Comunicação Visual. Introdução

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Transcrição:

Comunicação Visual Introdução

Comunicar é a capacidade de partilhar, pôr em comum, o que pensamos ou sentimos; é transmitir uma determinada mensagem.

Para que a comunicação exista é necessária a existência de um emissor e, consequentemente um receptor. Entre eles, são necessários elementos de um determinado código que varia de acordo com a linguagem utilizada.

Tipos de comunicação: Verbal - Oral - Escrita Não verbal - Gestual - Comportamental - Corporal - Musical - Visual - Etc.

Meios de comunicação- Na linguagem sonora utilizam-se os sons; na linguagem verbal as palavras; na linguagem visual as formas e as cores. Numa comunicação os elementos de código, organizam-se segundo determinadas regras pré-definidas, por um conjunto de signos agrupados que formam um todo lógico que se refere à ideia das coisas concretas ou abstractas.

Elementos de comunicação: - Estrutura ( conteúdo e organização da comunicação ); - Emissor ( o que emite a mensagem ); - Receptor ( o que recebe a mensagem ), - Canal ou Suporte ( o meio pelo qual se realiza a comunicação ); - Código ( conjunto de signos estruturados de acordo com o tipo de linguagem utilizado ); - Mensagem ( a significação da comunicação ).

Modos de Operação da Comunicação: Para determinarmos o modo como a comunicação se realiza, devemos ter em consideração determinados conceitos como: sinal, índice, signo e símbolo.

- Sinal, é tudo o que existe no mundo que nos rodeia e que serve a estimulação dos nossos órgãos sensoriais: visão, audição, tacto, olfacto e paladar.

Ao atribuirmos um determinado significado ao sinal, este, toma-se por signo. Assim, podemos dizer que o signo é algo a que atribuímos um determinado significado.

O signo, está assim, em lugar de algo que representa e resulta da articulação de três componentes: - Significante, a manipulação material do signo; - Significado, que se refere àquilo que quer significar; - Referente, aquilo a que o signo se refere.

Os signos podem ser verbais ou icónicos.

Os signos icónicos organizam-se segundo os elementos da linguagem visual. Deste modo, podemos dizer que são representações de uma determinada realidade: pinturas, cartazes, fotografias, pictogramas, etc. Os seus conteúdos podem ser, para um mesmo exemplo, diferentes mesmo quando o objectivo é um só.

-Símbolos, representam conteúdos abstractos, baseados em convenções sociais ; acontecem por via irracional e compõem-se por um significado complexo.

- Índices, sinais naturais apreendidos como informação útil; são tomados como um sintoma.

Uma determinada mensagem pode ser monossémica ou polissémica.

A monossemia refere-se aos signos que possuem um só significado, sendo um dos exemplos mais significativos os sinais de transito. A polissemia refere-se aos signos com mais que um significado, portanto, passíveis de várias interpretações. Apresentam relações diversas entre significante e significado.

A mensagem pode ter dois níveis de linguagem: - um denotativo; - outro conotativo.

Na denotação encontra-se um nível prático onde se associa a função cognitiva ( relativa ao conhecimento, diz respeito a tarefas intelectuais incluindo a memorização, a fixação de dados ou a sua combinação com ideias métodos ou procedimentos previamente apreendidos ). A denotação designa a extensão de um conceito, limita-se ao sentido restrito e preciso do signo, excluindo aquilo que possa evocar.

Na conotação associa-se a função emocional. A conotação designa a propriedade que um signo possui de referir, para além do seu próprio objecto, alguns dos seus atributos. Desta forma a conotação refere-se ao conjunto de sentidos que o sujeito pode atribuir ao signo; tornando-se, assim, sinónimo de compreensão subjectiva.

No processo de comunicação o receptor encontra-se equipado com determinados filtros, pelos quais a mensagem é utilizada.

Filtros de carácter sensorial, que dependem das características sensoriais do receptor. Filtros de carácter operativo, que dependem das características psicofisiologicas, da relação entre o nível etário e capacidade de compreensão do receptor. Filtros de carácter cultural, que dependem do nível de desenvolvimento cultural do receptor.

Num sistema de comunicação quer o emissor quer o receptor têm de dispor de um stock de signos comum, por forma a atribuírem um mesmo significado a uma mesma informação. Este stock de signos funciona como uma classe de sinais a que se atribui o mesmo significado numa comunidade. O stock de signos do emissor não tem que ser necessariamente o mesmo do receptor mas é condição necessária que coincidam globalmente.

Comunicar é, assim, mais do que uma mera troca de informação, mais do que o processo de codificação e descodificação.

Comunicar é, como já foi referido, pôr em comum o que pensamos, mas, o sentido da mensagem é formado pelo receptor tendo em conta a sua rede repertorial ( experiências retidas na memória ), assim como, da filtragem a que a comunicação é sujeita através de filtros: sensoriais, operativos e culturais.

A ciência dos signos que estuda estes sistemas dá pelo nome de semiótica. Esta interessa-se por qualquer tipo de signo que tenha a ver com a cultura: moda, alimentação, literatura, publicidade, etc. A semiótica estuda o sistema dos signos na sua relação com os símbolos.

O estudo estatístico da transmissão e elaboração de mensagens originou uma teoria da comunicação desenvolvida pela cibernética ( desde 1945, ciência das comunicações e das regulações entre os seres vivos e as máquinas, computadores, robots, etc. ).

A cibernética interessa-se pela organização, segundo a qual, os dados sensoriais ou informações são registadas, comunicadas, memorizadas e chamadas sempre que necessário. Neste processo interagem: o emissor, o código, o canal de transmissão e o receptor.

Desta forma, comunicação, é toda a troca de informação entre sistemas, sejam eles de proveniência animal, humana ou maquinal.

Fim