ANALISE DE DESPERDÍCIO DE RAÇÃO DE UMA CRECHE DE SUÍNOS DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA. Cristine SCHNEIDER¹, Raquel PILETTI ²

Documentos relacionados
Desempenho de leitões em fase de creche alimentados com soro de leite.

DEJETOS DE SUÍNOS COMO FONTE PROTÉICA. DE PIAUÇU (Leporinus p macrocephalus).

Avaliação da curva de crescimento de frangos de corte e índices zootécnicos no sistema de produção do IFMG campus Bambuí

Plano de aula. ZOOTECNIA I (Suínos) MATERNIDADE Aula Passada 30/03/2016. Manejo de suínos do desmame ao abate. Maternidade (Aula Passada) Creche

Tecnologias de Produção Mais Limpa na Suinocultura Brasileira

ASPECTOS DA NUTRIÇÃO RELACIONADOS COM A CRIAÇÃO DE SUÍNOS EM FASE DE CRECHE, CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO EM GRANJAS DO SUL DO BRASIL

SISTEMA INTENSIVO DE SUÍNOS CRIADOS AO AR LIVRE - SISCAL: DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA

Suinocultura. Luciano Hauschild Departamento de Zootecnia Jaboticabal, Evolução da produção mundial de suínos;

ZOOTECNIA I (Suínos)

PLANEJAR PARA ECONOMIZAR Foco no Lucro Máximo. Geraldo Nascimento de Aguiar Jr. Zootecnista UFRPE 1996 Multicampo Nutrição Animal Caicó-RN

8 Suínos crescimento e terminação importância prática

Desempenho da linhagem de reprodutores suínos Embrapa MS115

Suinocultura. Sistemas de Produção na Suinocultura. Revisão. Objetivos aula. Sistemas de produção de suínos. Sistemas de produção de suínos 12/03/2018

MATRIZES. Objetivos de Desempenho. Junho An Aviagen Brand

ZOOTECNIA I (Suínos) Sistemas de produção de suínos. Sistemas de produção de suínos 01/04/2014

Nova Estratégia para a Melhoria do Desenvolvimento de. Frangos de Corte.

DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO SUPLEMENTADOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE RACTOPAMINA NA DIETA

Qual a importância da Glutamina e do Ácido Glutâmico para o leitão?

High Definition [Alta definição] High Development [Alto desempenho] High Digestibility [Alta digestibilidade]

VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA E MERCADOLÓGICA DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NOS MOLDES DO IFC CÂMPUS ARAQUARI

COMUNICADO TÉCNICO. Introdução. Jurij Sobestiansky 1 Osmar A. Dalla Costa 2 Nelson Morés 3 Waldomiro Barioni Jr. 4 Itamar A. Piffer 5 Roque Guzzo 6

RELATÓRIO SOBRE DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE CRIADOS POR ACADÊMICOS DO CURSO DE ZOOTECNIA DURANTE O 1º SEMESTRE LETIVO DE 2004

Estratégias Nutricionais para redução de dejeto suínos

Sistemas de produção de suínos

PERDAS ECONÔMICAS DECORRENTES DE DIFERENTES GRAUS DE SEVERIDADE DE RINITE ATRÓFICA EM SUÍNOS

GESTÃO PARTICIPATIVA COMO CONSTRUIR UMA EQUIPE COMPROMETIDA E PRODUTIVA FORTALEZA, 06 DE JULHO DE 2017

CURVA DE CRESCIMENTO DE FRANGOS DE CORTE E SUÍNOS

Gestão Financeira e Eficiência Produtiva. Fortaleza, dia 22 de junho de 2016 Vladimir Fortes

SISTEMA DE GESTÃO ALIMENTAR PARA MATRIZES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA

AULA 03 SISTEMA E REGIME DE CRIAÇÃO

gestão e informação na suinocultura moderna você está convidado a entrar neste mundo

Comparação do ganho de peso de bezerras alimentadas com leite de descarte e de leite normal durante a fase de aleitamento

RESUMO. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Campus Machado. Machado/MG -

Qualidade do soro de leite integral na alimentação de suínos em fase de creche.

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE MUDA FORÇADA EM POEDEIRAS COMERCIAIS

PEQUISA DE PERFORMACE

VI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí VI Jornada Científica 21 a 26 de outubro de 2013

AVALIAÇÃO DO CONSUMO E PESO DE BEZERROS DA RAÇA GIROLANDO ALIMENTADOS COM CONCENTRADO FARELADO OU PELETIZADO DURANTE A FASE DE ALEITAMENTO

Curva de crescimento e consumo alimentar em suínos em crescimento e terminação. Estratégia para atingir a melhor conversão alimentar

COMO LANÇAR A REPOSIÇÃO INTERNA NO S2?

Manejo e controle de dados de produção

Formulário de Aprovação de Curso e Autorização da Oferta

Inclusão de ractopamina na dieta de suíno na fase de terminação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA

Título da Pesquisa: Palavras-chave: Campus: Tipo Bolsa Financiador Bolsista (as): Professor Orientador: Área de Conhecimento: Resumo

ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS

NECESSIDADE ENERGÉTICA DAS MATRIZES SUÍNAS NA FASE DE GESTAÇÃO

DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE ALIMENTADOS COM QUIRERA DE ARROZ

Alto grão,dieta que vai bem,

DESTINO DE CARCAÇA DE ANIMAIS MORTOS

Avaliação da eficiência alimentar de novilhas Gir Leiteiro em lactação

CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA HIDRÁULICO E DA QUALIDADE DA ÁGUA EM GRANJAS DE SUÍNOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL NAS FASES CRECHE, CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA CRIAÇÃO DE SUÍNOS NA FASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO

IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO USO IRREGULAR DE DEJETOS DE SUÍNOS NO SOLO

Índice. História. pag. 03. Reprodutor/Gestação. pag. 05. Maternidade / Matriz. pag. 08. Maternidade / Leitão. pag. 14. Creche. pag.

Princípios básicos. Instalações, ambiência e equipamentos. Para implantação. Para implantação. Água e Efluentes. Para implantação

TERMINAÇÃO. Sistemas de produção de carne no Brasil Sistema de 2010 (x 1000) 2010 (%) Sistemas de Produção 11/03/2015

PAINEL SUINOCULTURA USO RACIONAL DA ÁGUA NA SUINOCULTURA

Por Gustavo J. M. M. de Lima, engenheiro agrônomo, responsável pela área de Prospecção e Avaliação Tecnológica da Embrapa Suínos e Aves

ESTIMATIVA DA QUANTIDADE E DESTINO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DE AVIÁRIOS PRODUZIDOS NA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ

RACTOPAMINA, ASPECTOS RELEVANTES QUANTO AO USO NA RAÇÃO PARA SUÍNOS

MANEJO DE MATRIZES PARTE I

Material de apoio para a disciplina Avicultura CAP.5 MANEJO DE PINTINHOS

VI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí VI Jornada Científica 21 a 26 de outubro de 2013

Pontos críticos no manejo de frangos de corte - 1ª semana. Edegar Affonso Médico Veterinário

Introdução. Seleção de Reprodutores. Importância das Fêmeas. Importância dos Machos. O que selecionar. Como selecionar

GESTÃO DO CONSUMO DE ÁGUA NA SUINOCULTURA INDUSTRIAL

Avaliação da produção de leite e da porcentagem de gordura em um rebanho Gir leiteiro

CUSTO MÉDIO DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS PARA ABATE: ANEXO 26 DEZEMBRO/86

SORGO - UMA BOA ALTERNATIVA PARA REDUÇÃO DOS CUSTOS DE ALIMENTAÇÃO

Vantagens e Benefícios: Vantagens e Benefícios:

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Campus Experimental de Dracena PROGRAMA DE ENSINO CURSO DE GRADUAÇÃO EM: ZOOTECNIA

MELHORANDO A PRODUTIVIDADE DAS MATRIZES SUÍNAS PARTE I

Utilização das folhas da ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Mill) na dieta de leitões na fase de creche

CUSTO MÉDIO DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS PARA ABATE: ANEXO 15 MARÇO/84

CUSTO MÉDIO DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS PARA ABATE: ANEXO 12 JUNHO/83

Noções de Melhoramento genético animal

ZOOTECNIA I (Suínos) 30/03/2016. Denominações. Denominações. Denominações. Denominações. Plano da aula

ALIMENTAÇÃO DA PORCA EM LACTAÇÃO

PESO DE SUÍNOS EM DIFERENTES FASES DE CRESCIMENTO EM UMA GRANJA DE PIRANGA (MG)1

COMO AMENIZAR A CRISE DA SUINOCULTURA

AMBIÊNCIA NA SUINOCULTURA - EXPERIÊNCIA BRASILEIRA DE CLIMATIZAÇÃO E PRODUTIVIDADE-

CAUSAS DE MORTALIDADE DE LEITÕES ATÉ O DESMAME EM GRANJA COMERCIAL NA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL 1

Sistemas de Parceria

Influência da qualidade do leite no desempenho de bezerras durante a fase de aleitamento

CUSTO MÉDIO DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS PARA ABATE: ANEXO 20 JUNHO/85

Suinocultura. Revisão. Luciano Hauschild Departamento de Zootecnia Sistemas de produção; Modelos de produção;

CUSTO MÉDIO DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS PARA ABATE: ANEXO 13 SETEMBRO/83

AVALIAÇÃO PRODUTIVA E ECONÔMICA DE TILÁPIAS SUBMETIDAS A DIFERENTES TAXAS DE ALIMENTAÇÃO EM TANQUES REDE

Manejo do leitão do crescimento ao abate

Cód Tipo Unidade Preço. E Silo metálico granjeiro de fundo cônico em 60 com capacidade de 51,80m3 ( kg ração) unidade R$ 15.

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia

CAPÍTULO 9 Mitigação das condições ambientais visando o conforto, o bem-estar e a saúde de suínos nas fases de creche, crescimento e terminação

Balanço 2016 Perspectivas Suínos

CUSTO MÉDIO DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS PARA ABATE: ANEXO 22 DEZEMBRO/85

CUSTO MÉDIO DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS PARA ABATE: ANEXO 16 JUNHO/84

CONTROLE ZOOTÉCNICO - TÉCNICA EFICIENTE E NECESSÁRIA

ANÁLISE DO GANHO DE PESO DE LEITÕES NO PERÍODO DE CRECHE SOB EFEITO DE TERAPIA HOMEOPÁTICA

TRANSPORTE BOVINO, QUALIDADE DA CARNE E IMPORTÂNCIA AO AGRONEGÓCIO 1 INTRODUÇÃO

Transcrição:

ANALISE DE DESPERDÍCIO DE RAÇÃO DE UMA CRECHE DE SUÍNOS DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA Cristine SCHNEIDER¹, Raquel PILETTI ² Palavras chaves: Eficiência, lucratividade de produção, conversão, comedouro. INTRODUÇÃO Atualmente a suinocultura desempenha um papel importante tanto nas esferas social, pois é a proteína animal mais consumida do mundo, bem como econômica, onde tanto em nossa região bem como globalmente, é um dos grandes precursores da economia (MANSKE, 2012). A lucratividade do sistema produtivo está correlacionada para com o grau da eficiência da utilização dos meios de produção. Umas das formas de avaliação dessa eficiência e a mensuração da conversão do alimento consumido pelos suínos em carne em todos as etapas de produção. Entretanto, o grau de eficiência tende a diminuir conforme o desperdício de ração durante o processo. Sendo que em tempos de alto custo dos insumos, a maximização do aproveitamento da ração não é apenas uma questão de lucratividade, mais sim de sobrevivência do suinocultor no mercado (PICOLLI, 2015). A maneira no qual o alimento é fornecido aos animais é responsável por variações na conversão alimentar e também diminuição do desperdício de ração. Uma forma de fornecer o consumo de ração no sistema de crechários, é o fornecimento de ração nos comedouros auxiliares, os quais são colocados no centro da baia, visando estimular o leitão a ingestão do alimento sólido. Atualmente, é neste sistema de tratamento em que ocorre um grande desperdício de ração diminuído o rendimento do produtor (PINHEIRO, 2014). Segundo Manske (2012) as estimativas de desperdício de ração em granjas de suínos são de 2 a 20%. Um dos grandes vilãos do desperdício da ração são os são comedouros que podem chegar facilmente a 5% levando a um alto prejuízo na eficiência do lote. O presente estudo tem por objetivo avaliar o a eficiência do sistema alimentar em uso numa creche com capacidade de alojamento de 5.300 leitões, no qual atingem uma perda de ração representa 5,58% do volume total consumido. Acadêmica do Curso de Engenharia de Produção da FAI Faculdades, Itapiranga - SC. E-mail: Cristinesjo@hotmail.com ² Coordenadora do curso de Tecnologia em Alimentos da FAI Faculdades, Itapiranga SC. Email: alimentos@seifai.edu.br

MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo desenvolveu-se em um sistema de produção de suínos na fase de creche. O produtor realiza os manejos necessários para com 5.300 leitões, que chegam a propriedade com 7,4 Kg e saem, após 40 dias de média aproximadamente, com 23,3 Kg. Por tanto, ocorre a necessidade da realização de manejos pontuais que estimulem ao máximo o consumo de ração, com posterior ganho de peso, uma boa conversão alimentar e por fim, a busca constante na antecipação da saída dos leitões. Uma forma de estimular o consumo de ração no sistema de crechários é através do fornecimento de ração nos comedouros auxiliares, os quais são colocados no centro da baia, visando estimular o leitão a ingestão do alimento sólido (PINHEIRO, 2014). Porém, até o momento não avaliou-se a eficiência do sistema, pois o comedouro de apoio é resultado da junção de uma bandeja tubular (equipamento utilizado no trato de aves) adaptada a uma barra de ferro que prende o conjunto na grade plástica. A retirada do comedouro de apoio ocorre conforme a adaptação do leitão ao consumo, sendo retirado dos lotes logo após o consumo da fase Maternidade. Para a medição do desperdício originado, tanto pelo comedouro da baia, bem como o auxiliar, colocou-se abaixo da baia uma cortina, sendo o volume acumulado na mesma pesado a cada troca de fase de ração bem como todo o grupo de leitões. O presente estudo abrande três fases de consumo, a Fase Maternidade, Pré-1 e Pré-2. Para a avaliação, separou-se um grupo de 192 (cento e noventa e dois) leitões divididos em 6 (seis) subgrupos, obedecendo para tal o peso e sexo. O período de avaliação foi entre 15 de agosto a 05 de setembro de 2016. RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Pinheiro (2014), um dos pontos cruciais dentro de um sistema de produção é o momento do desmame dos leitões, período no qual os leitões sairão de uma alimentação líquida para sólida. Isso gera interferências significativas nos processos fisiológicos, como sistema digestivo, metabólico e imunológico. Além disso, o autor ressalta que a retirada da matriz (mãe), o novo local de alojamento, a alteração da dieta e a composição da mesma, geram desafios enormes para os leitões. Tentar amenizar os pontos críticos é função do sistema de produção, o qual deve buscar alternativas que venham a proporcionar uma adaptação rápida e eficiente do leitão a fase de creche, proporcionando a manutenção de sua linha normal de crescimento.

A Tabela 1 mostra a distribuição dos leitões por baias, bem como seus respectivos pesos, ingestão de ração e desperdício de ração ocorridos. Tabela 1 - Apresentação dos resultados por Grupo e Total Grande Médio Pequeno Grande Média Pequena Total Data Entrada 15/8 15/8 15/8 15/8 15/8 15/8 Leitões 32 32 32 32 32 32 192 Peso Médio (Kg) 9,29 6,99 6,04 9,81 7,67 5,73 7,59 Consumo Maternidade (Kg) 11 8,2 11,3 9,5 6,5 9,4 55,9 Data Pesagem Maternidade 18/8 18/8 18/8 18/8 18/8 18/8 Despedício Maternidade (Kg) 1,8 2,3 2 2,2 1,9 1,6 11,8 % Desperdício Maternidade 16,4% 28,0% 17,7% 23,2% 29,2% 17,0% 21,1% Peso Médio Pré-1 (Kg) 11,55 7,51 7,85 12,11 8,17 7,67 9,14 Consumo Pré-1 (Kg) 80 80 80 80 80 80 480 Data Pesagem Pré-1 27/8 30/8 28/8 26/8 30/8 28/8 Despedício Pré-1 (Kg) 4,1 3,1 7,4 3,1 4,3 6,4 28,4 % Desperdício Pré-1 5,1% 3,9% 9,3% 3,9% 5,4% 8,0% 5,9% Peso Médio Pré-2 (Kg) 17,04 10,59 11,62 14,62 11,68 11,46 12,82 Consumo Pré-2 (Kg) 180,6 128 128 128 137,4 128 830 Data Pesagem Pré-2 3/9 5/9 3/9 3/9 5/9 3/9 Despedício Pré-2 (Kg) 9,2 8,9 3,9 2,1 5,5 6,4 36 % Desperdício X Consumo 5,1% 7,0% 3,0% 1,6% 4,0% 5,0% 4,3% Desperdício Total (Kg) 15,10 14,30 13,30 7,40 11,70 14,40 76,20 % Disperdício sobre Consumo 5,56% 6,61% 6,06% 3,40% 5,23% 6,62% 5,58% Fonte: os autores (2016). Pode-se observar que a pesagem da fase de consumo da ração Maternidade ocorreu no mesmo dia, indiferente da quantidade consumida, o que não ocorreu nas demais fases, pois nessas deixou-se os leitões consumirem a ração em sua totalidade. Isso gerou datas diferenciadas de pesagem dos lotes nas fases Pré-1 e Pré-2. Verifica-se ainda, que os lotes que obtiveram menor consumo na fase da ração Maternidade registraram maior desperdício. Já na média geral, os lotes dos leitões com maior peso médio de entrada foram os que registraram menor perda de ração, ou seja, realizavam a ingestão efetiva do alimento, atingindo o lote de Grande 5,56% e as s Grandes 3,40% de perda do volume fornecido. Na média geral das rações consumidas a perda de ração representou 5,58%, ou seja, 76,2 Kg de ração (397 gramas por leitão).

Salienta-se ainda que na fase Maternidade houve um desperdício de 21,1% de toda a ração fornecida, baixando para 5,9% na fase de Pré-1 e 4,3% na fase de Pré-2. Nota-se claramente que o uso do comedouro de apoio proporcionou uma maior perda de ração, porém, pode estar atrelada a dificuldade de ingestão do alimento sólido pelo leitão, ou mesmo pelo baixo consumo de ração do leitão quando está ao pé da porca. Segundo Freitas, Braz e Kuribayashi (2014), o consumo na primeira semana após o desmame está vinculado ao consumo na maternidade, sabendo-se que os leitões que tiverem contato com ração na maternidade apresentam os melhores consumos e desempenhos nas fases de creche. Observa-se ainda, que mesmo com a retirada do comedouro de apoio, houve desperdício de 5,9% na fase Pré-1 e 4,3% na fase Pré-2, o que totaliza uma perda de 335 gramas por leitão. Na fase de maternidade o percentual ficou em 21,1%, como já mencionado, porém, o volume consumido foi inferior. No entanto, com base nas notas fiscais de entrega das respectivas rações consumidas pelos lotes, os custos das Fases de Maternidade, Pré-1 e Pré-2 estavam R$ 3,27, R$ 2,29 e R$ 1,83 respectivamente. Ou seja, com o desperdício de ração Maternidade perdeu-se R$ 0,20 por leitão, na de Pré-1 e Pré-2 R$ 0,34 cada, totalizando R$ 0,88. Estendendo-se os números apurados no lote teste a todo o lote de 5.300 leitões, o desperdício soma R$ 4.664,00. Merece menção o fato de que o presente estudo somente avaliou as três primeiras fases de ração, sendo que a quarta está em estudo e sua duração é em média 21 (vinte e um) dias, ou seja, ela compreende um período maior que as três avaliadas. Se o desperdício se mantiver similar a fase Pré-2, tem-se uma perda de 726 gramas, pois sabese que os leitões consomem em média 24 Kg de ração até sua saída para o período de terminação. Somando-se a perda da fase inicial, igual à R$ 1,00 (726 gramas multiplicados por R$ 1,38 que é o valor do Kg de ração inicial) chegamos a cifra de R$ 1,88 por leitão alojado. Chega-se assim, a um número final de R$ R$ 7.314,00 no lote em avaliação. No ano, essa propriedade gera uma perca econômica de R$ 43.884,00, uma vez que são realizados 6 (seis) lotes de creche ao ano. Entende-se que há a necessidade de estender o presente estudo os mais variados modelos de equipamentos hoje utilizados no sistema produtivo, para a partir desse, elencar o que proporciona os melhores resultados. Juntamente, o desenvolvimento de um equipamento pelos acadêmicos do curso dos cursos de Engenharia de Produção em parceria com os acadêmicos da Agronomia passa a ser uma ação viável e interessante, pois vem a beneficiar um setor que é de suma importância na economia regional e estadual, tornando-o mais competitivo.

CONCLUSÃO A fase de adaptação dos leitões ao sistema de crechários é um período crítico que exige uma atenção especial do produtor, bem como de todo o sistema produtivo. A realização do estímulo para com os leitões em relação ao consumo da ração sólida é imprescindível. Observou-se que o maior volume de ração se perdeu na fase da ração Maternidade, ou seja, logo após o alojamento do leitão no crechário. Verificou-se que 1,70% da receita obtida na comercialização do leitão na sua saída de creche é comprometida pela perca de ração ocorrida nessa fase, uma vez que se apurou o valor de R$ 1,88 como a perca ocorrida e de R$ 110,00 o de comercialização do leitão. Por fim, necessita-se a realização de um estudo mais aprofundado de todos os modelos de comedouros e equipamentos hoje em uso e mesmo os que serão incorporados no sistema, buscando identificar os que realmente trazem os melhores ganhos ao sistema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREITAS, Rovério Magrini de; BRAZ, Débora; KURIBAYASHI, Thiago Hiroshi. Curvas de alimentação e crescimento na fase de creche. In: Produção de Suínos: Teoria e Prática. Brasília: Associação Brasileira de Criadores de Suínos, 2014. Cap. 15, p. 636-643. MANZKE, Naiana Einhardt; COSTA, Osmar Antonio dalla; LIMA, Gustavo Julio Mello Monteiro de. Atualidades e desafios nas fases de crescimento e terminação: Sistemas de alimentação. Repositório Acesso Livre à Informação Científica da Embrapa, Pelotas, v. 1, n. 1, p.1-11, 15 out. 2012. PICCOLLI, Lincon Quadros. DESEMPENHO DE LEITÕES NA FASE DE CRECHE ALIMENTADOS EM COMEDOURO SEMI-AUTOMÁTICO OU MANUAL. Repositório Institucional da Ufsc, Florianópolis, v. 1, n. 2, p.1-30, jun. 2015. PINHEIRO, Roniê. Primeira semana pós-desmame: desafios e relevâncias. In: Produção de Suínos: Teoria e Prática. Brasília: Associação Brasileira de Criadores de Suínos, 2014. Cap. 15, p. 628-632.