1.0 PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS

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Transcrição:

ORDENAMENTO TERRITORIAL E SISTEMAS URBANOS DE DRENAGEM: UMA ANÁLISE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO A EVENTOS PLUVIOMÉTRICOS INTENSOS NA CIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BA. 1.0 PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS Patrícia Amorim Silveira As políticas públicas de ação preventiva desempenham um papel singular na estruturação do espaço urbano, pois é através delas que se pode, por exemplo, atenuar os efeitos de eventos climáticos para que estes atinjam a estrutura urbana de forma menos impactante. Desta forma os estudos sobre o clima urbano em suas mais variadas nuances assumem uma importância peculiar, eles se tornam um precioso instrumento de prevenção e planejamento. Entender de que forma o processo de urbanização das cidades interfere na dinâmica do ciclo hidrológico e de forma estas alterações atingem a estrutura urbana possibilita ao poder público tomar decisões acertadas no que diz respeito a um planejamento preventivo nas áreas consideradas de maior vulnerabilidade ambiental. Neste sentido a pesquisa buscou elucidar os seguintes questionamentos: quais as ações implementadas nos últimos anos pelo poder público municipal no sentido de atuar os efeitos das precipitações na estrutura urbana de Vitória da Conquista e de que forma estas ações são planejadas? Quais áreas da cidade podem ser classificadas como áreas de risco e quais os problemas enfrentados por cada uma delas? Quais são os fatores responsáveis pelo agravamento destas áreas em períodos de chuva? Quais os impactos sócio-ambientais causados por eventos pluviométricos intensos na cidade de Vitória da Conquista? 2.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1

Inicialmente a investigação ocorreu mediante pesquisa bibliográfica específica, que contemplou os temas a serem abordados no trabalho, tais como: urbanização, drenagem urbana e clima urbano. A seguir realizou-se um levantamento de dados pluviométricos junto à Estação Meteorológica (ESMET) situada na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), através do qual foram produzidos gráficos e tabelas com índices de precipitações no município. O passo seguinte foram as entrevistas com o poder público municipal e órgãos responsáveis pelo atendimento às vítimas de calamidades, bem como um registro fotográfico das áreas atingidas. Foram realizadas também entrevistas com moradores das áreas em estudo de forma que tornou-se possível compreender sua relação com os efeitos danosos dos eventos pluviométricos. O passo final do trabalho consistiu na síntese dos dados obtidos de forma a criar um mapeamento específico para as áreas de risco da cidade, indicando que tipo de calamidade atinge o local, podendo assim subsidiar projetos de melhoria de infra-estrutura nas áreas afetadas. 3.0 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS A cidade de Vitória da Conquista sempre teve a drenagem urbana como um de seus problemas mais latentes, um elemento crítico dentro da questão da infra-estrutura. No entanto, com o decorrer dos anos, muito pouco foi feito no intuito de minorar os problemas que, de tão constantes, acabaram se tornando comuns. Percebeu-se no desenvolvimento dessa pesquisa que é fundamental e urgente a realização de projetos de macro-drenagem e micro-drenagem para reduzir os danos das precipitações nas zonas de risco de forma que as pessoas não sejam prejudicadas e percam seus espaços de vivencia, seus lares, além de reduzir os prejuízos nos aparelhos urbanos, como ruas, avenidas e praças, como percebe-se nas imagens a seguir. 2

Vitória da Conquista: Bairro Jurema, dezembro de Vitória da Conquista: Av. Olívia Flores e Centro da cidade, dezembro de 2007. Diante disso é fundamental e imprescindível que Estado construa um planejamento que seja capaz de minorar os problemas decorrentes das precipitações e que dê assistências às famílias que são prejudicas com as inundações e desmoronamento de encostas, através de ações de médio e longo prazo que possam sanar os problemas apresentados. A adoção do Plano Diretor Urbano, regulamentado pela Lei 1.385/2006, representou um importante avanço por parte do poder municipal no sentido de regular o uso do solo urbano, constatou-se, porém, que este se deu sem a devida observância a um planejamento territorial estratégico que orientasse a urbanização da cidade através de estruturação de vias de acesso, redes de abastecimento de água e drenagem e manutenção de um padrão mínimo para as construções 3

residenciais e comerciais, ocasionando uma ocupação irregular do solo urbano e consequentemente, acarretando graves problemas, principalmente para a população de baixa renda. Mesmo após a sanção do Plano Diretor Urbano Municipal não foi posta em prática uma política efetiva e adequada de ocupação do solo urbano, fato que se concretiza com a ocupação de áreas periféricas pela população de baixa renda, principalmente nos bairros situados na encosta da Serra do Periperi. Um dos maiores empecilhos para o dimensionamento adequado do sistema de drenagem da cidade é o fato de não haver uma equação exata intensidade X duração X freqüência das chuvas, o que dificulta a elaboração de projetos mais precisos. Somado a isso, falta à cidade um planejamento à expansão urbana e ao uso do solo, que deve respeitar o curso natural da drenagem, fato que invariavelmente tem transformado as ruas e avenidas em verdadeiras correntezas. Contatou-se também neste estudo que a falta de uma rede coletora de esgoto em algumas áreas tem contribuído significativamente para o aumento do estrangulamento de alguns pontos da rede de drenagem uma vez que, o esgoto domiciliar e comercial muitas vezes é direcionado para os canais de drenagem. A coleta ineficiente de lixo também gera transtornos porque muitas vezes leva os moradores a depositarem os resíduos domiciliares em vias públicas entupindo bueiros e sarjetas. Percebeu-se também, como resultado desta pesquisa que torna-se necessário adotar políticas de prevenção dos problemas acima elucidados, tendo em vista que a política posta em prática atualmente, qual seja, a de sanar os problemas depois que eles já se encontram em curso, tem se mostrado ineficaz. Para que tal política seja implementada propõe-se inicialmente que seja criado um setor responsável especificamente pela drenagem urbana uma vez que a mesma fica a cargo atualmente da coordenação de infra-estrutura viária. A criação de um setor responsável pela drenagem possibilitaria a realização de projetos baseados em estudos técnicos aprofundados bem como o acompanhamento das áreas consideradas como sendo de risco ambiental em potencial, assessorando também as famílias que habitam nestas áreas. Propõe-se também que os projetos propostos pelo PDU-VC/76 sejam reavaliados de forma que se possa analisar sua viabilidade diante da atual conjuntura da cidade uma vez que os mesmos foram projetados em outro momento histórico, associado ao fato de que a cidade cresceu 4

vertiginosamente nos últimos 20 anos, demandando desta forma novas alternativas para a problemática urbana no geral e para a drenagem especificamente. 4.0 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Miriam Cléa Coelho. Produção Sócio espacial da habitação popular nas áreas de assentamentos e ocupações na cidade de Vitória da Conquista -Bahia. Dissertação de mestrado em Geografia - Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências. 2005. BRASIL, Ministério das Minas e Energias. Secretaria Geral. Projeto RADAMBRASIL. Folha SD.24, Salvador, Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro, 1981. CASSETI, Valter. Ambiente e apropriação do relevo. São Paulo: Contexto, 2ª edição, 1995. CARMO, Ângela Telma R. Chuvas e sistema de escoamento superficial em Vitória da Conquista BA, aspectos físicos, sociais e econômicos. Trabalho monográfico. UESB, 2006. COELHO, M.C.N. Impactos Ambientais em áreas urbanas Teorias, conceitos e método de pesquisa. In: Impactos Ambientais urbanos no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 19-45, 2001. BARRETO, R.C; ALCÂNTAR, F.V; LIMA, E.M; LÉDA, R.M. Comportamento das precipitações no município de Vitória da Conquista. In: CONGRESSO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE NA BAHIA, 1. XIII Jornada Universitária da UEFS. Feira de Santana/BA, 1998. BENEDICTIS, Nereida Maria Santos Mafra. Política ambiental e desenvolvimento urbano na Serra do Periperi em Vitória da Conquista BA. Dissertação de mestrado em Ciências Sociais. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2007. BOTELHO, Rosângela G. Machado. SILVA, Antônio Soares. Bacia Hidrográfica e qualidade ambiental. In: GUERRA, A.J.T. VITTE, A.C. (Orgs). Reflexões sobre a Geografia Física no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. BRANDÃO, A. M. Clima urbano e enchentes na cidade do Rio de Janeiro. In: Impactos Ambientais urbanos no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 47-52, 2001. FERRAZ, Ana Emília de Quadros. O urbano em construção Vitória da Conquista: um retrato de duas décadas. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2001. GARCEZ, Lucas Nogueira. ALVAREZ, Guilhermo Acosta. Hidrologia. 2ª edição. São Paulo: Edgar Blucher, 1988. 5

GIRÃO, O. CORRÊA, A. C. B. A contribuição da geomorfologia para o planejamento da ocupação de novas áreas. Revista de Geografia. Recife: jul/dez, v.21, nº 2, p. 36-58, 2004. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censos demográficos do Brasil Bahia, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991 e 2000. LIMA, Espedito Maia; MAIA, Meirilane Rodrigues; VEIGA, Artur José Pires; GOMES, Elaine Pita; MONTEIRO, Karen Cristine Rodrigues. Estudo Geomorfológico com subsídio ao planejamento urbano: O caso de Vitória da Conquista BA. UESB, 1997. MAIA, Meirilane Rodrigues. Zoneamento geoambiental do Município de Vitória da Conquista - Bahia: Um subsídio ao Planejamento. Dissertação de Mestrado em Geografia - Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências. 2005. MENDONÇA, F. A. O estudo do clima urbano no Brasil: evolução, tendência e alguns desafios. In: Clima Urbano. Monteiro & Mendonça. São Paulo: IGEOC-USP, 2003.. Riscos, vulnerabilidade e abordagem socioambiental urbana: uma reflexão a partir da RCM de Curitiba. In: Desenvolvimento e Meio e ambiente, nº 10, p. 139-148. Ed. UFPR, 2004. MONTEIRO, C. A. F. Teoria e clima urbano: um projeto e seus caminhos. In: Clima Urbano. Monteiro & Mendonça. São Paulo: IGEOC-USP, 2003 NETO, A.C. Sistemas urbanos de drenagem. Disponível em http://www.ana.gov.br/acoesadministrativas/cdoc/producaoacademica/antonio%20cardoso% 20Neto/Introducao_a_drenagem_urbana.pdf > Acesso em Maio/2009 SANTOS, M. Técnica, Espaço, Tempo. São Paulo: HUCITEC, 1994. SOUZA, M. L. Mudar a cidade, uma introdução crítica ao planejamento e à gestão urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. TUCCI, C. E. Inundações Urbanas. In: TUCCI, C. PORTO, R. BARROS, M. (Org). Drenagem Urbana. Porto Alegre: ABRH/Ed. UFRGS, 1995. VITÓRIA DA CONQUISTA. Lei nº 118, de 22 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o Plano Diretor Urbano de Vitória da Conquista. Vitória da Conquista, Bahia, 22 de dezembro de 1977. Mimeografado. ZANELLA, Maria Elisa. Inundações urbanas em Curitiba/PR: impactos, riscos e vulnerabilidade socioambiental no bairro Cajuru. Curitiba: Editora UFPR, 2006. 6