no prazo máximo de cinco dias úteis). O certificado de registo na DPIP permite aos investidores realizarem os atos e contratos necessários ao investimento e beneficiar dos direitos, garantias e incentivos previstos no Código de Investimento. 4.3. Incentivos e benefícios ao investimento O Código de Investimento estabelece também os incentivos fiscais atribuídos ao investimento. Apenas beneficiam de incentivos fiscais, os projetos de investimento igual ou superior a US$ 34 mil que visem pelo menos um dos seguintes aspetos: A criação de nova empresa ou atividade; A expansão, modernização ou diversificação de atividades já existentes; A renovação de equipamentos. Os incentivos ao investimento na Guiné-Bissau podem revestir as seguintes formas: 1. Incentivos ao investimento, concedidos na fase de realização dos investimentos; 2. Incentivos à consolidação da empresa e ao emprego, concedidos nos anos iniciais, da fase de operação de novas empresas; 3. Incentivos à formação profissional de trabalhadores; 4. Incentivos ao investimento em infraestruturas económicas ou sociais de uso público. Porém, no caso de projetos de grande interesse económico para o país, cujo montante a investir seja superior a US$ 80 milhões, poderão ser atribuídos outros incentivos por decisão do Conselho de Ministros, ao abrigo de contrato de investimento, que incidirão sobre a contribuição industrial, a contribuição predial e sobre quaisquer outros impostos sobre o rendimento, assim como sobre a taxa fundiária e outras devidas no âmbito da concessão de terras. 125

As condições aplicáveis a cada um dos incentivos fiscais ao investimento disponíveis na Guiné-Bissau são as seguintes: Tipos Incentivos atribuídos Duração Isenção sobre os direitos aduaneiros (Tarifa Exterior Comum) para as importações de bens de equipamento destinados à realização do investimento proposto e de peças de reposição cujo valor não exceda 15% do valor dos bens de equipamento para os quais as peças são adquiridas (excluindo algumas taxas em benefício de organizações internacionais); Incentivos Fiscais na Fase de Investimento Isenções sobre o Imposto Geral sobre Vendas (IGV) na aquisição, no país ou no estrangeiro, de bens de equipamento destinados à realização do investimento proposto e de peças de reposição cujo valor não exceda 15% do valor dos bens de equipamento para os quais as peças são adquiridas. Concedidos pelo prazo máximo de três anos Reduções degressivas da contribuição industrial que serão escalonadas da seguinte forma: Incentivos Fiscais na Fase de Operação a) 100% no ano fiscal do início de atividade da empresa; b) 100% no segundo ano fiscal; c) 90% no terceiro ano fiscal; d) 80% no quarto ano fiscal; e) 60% no quinto ano fiscal; f) 40% no sexto ano fiscal; g) 20% no sétimo ano fiscal. Concedidos pelo prazo máximo de sete anos Aplicável exclusivamente a empresas recém-criadas, produtoras de bens ou de serviços, com exceção dos bancos e demais estabelecimentos do setor financeiro. Incentivo à Formação Profissional de Trabalhadores Dedução à matéria coletável da contribuição industrial, em montante correspondente ao seu dobro, e das despesas de formação efetuadas em cursos especializados, realizados no país ou no estrangeiro, e ministrados em instituições de formação acreditadas pelas autoridades competentes; Apenas aplicável a empresas com domicílio ou representação permanente na Guiné-Bissau. N/A Incentivo ao Investimento em Infraestruturas Dedução ao imposto, sem prejuízo da dedução como custos na determinação da matéria coletável, da totalidade das despesas com a construção, para uso público, das estradas, portos, aeroportos e hospitais. Aplicável a investidores que se instalem fora do Setor Autónomo de Bissau. No período de realização das despesas, é passível de reporte nos três exercícios seguintes. Por forma a poder beneficiar destes incentivos, o investidor deverá apresentar ao membro do Governo responsável pelo setor da economia um dossier de acesso aos incentivos, o qual incluirá, nomeadamente, o projeto de investimento. A decisão quanto à atribuição de incentivos fiscais será tomada no prazo de 15 dias após a receção do dossier, sendo que, decorrido este prazo sem que haja decisão do departamento governamental da economia, o dossier será tacitamente deferido, e considerar-se-ão aprovados os incentivos solicitados. Após a receção do dossier de investimento já aprovado, o departamento governamental responsável pelas finanças dispõe de cinco dias úteis para a sua apreciação e registo, bem como para o remeter à Direção Geral das Alfândegas para efeitos de execução. Os departamentos governamentais responsáveis pelo cumprimento das decisões relativas aos dossiers de candidatura aprovados, dispõem de quarenta e oito horas para a sua execução. 126

4.4. Principais mecanismos de financiamento O meio privilegiado para o investimento na Guiné Bissau é a banca comercial do país, a par da banca comercial do país de origem do investimento. Portugal dispõe de linhas de crédito específicas de apoio à internacionalização das empresas e à exportação, sendo de salientar a linha de crédito ao importador do bem com origem em Portugal, com o apoio da Caixa Geral de Depósitos. Existem vários mecanismos alternativos para investir na Guiné Bissau, sendo que alguns dos bancos comerciais que operam no país poderão recorrer a financiamento junto de instituições financeiras multilaterais, como o BAfD, o BEI, o Fundo Europeu de Desenvolvimento ou o Banco Mundial, recebendo fundos que permitem a concessão de crédito à economia e às empresas. Para grandes projetos de investimento com impacto económico em países em desenvolvimento, e cujo plano de investimento permita desenvolver a economia local, existem instrumentos financeiros disponibilizados pelas referidas instituições financeiras multilaterais destinados ao apoio direto às empresas interessadas em realizar investimentos nestes países. A Guiné-Bissau tem vindo a beneficiar de vários programas de financiamento destinados a potenciar o desenvolvimento de áreas muito específicas da economia (como por exemplo, sistema educativo, desemprego jovem, e reabilitação agrícola) disponibilizados numa base pontual pelo BAfD. Outro instrumento disponível para o financiamento de investimentos de grande dimensão e com reconhecido impacto económico é o Fundo de Cooperação China-Países de Língua Portuguesa. Este fundo, criado em 2010 com intuito de fortalecer a cooperação e as relações de investimento entre a China e os países de língua Portuguesa, disponibiliza um total de US$ mil milhões para projetos de investimento que promovam a melhoria da qualidade de vida das populações e o desenvolvimento social e económico dos países destinatários do financiamento. Um dos critérios elegíveis para obtenção do financiamento é a aposta na utilização de tecnologia industrial avançada. O pedido de acesso a este financiamento faz-se através do preenchimento da candidatura por parte da empresa ou investidor interessado, e depende da decisão da comissão de investimento, composta por membros da equipa de gestão do fundo. Os montantes máximos de investimento em cada projeto são determinados pela equipa de gestão do fundo e podem variar entre 5 e 20 US$ milhões. No que se refere aos veículos de investimentos, o fundo admite a utilização de diversos instrumentos, adaptados em função das caraterísticas das empresas e da natureza dos projetos. Nesse sentido, para além dos instrumentos de capital diretos, tais como ações ordinárias de empresas ou projetos, admite-se ainda investimentos de quase capital (instrumentos híbridos de capital e obrigações convertíveis). Para além destas entidades, existem na Europa Instituições Financeiras ao Desenvolvimento (IFD), que financiam projetos de investimento em países em desenvolvimento mediante o cumprimento de um conjunto de requisitos, onde se inclui, a contribuição para o desenvolvimento económico do país alvo do investimento a realizar. Estas instituições representam uma fonte de financiamento importante para investimentos em países em desenvolvimento, uma vez que beneficiam de apoios do Estado Europeu de origem e do acesso a fundos comunitários orientados para o apoio ao desenvolvimento permitindo-lhes financiar projetos de internacionalização de pequenas e médias empresas a condições de mercado mais competitivas, por prazos mais longos e com instrumentos alternativos que permitem diminuir os riscos da operação. As IFD europeias constituíram uma associação designada por European Development Finance Institutions (EDFI), que no final do ano de 2012, detinha um portfolio de 4.705 projetos num total de cerca de 26 mil milhões de euros, sendo que só no ano de 2012 foram aprovados 4,7 mil milhões de euros a aplicar em 714 novos projetos. 127

Contudo, nem todas as áreas ou setores de atividades são elegíveis para efeitos de atribuição de financiamento. Regra geral, os produtos financeiros disponibilizados pelas IFD são: Empréstimos de longo prazo, com taxas a juros de mercado; Empréstimos de longo prazo, com taxas a juros bonificados; Participações de capital; Financiamento mezzanine ; Garantias; Donativos destinados ao financiamento de atividades específicas nos países de menor rendimento; Produtos de gestão de risco; Apoio à realização de estudos de sustentabilidade do projeto. A SOFID é a instituição portuguesa membro da EDFI (Association of European Development Finance Institutions). A SOFID Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento 60 é uma sociedade financeira, de capitais maioritariamente públicos, que tem como missão ajudar a promover o crescimento económico e social de países emergentes e em vias de desenvolvimento, nomeadamente alguns dos países da CPLP, como seja a Guiné-Bissau. Neste âmbito, podem apresentar projetos de investimento à SOFID empresas privadas e públicas, desde que geridas de forma comercial, e com uma participação acionista portuguesa mínima de 20%, cujos projetos cumpram os seguintes requisitos: Investimentos de raiz, ampliações, reabilitações, modernizações ou aquisições de ativos; Programas setoriais (múltiplos projetos promovidos por um único mutuário, Parcerias Público Privadas, projetos regionais, parcerias entre empresas/empresários portugueses e de outros países); Não podem ser projetos com impactos sociais ou ambientais negativos, nem projetos de caráter especulativo ou que envolvam trabalho infantil, entre outros; São apoiados todos os setores relevantes para o desenvolvimento sustentado dos países de destino e que correspondam aos interesses da economia e das empresas portuguesas, mas privilegiados os setores da agro-indústria, da indústria transformadora, das infraestruturas, da energia, do turismo, comércio e serviços e ainda o setor financeiro; O financiamento mínimo é de 250 mil Euros e o máximo é de 2,5 milhões de Euros; Os mutuários não podem ser sociedades offshore sedeadas em locais que integrem a lista da OCDE de regimes fiscais privilegiados não cooperantes. Através da SOFID, é possível também aceder a financiamento no âmbito do Fundo UE-África para as Infraestruturas, que canaliza fundos do Banco Europeu para o Investimento, quer para entidades privadas quer para entidades públicas, para investimentos com carácter transfronteiriço ou regional nos setores da energia, transportes, água, saneamento e tecnologias de informação. O tipo de financiamento pode variar em função das características das empresas e da natureza dos projetos. Nesse sentido, para além dos instrumentos de capital direto, tais como aquisição de ações ordinárias de empresas, admitem-se ainda investimentos de quase capital (ações preferenciais, instrumentos híbridos de capital e obrigações convertíveis). 60 Nota: As referências a esta entidade devem lidas como SOFID ou como futuro banco de fomento. 128

4.5. Competitividade da Guiné-Bissau 4.5.1. Atratividade da Guiné-Bissau no contexto regional No contexto da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados do Oeste Africano) e da ECOWAS (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), a Guiné-Bissau é o EM numa das posições mais baixas no ranking no estudo Doing Business 2013 do Banco Mundial, no que se refere à facilidade de fazer negócios (lugar 179 num ranking de189 países). Tabela 30 - Doing Business 2013 Posição por país da CEDEAO/ECOWAS Países Facilidade de se fazer negócios Abertura de empresas Obtenção de alvarás de construção Obtenção de eletricidade Registo de propriedade Obtenção de crédito Gana 64 112 162 63 45 23 Cabo Verde Serra Leoa 122 129 122 106 69 104 140 76 173 176 167 83 Gâmbia 147 123 90 119 120 159 Libéria 149 38 126 145 178 104 Mali 151 118 99 115 91 129 Burkina Faso 153 120 64 139 113 129 Togo 156 164 137 89 160 129 Senegal 166 102 133 180 173 129 Benim 175 153 111 141 133 129 Níger 176 167 160 118 87 129 Costa do Marfim 177 176 169 153 159 129 Guiné 178 158 152 88 151 154 Guiné- Bissau 179 148 117 182 180 129 Os fluxos de IDE na Guiné-Bissau, analisados pelo African Economic Outlook do Banco Mundial, revelam que os valores oficiais de IDE atingiram em 2012 cerca de 16 milhões de dólares. No contexto da CEDEAO, a Guiné-Bissau é o país que menos IDE recebe, apesar das últimas tentativas do Governo guineense para tornar o país mais atrativo ao investimento e de potenciar o seu crescimento económico. 129

Estes números são em parte explicados pela instabilidade política do país, que tem condicionado a entrada de fluxos de IDE. 4.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação 4.6.1. Exportações/Importações Barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos Licenciamento das Importações para a Guiné-Bissau A Guiné-Bissau integra a UEMOA. No âmbito desta união económica foi criada uma união aduaneira, ao abrigo da qual foram eliminados os direitos aduaneiros aplicados às trocas comerciais entre os seus EM. No ano de 2000, foi também criada uma Pauta Aduaneira Externa Comum, baseada no Código Aduaneiro da Organização Mundial do Comércio, que assenta em 4 categorias de bens: i. Bens sociais essenciais, material informático, bens de equipamento, bens culturais e científicos isentos de direitos aduaneiros; ii. iii. iv. Matérias-primas, incluindo petróleo e cereal para a agricultura sujeitos a direitos aduaneiros a uma taxa de 5% sobre o valor da mercadoria; Produtos intermédios, incluindo veículos sujeitos a direitos aduaneiros a uma taxa de 10% sobre o valor da mercadoria; Bens de consumo final sujeitos a direitos aduaneiros a uma taxa de 20% sobre o valor da mercadoria. Para além destas tarifas alfandegárias, poderão ainda ser cobrados vários impostos/taxas, tais como a Taxa Estatística (1%), Imposto Comunitário de Solidariedade (1%), Taxa CEDEAO (0,5%), Imposto Especial sobre o Consumo (variável em função do tipo de produtos), IVA (15%) e Emolumentos pelos Serviços Aduaneiros. Para que uma empresa possa exportar para a Guiné-Bissau, terá de apresentar às autoridades competentes a fatura comercial e o certificado de origem (em formato EUR1 para produtos com origem na UE), este último apenas quando for solicitado. É ainda necessária uma licença de importação para fins estatísticos, emitida automaticamente pelo Ministério do Comércio, do Turismo e Artesanato. Tratando-se de plantas e derivados é ainda necessário apresentar um certificado fitossanitário. Uma vez que não existem requisitos específicos de normalização e qualidade na Guiné-Bissau, é usual os importadores cumprirem os requisitos previstos na legislação portuguesa, norte-americana ou britânica. Adicionalmente, não existe regulamentação específica relativa a rotulagem ou embalagem, sendo comum a observação das regras previstas na legislação portuguesa. Para incentivar o investimento estrangeiro existem algumas isenções de direitos aduaneiros para empresas registadas na DGPIP (Direção Geral de Promoção do Investimento Privado), que incidem sobre a importação temporária ou definitiva de bens ou equipamentos necessários para a realização dos negócios, e também sobre a importação de matérias-primas e subsidiárias necessárias à produção, durante os 2 primeiros anos de implementação do projeto. 130

4.6.2. Entrada e saída de capitais Regras gerais do regime cambial No âmbito do regime cambial, são consideradas operações cambiais: A compra e venda de moeda estrangeira e qualquer outra operação que envolva a aquisição ou alienação de meios de pagamento sobre o estrangeiro; As operações sobre ouro amoedado, em barra ou outras formas não trabalhadas; A liquidação de transações de mercadorias, invisíveis correntes e de capitais celebrados entre residentes e não residentes; A abertura e movimentação, por não residentes, de depósitos bancários em moeda estrangeira, em instituições bancárias da Guiné-Bissau; A abertura e movimentação por residentes, de depósitos bancários em moeda estrangeira, no país e no estrangeiro. Para poderem operar no mercado cambial, as entidades devem requerer uma autorização junto do Banco Central Guineense, sendo que podem ser autorizadas a exercer a sua atividade neste campo as instituições do sistema cambial e as casas de câmbio regularmente constituídas. As entidades autorizadas a exercer a atividade cambial não podem celebrar entre si, com instituições financeiras estrangeiras ou com outras entidades, acordos ou contratos de que possa resultar uma situação de domínio sobre o mercado cambial ou alterações no funcionamento deste. Apenas os residentes detentores de moeda estrangeira a podem ceder livremente a entidades autorizadas a exercer o comércio de câmbios, sem ter que justificar a respetiva proveniência. As pessoas/entidades não residentes devem declarar às autoridades alfandegárias, à sua chegada, o montante da moeda estrangeira de que são portadores. 131

4.6.3. Sistema Fiscal A legislação fiscal guineense encontra-se dispersa por diversos Códigos e Regulamentos, alguns dos quais antigos. No entanto, encontra-se em curso um estudo com vista à implementação de uma reforma fiscal. De acordo com os dados do FMI, a Guiné-Bissau é um dos países que apresenta uma das taxas de eficiência fiscal mais baixa (medida em função das receitas efetivas em relação ao PIB). Tabela 31 - Quadro resumo com os principais impostos da Guiné-Bissau Imposto Taxa Incidência subjetiva Incidência objetiva Contribuição industrial Imposto profissional 25% Trabalhadores por conta de outrem: Taxas variáveis entre 1 % e 12% Trabalhadores por conta própria: Taxas variáveis entre 10% e 25% Pessoas singulares ou coletivas titulares de rendimentos provenientes das atividades objeto de tributação por este imposto, que tenham no país a sua sede social ou alguma forma de representação permanente, e as que, residindo no estrangeiro, desenvolvam no país ações pelas quais lhe sejam devidos pagamentos ou créditos por entidades residentes (no país). Todos os indivíduos que aufiram rendimentos de trabalho no território da República da Guiné-Bissau, ainda que nele não tenham a sua residência permanente, por trabalho aí prestado ou pelo exercício, ainda que ocasional, no mesmo território, de qualquer profissão liberal, constante da tabela de profissões anexa ao Código de Imposto Profissional. Rendimentos provenientes do exercício de atividades de natureza comercial ou industrial, com caráter empresarial, incluindo as prestações de serviço que não estejam sujeitais a Imposto Profissional; Rendimentos provenientes da atividade de pesquisa, desenvolvimento e exploração de hidrocarbonetos líquidos ou gasosos Rendimentos de trabalho, em dinheiro ou espécie, quer resultem de relações de trabalho subordinado, de contrato de prestação de serviços ou do exercício de uma profissão liberal por conta própria. As pessoas singulares sem vínculo de emprego (trabalhadores independentes) ou coletivas que desenvolvam uma atividade de produção, comércio ou de prestação de serviços do IGV; Transmissões de bens móveis corpóreos efetuadas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal; Imposto Geral sobre vendas e serviços (IGV) 10% As pessoas singulares ou coletivas que, segundo a legislação aduaneira, procedam à importação de bens; As pessoas singulares ou coletivas que, em fatura ou documento equivalente, mencionem indevidamente IGV; Importações de bens; Prestações de serviços em geral, efetuadas no território nacional ou a entidades estabelecidas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal. 132

Imposto Taxa Incidência subjetiva Incidência objetiva O Estado, demais pessoas coletivas de direito público e bem assim as empresas concessionárias, quando desenvolverem uma atividade sujeita à tributação em sede de IGV; São, ainda, sujeitos passivos, na condição de responsáveis pelo pagamento do imposto: Toda a pessoa singular ou coletiva, assim como transportadores, armazenistas e depositários que detenham a posse de bens sujeitos a IGV e que não estejam acompanhados de documentação comprovativa da sua aquisição na forma de lei, ou de sua entrada legal no país, com o efetivo pagamento do imposto devido, se for o caso; Beneficiários de serviços de qualquer natureza localizados no território nacional, quando o prestador estiver localizado no estrangeiro. Imposto de capitais 25 % (exceto no caso de lucros ou dividendos atribuídos aos sócios, lucros auferidos nas contas em participação e rendimentos provenientes da concessão ou cedência de patentes, em que a taxa é 10%) São contribuintes-substitutos aqueles que, por expressa disposição legal e para além de ter a obrigação do imposto devido nas operações por eles realizadas, forem incumbidos de efetuar a liquidação e retenção do IGV referente a clientes, nomeadamente, retalhistas, ou prestadores de serviços sediados fora do território nacional, na forma em que for regulamentado em ato administrativo próprio, submetido ao Conselho de Ministros. 133 Juros de capitais mutuados; Juros de mora; Lucros ou dividendos atribuídos aos sócios; Lucros auferidos nas contas em participação; Juros de depósitos confiados a entidades legalmente autorizadas a recebê-los; Juros de suprimentos; Juros de conta corrente; Juros de obrigações; Rendimento de trespasse;

Imposto Taxa Incidência subjetiva Incidência objetiva Royalties; Quaisquer outros rendimentos de capitais. Para além destes, existem outros impostos, tais como o imposto complementar, imposto de turismo, imposto de selo, imposto sobre a venda ao público de combustíveis, imposto extraordinário sobre a castanha de caju, contribuição predial e o imposto do consumo e fabrico. Atualmente, a Guiné-Bissau tem em vigor um único acordo para evitar a dupla tributação internacional, que foi celebrado com Portugal. 4.6.4. Obtenção de vistos Existem vários tipos de vistos para a entrada na Guiné-Bissau: i. Visto de trânsito Este é concedido ao cidadão estrangeiro que, para chegar ao país de destino, tenha de desembarcar na Guiné-Bissau, sendo válido por 4 meses, prorrogáveis, e para uma única entrada. Para a obtenção deste visto o cidadão estrangeiro deverá apresentar o passaporte ou documento equivalente com visto para o país de destino ou fazer prova de não exigência de tal visto, bem como apresentar o bilhete de passagem para esse país. ii. iii. iv. Visto de turismo Concedido ao cidadão estrangeiro que, a título recreativo ou de visita, se desloque à Guiné-Bissau. É válido por 60 dias prorrogáveis, no máximo 2 vezes e por iguais períodos, e deve ser utilizado nos 180 dias subsequentes à sua concessão. Por acordo entre as partes, este visto pode não ser exigido a nacionais de países que não requeiram o mesmo aos guineenses (tratamento recíproco). Visto temporário Concedido aos cidadãos estrangeiros que se desloquem à Guiné-Bissau em missão de estudo ou de negócios, ao abrigo de acordos de cooperação ou sob regime de contrato de serviço do Estado ou de pessoas coletivas públicas da Guiné-Bissau. É válido por 180 dias, ou o correspondente à duração da missão ou contrato, podendo ser prorrogado por igual período da concessão ou pelo tempo que se estender a missão ou o contrato, devendo ser utilizado nos 90 dias subsequentes à sua concessão. Visto de residência É concedido aos estrangeiros que desejem fixar-se habitualmente no território nacional. Assim, é concedido aos estrangeiros que sejam autorizados a residir no país uma autorização de residência com a validade de um ano, a qual servirá de prova da sua identidade, quando requerida. Aos estrangeiros residentes na Guiné-Bissau há 5, 10 ou 20 anos consecutivos, poderá ser concedida uma autorização de residência para períodos superiores a 3 e 5 anos ou vitalício nos termos a regulamentar. v. Visto de cortesia, Visto oficial e Visto diplomático Concedidos pelas Missões Diplomáticas da Guiné- Bissau, devendo ser utilizados dentro dos 90 dias subsequentes à sua concessão, podendo, no entanto, ser emitidos pelos postos consulares de carreira da Guiné-Bissau em países onde não existam missões diplomáticas. É válido por 60 dias para múltiplas entradas. Os vistos referidos são emitidos pelas Missões Diplomáticas, pelos Postos Consulares e pelos Consulados Honorários (se autorizados para tal), exceto no que respeita ao visto de residência que é emitido pelo Ministério do Interior. Não obstante, não carecem de visto de entrada no território guineense: 134

Os estrangeiros titulares dos documentos referidos em acordos bilaterais, leis ou convenções internacionais, de que a Guiné-Bissau seja parte; Os estrangeiros com autorização de residência válida; Os estrangeiros cujos países mantêm com a Guiné-Bissau acordos de supressão de vistos ou de livre circulação de pessoas; Os cônsules honorários da Guiné-Bissau. 4.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade Apesar de não ser obrigatório, é aconselhável obter um contrato de seguro sobre as mercadorias e bens com destino à Guiné-Bissau. A cobertura de risco das exportações de Portugal para a Guiné-Bissau poderá ser realizada por empresas seguradoras privadas tendo em consideração que, no caso dos seguros de créditos com Garantia do Estado, o operador único, por protocolo com o Estado Português, é a empresa Companhia de Seguro de Créditos (COSEC) que, para além do seguro de crédito à exportação dispõe de um mecanismo de garantias de seguro de caução. Contudo, esta cobertura não tem sido possível numa apólice global, relativamente a exportações para a Guiné Bissau. 4.6.6. Sistema jurídico e judiciário O sistema judiciário guineense comporta um duplo grau de jurisdição: o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e os Tribunais Regionais de 1ª Instância. O STJ, com a sua sede em Bissau, é competente em matéria cível, penal e social e contencioso administrativo, enquanto os Tribunais Judiciais de 1ª Instância são os Tribunais Regionais e os Tribunais de Setor, que se encontram distribuídos por zonas (centro, norte, sul e leste). A alçada dos Tribunais Regionais e dos Tribunais de Setor em matéria cível é de 3.000.000 e 1.500.000 Francos CFA (4.500 e 2.250 Euro, respetivamente). Os Tribunais Judiciais de 2ª Instância são os Tribunais da Relação, que se organizam em Câmaras. O órgão de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo nos litígios procedentes das relações jurídicas administrativas é o Tribunal Administrativo. Formas societárias Na Guiné-Bissau, as sociedades são reguladas pelo Ato Uniforme Relativo ao Direito das Sociedades Comerciais e ao Agrupamento de Interesse Económico da Organização para a Harmonização em África do Direito dos Negócios (OHADA) e devem adotar uma das seguintes tipologias: Sociedade em Comandita Simples; Sociedade de Responsabilidade Limitada; Sociedade Anónima. 135

4.6.7. Resolução extrajudicial de litígios A Guiné-Bissau tem implementado um regime de Arbitragem Voluntária cuja finalidade é constituir um meio alternativo de justiça para resolver litígios entre pessoas particulares relativos a direitos patrimoniais. Não obstante, a Guiné-Bissau não aderiu à Convenção de Nova Iorque para o Reconhecimento e Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras, o que inviabiliza o reconhecimento imediato das sentenças emanadas ao abrigo do regime da Arbitragem Voluntária. 4.7. Principais características dos acordos da Guiné- Bissau no domínio do comércio e investimento 4.7.1. Protocolos existentes na CEDEAO e posicionamento da Guiné-Bissau face aos mesmos. A CEDEAO conta com mais de 20 instrumentos de cooperação entre os EM, dos quais 2 protocolos foram retificados inúmeras vezes. Tabela 32 Situação da Guiné-Bissau face aos acordos e protocolos existentes na CEDEAO Tipo de Acordo Âmbito e Descrição do Acordo 1- Protocolo sobre democracia e boa governação; 2- Protocolo relativo à definição do conceito de produtos originários dos EM da CEDEAO; Protocolos da CEDEAO Assinados pela Guiné-Bissau 3- Protocolo relativo à aplicação de compensação pela perda de rendimentos tida pelos EM da CEDEAO; 4- Protocolo relativo ao mecanismo de prevenção, gestão, resolução, manutenção da paz e segurança; 5 Protocolo relativo à forma e estabelecimento de empresas na CEDEAO; 6- Protocolo relativo à livre circulação de pessoas, direito de residência e estabelecimento; Outros Protocolos da CEDEAO (sem informação disponível sobre a efetiva assinatura pela Guiné-Bissau) 7- Protocolo sobre a Energia; 8 Protocolo relativo à definição da condição dos Cidadãos da CEDEAO; 9 Protocolo relativo ao Fundo de Cooperação, Remuneração e Desenvolvimento da CEDEAO; 10 - Protocolo relativo à reexportação dentro da CEDEAO de Bens importados de países terceiros; 11 Protocolo de avaliação da perda de receita dos EM da CEDEAO. 136

4.7.2. Acordos essenciais da Guiné-Bissau na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) Há um conjunto de acordos bilaterais que são essenciais para compreender os mecanismos que poderão facilitar o acesso dos investidores portugueses aos mercados: os acordos comerciais de investimento, os acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos e os acordos para evitar a dupla tributação. Tabela 33 - Acordos Bilaterais de Guiné-Bissau Tipo de Acordos Acordos assinados mas que ainda não estão em vigor Acordos em vigor Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos Acordos para Evitar a Dupla Tributação Gâmbia Não Portugal Portugal A Guiné-Bissau integra a UEMOA, juntamente com Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo. A Guiné-Bissau faz parte da Zona Franco-Africana, partilhando com os restantes EM uma moeda comum (o Franco CFA); A Guiné-Bissau faz parte da Organização Mundial do Comércio desde 31 de maio de 1995; A Guiné-Bissau é membro da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA); A Guiné-Bissau é membro da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e aderiu ao seu código de classificação internacional de patentes e registro de marcas, sendo igualmente membro da Organização Africana da Propriedade Intelectual (OAPI); Guiné-Bissau faz parte da União Africana, do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD), do Banco Islâmico de Desenvolvimento (BisD) e do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD); Guiné-Bissau retificou a Convenção de Paris para a proteção da propriedade industrial e propriedade intelectual para a proteção de marcas e patentes, bem como a Convenção de Berna para a Proteção da propriedade Literária e Artística; Guiné-Bissau aderiu ao Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT. 4.7.3. Acordos entre os Estados Unidos e a Guiné-Bissau AGOA A Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA), aprovada em 2000, tem vindo a permitir desde então a exportação de bens e produtos para os EUA, com isenção de taxas alfandegárias. Para beneficiarem deste regime fiscal é necessário que os produtos sejam originários de países africanos, e que os países sejam reconhecidos como estando a implementar medidas que possibilitem uma economia de mercado livre e com políticas democráticas. 137

4.7.4. Acordos entre a União Europeia e a Guiné-Bissau O Acordo Cotonu O Acordo Cotonu, assinado por 79 países em 2000, é o principal instrumento para a prestação de assistência pela UE em matéria de cooperação para o desenvolvimento com os Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP), e de cooperação da UE com os países e territórios ultramarinos. O Acordo Cotonu tem por objetivo promover e acelerar o desenvolvimento económico, cultural e social dos países ACP e trouxe uma nova visão da cooperação. A nova parceria combina a ajuda para o desenvolvimento, a dimensão política e os aspetos comerciais. O seu principal objetivo é a redução da pobreza nos Estados ACP do qual faz parte a Guiné-Bissau. O Acordo Cotonou previu a criação de um importante instrumento financeiro de apoio aos seus objetivos, o Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED). O Acordo Cotonu prevê também a promoção de instrumentos de dinamização do IDE para os países ACP: Promoção do investimento: Apoio e financiamento dos investimentos nos países ACP, através de subsídios para assistência financeira e técnica, serviços de assessoria e consultoria, capitais de risco para participações no capital ou operações assimiláveis, garantias de apoio a investimentos privados, nacionais e estrangeiros, bem como empréstimos e linhas de crédito, empréstimos a partir dos recursos próprios do Banco Europeu de Investimento; Criação de instrumentos de garantias de investimento, através crescente da disponibilização e utilização, entre outros, de: Seguros de risco enquanto mecanismo de diminuição do risco, no intuito de aumentar a confiança dos investidores nos Estados ACP; Fundos de garantia para cobrir os riscos associados a investimentos elegíveis, em especial, regimes de resseguros destinados a cobrir o IDE realizado por investidores elegíveis; Proteção dos investimentos, a promoção de acordos de promoção e de proteção dos investimentos que possam igualmente constituir a base de sistemas de seguro e de garantia. Estes mecanismos de apoio às empresas têm vindo a ser promovidos, entre outros, pelas Instituições Financeiras para o Desenvolvimento. Outros Acordos Além do Acordo Cotonu, existe um conjunto de outras convenções e compromissos políticos assinados entre a UE e a Guiné-Bissau. Entres estes contam-se a Declaração de Paris sobre a eficácia da ajuda, de 2 de Março de 2005, e instrumentos subsequentes, e a Parceria Estratégica África-UE de 2007. 138

5.CPLP Atratividade da Guiné-Bissau no contexto da CPLP 139

País importador Guiné Bissau. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 5. Atratividade da Guiné-Bissau no contexto da CPLP A Guiné-Bissau não tem qualquer representatividade nos fluxos de IDE como aliás espelham os resultados do estudo Doing Business, relativamente à posição ocupada pela Guiné-Bissau nos vários indicadores, sendo de salientar que ocupa a última posição no que respeita à facilidade de realização de negócios, obtenção de eletricidade ou o período de tempo necessário para a constituição de uma empresa. Tabela 34 - Doing Business 2013 Posição por país da CPLP Países Facilidade de fazer negócios Abertura de empresas Obtenção de alvarás de construção Obtenção de eletricidade Registo de propriedade Obtenção de crédito Portugal 30 31 78 35 30 104 Cabo Verde 122 129 122 106 69 104 Brasil 130 121 131 60 109 104 Moçambique 146 96 135 174 155 129 São Tomé e Príncipe 160 100 91 72 161 180 Timor-Leste 169 147 116 40 185 159 Angola 172 171 124 113 131 129 Guiné-Bissau 179 148 117 182 180 129 Fonte: http://www.doingbusiness.org/custom-query#economies A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre parceiros. Tabela 35 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e RAE Macau (%) 61 País exportador Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e Príncipe Timor Leste Portugal Macau Angola 5 1 2 4 2 1 80 0 Brasil 40 32 19 31 24 23 47 13 Cabo Verde 6 5 3 8 4 3 2 7 Guiné-Bissau 2 5 3 4 1 1 1 0 Moçambique 15 12 13 10 11 10 9 9 São Tomé e Príncipe 18 13 18 19 19 6 3 8 Timor Leste 5 1 5 3 7 4 1 4 Portugal 83 48 72 38 66 51 37 35 Macau 11 8 9 5 12 6 5 1 Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat 61 O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade. 140

O nível de complementaridade comercial das economias da CPLP e RAE Macau é muito baixo, excetuando o relacionamento entre Portugal e Angola. De facto apenas 2,9% das exportações dos países da CPLP se destinam a outros países da CPLP, peso relativo que tem vindo a reduzir-se desde 2008. Apesar das exportações intrarregião evidenciarem um decréscimo médio anual 0,4% de 2008 a 2012, verifica-se uma retoma favorável das exportações intrarregião de 20,8% (crescimento médio anual) a partir de 2010. Verifica-se um elevado potencial de complementaridade recíproco no relacionamento comercial entre alguns países da CPLP. O índice de complementaridade entre Portugal e Angola (83 pts e 80 pts) revela uma relação potencial biunívoca. A estrutura de importações de Portugal poderá também potenciar as suas relações com o Brasil (48 pts), Guiné-Bissau (38 pts), Moçambique (66 pts), São Tomé e Príncipe (51 pts) e Timor Leste (37 pts). Por seu lado a estrutura de importações do Brasil poderá apresentar algum grau de complementaridade com as estruturas exportadoras de Angola (40 pts) e Portugal (47 pts). Por outro lado, o índice de complementaridade entre Portugal e Cabo Verde evidencia uma relação potencial unívoca, apresentando um grau de complementaridade de 72 pts. De facto, é notório que a alavancagem comercial intra-cplp poderá ser potenciada fundamentalmente por 2 motores, por Angola - país com maior relevância nas exportações intrarregião e por Portugal país CPLP que mais destaca nas importações intrarregião. Nesta medida Portugal poderá potenciar-se como hub comercial da CPLP, assumindo um papel fundamental de porta de entrada para os países da CPLP e destes para a UE. 141

Guiné-Bissau Valor total das importações US$ 227 milhões, 2012 Potenciais fornecedores Principais produtos importados CPLP Cereais Bebidas não alcoólicas Brasil Alimentos Produtos comestíveis e preparações Portugal 1 Gorduras vegetais e óleo refinado Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio Os óleos de petróleo ou de minerais Angola Combustíveis minerais betuminosos> óleo de 70% Brasil Óleos brutos de petróleo, materiais em bruto Timor-Leste 2 Equipamento eletrónico Veículos automóveis Maquinaria e equipamento Geradores Brasil de transporte Veículos a motor para transporte de Portugal mercadorias Equipamento de telecomunicação Pedra, areia e cascalho Matéria prima (exceto Brasil Materiais de construção (cimento) combustíveis) Portugal Açúcar, melaço e mel Bebidas alcoólicas Brasil Bebidas e tabaco Bebidas não alcoólicas Portugal Tabaco Angola Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e Brasil seções Produtos manufaturados Portugal Válvulas e tubos catódicos Produtos laminados planos, ferro, de aço não ligado, revestidos, folheados Brasil Produtos químicos Sabonetes, limpeza e produtos de polimento Portugal Outros artigos Mobiliário e peças Portugal manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Petróleo refinado 2 Indiretamente, produz matéria prima Alguns dos produtos com potencial de produção local* Alimentos *Para mais dados ver setores. Cereais Arroz Castanha do Caju Borracha natural 142

143

Índice de Tabelas Tabela 1 - Caracterização dos países membros da CEDEAO... 26 Tabela 2 - TCI (Trade Complementary Index) intra-cedeao... 40 Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva (2012)... 41 Tabela 4 - Investimento Direto Estrangeiro nos países-membros da CEDEAO inward, 2008-2012... 48 Tabela 5 Indicadores sociais (2012)... 59 Tabela 6 - Principais rubricas dos Orçamentos de Estado... 61 Tabela 7 - Notação de crédito da dívida pública nigeriana... 62 Tabela 8 - Contribuição para o PIB e crescimento dos setores de atividade na Nigéria, em 2012 e 2013... 63 Tabela 9 - Objetivos NV20... 66 Tabela 10 Objetivos do 1.º Plano de Implementação... 66 Tabela 11 Quadro macroeconómico de base para o NV20... 66 Tabela 12 - Realizações e desafios dos setores de infraestruturas... 70 Tabela 13 - Indicadores das infraestruturas rodoviárias da Nigéria comparados com países africanos de baixo e de médio rendimento, com referência a 2006... 72 Tabela 14 - Indicadores das infraestruturas ferroviárias para a Nigéria e outros países selecionados, com referência a 2006... 73 Tabela 15 - Indicadores de referência para o transporte aéreo para a Nigéria e outros países selecionados... 74 Tabela 16 - Indicadores energéticos de referência... 76 Tabela 17 Desafios identificados pelo Governo no setor energético... 77 Tabela 18 Saneamento básico na Nigéria... 78 Tabela 19 - Abertura da economia de Nigéria... 85 Tabela 20 Setores de forte crescimento potencial... 93 Tabela 21 Acesso ao setor bancário... 95 Tabela 22 Obtenção de crédito... 95 Tabela 23 Taxas de juro de referência... 96 Tabela 24 Ajuda Pública ao Desenvolvimento bilateral Portugal Guiné-Bissau (em EUR)... 100 Tabela 25 Volume da dívida externa (em US$ milhões)... 100 Tabela 26 Reservas mínimas Coeficiente de reservas... 101 Tabela 27 Evolução da taxa de juro (taxas anuais, em percentagem)... 102 Tabela 28 - Abertura da economia de Guiné-Bissau... 109 Tabela 29 IDE na Guiné-Bissau: projetos greenfield de maior dimensão, anunciados entre 2003-2010... 116 Tabela 30 - Doing Business 2013 Posição por país da CEDEAO/ECOWAS... 129 Tabela 31 - Quadro resumo com os principais impostos da Guiné-Bissau... 132 Tabela 32 Situação da Guiné-Bissau face aos acordos e protocolos existentes na CEDEAO... 136 Tabela 33 - Acordos Bilaterais de Guiné-Bissau... 137 Tabela 34 - Doing Business 2013 Posição por país da CPLP... 140 Tabela 35 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e RAE Macau (%)... 140 144

Índice de Gráficos Gráfico 1 PIB por setor - CEDEAO... 27 Gráfico 2 - Crescimento médio anual países CEDEAO 2008-2012... 28 Gráfico 3 - Contribuição de cada EM para o PIB da CEDEAO, 2008 e 2012... 28 Gráfico 4 Evolução das economias da região 2008-2012... 29 Gráfico 5 - Relação entre crescimento do PIB e variação no global competitiveness index 2008-2013... 30 Gráfico 6 - PIB por setor 2011 - Nigéria... 32 Gráfico 7 - PIB por setor 2011 - Gana... 32 Gráfico 8 - PIB por setor 2012 - Benim... 33 Gráfico 9 - PIB por setor 2012 Guiné-Bissau... 33 Gráfico 10 - PIB por setor 2012 Libéria... 34 Gráfico 11 PIB por setor 2012 - Togo... 34 Gráfico 12 - PIB por setor 2012 - Mali... 35 Gráfico 13 - PIB por setor 2012 - Senegal... 35 Gráfico 14 - PIB por setor 2011 Burkina Faso... 36 Gráfico 15 PIB por setor 2011 Costa do Marfim... 36 Gráfico 16 - PIB por setor 2012 Guiné... 37 Gráfico 17 - PIB por setor 2011 Níger... 37 Gráfico 18 - PIB por setor 2012 Serra Leoa... 38 Gráfico 19 - PIB por setor 2010 Cabo Verde... 38 Gráfico 20 - PIB por setor 2011 Gâmbia... 39 Gráfico 21 - Evolução do comércio intra-cedeao vs. Evolução do PIB da região... 41 Gráfico 22 - Peso das exportações/importações intra-cedeao no total da região, 2012... 42 Gráfico 23 - Produtos transacionados intra-cedeao (2012)... 42 Gráfico 24 - Evolução das importações da CEDEAO e principais países de destino, 2008-2012... 43 Gráfico 25 - Importações da CEDEAO dos países da CPLP... 44 Gráfico 26 - Importações CEDEAO de Portugal (2012)... 45 Gráfico 27 - Importações CEDEAO do Brasil (2012)... 45 Gráfico 28 - Exportações da CEDEAO para a CPLP... 46 Gráfico 29 - Exportações CEDEAO para Portugal (2012)... 46 Gráfico 30 - Exportações CEDEAO para Brasil (2012)... 46 Gráfico 31 - IDE na CEDEAO - inward e outward, 2008-2012... 47 Gráfico 32 - Representação da percentagem do PIB dos EM na CEDEAO... 59 Gráfico 33 Evolução anual do PIB, em milhares US$... 60 Gráfico 34 - Taxa média anual de desemprego, em percentagem... 60 Gráfico 35 - Dívida pública bruta, em milhares de milhões de NGN... 62 Gráfico 36 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB... 62 Gráfico 37 - Contribuição para o PIB dos setores de atividade na Nigéria (2012)... 63 Gráfico 38 - Crescimento e contribuição para o PIB dos setores de atividade na Nigéria (2012 e 2013)... 64 Gráfico 39 - Crescimento anual do PIB real... 65 Gráfico 40 - Evolução das importações de Nigéria e principais países de origem, 2008-2012... 85 Gráfico 41 - Importações da Nigéria - Top produtos, 2012... 86 Gráfico 42 - Importações da Nigéria à CPLP... 87 Gráfico 43 - Importações da Nigéria provenientes do Brasil (2012)... 88 Gráfico 44 - Importações de Nigéria provenientes de Portugal (2012)... 89 Gráfico 45 - Evolução das exportações da Nigéria e principais países de destino, 2008-2012... 90 Gráfico 46 - Exportações da Nigéria para a CPLP... 90 Gráfico 47 - Fluxos de IDE na Nigéria, 2008-2012... 93 Gráfico 48 - Taxa de inflação, variação anual em percentagem... 96 Gráfico 49 - Representação da percentagem do PIB dos EMs na CEDEAO... 98 Gráfico 50 Crescimento anual do PIB da Guiné-Bissau (últimos 4 anos)... 99 Gráfico 51 Fatores de variação da liquidez (variação em % do stock inicial da massa monetária)... 102 Gráfico 52 Taxa de câmbio efetiva (índices base 100:2000, médias mensais)... 103 145

Gráfico 53 Variação anual do PIB guineense (projeções a partir de 2013)... 103 Gráfico 54 PIB guineense por setor... 105 Gráfico 55 - Importações da Guiné-Bissau por país de origem... 110 Gráfico 56 - Importações da Guiné-Bissau a países da CPLP... 110 Gráfico 57 - Importações da Guiné-Bissau - Top produtos... 111 Gráfico 58 - Estrutura de importações da Guiné-Bissau... 111 Gráfico 59 - Importações da Guiné-Bissau a Portugal... 112 Gráfico 60 - Importações da Guiné-Bissau ao Brasil... 113 Gráfico 61 - Evolução das exportações da Guiné-Bissau e principais países de destino... 114 Gráfico 62 - Exportações da Guiné-Bissau para a CPLP... 114 Gráfico 63 - Exportações da Guiné-Bissau para Portugal... 115 Gráfico 64 - Fluxos de IDE na Guiné-Bissau... 116 146

Índice de Figuras Figura 1 Principais etapas históricas na criação da CEDEAO... 22 Figura 2 - Países que integram a CEDEAO... 23 Figura 3 Índice de competitividade global... 30 Figura 4- Estimativas de crescimento do PIB em África... 31 Figura 5 - O Estado das Infraestruturas em África - Nigéria... 68 Figura 6 - Recursos naturais... 69 Figura 7 - Cobertura nacional da rede de transportes da Nigéria... 71 Figura 8 - Infraestrutura da rede de eletricidade da Nigéria... 76 Figura 9 - Infraestruturas de irrigação da Nigéria... 77 Figura 10 - Cobertura das redes TIC... 79 Figura 11 - Principais importações da Nigéria provenientes do Brasil (2012)... 87 Figura 12 - Principais importações da Nigéria provenientes de Portugal (2012)... 88 Figura 13 - Principais exportações da Nigéria para o Brasil (2012)... 91 Figura 14 - Principais exportações da Nigéria para Portugal (2012)... 91 Figura 15 - Estrutura acionista bancária em África... 94 Figura 16 - Contas bancárias (% +15 anos) em África... 95 Figura 17 Mapa rodoviário guineense... 107 Figura 18 Principais importações da Guiné-Bissau a Portugal (2012)... 112 Figura 19 - Principais importações da Guiné-Bissau ao Brasil... 113 Figura 20 - Principais exportações da Guiné-Bissau para Portugal... 115 Figura 21 Estrutura acionista bancária em África... 118 Figura 22 - Contas bancárias com antiguidade superior a 15 anos em África... 119 147

Um estudo realizado no âmbito do projeto nº 30030, apoiado pelo QREN, através do SIAC do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) pela: Apoio: Projeto Co-Financiado: 148