TIPOS DE MEDIDAS MATEMÁTICAS INDICADORES

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TIPOS DE MEDIDAS MATEMÁTICAS INDICADORES Medidas de frequência de doenças Razão, proporções, índice. Indicadores epidemiológicos de morbidade: Conceitos e exemplos de incidência e prevalência. Indicadores epidemiológicos de mortalidade e de serviços de saúde. Rememorando Conceitos de Epidemiologia LAST, 1995 - estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde em determinadas populações e a aplicação deste estudo no controle de problemas de saúde. LILIENFELD, 1994 - estudo dos padrões de ocorrências de doenças nas populações humanas e dos fatores que influenciam estes padrões. ROUQUAYROL, 1994 - é a ciência que estuda o processo saúde- doença em colepvidades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde colepva, propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. 1

Rememorando Conceitos de Epidemiologia FORATTINI, 1992 - é o ramo do estudo cienwfico que tem por objeto os eventos concernentes à saúde e à qualidade de vida na comunidade antrópica, em seus aspectos causais, condições determinantes e de distribuição, objepvando aplicar os conhecimentos auferidos para a solução dos problemas a ela relacionados. MACMAHON & PUGH, 1970 - a epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes da frequência de doenças no homem. PEREIRA, 1995 - ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde. Distribuição: frequência e padrões de eventos de saúde (tempo, lugar e pessoa) o que, "quando, "onde, "quem" Determinantes: causas/fatores dos problemas de saúde ("como" e "por quê ) Aplicação: orientam decisões de saúde pública e contribuem para o desenvolvimento e avaliação de intervenções para o controle e prevenção de problemas de saúde 2

O Enfoque epidemiológico observar-quantificar-comparar-propor Parte da observação dos fatos na população Presença de doenças, exposição a determinados fatores, atributos ou eventos de interesse Podemos modificar de forma posipva a realidade observada! O Enfoque epidemiológico Quan9ficação Atribuir números aos fatos Medir a frequência ou ocorrência de fatos na população! 3

TIPOS DE MEDIDAS MATEMÁTICAS Podem ser expressos em números absolutos Contagem Resultado de cálculos Podem ser expressos em números rela9vos Proporções Taxas ou coeficientes Razões Índices Odds Medidas de tendência central e de dispersão Médias e desvio- padrão Medianas e quarps Modas MEDIDAS INDICADORES Base matemápca uplizadas na construção de indicadores epidemiológicos quanptapvos Diversas terminologias Padronização* LEITURA OBRIGATÓRIA: *Merchan-Hamann E, Tauil PL, Costa MP. Terminologia das Medidas e Indicadores em Epidemiologia: Subsídios para uma Possível Padronização da Nomenclatura. Informe Epidemiológico do SUS (9), 4, 273-84, 2.000. Texto no site: http://profpop.jimdo.com/ 4

Indicadores de Saúde São medidas- síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Medidas, contadas ou calculadas, e mesmo qualquer observação classificável, capaz de revelar uma situação que não é aparente por si só. (Merchán- Hamman, Tauil, Costa, 2000). A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofispcados. Indicadores de Saúde São medidas- síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofispcados. 5

Frequência absoluta Contagem de casos de um evento saúde- doença em um período. (Casos de Aids no DF em 2015) Contagem de pessoas expostas a um risco numa comunidade. (Número de fumantes no DF em 2015) Deve ser usado com cautela quando se fizer comparações entre populações diferentes Frequência absoluta Úteis para propósitos de planejamento: Dimensionam demandas de insumos, de recursos terapêupcos ou profilápcos Exemplos: EsPmaPva de número de vacinas para imunização de crianças (número absoluto de nascidos vivos por ano) EsPmaPva da necessidade de insumos para kits de diagnóspco no serviço de saúde (número de diagnóspcos demandados por mês) EsPmaPva da necessidade de compra de medicamentos anprretrovirais em um ano (número de pacientes com aids) 6

Frequência relativa Frequência rela9va é o resultado obpdo da divisão entre a frequência absoluta pelo total de indivíduos. Geralmente é apresentada na forma de porcentagem Quais as frequências absolutas para o sexo masculino e feminino? FA sexo masculino = 4 FA sexo feminino = 6 n =? Frequência relativa 7

Indicadores Epidemiológicos: expressos em frequências relativas São mais uplizadas quando se deseja comparar a ocorrência dos problemas de saúde em populações dispntas ou na mesma população ao longo do tempo. Razões Índices Proporções Coeficientes RAZÕES LaPm: ra$o, que significa divisão Medida que expressa a relação de duas grandezas da mesma dimensão e natureza, (unidade de mensuração), porém o numerador não é um sub- conjunto do denominador. Tratam- se de categorias mutuamente excludentes É admensional. A razão é uma fração, a qual é uplizada no intuito de comparar grandezas. Pode ser representada por uma fração, um número na forma decimal, porcentagem ou até mesmo por uma divisão. 8

RAZÕES Relação entre números absolutos Razão de sexos H:M Relação entre números relapvizados (coeficientes) Risco RelaPvo Razão de prevalências Razão de chances ( odds rapo ) Para cada 100 estudantes da enfermagem, 75 são do sexo feminino e 25 do sexo masculino. A razão entre homens e mulheres: 25 : 75 = 1 : 3 (de cada 1 do sexo masculino, 3 sexo feminino) = 33,3% ÍNDICES Mul9dimensionais medidas que integram múlpplas dimensões, diferentes variáveis. Podem ser expressos sob forma de fração ou de escala ( score ) U9lidade Medidas - resumo úteis para dimensionar as condições de saúde de uma população magnitude e distribuição de problemas relacionados à saúde IdenPficação de grupos populacionais em maior risco de adoecer e/ou morrer 9

ÍNDICES Podem ser construídos de duas maneiras: Divisão de duas ou mais dimensões (elementos de natureza dispnta quanptapvos ou qualitapvos) IMC = peso / altura 2 (Massa Corporal Quetelet) Pontuação (score, escala de pontos, pontuação adipva) APGAR, escala de Glasgow ÍNDICES Índice de Apgar avaliar as condições de vitalidade do recém- nascido 5 sinais objepvos observados nos 1º e 5º minutos após o nascimento 10

PROPORÇÕES é um Ppo de medida matemápca, onde o numerador de uma fração é um sub- conjunto do denominador dessa fração, isto é, o numerador está conpdo no denominador Expressa uma probabilidade Pode ou não expressar risco Quando expressa risco, a proporção recebe o nome de coeficiente ou taxa PROPORÇÕES Proporção (em geral em porcentagem) Mortalidade proporcional por causa Mortalidade proporcional por sexo Mortalidade proporcional por faixa etária Proporção de partos cirúrgicos Proporção de RN de baixo peso 11

Números absolutos, razões e proporções Razão de Sexos e proporção de casos de aids nopficados por sexo. Brasil, 1993, 1997, 2000 e 2003 Sexo 1993 1997 2000 2003 Masculino 14.115 19.763 18.217 19.828 Feminino 4.007 9.241 10.314 12.698 Total 18.122 29.004 28.531 32.526 Razão de Sexos (M:F) % de casos em sexo masculino???????? Fonte: SINAN Números absolutos, razões e proporções Razão de sexos e proporção de casos de aids nopficados por sexo. Brasil, 1993, 1997, 2000 e 2003 Sexo 1993 1997 2000 2003 Masculino 14.115 19.763 18.217 19.828 Feminino 4.007 9.241 10.314 12.698 Total 18.122 29.004 28.531 32.526 Razão de Sexos (M:F) % de casos em sexo masculino 3,5 : 1 2,1 : 1 1,8 : 1 1,6 : 1 77,8 68,1 63,8 61,0 12

PROPORÇÕES QUE NÃO REPRESENTAM RISCO Representam a fração de contribuição de cada categoria com relação ao todo Proporção de casos: numerador = casos; denominador = casos Casos de aids em homens / total de casos de aids no Brasil, em 2010 x 100 Ø 8.366 casos em homens/13.933 casos x 100 = 60% Mortalidade proporcional por causas: numerador = óbitos; denominador = óbitos. Mortes por IAM / total de mortes por DCV no Brasil, em 2012 Mortes por DCV / total de mortes no Brasil, em 2012 Mortalidade Proporcional Todas as mortes 13

Mortalidade Proporcional por causas no Brasil, 1930-2009 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1930 1935 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2009 Infecciosas e parasitárias Neoplasias Causas externas Aparelho circulatório Outras doenças * Até 1970, os dados referem-se apenas às capitais Fonte: Barbosa da Silva e cols. In: Rouquairol & Almeida Filho: Epidemiologia & Saúde, 2003 pp. 293. Atualizado por CGIAE/ DASIS/SVS PROPORÇÕES QUE NÃO REPRESENTAM RISCO Mortalidade proporcional por idade Razão de Mortalidade Proporcional (RMP) ou Indicador de Swaroop-Uemura: Mede a proporção de óbitos de pessoas com 50 anos e mais em relação ao total de óbitos ocorridos em um dado local e período. Óbitos abaixo desta faixa etária são considerados, teoricamente, evitáveis; desta forma, quanto maior a proporção de óbitos entre indivíduos de 50 anos ou mais, melhor a condição de vida e saúde da população, das condições sociais e de assistência 14

Mortalidade Proporcional por grupo etário, representada em gráfico, através da Curva de Mortalidade Proporcional (ou Curva de Nelson de Moraes) Calcula-se o % que as faixas etárias representam diante do total de óbitos. A curva reflete uma rápida visualização do estado de saúde de uma determinada população, em que uma proporção superior a 50% dos óbitos no grupo de 50 anos ou mais, indica um melhor nível de saúde (SOARES; ANDRADE; CAMPOS, 2001). TAXAS OU COEFICIENTES Medida clássica em epidemiologia Tem três componentes básicos: um numerador, que corresponde ao número de indivíduos que experimentam o evento de interesse (por exemplo, óbito, doença, nascimento, internação hospitalar); um denominador, que corresponde ao número total de indivíduos na população de expostos ou em risco de apresentar o evento; e, um período de tempo específico, durante o qual foi observada a frequência do evento de interesse e a população que ficou exposta efepvamente. 15

RISCO É a probabilidade de um evento ocorrer Este evento é uma mudança de status: de saúde para doença, para episódios de morte, para aparecimento de um efeito adverso, para cura de uma doença. Em geral, expressa a probabilidade de um desfecho ocorrer em decorrência de uma exposição. COEFICIENTES = PROPORÇÕES QUE REPRESENTAM RISCO/PROBABILIDADE Os eventos do numerador representam o risco ou probabilidade de ocorrência em relação ao denominador onde, numerador = evento denominador = população sob risco* x 10 n * Qualquer indivíduo que está incluído no denominador deve ter o potencial de se tornar parte do grupo que está no numerador 16

Potência de base 10 convenções Para facilitar e permitir a comparação entre as taxas calculadas para diferentes locais ou para o mesmo local em diferentes períodos de tempo, utiliza-se sempre uma referência comum (100, 1.000, 10.000, 100.000, 1.000.000) que representa uma potência de base 10 (10 n ). Facilita: torna os números obtidos o mais próximo possível do inteiro. Convenção Coeficientes de mortalidade infantil: base é 10 3 = 1.000 Mortalidade por causas: base mais adequada é 10 5 = 100.000 Coeficiente de letalidade: em porcentagem (%). COEFICIENTES ou TAXAS Mortalidade Mortalidade Geral Mortalidade por causas Mortalidade por sexo ou faixa etária Mortalidade materna Mortalidade infanpl Letalidade Morbidade Prevalência* Incidência 17

Coeficiente de Mortalidade Geral (CMG) n o de óbitos totais no tempo X e local Y x 10 n População do mesmo local e período Risco de qualquer pessoa da população tem de morrer, em determinado local e ano Coeficiente de Mortalidade por Causas n o de óbitos por determinada doença no tempo X e local Y População exposta ao risco do mesmo local e período x 10 n Risco de uma pessoa de determinada população de morrer por uma determinada doença ou agrupamento de doenças 18

Coeficiente de Mortalidade por sexo ou faixa etária n o de óbitos por uma causa (em determinado sexo ou faixa etária) População desse sexo ou faixa etária num dado local e num dado período x 10 n Possibilita ver se os óbitos estão relacionados à idade, independente do sexo Permite descrever o perfil de mortalidade por faixa etária e por sexo Coeficiente de Mortalidade Infantil Exceções no cálculo de Coeficientes de Mortalidade (por falta de denominador adequado): nº de óbitos em menores de 1 ano x 10 3 nº de nascidos vivos na mesma área e período Risco de uma criança nascida viva morrer antes de completar 1 ano de idade Indicador sensível que permite avaliar as condições de vida e saúde de uma comunidade Interpretação 50: alta 20 49: Médio < 20: baixo 19

Coeficiente de Mortalidade Materna (CMM)* *Razão de mortalidade materna nº de óbitos por causas maternas x 10 5 nascidos vivos Exceções no cálculo de Coeficientes de Mortalidade (por falta de denominador adequado): Mortes de mulheres por causas relativas à gravidez, parto e puerpério (causas maternas) Objetiva-se medir o risco de morte por estas causas, avaliando a cobertura e qualidade da assistência prestada à mulher neste período 20

Coeficiente de Letalidade n o de óbitos por determinada doença em dado local e período x 100 nº de casos da doença no mesmo local e período Risco de morrer de uma pessoa doente Expressa gravidade Indicadores de morbidade Medem a frequência das doenças: Coeficiente de incidência Coeficiente de prevalência 21

PREVALÊNCIA é a medida do número total de casos existentes de uma doença ou agravo em um ponto ou período de tempo e em uma população determinada, sem dispnguir se são casos novos ou não. é um indicador da magnitude da presença de uma doença ou outro evento de saúde na população. Está9ca retrato (em um momento e com base a uma aferição) PREVALÊNCIA O COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA REPRESENTA A PROBABILIDADE DO INDIVÍDUO SER UM CASO, de estar com o evento. CP = número de casos existentes num período x 10 n número total de pessoas no mesmo período 22

PREVALÊNCIA Existem três 9pos de medidas de prevalência: Prevalência pontual ou instantânea: Frequência de casos existentes em um dado instante no tempo (ex.: em determinado dia, como primeiro dia ou úlpmo dia do ano). Prevalência de período: Frequência de casos existentes em um período de tempo (ex.: durante um ano). Prevalência na vida: Frequência de pessoas que apresentaram pelo menos um episódio da doença ao longo da vida. INCIDÊNCIA é a medida do número de casos novos de uma doença ou agravo, originados de uma população em risco de sofrê- la, durante um período de tempo determinado. é um indicador da velocidade de ocorrência de uma doença ou outro evento de saúde na população e, consequentemente, é um es9mador de risco. Dinâmica filme (detecção da ocorrência de eventos ou mudanças de status ao longo de períodos de tempo de observação - várias aferições) 23

INCIDÊNCIA O COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA REPRESENTA A PROBABILIDADE DO INDIVÍDUO SE TORNAR UM CASO, mudar de status (transição de um estado para outro) CI = número de casos novos num período x 10 n número total de pessoas em risco no mesmo período PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA 6º 3º 1º 2º 4º 5º JAN 2014 Inicio do acompanhamento (n=200) Abr Jul Set Out Evento de saúde Óbito DEZ 2014 Fim do acompanhamento Modificado de Gordis L. Epidemiology. 2 nd Edition. W.B. Saunders Company.. Philadelphia, 2000. 24

Qual foi a incidência das doenças A e B no primeiro ano observado? E a prevalência? E a prevalência na metade do ano? Qual foi a incidência das doenças A e B no primeiro ano observado? A = 17 e B = 4 25

E a prevalência? A = 20 e B = 11 E a prevalência na metade do ano? A = 3 e B = 8 26

RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA Fatores que influem na magnitude dos coeficientes de prevalência n Introdução de fatores que prolongam a vida dos pacientes sem curá-los (tto) n Introdução de fatores que previnam a doença (profilático) n Aumento da incidência n Aprimoramento de técnicas de diagnóstico n Elevado coeficiente de letalidade da doença n Introdução de fatores que permitam o aumento da cura de uma doença (terapêutica) ou n Imigração de doentes de outras áreas n Emigração de doentes para outras áreas 27

Proporção Risco: Coeficiente Mortalidade Letalidade Mortalidade Infantil Mortalidade Materna Incidência Não Risco: Fração Prevalência* Mortalidade Proporcional Proporção de casos Razão n Razão de sexos n Razão de dependência Índice Multidimensional (IMC, APGAR, Glasgow) http://www.ripsa.org.br/fichasidb/ 28