9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II PROFESSOR DANILO BORGES
DAVID HUME - COMPAIXÃO Nascimento: 7 de maio de 1711 Edimburgo, Reino Unido. Morte: 25 de agosto de 1776 (65 anos) Edimburgo, Reino Unido. Hume nega em seu Tratado sobre o Entendimento humano e o Tratado da Natureza Humana a unidade do sujeito.
As ideias sempre são derivadas de percepção que ele denomina de IMPRESSÕES (=paixões, emoções). Hume afirma: não há qualquer impressão constante e invariável. Dor e prazer, pesar e alegria, paixões se sensações sucedem-se umas às outras, e nunca existem todas ao mesmo tempo. (THN, I, 4, 6). O eu é um fluxo de percepções em constante movimento e sucessão. Nada neste fluxo de percepções legitima a tese da existência de um sujeito por baixo das percepções.
A mente nada mais é que uma coleção ou feixe de diferentes percepções, cujas características são a sucessão, o fluxo e o movimento perpétuo. Segundo Hume: A mente é um tipo de teatro onde diversas percepções fazem sua aparição sucessivamente, passam, repassam, esvaem-se e se misturam numa infinita variedade de posições e situações (TNH, idem). No entanto, apesar dessa distinção, tais conteúdos encontram-se associados uns aos outros. No entanto, a experiência do amor e do ódio nos mostra que há momentos em que um outro objeto pode assumir essa condição. Esta relação com o outro cria-se uma comunicação. Esse contato que estimula a mente pode ser pensado como uma compaixão (= compartilhar as paixões, um sentir junto).
Se não fôssemos capazes de perceber outra ideia senão a de Eu, seríamos muito infelizes. Podemos imaginar um homem que tenha tudo aquilo de que necessita. Ainda assim ele será infeliz, diz Hume, enquanto não lhe dermos ao menos uma pessoa com quem possa dividir sua felicidade e de cuja estima e amizade possa gozar (TNH, pág. 397). Quando ajudamos uma pessoa somos movidos pelos sentimentos e paixões e não pela razão. Mas não posso justificar a ajuda pelo outro pela razão? A razão me diz que o outro também ama a vida, por isso não podemos eliminá-lo.
Compadecer é sofrer com. Ter compaixão é a virtude de compartilhar o sofrimento do outro, não significa aprovar suas razões, sejam elas boas ou más. Ter compaixão é recusar a indiferença frente ao sofrimento do outro. David Hume (A Treatise of humam nature. 1738) dizia: Ninguém é completamente indiferente à felicidade ou à miséria dos outros. Algumas pessoas entendem que isso não é uma virtude, mas sim um sentimento, que recebe a denominação de Empatia. Ela seria a tendência de sentir o que se sentiria caso se estivesse na situação e nas circunstâncias experimentadas por outra pessoa. A ideia de que a Simpatia é um sentimento que vincula as pessoas uma com as outras foi proposta por David Hume. Em seu livro Tratado da Natureza Humana, escrito em 1738.
EPICURO DE SAMOS Pensador Epicuro de Samos (em grego antigo: "aliado, camarada"; Nasceu em 341 a.c., Samos Morreu em 271 ou 270 a.c., Atenas). A doutrina de Epicuro entende que o sumo bem reside no prazer. O prazer de que fala Epicuro é o prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É o prazer da justa medida e não dos excessos
Epicuro (341-270 a.c) reunia seus discípulos numa escola conhecida como Jardim. Os epicuristas afirmavam que o prazer, obtido pela prática da virtude, era o ideal de bem. Mas no que consistia o prazer para os epicuristas? Trata-se do não-sofrimento do corpo e na não perturbação da alma. Para Epicuro, o ser humano deve evitar aquilo que se opõe à felicidade (temor, dor, sofrimento) e aproximar-se de tudo o que a proporciona, como a satisfação das necessidades físicas e espirituais, entre as quais distingue especialmente a amizade. Mesmo que a amizade aumente a dependência em relação aos amigos, diante da solidão e da insegurança, é ainda melhor do que a ação política, posição muito diferente dos filósofos gregos da época da democracia. Desta maneira, Epicuro concluiu que cultivar a amizade, satisfazer as necessidades imediatas, manter-se longe da vida pública e rejeitar o medo da morte e dos deuses são algumas das fórmulas práticas para atingir a ataraxia, estado que consiste em conservar o espírito imperturbável diante da vida cotidiana.
Para ele, felicidade é prazer, basicamente satisfação de desejos físicos. Mas, como a um prazer momentâneo pode-se seguir desprazer ou dor, convém procurar um tipo de satisfação estável e constante. Ataraxia é um termo ligado às correntes filosóficas gregas do Ceticismo, Estoicismo e Epicurismo. Do grego ataraktos, imperturbado: (a = não; tarassein, tarak- = perturbar). Sinônimo para: Ausência total de preocupações Paz e imperturbabilidade de espírito; Ausência de ansiedade; Tranquilidade e impassibilidade da alma; Felicidade derivada da virtude; A experiência do ótimo, a qual leva ao prazer natural, ético e estável. A ataraxia epicurista é basicamente o triunfo da razão do homem - geralmente a duras penas - sobre a irracionalidade do ambiente que o circunda. É um estado de espírito onde o homem deixa de temer o divino, a dor e principalmente, a morte Assim como o médico se ocupa das doenças e dos sofrimentos do corpo, ao filósofo cabe cuidar das doenças e dos sofrimentos da alma. A filosofia é assim a terapia das causas da infelicidade humana.