SUPLEMENTO DIDÁTICO. Elaborado por

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Transcrição:

TOMIE OHTAKE De Lígia Santos e Lígia Rego (Lígia Santos especializou-se em História da Arte em Palma de Mallorca, Espanha. Lígia Rego é especialista em Arte-educação pela Escola de Comunicações e Artes da USP.) SUPLEMENTO DIDÁTICO Elaborado por Rosa Iavelberg Pós-graduada em Arte-educação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Trabalhou na elaboração dos PCNs de Arte e atualmente leciona no Departamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da USP. Luciana Arslan Mestre em Artes Visuais, leciona no ensino fundamental e médio da Escola de Aplicação da USP e em cursos de capacitação de professores. Professor Neste suplemento você encontrará duas sugestões de projetos pedagógicos para desenvolver com alunos do ensino fundamental: a primeira é destinada a turmas de 1ª a 4ª série do ensino fundamental; a segunda, a turmas a partir da 5ª série. Cada um desses projetos tem como base o conteúdo do livro estudado. Para apoiar o trabalho do professor são aprofundadas questões sobre o movimento a que pertence o artista, além da contextualização de uma de suas obras. Fica a critério do professor aproveitar as atividades para outros projetos, adaptando-as ao perfil de sua turma. A Editora

POR QUE TRABALHAR COM TOMIE OHTAKE? Trabalhar com artistas contemporâneos é uma ótima experiência, pois eles vivem e produzem no nosso tempo, revelando e discutindo assuntos que nos fazem refletir sobre a nossa vida atual. Tomie, com seu poder de abstração e síntese, nos remete à tradição oriental ao mesmo tempo que invade as cidades com suas obras gigantescas, que roubam o olhar de qualquer cidadão. O seu processo de elaboração de obras para espaços públicos também facilita um diálogo sobre o papel que a arte pode ter nas cidades. Ela interfere no cotidiano e promove um encontro que vai além das paredes dos museus e das galerias de arte. Acompanhar o percurso dessa artista facilita, quase didaticamente, o entendimento da arte abstrata: Tomie começou a pintar paisagens, depois foi elegendo formas e cores para dar continuidade às suas pinturas, até tirar o que era desnecessário, deixando apenas a essência. 2

SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS DE 1 a A 4 a SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL: ABSTRATO OU FIGURATIVO? Objetivo Apresentar a abstração como uma característica que pode ser intensificada na construção de imagens. Os alunos construirão composições a partir da discussão e da apreciação de imagens de Tomie Ohtake. Conteúdos gerais (com referência nos PCNs de Arte) Identificação dos significados expressivos e comunicativos das formas visuais. Identificação de produtores em artes visuais como agentes sociais de diferentes épocas e culturas: aspectos de sua vida e alguns produtos artísticos. Conteúdos do projeto Abstração-figuração. Composição das formas e construção de imagens. Moldes e reprodução de imagem. Trabalho interdisciplinar: Português. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA Sensibilizando os alunos Converse com os alunos sobre o que é arte abstrata e o que é arte figurativa. Embora a abstração na arte seja uma discussão bastante complexa, procure iniciar esse assunto de forma mais simples para os alunos. Mostre a eles duas pinturas reproduzidas no livro: uma em que se possa notar facilmente uma figura representada (como na página 10, por exemplo), e outra em que seja mais difícil associar a imagem a alguma forma conhecida (como a pintura reproduzida na página 2). Pergunte aos alunos qual a diferença entre as duas. Comente com eles que uma pintura nem sempre precisa representar formas conhecidas. O artista também pode inventar novas formas. ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA Orientações para ler o livro em sala de aula Caso a turma ainda não seja alfabetizada, o professor pode propor uma leitura coletiva, com os alunos sentados em roda. Se já forem alfabetizados, o professor pode sugerir que leiam o livro individualmente. Após a leitura peça-lhes que selecionem alguma obra abstrata e justifiquem sua escolha. Releia com a classe o texto da página 14. A partir das obras que os alunos consideraram abstratas e da leitura desse trecho do livro, o professor pode construir coletivamente com os alunos um texto sobre arte abstrata. Roteiro de apreciação da obra reproduzida no livro: Sem título, 1974 (página 22) Você pode conduzir uma discussão acerca dessa obra partindo de algumas perguntas: Essa obra faz você se lembrar de alguma coisa? Como são as cores? Suaves ou fortes? E as formas? Retas? Curvas? Sua pintura nos transmite a sensação de leveza ou de peso? Quantos tons de azul podemos notar? 3

Quantas texturas podemos observar? O que cada textura nos sugere? Qual o movimento que a obra nos sugere? Podemos chamar essa obra de abstrata? Por quê? Como Tomie parece ter elaborado essa obra? (Observe a fotografia da página 22: o que a artista parece estar fazendo?) Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento) ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA Produção Para essa atividade, o professor deverá preparar antes, com os alunos, alguns moldes vazados de formas geométricas. Para esses moldes podem-se utilizar chapas de radiografias ou papelão. O professor pode propor aos alunos que desenhem formas simples, que não se pareçam com nada que já tenham visto, para depois recortá-las. A partir dos moldes prontos, os alunos experimentarão fazer composições diferentes, com formas abstratas. Eles podem utilizar os moldes, passando a tinta com um rolo de espuma pequeno. Incentive-os a experimentar sobreposições e texturas novas. A partir de um único molde podem-se criar infinitas formas e composições. Avaliação Converse com os alunos sobre os trabalhos produzidos. Cada um pode apresentar a sua série, comentando o que achou dos resultados, como foi trabalhada a relação figura fundo, a profundidade, as diferentes densidades da tinta (foi aplicada a tinta mais aguada ou mais pastosa?). O professor pode ainda rever com os alunos os trabalhos de Tomie para analisarem de que maneira ela, utilizando uma mesma forma, conseguia elaborar diferentes composições. 4

SUGESTÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO PARA TURMAS A PARTIR DA 5 a SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL: ESCULTURAS MONUMENTAIS Objetivo Compreender a diferença entre escultura, instalação e esculturas monumentais, entendendo que as últimas requerem o trabalho de uma grande equipe para a sua realização. Conteúdos gerais (com referência nos PCNs de Arte) Observação da presença e transformação dos elementos básicos da linguagem visual, em suas articulações nas imagens produzidas, na dos colegas e nas apresentadas em diferentes culturas e épocas. Observação, análise, utilização dos elementos da linguagem visual e suas articulações nas imagens produzidas. Conteúdos do projeto Esculturas monumentais. Diferença entre escultura e instalação. Criação com materiais reaproveitados. Construção e criação coletiva. Temas transversais: Meio Ambiente Sociedade e Meio Ambiente. Trabalho interdisciplinar: Geografia. ATIVIDADE PARA ANTES DA LEITURA Sensibilizando os alunos Apresente para os alunos a definição dos termos escultura e instalação: Escultura: Arte de criação de formas em três dimensões, para o que existem várias técnicas, como esculpir, talhar, modelar, o repuxado, etc. A tendência para o esculpido predomina atualmente sobre a do modelado, pois este implica a execução preliminar de outras etapas. (Marcondes, 1996:106) Instalação: Termo que se aplica às modalidades de arte em que a obra consiste em uma construção ou montagem de materiais, em caráter permanente ou temporário, às vezes em escala suficientemente grande para que o espectador possa nela entrar ou passar-lhe através. (Marcondes, 1996: 158) Apresente para os alunos a foto da obra Estrela de ferro, instalada na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro (página 29). A partir dela proponha aos alunos que debatam sobre se essa obra deve ser considerada uma instalação ou uma escultura. Durante o debate, o professor pode intervir, introduzindo novas questões ou esclarecendo dúvidas. ATIVIDADES PARA DURANTE A LEITURA Orientações para ler o livro em sala de aula O professor pode deixar que os alunos leiam o texto sozinhos e depois propor uma nova leitura conjunta, para a produção de um novo texto. Sugira que releiam os trechos sobre as obras que Tomie Ohtake fez em lugares públicos. Proponha a produção de um texto crítico sobre essas obras. Ofereça aos alunos alguns pontos a serem discutidos, um roteiro para a produção escrita: Como são as obras monumentais de Tomie? No que Tomie parece se inspirar para elaborar essas obras? Como as obras colocadas em lugares públicos interferem no cotidiano da cidade? 5

O fato de Tomie ter espalhado a sua obra por diferentes lugares torna mais fácil para as pessoas compreender o tipo de arte que ela produz? A população de uma cidade deve ser consultada sobre a colocação de uma obra em espaço público? Que sentimentos essas obras devem despertar no transeunte? Na região onde você mora existem obras de arte em lugares públicos (na praça, na entrada da cidade, em alguma grande avenida)? Que lugar você escolheria para instalar uma obra de arte? Por quê? Roteiro de apreciação da obra reproduzida no livro: Escultura em concreto armado (página 8) Proponha algumas questões aos alunos a respeito da obra: Como é essa obra? Com o que ela se parece? Qual a sua dimensão? Observe o entorno. A obra combina com o ambiente em que está colocada? Ela parece ter sido projetada para esse local? Poderia ser transferida para outro lugar? Como é a visão da escultura para quem passa de carro? Qual a relação que se pode estabelecer entre essa obra e as quatro gerações de imigrantes japoneses? A partir da leitura das definições de escultura e instalação, você diria que obra é uma instalação ou uma escultura? Justifique. Observe no livro outras obras de Tomie. Você conseguiria relacionar a obra da Avenida 23 de maio com outras feitas pela artista? Contextualização (veja quadro na página 7 deste suplemento) ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA Produção Proponha aos alunos que produzam uma obra monumental para a escola. Como essa não será uma tarefa fácil, melhor dividi-la em etapas. Primeira etapa: Discuta com os alunos sobre a possibilidade de usar materiais que normalmente são jogados fora. Coletivamente, professor e alunos podem fazer uma lista com os materiais que podem ser utilizados. Se a escola ficar em algum centro urbano poderão ser facilmente encontrados: caixas de pizzas, garrafas pet, latas de refrigerante, CD de programas de computador (que são distribuídos de graça, em jornais e supermercados), sapatos velhos, roupas velhas, etc. Se ficar em local mais rural, poderão ser facilmente encontrados: galhos de árvores, barro, bambu, taboa, folhas secas, bagaço de cana, palha de arroz, sementes etc. Segunda etapa: A partir dos materiais listados, proponha aos alunos que elaborem, individualmente, uma obra para algum local da escola. Peça que pensem na montagem, se os materiais serão amarrados, colados etc. Após a conclusão dos projetos promova uma discussão na classe e a escolha do projeto definitivo. Terceira etapa: Reúna os materiais e comece a organizar a execução da obra. Se necessário divida a turma em equipes de trabalho: pintura, limpeza, colagem. Avaliação Quando for avaliar esse trabalho, o professor deve levar em consideração todas as etapas, e não somente o resultado final. Nesse momento, é importante chamar atenção para as dificuldades da realização de uma obra monumental. Esse tipo de obra requer que o artista se associe a um grupo de pessoas: Tomie, por exemplo, muitas vezes trabalha em associação com engenheiros que resolvem problemas estruturais, relacionados à construção da obra. Será que isso diminui o valor da produção do artista? No caso da turma, todos se sentiram criadores da obra? Como foi participar de um processo como esse? Qual foi a reação dos outros alunos da escola ao verem a obra? 6

CONTEXTUALIZAÇÃO: TOMIE OHTAKE, SIMPLICIDADE E PRESENÇA Com 39 anos, Tomie iniciou a sua carreira artística. Começou com a pintura, mas o seu gosto pelas formas simples a levou para a gravura: serigrafia, litografia e calcogravura. A partir das gravuras, Tomie parece ter tomado gosto pelo relevo, projetou inúmeras obras para o espaço urbano, para prédios públicos e privados, praças e outros espaços da cidade. O primeiro projeto escultórico monumental de Tomie Ohtake marcaria profundamente a cidade de São Paulo. Situado no jardim interno da Avenida 23 de Maio, eixo de ligação das regiões norte sul, o monumento aos 80 anos da imigração japonesa é uma prova decisiva da competência da artista em ampliar a escala de seu trabalho. As dimensões dessa obra mais seu caráter eminentemente abstrato garantiram-lhe uma condição além de pioneira ainda hoje sem um equivalente à altura. As quatro ondas que constituem o trabalho, quatro lâminas, cada uma com 40 metros de extensão que saem coladas ao chão, paralelas às faixas por onde trafegam os carros, levantam-se até atingirem a altura de 2 metros e meio para subitamente se fecharem, como se voltando para dentro de si. Complementam o movimento circundante, até mesmo a suave inclinação do terreno situado próximo ao espigão da Avenida Paulista, ponto mais alto da cidade. São Paulo, centro urbano carente de horizontes, sem marcos físicos naturais remanescentes, fruto de uma ocupação indiscriminada e predatória, encontra nessa obra um breve mas necessário respiro... (Ohtake, 2001: 328) 7

PARA SABER MAIS Fauvismo (ou fovismo) Movimento surgido em Paris, em 1905, cujos pintores caracterizaram-se por usarem formas planas, de contorno pouco elaborado e cores puras, sem claro-escuro (Marcondes, 1998: 123). Kandinsky (1866-1944) Artista russo, Wassily Kandinsky morou na Alemanha, onde foi professor da Bauhaus (escola de arte de vanguarda fundada na Alemanha em 1919). Na França foi pioneiro da arte abstrata e autor de livros e teorias sobre arte, entre eles Do espiritual na arte. Monocromia Ocorre quando em uma imagem ou objeto aplica-se apenas uma cor, acompanhada ou não de seus diferentes tons. Perspectiva geométrica Técnica de representação em uma superfície plana de um objeto tridimensional. BIBLIOGRAFIA Tomie Ohtake OHTAKE, T. Tomie Ohtake. São Paulo: Estúdio R0 Projetos, 2001. Arte-educação ARGAN, G. C. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. BARBOSA, A. M. Arte-educação: conflitos / acertos. São Paulo: Ateliê Editorial, 1997.. A imagem do ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo / Porto Alegre: Perspectiva / Fundação Iochpe, 1981.. Arte-educação no Brasil: das origens ao modernismo. São Paulo: Perspectiva, 1997. GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: Edusp, 1992. IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores. Porto Alegre: Artmed, 2002. JANSON, H. W. Iniciação à História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996. MARTINS, M. C. et alii. Didática do ensino da arte: a língua do mundo Poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998. PARSONS, M. J. Compreender a arte. 1. ed. Lisboa: Presença, 1992. ROSSI, M. H. W. A compreensão das imagens da arte. Arte & Educação em revista. Porto Alegre: UFRGS / Iochpe. I: 27-35, out. 1995. DICIONÁRIOS DICIONÁRIO DA PINTURA MODERNA. São Paulo: Hemus, 1981. DICIONÁRIO OXFORD DE ARTE. São Paulo: Martins Fontes,1996. MARCONDES, Luis Fernando (org.). Dicionário de termos artísticos. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1988. READ, Herbert (org.). Dicionário da arte e dos artistas. Lisboa: Edições 70, 1989. ENCICLOPÉDIA ENCICLOPÉDIA DOS MUSEUS. Museu de Arte de São Paulo, São Paulo: Melhoramentos, 1978.