Desemprego. Copyright 2004 South-Western

Documentos relacionados
Capítulo. Desemprego e sua Taxa Natural

O desemprego e sua taxa natural

O desemprego e sua taxa natural

Economia. Desemprego. Introdução à. N. Gregory Mankiw. Tradução da 6a. edição norte-americana

2 OFERTA E DEMANDA I: COMO OS MERCADOS FUNCIONAM

EAE Economia do Trabalho II Instituições do Mercado de Trabalho. Aula 17 Instituições do Governo Proteção aos Desempregados

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Desemprego

O Impacto da. Política Pública sobre Oferta e Demanda. Copyright 2004 South-Western

12 Flutuações de Curto Prazo

3 Mercados e Bem-Estar Econômico

3 Mercados e Bem-Estar Econômico

Análise de Mercados competitivos Parte 1

Finanças Públicas. Seguro Social & Benefício Social CAP. 14 STIGLITZ

Introdução à Microeconomia. As forças de mercado: oferta e demanda. Danilo Igliori

Curva de Demanda de trabalho de curto prazo. Produção com um insumo variável 28/01/2013. Demanda de Trabalho

Algumas questões importantes. Algumas questões... Demanda por fatores. Demanda por trabalho 19/03/2014. Demanda de Trabalho

Elasticidade. Copyright 2004 South-Western

Indicadores de Mercado de Trabalho

Economia do Trabalho EQUILÍBRIO. CAP. 3 (3.9) e 4 Borjas

Economia

Mercado de Fatores de Produção

Introdução a Economia Cap 4

Introdução à Economia do Trabalho II

Pobreza e Desigualdade de Renda

Macroeconomia Equilíbrio Geral

FlutuaçõesEconômicasde Curto Prazo. Flutuações Econômicas de Curto Prazo. Três Fatos Sobre Flutuações. Flutuações PIB real. Flutuações - Investimento

Mercado de Trabalho: Ligeira Melhora com Informalização

Introdução à. Macroeconomia

Finanças Públicas. Seguro Social CAP. 11 GIAMBIAGI CAP. 14 STIGLITZ

Demanda Agregada salários e preços rígidos

Tempo médio de desemprego no país já dura um ano e dois meses, revela pesquisa do SPC Brasil e CNDL

Efficiency Wage Models of Unemployment

2. Inflação e Desemprego

1E207 - MACROECONOMIA II

TRABALHO DECENTE E JUVENTUDE NO BRASIL. Julho de 2009

Macroeconomia. Capítulo 2 Produção e Oferta Agregada

2. Em um modelo Keynesiano observa-se um aumento exógeno da produtividade do trabalho. Essa mudança apresenta o seguinte corolário:

Desemprego. Desemprego involuntário e voluntário

Capítulo 9. Economia política da política comercial

ECONOMIA CONCURSO AUDITOR DO ESTADO CAGE AULA 01 BLOCO 1. Professor Christian de Azevedo

Professor Ronaldo Costa Barbosa

Economia da Educação 2011/2012 Pedro Telhado Pereira 31 de Maio de 2012 (Duração minutos) (Tópicos de resolução são apresentados exemplos)

Demanda Agregada. Políticas Monetárias e a Demanda Agregada. Demanda Agregada. Teoria da Preferência da Liquidez

Equilíbrio Geral e Avaliação de Subsídios

"Estou quase aceitando ganhar menos do que antes", diz ela, que achava que já estaria empregada a esta hora.

PROVA DISCURSIVA. Cargo 13: Técnico de Planejamento e Pesquisa Área de Especialização: Macroeconomia e Tóp. de Desenvolvimento Econômico 1 QUESTÃO 1

Teoria Macroeconômica II PUC-Rio

Instruções de Uso (Material disponível em PDF)

1E207 - MACROECONOMIA II

O Problema de Robinson Crusoe

Macroeconomia - Teste Intercalar 22 de abril de 2015, 12h00 Duração da Prova: 1 hora

Microeconomia I. Bibliografia. Mercado. Arilton Teixeira Mankiw, cap 4. Pindyck and Rubenfeld, caps. 2 e 4

Legislação eleva rotatividade nas vagas formais e reduz investimentos

Economia de Empresas (RAD 1610) Prof. Dr. Jorge Henrique Caldeira. Atraindo e retendo empregados qualificados

CINCO DEBATES SOBRE POLÍTICA MACROECONÔMICA

Rotatividade do Trabalho e Incentivos da Legislação Trabalhista

Sistema Financeiro. Copyright 2004 South-Western

presente política se aplicam a todos os colaboradores do Instituto

PROFESSOR DOCENTE I - ADMINISTRAÇÃO CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Finanças Públicas. Provisionamento Público: EDUCAÇÃO CAP. 16 STIGLITZ

Cresce número de acordos salariais com aumento real para trabalhador - 21/08/ Mercado - Folh...

SOCIAL MERCADO DE TRABALHO: ESTAMOS DIANTE DA RETOMADA?

4) A importância de conhecer os custos da qualidade

Faculdade de Direito Universidade Nova de Lisboa. MACROECONOMIA Teste intermédio 11/4/08. Nome n.º. Grupo I (14 valores)

Macroeconomia. Fundamentos 1. O Mercado e o Estado. Francisco Lima. 2º ano 1º semestre 2013/2014 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial

EAE Economia do Trabalho II Instituições do Mercado de Trabalho. Aula 09 Modelos Econômicos de Sindicatos

CP Aceleracionista, Regra Monetária e Taxa de Sacrifício

CP Aceleracionista, Regra Monetária e Taxa de Sacrifício

O que curou o Sick man of Europe? - Agenda 2010 e as medidas Hartz!?

Gestão de Pessoas. Prof (a) Responsável: Patrícia Bellotti Carvalho

Capítulo 11. Keynesianismo: a macroeconomia da rigidez dos salários e preços. Alexandre Nunes Esalq/USP

preço das matérias primas e dos fatores de

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DISCIPLINA: ECONOMIA ALUNOS: LEANDRO SUARES, LUIS FELIPE FRANÇA E ULISSES

Diferenciais salariais compensatórios

Bases de Dados. Remoções em árvores B + Remoção em árvores B +

LES 213 FUNDAMENTOS DE ECONOMIA, POLÍTICA E DESENVOLVIMENTO. Harcourt Brace & Company

Quiz Econometria I versão 1

Lista 2 - Macro II P1

2.6 Relações de Trabalho

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER TCM. Banca: IBFC. Período

Macroeconomia. Fundamentos 1. O Mercado e o Estado. Francisco Lima. 2º ano 1º semestre 2012/2013 Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial

A Alemanha Ocidental e a Economia Social de Mercado

BENS PÚBLICOS RECURSOS COMUNS

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada

Teoria do Desenvolvimento de Schumpeter

Setor Externo: Ajuste Forçado e Retomada da Economia Brasileira

Economia do Trabalho OFERTA DE TRABALHO. CAP. 2 Borjas

Políticas de trabalho e emprego

Modelagem de Problemas Gerenciais Gerenciamento da Capacidade

Modelos de determinação da renda: o Modelo Clássico

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3, 4 e 7

Inflação: Causas e Custos 28. Inflação: Causas e Custos

O Modelo de Crescimento de Solow. José Luis Oreiro Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília Pesquisador Nível IB do CNPq.

Universidade Federal de Pelotas Disciplina de Direito e Economia Professor Rodrigo Nobre Fernandez. Lista de Exercícios 3 - Gabarito

Consumidores, Produtores e a Eficiência dos Mercados

DFB 2006 Economia para Advogados: Microeconomia. 1 a prova turma A

Externalidades. Teoria Microeconômica II. Sérgio Almeida. Agosto 2017

ECONOMIA E MERCADO MBA EM CONTROLADORIA E FINANÇAS PGCF PROF. JOÃO EVANGELISTA DIAS MONTEIRO

Qualidade de Vida no Trabalho e Meio Ambiente na Indústria Química Nilton Freitas

Índice METODOLOGIA DA PESQUISA... 2 UTILIZANDO OS DADOS DA PESQUISA... 4 COMPONDO A ESTRATIFICAÇÃO PARA CARGOS COM COMPLEXIDADE NÍVEL TÉCNICO...

Transcrição:

Desemprego 20

Desemprego Há dois tipos de desemprego: de curto prazo e de longo prazo. Desemprego de longo prazo: taxa natural de desemprego na economia. Por exemplo: tempo médio que leva para uma pessoa demitida ser realocada. Desemprego de curto prazo: desvios cíclicos em relação à taxa natural Por exemplo: demissões porque a economia está em recessão.

Desemprego Taxa Natural de Desemprego A taxa natural não desaparece nem mesmo no longo prazo, após eventuais ajustes de curto prazo. Desemprego é desperdício de fatores de produção, e espera-se que uma economia em bom funcionamento busque eliminar falhas de curto prazo. É a taxa típica de desemprego que a economia observa.

Desemprego Desemprego Cíclico Flutuações de curto prazo em torno da taxa natural. Está associada aos cíclos de crescimento da economia.

Desemprego Descrição do Desemprego Três questões: Como o governo mede a taxa de desemprego da economia? Como interpreter os dados de desemprego? Quanto tempo uma desempregado leva, em media, para obter emprego?

Medição do Desemprego A medição é feita pelo IBGE A cada mês, é feita uma amostra aleatória de um determinado número de indivíduos a partir de 16 anos. A pesquisa entra em contato com cada um deles para determinar se estão empregados ou não; se não, se estão procurando emprego ou não.

Medição do Desemprego A partir das respostas, o IBGE enquadra cada indivíduo em uma das seguintes categorias: Empregado Desempregado Fora da força de trabalho

Medição do Desemprego É considerado empregado uma pessoa que passou a maior parte da semana anterior em um emprego remunerado. É considerado desempregado quem está em demissão temporária, sem emprego, ou aguardando o início de um novo emprego. Quem não se enquadra em nenhuma dessas categorias é classificado como fora da força de trabalho.

Medição do Desemprego Força de Trabalho A força de trabalho é o número total de trabalhadores, empregados ou desempregados. Força de Trabalho = Empregados + Desempregados.

Emprego, Desemprego e Força de Trabalho no Brasil Copyright 2003 Southwestern/Thomson Learning Empregados (90 milhões) Força de Trabalho (101 milhões) População Em idade ativa (156 milhões) Desempregados (12 milhões) For a da força de trabalho (56 milhões)

Medição do Desemprego

Medição do Desemprego

Problemas na Medição do Desemprego É difícil fazer a distinção entre um desempregado e uma pessoa for a da força de trabalho. Desemprego oculto por desalento: pessoas que gostariam de obter emprego mas desistiram de procurar após busca sem resultados; não aparecem nas estatísticas de desemprego. Em menor escala, existem também falsos registros de desemprego por quem não está procurando emprego, de forma a obter seguro-desemprego.

Duração do desemprego A maior parte dos desempregados encontra emprego em um período curto de tempo. A maior parte do desemprego observada em um dado momento é de longo prazo. A maior parte do desemprego pode ser atribuída a um número relativamente baixo de trabalhadores que ficam desempregados por um longo período.

Desemprego Natural Se o mercado de trabalho fosse perfeito, os salários sempre ajustariam para equilibrar oferta e demanda por trabalho, e todos os trabalhadores teriam emprego.

Desemprego Natural Desemprego friccional é aquele que resulta do tempo de realocação de um trabalhador de um emprego para outro. A transição não é imediata: leva tempo até encontrar outra posição e iniciar de fato o trabalho.

Desemprego Natural Desemprego Estrutural é aquele que resultado de um mercado de trabalho que oferece um número de vagas insuficiente para todos que querem trabalhar.

Busca por Emprego Busca por Emprego Processo para que trabalhadores encontrem empregos adequados para suas habilidades e preferências. Quanto mais restritivas forem as habilidades e as preferências, mais tempo levará até a alocação do trabalhador em um empregado desejado.

Busca por Emprego Esse tipo de desemprego é diferente dos demais. Não é causado por um salário acima do valor que equilibra o mercado. É causado pelo tempo de busca pelo emprego adequado. Se a política pública não fizer essa distinção, pode ser feita de forma incorreta.

Desemprego Friccional Busca por emprego é inevitável porque a economia não é estática: as vagas de trabalho e as remunerações mudam ao longo do tempo. A demanda pode aumentar ou diminuir em cada setor da economia. Encontrar um emprego em novos setores pode tomar bastante tempo.

Política Pública para Busca por Emprego O governo pode afetar o tempo necessário para que desempregados encontrem novos empregos. Exemplos: Agênicas de emprego: facilitam o encontro de firmas e candidatos. Programas de treinamento: facilitam a re-inserção no mercado. Seguro-desemprego: melhora as condições no período de busca. Aumenta o tempo médio de busca por emprego, mas também aumenta a chance de que se encontre um emprego adequado.

Política Pública para Busca por Emprego Desemprego estrutural ocorre quando a quantidade ofertada de trabalho supera a quantidade demandada. É uma das principais explicações para longos períodos de desemprego.

Política Pública para Busca por Emprego Causas do Desemprego Estrutural Salário-Mínimo Sindicatos Salário-Eficiência

Salário Mínimo Quando o salário mínimo é maior do que o nível que equilibra oferta e demanda, gera desemprego.

Desemprego decorrente de salário acima do nível de equilíbrio Copyright 2003 Southwestern/Thomson Learning Salário Excesso de Trabalho (Desemprego) Oferta de Trabalho Salário Mínimo Salário de Equilíibrio Demanda por trabalho 0 L D L E L S Trabalho

Sindicatos e Negociação Coletiva Um sindicato é uma associação de trabalhadores que negocia com as firmas sobre salário e condições de trabalho. A taxa de sindicalização no Brasil costuma ficar entre 15% e 20% (a despeito de um número de sindicatos alto para padrões internacionais). Um sindicato é um cartel de trabalhadores, com todos os custos e benefícios associados ao exercício de poder de mercado.

Sindicatos e Negociação Coletiva Negociação coletiva é o processo pelo qual firmas e sindicatos chegam a um acordo. Na ausência de acordo, o sindicato busca punir a firma de alguma forma (greves, operação padrão). Uma greve é simplesmente a retirada temporária dos trabalhadores sindicalizados da força de trabalho da firma.

Sindicatos e Negociação Coletiva Uma greve melhora a vida de alguns trabalhadores e piora a de outros. Trabalhadores em sindicatos (insiders) obtêm benefícios (salários acima do equilíbrio de mercado), enquanto os não-sindicalizados (outsiders) ficam com o custos (maior taxa de desemprego). No Brasil, grande parte dos trabalhadores não possui emprego formal. Em última instância, o benefício da sindicalização é decrescente na competitividade do mercado de trabalho.

Teoria de Salário-Eficiência Salário-Eficiência é um salário acima do nível de equillíbrio que as firmas pagam para incentivar a produtividade do trabalhador. As firmas se tornam mais eficientes ao pagar um salário acima do equilíbrio de mercado.

Teoria de Salário-Eficiência Alguns motivos para a firma pagar acima do valor de equilíbrio: Saúde do Trabalhador: trabalhadores mais bem-pagos são mais produtivos por terem melhores condições físicas. Rotatividade do Trabalhador: trabalhadores mais bem-pagos tem menos chance de mudra de emprego, o que obrigaria a firma e pagar novamente o custo de treinamento e adaptação.

Teoria de Salário-Eficiência Esforço: Salários mais altos induzem o trabalhador a se esforçar mais (se houver risco de demissão, ou seja, de perda do salário mais alto do que o equilíbrio de mercado). Qualidade: salários mais altos atraem um grupo melhor de candidatos. Esses dois temas são estudadas na área de informação assimétrica, que rendeu cinco Prêmios Nobel nos últimos vinte anos.

Desemprego Cíclico Desemprego cíclico ocorre quando a economia cresce abaixo da media de longo prazo (em particular, quando está em recessão). Uma forma de combater esse desemprego é estimular a economia para que se recupere. Tipicamente isso é feito através de políticas que aumentam a demanda da economia (por exemplos, aumento de gastos públicos) para que a produção possa ser vendida, evitando desemprego e capacidade ociosa.

Desemprego Cíclico Políticas para estímulo da demanda funcionam, por definição, quando o problema é falta de demanda. Tipicamente, esse é um fenômeno de curto prazo: no longo prazo, a economia oscila em torno da taxa de crescimento da produtividade. Estímulo à demanda não funciona quando o problema é limite de oferta, e não falta de demanda: nesse caso, estímulo à demanda gera inflação (pois a demanda aumenta e não pode ser acompanhada por aumento da oferta). A política pública deve diferenciar desemprego por problemas de oferta ou problemas de demanda.