Processo Seletivo/UFU - Fevereiro ª Prova Comum LITERATURA T I P O QUESTÃO 41. Sobre o Pré-Modernismo, assinale a alternativa INCORRETA.

Documentos relacionados
Resoluções das atividades

AULA 1.2 Conteúdo: Figuras de linguagem. Versificação Gêneros contemporâneos INTERATIVIDADE FINAL LÍNGUA PORTUGUESA DINÂMICA LOCAL INTERATIVA

Os gêneros literários. Literatura Brasileira 3ª série EM Prof.: Flávia Guerra

Ensino Médio - Unidade Parque Atheneu Professor (a): Kellyda Martins de Carvalho Aluno (a): Série: 3ª Data: / / LISTA DE LITERATURA.

DISCIPLINA DE LITERATURA OBJETIVOS: 1ª Série

Gêneros Literários OBRAS LITERÁRIAS: QUANTO À FORMA = VERSO & PROSA QUANTO AO CONTEÚDO = GÊNEROS LITERÁRIOS

2 Em que data começou o Trovadorismo em Portugal, e que fato marcou essa data?

1 o ano Ensino Fundamental Data: / / Nome: 14 DE MARÇO: DIA DA POESIA

Slides por Carlos Daniel S. Vieira

Matéria: literatura Assunto: modernismo - joão cabral de melo neto Prof. IBIRÁ

Português 2º ano João J. Folhetim

Solução Comentada Prova de Língua Portuguesa

Análise de textos poéticos. Texto 1. Infância

TEMAS/DOMÍNIOS Conteúdos Objectivos Tempos Avaliação Textos dos domínios transacional e

a) Explique como é que Mário Quintana caracteriza, em sua concepção idealizada,

latim persona máscara

Lua Prateada e outras Poesias

Carga Horária: 50 horas Período: 1º semestre de 2017

1º PERÍODO (Aulas Previstas: 64)

Modernismo: primeira geração

LITERATURA PROFESSOR LUQUINHA

A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA

Português 11º ano PLANIFICAÇÃO ANUAL Ano letivo 2016/2017

Unidade de Revisão. Revisor Textual: Profª Dra. Magalí Elisabete Sparano

Ensino Médio - Unidade Parque Atheneu Professor (a): Aluno (a): Série: 3ª Data: / / LISTA DE LITERATURA

ROMANTISMO Profa Giovana Uggioni Silveira

Camilo Castelo Branco Amor de Perdição SÍNTESE DA UNIDADE (ppt adaptado) Encontros 11.o ano Noémia Jorge, Cecília Aguiar, Inês Ribeiros

Bárbara da Silva. Literatura. Modernismo II

Análise de São Bernardo, de Graciliano Ramos

LITERATURA: GÊNEROS E MODOS DE LEITURA - EM PROSA E VERSOS; - GÊNEROS LITERÁRIOS; -ELEMENTOS DA NARRATIVA. 1º ano OPVEST Mauricio Neves

Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativoargumentativo

Colégio Santa Dorotéia

Era uma vez... A Arte de Contar Histórias

DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS 2017 / 2018

2ª Série do Ensino Médio _ TD 10 _ 10 de maio de 2006 LETRA PARA UMA VALSA ROMÂNTICA

Fascículo 6 Linguagens Unidade 17 A linguagem nas tirinhas e nas charges

P2 2 BIMESTRE. João Cabral de Melo Neto

RESOLUÇÃO Nº 63/2002

Álvaro de Campos. Ricardo Reis. Alberto Caeiro

Para que serve a? TERCEIRÃO. Profª. Jaqueline Alice Cappellari Aulas 1, 2 e 3

Modernismo - (3ª Fase) Visão Geral

PROVA COMENTADA PELOS PROFESSORES DO CURSO POSITIVO Vestibular ITA 2018

REVISÃO E AVALIAÇÃO DA UNIDADE II

MORTE E VIDA SEVERINA. Auto de Natal de Pernambuco 1954 (João Cabral de Melo Neto)

UNICAMP II GÊNEROS DISCURSIVOS. CRÔNICA: Trata fatos do cotidiano cujo objetivo é despertar no leitor reflexão. CONTEÚDO:

O ALEM-MAR LITERATURA PORTUGUESA

UFGD série de análises literárias. CANTOS DE TERRA Poesia EMMANUEL MARINHO. Professor Renato Tertuliano

ROMANTISMO: POESIA. Profa. Brenda Tacchelli

1º Período º Período º Período

Apostila de Língua Portuguesa 07 Modernismo Segunda Geração

Gêneros Literários. Drama. Imita a realidade por meio de personagens em ação, e não da narração. Poética de Aristóteles

FACULDADE SUMARÉ PLANO D ENSINO

A/ OBRAS COMPLETAS DE FERNANDO PESSOA FERNANDO PESSOA. 18. a EDIÇÃO EDITORIAL NOVA ATIÇA LISBOA

( ) A literatura brasileira da fase colonial é autônoma em relação à Metrópole.

Romantismo no Brasil: 1ª geração. Literatura brasileira 2ª EM Prof.: Flávia Guerra

1º ano. Emprego da fala, adequando-a ao contexto comunicativo e ao que se supõe ser o perfil do interlocutor, em função do lugar social que ele ocupa.

ROMANTISMO. Idealização e arrebatamento. Literatura Brasileira 2ª série EM Prof.: Flávia Guerra

Aulas Multimídias Santa Cecília Profª André Araújo Disciplina: Língua Portuguesa, Redação e Literatura Série: 2º ano EM

MODERNISMO 2ª GERAÇÃO. Por Carlos Daniel S. Vieira

Estudo dos gêneros literários

(Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n. 2, 2001, p. 254.)

AGRUPAMENTO de ESCOLAS de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo de PLANIFICAÇÃO ANUAL

UMA PROPOSTA DE ENSINO DO USO DO CONECTIVO E NA CONSTRUÇÃO TEXTUAL SOB A PERSPECTIVA FUNCIONALISTA

Plano de Ensino Componente Curricular: Curso: Período: Carga Horária: Docente: Ementa Objetivos Gerais Específicos

Língua Portuguesa. Respostas das Atividades 3

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

Content Area: Literatura Brasileira Grade 11ª. Quarter 1ª. Serie Serie Unidade

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

BETINHA- PORTUGUÊS- ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO

Há quatro GÊNEROS principais e clássicos e mais um gênero moderno (a partir do séc. XIX); são eles:

DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS CLÁSSICAS E ROMÂNICAS PLANIFICAÇÃO ANUAL 2018/2019 PORTUGUÊS - 11.º CURSO PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA SISTEMAS

Projeto Pedagógico Qual caminho deve seguir para obter uma infância feliz? Como fazer para compreender a vida em seu momento de choro e de riso?

CARGO:MONITOR DE TRANSPORTE

2. 1 A poesia trovadoresca - Leitura de cantigas de amor e de amigo semântico, sintático, lexical e sonoro;

São Bernardo Graciliano Ramos

EXERCICIOS SOBRE MENINO DO ENGENHO. 2. (FAENQUIL / VUNESP) Leia o fragmento do romance Menino de Engenho, de José

Pós-Modernismo (Poesia)

Aulas Multimídias Santa Cecília Profº. Pecê

Atividade extra. Fascículo 6 Linguagens Unidade 17 Barroco e romantismo Poesia de sentimentos. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Todos os cursos MÓDULO 9 TEXTOS LÍRICOS FERNANDO PESSOA: ORTÓNIMO E HETERÓNIMOS. Disciplina- Português. Prof. Liliete Santos Patrícia Pereira

GOIÂNIA, / / PROFESSORA: Patrícia ALUNO(A): Lista de exercícios. Obs: As questões discursivas devem ser respondidas no verso da folha.

Romantismo no Brasil. Segunda geração: idealização, paixão e morte Literatura brasileira 2ª EM Prof.: Flávia Guerra

Texto Meu Bebê pequeno:

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

SUMÁRIO. APRESENTAÇÃO Sobre Fernando Pessoa...11 Fernando Pessoa: ele mesmo, um outro heterônimo?...23

Síntese da unidade 4

Aula de recuperação. Ensino Médio

LISTA DE RECUPERAÇÃO DE LINGUAGENS 7º ANO CARLA

Unidade: O Romantismo Inglês Poesia. Revisor Textual: Profª Dra. Magalí Elisabete Sparano

1. Fernando Pessoa. Oralidade. Leitura

Colégio Santa Dorotéia

Romance. Romance: da palavra ROMANÇO/ROMÂNICO (obra em linguagem popular, com muita imaginação e aventura).

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem prévia autorização do autor

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

1. Considere o poema abaixo:

GÊNEROS LITERÁRIOS. Dramático, Épico, Narrativo e Lírico

Rumo à vertigem ou a arte de naufragar-se. Wassily Chuck

Funções da Linguagem e Gêneros Textuais

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO

Nádina Aparecida Moreno. Berenice Quinzani Jordão. Editora da Universidade Estadual de Londrina. Maria Helena de Moura Arias

Transcrição:

LTERATURA QUESTÃ 4 Sobre o ré-modernismo, assinale a alternativa NCRRETA. A) A vida literária brasileira do início do século XX não apresentava sinais de renovação, a não ser por um grupo de escritores cujo ponto em comum era o interesse pela análise da realidade brasileira. Esse aspecto temático antecipa uma das tendências do Modernismo. Quanto à linguagem, nenhum deles rompeu com o estilo clássico da época. B) Lima Barreto e Monteiro Lobato aproximam-se por expressarem uma visão crítica dos problemas socioculturais brasileiros. Lima Barreto contempla a cidade, ao passo que Monteiro Lobato volta-se para o campo. or criarem uma literatura que investigasse mais profundamente o Brasil, esses autores são considerados pré-modernos. C) A obra de Monteiro Lobato caracteriza-se por mostrar o estado de abatimento físico e a miséria cultural do camponês brasileiro. Esses traços podem ser verificados nos contos Urupês e Negrinha. Em Urupês, Monteiro Lobato cria a personagem Jeca Tatu. elo tom irreverente e caricatural, essa personagem tornase um emblema deformado do sertanejo brasileiro. D) Lima Barreto, em sua obra, critica o Brasil por meio da sociedade carioca do começo do século XX, sobretudo o povo sofrido dos subúrbios, com o qual ele se identifica. or outro lado, o autor se volta para uma classe intermediária, a dos políticos, doutores, intelectuais. Em homem que sabia javanês, Lima Barreto faz uma crítica ferina aos pseudo-intelectuais brasileiros. T rocesso Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - ª rova Comum

T 2 LTERATURA QUESTÃ 42 Considere os fragmentos seguintes do conto Urupês. (...) Morreu eri, incomparável idealização dum homem natural como o sonhava Rousseau, protótipo de tantas perfeições humanas que no romance, ombro a ombro com altos tipos civilizados, a todos sobreleva em beleza d alma e corpo. Contrapôs-lhe a cruel etnologia dos sertanistas modernos um selvagem real, feio e brutesco, anguloso e desinteressante, tão incapaz, muscularmente, de arrancar uma palmeira, como incapaz, moralmente, de amar Ceci. or felicidade nossa e de D. Antônio de Mariz não os viu Alencar; sonhouos qual Rousseau. Do contrário lá teríamos o filho de Araré a moquear a linda menina num bom braseiro de pau brasil, em vez de acompanhá-la em adoração pelas selvas, como o Ariel benfazejo do aquequer. Monteiro Lobato, Urupês. Marque a alternativa correta. A) Nesses parágrafos introdutórios de Urupês, Monteiro Lobato faz uma crítica ao herói nacional criado pelo Romantismo ainda vivo na memória literária brasileira do início do século XX. ara Lobato, o verdadeiro homem representante do Brasil é o Jeca Tatu, figura real e desinteressante que se contrapõe ao herói idealizado. B) No primeiro parágrafo, o autor exalta a figura do bom selvagem criada por Rousseau e largamente cultuada pelos escriores românticos. Lobato lamenta a morte de heróis como eri, bruto convertido em cavalheiro português. C) No segundo parágrafo, o autor afirma que o novo herói brasileiro é fruto da cruel etnologia dos sertanistas modernos. sto significa que Lobato não compactua com os estudos antropológicos, pois esses estudos estão em busca de verdades e as verdades são cruéis e não fazem bem à literatura. D) No último parágrafo, Lobato sugere um ritual antropofágico entre o índio e o português (eri e Ceci), caso Alencar não tivesse feito de nosso índio truculento um bom selvagem. Mas o ritual não aconteceu, por felicidade nossa e de D. Antônio de Mariz. Nessa afirmação, temos um Lobato pacifista. rocesso Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - ª rova Comum

Leia atentamente o poema seguinte. Andorinha LTERATURA QUESTÃ 43 Andorinha lá fora está dizendo: assei o dia à toa, à toa! 3 T Marque a alternativa correta. Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! assei a vida à toa, à toa... Manuel Bandeira, Libertinagem. A) A consciência controla e condiciona o lirismo dos versos de Andorinha, considerando que a carga lírica desses versos é pequena, pois o lirismo se dá de forma contida, sob um rigoroso controle da razão. B) elo contexto do poema, o símbolo da Andorinha está associado ao trabalho cotidiano, infatigável e pleno de resultados, por isso a existência laboriosa da andorinha é uma lição para o poeta. C) tom melancólico do poema evidencia-se nos dísticos finais. Nesses dois últimos versos, ao constatar o vazio de sua existência, o poeta demonstra claramente a vontade de libertar-se da vida presente. D) Esse poema passa de uma experiência pessoal - minha cantiga - a concepções profundas e generalizantes, de interesse geral, porque convida o leitor a refletir sobre sua própria existência. QUESTÃ 44 Considerando a leitura de São Bernardo, de Graciliano Ramos, marque a alternativa NCRRETA. A) adilha é um exemplo de personagem que se curva à servidão, pois além de perder tudo o que possuía, aos poucos cedeu a propriedade a aulo Honório. B) A amizade e o amor, sentimentos ignorados por aulo Honório, não têm função em sua vida. Ele se casa com Madalena por necessidade, para ter um herdeiro a quem deseja destinar seu império. C) sucesso econômico de aulo Honório, sua ascensão social, sua grandeza como proprietário foram possíveis graças à morte de Madalena que desejava destruir seus planos. D) A obra é uma narrativa em primeira pessoa, em que se evidencia um eu protagonista que recorda sua vida, que vai de uma existência humanamente indigna e animalesca à condição de respeitável senhor de engenho. rocesso Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - ª rova Comum

T 4 Leia o texto abaixo e faça o que se pede. Canção LTERATURA QUESTÃ 45 us o meu sonho num navio e o navio em cima do mar; depois abri o mar com as mãos, para o meu sonho naufragar. Minhas mãos ainda estão molhadas do azul das ondas entreabertas, e a cor que escorre dos meus dedos colore as areias desertas. vento vem vindo de longe, a noite se curva de frio; debaixo da água vai morrendo meu sonho, dentro de um navio... (...) Cecília Meireles, Viagem. Assinale a alternativa que NÃ se refere ao texto. A) No texto encontram-se o culto à beleza material, a preferência pelo concreto e o apego ao ambiente real que é o sonho. B) Verifica-se na primeira estrofe um tom de desencanto quando a poetisa afirma que abriu o mar com as mãos para que o próprio sonho naufragasse. C) Há uma freqüente recorrência aos símbolos marítimos (navio, mar, azul das ondas), o que constitui um dos campos imagéticos da poesia ceciliana. D) s versos debaixo da água vai morrendo/meu sonho dentro de um navio... expressam a transitoriedade do sonho, sempre fugaz como toda cosmovisão poética da autora. rocesso Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - ª rova Comum

LTERATURA QUESTÃ 46 A poesia de Fernando essoa, independente do heterônimo que assina os versos, tem sido definida como manifestação da consciência infeliz do homem moderno; caracterizando-se, portanto, pela angústia existencial, pela desesperança política, pela inquietação religiosa. Assim sendo, assinale a alternativa cujos versos exemplificam NCRRETAMENTE esta proposta poética. 5 T A) Chove? Nenhuma chuva cai... Então onde é que eu sinto um dia Em que o ruído da chuva atrai A minha inútil agonia? B) Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta E cantou a cantiga do nfinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. C) ara ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. õe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive. D) Ó naus felizes, que do mar vago Volveis enfim ao silêncio do porto Depois de tanto noturno mal - Meu coração é um morto lago, E à margem triste do lago morto Sonha um castelo medieval... rocesso Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - ª rova Comum

T 6 LTERATURA QUESTÃ 47 Considere o fragmento seguinte, de Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto. Severino retirante, mas se responder não pude deixe agora que lhe diga: à pergunta que fazia, eu não sei bem a resposta ela, a vida, a respondeu da pergunta que fazia, com sua presença viva. se não vale mais saltar E não há melhor resposta fora da ponte e da vida; que o espetáculo da vida: (...) (...) Em relação à obra Morte e vida severina e ao fragmento acima transcrito, assinale a alternativa correta. A) A notícia do nascimento de uma criança, no desfecho da narrativa, vem criar um clima de otimismo e confiança na capacidade do homem resolver seus problemas sociais. or isto, este poema dramático é também denominado auto de natal pernambucano. B) Neste poema dramático, João Cabral aborda o problema da seca. Esta questão social é tratada de forma trágica, como uma fatalidade, não havendo esperança de solução para a crise que, há séculos, assola o homem rural nordestino. C) No diálogo entre o retirante Severino e o mestre carpina Seu José, que encerra este poema dramático, a morte aparece como a única solução possível. Resta ao homem nordestino, assolado pela miséria, saltar fora da ponte e da vida. D) título do poema reúne dois substantivos sob a mesma denominação: severina. Com esta adjetivação única, o autor pretende dizer que, somente após a morte, o povo nordestino encontrará consolo para a inexorável situação de opressão econômica em que vive. rocesso Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - ª rova Comum

LTERATURA QUESTÃ 48 Em relação à novela Amar, verbo intransitivo, e ao termo idílio, com que Mário de Andrade a classifica, assinale o item em que o emprego do termo e sua relação com a narrativa está explicado de modo NCRRET. A) Mário denominou sua novela de idílio para enfatizar o clímax romântico. Como em toda história de amor juvenil, este também chega ao fim quando a distância de classe revela-se uma fatalidade, impedindo a realização dos sonhos conjugais. É comum aos idílios que os protagonistas vivam um amor transgressivo, que a família tradicional não pode suportar. B) Ao classificar sua novela como idílica, Mário pretende ironizar, chamar a atenção para seu contrário. Em vez de idílio, temos uma narrativa moderna, urbana e problemática. Do ponto de vista da estrutura narrativa, trata-se de um texto experimental. termo idílio, ao contrário, designa uma pequena composição poética, leve e graciosa. C) A intenção de Mário é remeter o leitor à literatura romântica, dessacralizando, pela impropriedade do termo idílio, um gênero narrativo que tratava de assunto pastoril, bucólico, fixando momentos fugazes da existência humana em que a integração do eu com a natureza permitia a evasão dos sentidos. D) Nesta narrativa, Mário tematiza a impossibilidade da realização amorosa numa circunstância transgressiva tema das histórias românticas com final trágico. ela solução do conflito, dolorosa porém eficiente, Mário rompe com a atitude romântica, parodia as narrativas em que o amor, como bem sublime, é capaz de vencer todos os obstáculos, se preciso for, com a própria morte. 7 T QUESTÃ 49 Em relação à Conversa de Bois, de Guimarães Rosa, assinale a alternativa NCRRETA. A) A morte de Agenor Soronho pode ser entendida como conseqüência de um descuido do carreiro, pois o caminho era perigoso; ou, então, como uma intervenção sobrenatural do estado de confusão mental dos bois e do menino-guia. B) s bois e os homens cruzam-se na narrativa como num contraste, pois o narrador apresenta alternadamente os diálogos dos homens e os diálogos dos bois. C) Essa é uma narrativa em terceira pessoa, cujo narrador mantém um distanciamento do fato e, geralmente, nos momentos mais importantes, passa a voz aos animais e ao menino. D) Agenor Soronho, o carreiro, tratava com rudeza o menino-guia, Tiãozinho, porque este era desumano para com seu pai que estava doente. rocesso Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - ª rova Comum

T 8 Assinale a alternativa NCRRETA. LTERATURA QUESTÃ 50 A) título Viagem, da obra de Cecília Meireles, retrata uma permanente busca interior, intimista e introspectiva, catalisando elementos sensoriais que lhe permitem maior expressividade poética. B) aulo Honório percebe a literatura como uma expressão imediata e objetiva de fatos a serem comunicados ao leitor, isto é, tem uma função utilitária, que é a confissão de seu drama psicológico. C) Após a morte do pai de Tiãozinho, Agenor Soronho vê com alegria a possibilidade de continuar o romance que mantinha, secretamente, com a mãe do menino. Mesmo assim, o menino-guia é tratado de maneira hostil pelo carreiro. D) Madalena é a única personagem que aulo Honório consegue transformar em objeto, uma vez que, gradativamente, ela vai cedendo às imposições hostis do estilo de vida do esposo, situação que a leva ao suicídio. rocesso Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - ª rova Comum