AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 25.738 - MG (2009/0052319-3) RELATOR : MINISTRO VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) AGRAVANTE ADVOGADOS JOÃO PEDRO DA COSTA BARROS AGRAVADO EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CITAÇÃO POR EDITAL. VALIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INVIABILIDADE. 1. Válida a citação por edital quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o réu (art. 231, inciso II, combinado com o art. 232, inciso I, do CPC). 2. Refoge ao conteúdo restrito do remédio heróico a investigação a fundo de matéria de fatos e provas. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Paulo Furtado (Desembargador convocado do TJ/BA), Massami Uyeda e Sidnei Beneti votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Nancy Andrighi. Brasília-DF, 16 de junho de 2009. (data do julgamento) Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) Relator Documento: 886334 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 25/06/2009 Página 1 de 8
CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA AgRg no Número Registro: 2009/0052319-3 RHC 25738 / MG Números Origem: 10000084818830 24074301755 EM MESA JULGADO: 26/05/2009 SEGREDO DE JUSTIÇA Relator Exmo. Sr. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro SIDNEI BENETI Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. JOÃO PEDRO DE SABOIA BANDEIRA DE MELLO FILHO Secretária Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO ASSUNTO: Prisão Civil - Pensão Alimentícia AGRAVANTE ADVOGADO AGRAVADO AUTUAÇÃO AGRAVO REGIMENTAL CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: Adiado por indicação do Sr. Ministro Relator. Brasília, 26 de maio de 2009 MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA Secretária Documento: 886334 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 25/06/2009 Página 2 de 8
AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 25.738 - MG (2009/0052319-3) RELATOR AGRAVANTE ADVOGADO AGRAVADO : MINISTRO VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto por A C C F contra a decisão (fls. 283-285), que negou provimento ao recurso ordinário. Nas razões recursais, o agravante insurge-se contra a solução conferida no julgado, sustentando, em síntese: (i) dolo da representante da alimentada na indicação do endereço de citação; (ii) violação ao princípio da ampla defesa no processo de alimentos; (iii) adequação da via eleita para discutir os apontados vícios da sentença de alimentos. É o breve relatório. Documento: 886334 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 25/06/2009 Página 3 de 8
AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 25.738 - MG (2009/0052319-3) RELATOR AGRAVANTE ADVOGADO AGRAVADO : MINISTRO VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) VOTO O EXMO. SR. MINISTRO VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) (Relator): Não obstante os argumentos expendidos pelo agravante, estes não têm o condão de infirmar os fundamentos insertos na decisão agravada. Em assim sendo, mantém-se, na íntegra, por seus próprios fundamentos, a decisão ora agravada, nos seguintes termos: Cuidam os autos de recurso ordinário em habeas corpus interposto, tempestivamente, por ATENÁGORAS CAFÉ CARVALHAIS FILHO em face de v. acórdão do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, de f. 246/248, que denegou pedido de "habeas-corpus" preventivo, impetrado em seu favor. Alega, em síntese, que está na iminência de sofrer coação ilegal, por ato do Juiz de Direito da 1a. Vara de Família da comarca de Belo Horizonte, que determinou a prisão do paciente pelo prazo de 60 dias, nos autos da ação de execução de alimentos. Reproduz os argumentos já anteriormente expendidos, sustentando que não foi citado e que, só após ter sido ajuizado o processo de execução, é que veio a tomar ciência da condenação. Aduz que depois da falência da empresa que dirigia e da qual era proprietário, sua mãe e irmãos deram assistência à menor. Informa que sua situação financeira é precária e que sua defesa não foi considerada, descabendo a decretação de revelia nestas ações. O Ministério Público opinou pelo improvimento do recurso, fls.279/281. É o relatório. DECIDO: Não procede a inconformidade. Com efeito, a citação do recorrente foi realizada por edital, conforme se constata a fls. 185 e 189, em virtude de o mesmo não ter sido encontrado, não obstante as inúmeras buscas nos endereços, onde poderia ser localizado, "ut" fls. 167e ss. A propósito, lembra a autoridade judiciária "a quo", que "de acordo com o disposto no art. 232 do CPC, a afirmativa do autor ou a certidão do oficial de justiça, de que desconhece ou ignora, pois incerto ou inacessível o lugar em que se encontra é o suficiente, para o deferimento do pedido da citação por edital. Também não há necessidade de se esgotarem todos os meios e tentativas de Documento: 886334 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 25/06/2009 Página 4 de 8
localização do réu. Este é o entendimento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais em julgamento de ação rescisória, nº 1010, cuja decisão de lavra do Rel. Des. Guimarães Mendonça citamos: Basta a afirmativa do autor, relativa à circunstância de que o réu está em lugar incerto e não sabido, para justificar a citação por edital. Entretanto, provado que mesmo tinha conhecimento da residência do réu, tal procedimento há que ser tido por doloso, sento certo, ainda, que a própria lei processual assim o considera. (Revista de Jurisprudência Mineira, vols. 97 e 100, p. 71.)(f. 234) Assim, afasto a alegação de nulidade da citação. No que diz com a impossibilidade financeira do recorrente, força é concluir com o parecer ministerial, de que "não há como apreciar, pela via eleita, o mérito da justificativa apresentada pelo paciente, restando-lhe reservadas, no entanto, as vias ordinárias de praxe, e aí, sim, à luz do pleno contraditório."(fl. 280) Em síntese, encontrando-se os questionamentos formuladas, no âmbito do processo sumário de habeas-corpus, não há como investigar-se a fundo a matéria suscitada, sendo que nenhuma das teses esgrimidas se mostra de per si suficiente, ou acolhível "ictu oculi", para embasar uma decisão favorável ao paciente, estando os argumentos subsumidos na análise do conjunto probatório, o que refoge ao conteúdo restrito do remédio heróico. Para tanto deverá o recorrente buscar nas vias ordinárias, com o contraditório, a solução da lide, não se prestando o remédio heróico para a discussão de questões referentes à própria ação de alimentos, que devem ser levadas ao seu leito natural, qual seja, a ação judicial própria. A propósito já se julgou: Processual civil. Habeas Corpus. Ação de execução. Pensão alimentícia. Regime prisional. Manutenção. Dívida subsistente. Justificativas não acatadas na origem. Reexame de provas. Impossibilidade. Impossibilidade de pagamento não demonstrada. Exigibilidade da obrigação. É cabível a prisão civil do alimentante inadimplente em ação de execução contra si proposta, quando se visa ao recebimento das últimas três parcelas devidas a título de pensão alimentícia, mais as que vencerem no curso do processo. Precedentes. Inexistente demonstração inequívoca da impossibilidade do devedor, a obrigação é exigível. Inviável a apreciação de provas na via estreita do HC. Ordem denegada. (HC 42075/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, 18/04/2005) Nesta linha é, igualmente, o parecer ministerial, concluindo que "a angusta via do Writ de Jure não comporta dilação probatória, 'in casu', consistente na análise aprofundada do conjunto fático-probatório."(f. 279). Daí que nego provimento ao recurso ordinário. Com efeito, válida a citação por edital quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a teor do art. 231, inciso II, combinado com o art. 232, inciso I, do CPC. Documento: 886334 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 25/06/2009 Página 5 de 8
Ademais, consoante iterativa jurisprudência desta Corte, inadmissível a via eleita para discutir questões referentes à própria ação de alimentos, que devem ser ventiladas pelo meio processual próprio. Assim, resta afastada qualquer pretensão de alteração do julgado, tendo em vista a jurisprudência atual deste Superior Tribunal de Justiça. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. Documento: 886334 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 25/06/2009 Página 6 de 8
CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA AgRg no Número Registro: 2009/0052319-3 RHC 25738 / MG Números Origem: 10000084818830 24074301755 EM MESA JULGADO: 16/06/2009 SEGREDO DE JUSTIÇA Relator Exmo. Sr. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro SIDNEI BENETI Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. MAURÍCIO VIEIRA BRACKS Secretária Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA RECORRENTE ADVOGADOS RECORRIDO ASSUNTO: Prisão Civil - Pensão Alimentícia AGRAVANTE ADVOGADOS AGRAVADO AUTUAÇÃO JOÃO PEDRO DA COSTA BARROS AGRAVO REGIMENTAL JOÃO PEDRO DA COSTA BARROS CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Paulo Furtado (Desembargador convocado do TJ/BA), Massami Uyeda e Sidnei Beneti votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Nancy Andrighi. Documento: 886334 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 25/06/2009 Página 7 de 8
Brasília, 16 de junho de 2009 MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA Secretária Documento: 886334 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 25/06/2009 Página 8 de 8