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Transcrição:

Embargos de declaração. Seguros. Ação de cobrança. DPVAT. Correção monetária sobre o valor inadimplido na esfera administrativa. Inexistência de omissão, obscuridade e contradição. O embargante postula, em verdade, o rejulgamento de mérito, objetivo que não se coaduna com o recurso manejado. O prequestionamento pleiteado não se justifica, visto que a matéria foi totalmente analisada na decisão embargada. Embargos de declaração rejeitados. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Nº 70070548870 (Nº CNJ: 0265081-43.2016.8.21.7000) SEGURADORA LIDER DOS CONSORCIOS DO SEGURO DVPAT KARINA DA LUZ VIEIRA SEXTA CÂMARA CÍVEL COMARCA DE CAXIAS DO SUL EMBARGANTE EMBARGADO A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, rejeitar os embargos de declaração. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores DES. LUÍS AUGUSTO COELHO BRAGA (PRESIDENTE) E DES.ª ELISA CARPIM CORRÊA. Porto Alegre, 29 de setembro de 2016. DES. NEY WIEDEMANN NETO, Relator. 1

DES. NEY WIEDEMANN NETO (RELATOR) R E L A T Ó R I O Trata-se de embargos de declaração opostos por SEGURADORA LIDER DOS CONSORCIOS DO SEGURO DVPAT, contra decisão que, nos autos da ação de cobrança ajuizada por KARINA DA LUZ VIEIRA, deu parcial provimento ao apelo que interpôs e provimento ao recuso adesivo da embargada. A embargante alegou que não havendo quitação integral da indenização na via administrativa, não se admite a hipótese de incidência de correção monetária. Indicou que, desta forma, o correto seria abater o pagamento administrativo do valor principal e no valor resultante aplicar os juros e correção monetária. Requereu o acolhimento dos embargos de declaração. Contrarrazões fls. 117/118. É o relatório. DES. NEY WIEDEMANN NETO (RELATOR) V O T O S Estou em rejeitar os embargos de declaração. Inicialmente, tenho que a matéria já foi totalmente analisada. Os embargos de declaração não servem para responder a questionários sobre meros pontos de fato, para reexame de matéria de mérito ou para explicitar dispositivo legal quando a matéria controvertida foi resolvida. Ou seja, os embargos de declaração não se prestam para rediscussão da matéria, sendo que a nãoconcordância do vencido em demanda judicial não tem o condão de torná-la omissa, ou obscura, não se prestando os embargos como meio de rejulgamento. Faço referência ao trecho da decisão embargada: 2

No somatório, o valor da indenização chega a R$ 2.531,25, quantia que deverá ser adimplida pela seguradora com correção monetária, pelo IGP-M, a contar da data do sinistro e juros de mora a contar da citação. Desse valor, deverá ser descontada a quantia adimplida na esfera administrativa, com correção monetária, pelo IGP-M, a contar do pagamento feito pela seguradora. A correção monetária nada mais é do que mera recomposição do valor da moeda, estando dentro dos parâmetros legais o que constou na decisão embargada. Ora, inocorrendo qualquer omissão, obscuridade ou contradição no julgado, descabe a interposição dos embargos declaratórios, que, no caso, visam nitidamente o rejulgamento da causa. Conforme disposição do artigo 1.022 do Código de Processo Civil/2015, assim estão estabelecidos os parâmetros dos embargos de declaração: Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, 1º. O art. 489, 1º, do Código de Processo Civil/2015 define que não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de 3

sua incidência no caso; invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Ainda que não deixe de aplicar o supracitado diploma legal, entendo que o juiz não é obrigado a responder a todos os argumentos da parte, mas apenas motivar adequadamente a decisão. Ademais, não é porque determinados argumentos não tenham sido especificamente citados no acórdão que eles não tenham sido analisados. Os autos foram inteiramente examinados. Foram explicitadas, no entanto, somente as questões necessárias para fundamentar a decisão. De acordo com a sistemática, é preciso examinar todos os argumentos colocados pelas partes que, em tese, possam infirmar aquela adotada pelo julgador. Aqui é preciso uma especial atenção, porque esta regra não impõe o exame de todas as teses apresentadas, mas apenas daquelas que não possam ser consideradas como prejudicadas, frontalmente colidentes ou abrangidas pelos fundamentos da decisão tomada pelo órgão judicial. Logo, a decisão embargada, sem sombra de dúvida, cumpriu com o dever de fundamentação. Cito a lição de VICENTE MIRANDA em sua obra "Embargos de Declaração no Processo Civil Brasileiro", São Paulo, Saraiva, 1990, p. 54, invocando lição do grande jurista português Alberto dos Reis: "São, na verdade, coisas diferentes: deixar de conhecer questão de que devia conhecer-se e deixar de apreciar qualquer consideração, argumento, ou razão produzida pela parte. Quando as partes põem ao tribunal determinada questão, socorrem-se, a cada passo, de várias razões ou fundamentos para fazer o seu ponto de vista; o que importa é que o tribunal decida a questão posta; não lhe incumbe 4

apreciar todos os fundamentos ou razões em que elas se apóiam para sustentar sua pretensão". Assim, também: "O juiz não está obrigado a responder todas as alegações das partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão, nem se obriga a ater-se aos fundamentos (o grifo é meu) indicados por elas e tampouco responder um a um todos os seus argumentos." (in Theotonio Negrão, Código de Processo Civil e legislação processual em vigor, 27.ª ed., p. 414). Em relação ao prequestionamento, sinalo que o art. 1.025 do Código de Processo Civil/2015 define que consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. Assim leciona Cássio Scarpinella Bueno: O art. 1.025 quer consagrar o que parcela da doutrina e da jurisprudência chama de prequestionamento ficto, forte no que dispõe a Súmula 356 do STF. A regra, bem-entendida a razão de ser do recurso extraordinário e do recurso especial a partir do modelo constitucional do direito processual civil, não faz nenhum sentido e apenas cria formalidade totalmente estéril, que nada acrescenta ao conhecimento daqueles recursos a não ser a repetição de um verdadeiro ritual de passagem, que vem sendo cultuado pela má compreensão e pelo mau uso do enunciado da Súmula 356 do STF e pelo desconhecimento da Súmula 282 do STF e da Súmula 211 do STJ. Mais ainda e sobretudo: pela ausência de uma discussão séria e centrada sobre o que se pode e sobre o que não se pode ser compreendido como prequestionamento, 5

tendo presente a sua inescondível fonte normativa, qual seja, o modelo que a Constituição Federal dá aos recursos extraordinário e especial, e, para ir direto ao ponto, à interpretação da expressão causa decidida empregada pelos incisos III dos arts. 102 e 105 da CF. (Novo Código de Processo Civil Anotado, São Paulo: Saraiva, 2015, p. 661-662). Assim para fins de prequestionamento, observo que a solução da lide não passa necessariamente pela restante legislação invocada e não declinada, seja especificamente, seja pelo exame do respectivo conteúdo. Equivale a dizer que se entende estar dando a adequada interpretação à legislação invocada pelas partes. Não se faz necessária a menção explícita de dispositivos, nem o Tribunal é órgão de consulta, que deva elaborar parecer sobre a implicação de cada dispositivo legal que a parte pretende mencionar na solução da lide. Oportuno salientar que a apresentação de questões para fins de prequestionamento não induz à resposta de todos os artigos referidos pela parte, mormente porque foram analisadas todas as questões que entendeu o julgador, pertinentes para solucionar a controvérsia. VOTO PELA REJEIÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DES.ª ELISA CARPIM CORRÊA - De acordo com o(a) Relator(a). DES. LUÍS AUGUSTO COELHO BRAGA (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. LUÍS AUGUSTO COELHO BRAGA - Presidente - Embargos de Declaração nº 70070548870, Comarca de Caxias do Sul: "REJEITARAM OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. UNÂNIME." Julgador(a) de 1º Grau: LUCIANA FEDRIZZI RIZZON 6