SISTEMA RECURSAL EMBARGOS DE DECLAÇÃO. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 1

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1 SISTEMA RECURSAL EMBARGOS DE DECLAÇÃO DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 1

2 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REFERÊNCIA LEGISLATIVA: Art , NCPC FINALIDADE: SANAR VÍCIOS ERRO VÍCIOS DA DECISÃO OBSCURIDADE CONTRADIÇÃO OMISSÃO DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 2

3 REFERÊNCIA LEGISLATIVA Art Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, 1 o. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 3

4 CABIMENTO DESPACHO ATOS DO JUIZ DECISÃO INTERLOUTÓRIA SENTENÇA ACÓRDÃO DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 4

5 CARACTERÍSTICAS: CABIMENTO: QUALQUER DECISÃO JUDICIAL TRATA-SE DE RECURSO COM FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA SEU OBJETIVO NÃO É CASSAR NEM A SUBSTITUIR A DECISÃO QUE SE ATACA QUALQUER DAS PARTES (SUCUMBENTE E VENCEDORA), TEM INTERESSE EM RECORRER DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 5

6 OBSCURIDADE: A OBSCURIDADE ESTÁ PRESENTE QUANDO, DA LEITURA DA DECISÃO, NÃO É POSSÍVEL COMPREENDER, TOTAL OU PARCIALMENTE, O QUE QUIS AFIRMAR OU DECIDIR O JULGADOR. A OBSCURIDADE PODERÁ CONSTAR DO RELATÓRIO, DA FUNDAMENTAÇÃO E DO DISPOSITIVO. SÉRGIO BERMUDES DIZ QUE É OBSCURA A DECISÃO DE SENTIDO ININTELIGÍVEL, AQUELA QUE SE PRESTA A DIFERENTES INTERPRETAÇÕES. MOACYR AMARAL SANTOS, AFIRMA QUE OCORRE A OBSCURIDADE SEMPRE QUE HÁ FALTA DE CLAREZA NA REDAÇÃO DO JULGADO, TORNANDO DIFÍCIL DELE TER-SE A VERDADEIRA INTELIGÊNCIA OU EXATA INTERPRETAÇÃO DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 6

7 CONTRADIÇÃO OCORRE QUANDO A DECISÃO CONTÉM AFIRMAÇÕES OU CONCLUSÕES QUE SE MOSTRAM ENTRE SI INCONCILIÁVEIS, LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO OS REQUISITOS DA DECISÃO A CONTRADIÇÃO TEM QUE SER NO TOCANTE AO ACÓRDÃO E O QUE SE JULGARA E NÃO ENTRE O ACÓRDÃO E O QUE TINHA DE SER BASE DE JULGAMENTO DIANTE DE ALGUMA PEÇA DOS AUTOS. (PONTES DE MIRANDA) DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 7

8 CONTRADIÇÃO A CONTRADIÇÃO TAMBÉM PODERÁ OCORRER ENTRE A EMENTA E O ACÓRDÃO OU, AINDA, ENTRE O TEOR DOS VOTOS DECLARADOS E O TEOR DO ACÓRDÃO...4. É de rigor o acolhimento dos embargos de declaração do ente público para esclarecer que o voto revisor proferido em gabinete não reflete a posição da eminente Ministra nestes autos, devendo prevalecer o voto declarado por Sua Excelência na sessão de julgamento e colhido tanto pela Secretaria de Primeira Instância quanto pelo Serviço de Taquigrafia... (STJ, Edcl na AR 3812/RS) DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 8

9 OMISSÃO COMPETE AO JULGADOR, AO PROFERIR A DECISÃO, RESOLVER TODAS AS QUESTÕES SUSCITADAS PELAS PARTES. CASO DEIXE DE APRECIAR QUESTÕES LEVANTADAS NO CURSO DO FEITO, ESTARÁ SE OMITINDO, E O SEU NÃO PRONUNCIAMENTO PODERÁ SER ATACADO. NA LIÇÃO DE PONTES DE MIRANDA: A OMISSÃO SUPÕE QUE ALGO TENHA ESTADO NA PETIÇÃO, OU NA CONTESTAÇÃO, OU EM EMBARGOS, OU EM QUALQUER ATO PROCESSUAL DE DECLARAÇÃO DE CONHECIMENTO OU DE VONTADE, A QUE O JUIZ OU TRIBUNAL TINHA DE DAR A SOLUÇÃO, E NÃO DEIXADO DE ATENDER. O JULGADOR TEM DE DIZER SIM OU NÃO A QUALQUER PEDIDO OU REQUERIMENTO OU SIMPLES ALEGAÇÃO. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 9

10 Art o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 10

11 ERRO MESMO À LUZ DO CPC EM VIGOR PODE E DEVE O PODER JUDICIÁRIO CORRIGIR, A QUALQUER TEMPO, ERROS MATERIAIS ERRO MATERIAL É O ERRO PERCEPTÍVEL POR QUALQUER HOMO MEDIUS E QUE NÃO TENHA, EVIDENTEMENTE, CORRESPONDIDO À INTENÇÃO DO JUIZ TRATA-SE DE ERRO EVIDENTE, VISÍVEL, FACILMENTE VERIFICÁVEL, PERCEPTÍVEL, COMO A EQUIVOCADA DISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS, APLICAÇÃO DE ÍNDICE DIVERSO DO LEGAL. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 11

12 ERRO MATERIAL E POSSIBILIDADE DE CORREÇÃO DAS SENTENÇAS: Art Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração. (ART. 1022/1026) EXEMPLOS DE INEXATIDÕES MATERIAS E ERROS DE CÁLCULO Inexatidões materiais são erros de grafia, de nome, de valor etc.; por exemplo, trocar o nome do réu pelo do autor, ou dizer que julga a demanda improcedente para condenar o réu conforme pedido na inicial, ou acrescer inadvertidamente um zero no valor da condenação, ou identificar de modo equivocado o imóvel sobre o qual as partes litigam etc. Os exemplos são vários: o julgador faz menção no relatório e na fundamentação (art. 458, I e II, respectivamente) ao autor e ao réu da ação e, na parte dispositiva (CPC, art. 458, III), menciona pessoa diversa. O magistrado condena o réu no pagamento de determinada soma em dinheiro e comete erro na soma das parcelas discriminadas pelo autor. Rescinde-se contrato delocação deimóvel que não corresponde ao apontado nos autos. Exemplos de Eduardo Arruda Alvim Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 12

13 REQUISITOS DO RECURSO: TEMPESTIVIDADE: 05 DIAS APÓS A INTIMAÇÃO DO DESPACHO OU DA DECISÃO. PREPARO: NÃO ESTÃO SUJEITOS À RECOLHIMENTO DE CUSTAS RECURSAIS (Art ) INTIMAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA: APENAS QUANDO HOUVER EFEITO MODIFICATIVO OU INFRINGENTE (Art , 2º) PRAZO PARA JULGAMENTO DO RECURSO: 5 DIAS IMPRÓPRIO RECURSO INTERPOSTO DE DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR: O JULGAMENTO É DO PRÓPRIO RELATOR E NÃO DO COLEGIADO (art , 1º) DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 13

14 POSSIBILIDADE DE RECEBIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COMO AGRAVO INTERNO, COM A CONCESSÃO DE CINCO DIAS PARA QUE O EMBARGANTE ADAPTE ÀS EXIGÊNCIAS DO AGRAVO (ART , 3º); CASO A PARTE QUE NÃO EMBARGOU DE DECLARAÇÃO INTERPUSER O RECURSO CABÍVEL PARA ATACAR A DECISÃO, E ESTA SENDO MODIFICADA POR MEIO DA APLICAÇÃO DOS EFEITOS INFRINGENTES, A PARTE TERÁ O DIREITO DE MODIFICAR OU COMPLEMENTAR O RECURSO PRINCIPAL INTERPOSTO (ART , 4º) DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 14

15 PARA EVITAR AS JURISPRUDÊNCIAS DITAS DEFENSIVAS, O LEGISLADOR EXPRESSAMENTE INCLUIU A DESNECESSIDADE DE REITERAÇÃO DO RECURSO PRINCIPAL INTERPOSTO POR AQUELE QUE NÃO EMBARGOU, QUANDO O RESULTADO DOS EMBARGOS NÃO MODIFICAR A DECISÃO ATACADA. (ART , 5º) Art Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de préquestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. DESNECESSIDADE DE RETORNO DOS AUTOS AO JUÍZO A QUO QUANDO HOUVER EMBARGOS INADMITIDOS OU REJEITADOS, E O TRIBUNAL SUPERIOR ENTENDER ACERCA DA EXISTÊNCIA DE QUALQUER DOS VÍCIOS. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 15

16 INTERRUPÇÃO DO PRAZO: SALVO NOS CASOS DE INTEMPESTIVIDADE, OS EMBARGOS INTERROMPEM O PRAZO PARA O RECURSO DOS OUTROS RECURSOS OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO (JUIZADO ESPECIAL), AGORA INTERROMPEM O PRAZO PARA A APRESENTAÇÃO DE OUTROS RECURSOS (Art. 50, da Lei nº 9.099/95, alterado pelo art , NCPC) DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 16

17 MULTA PELA MÁ-FÉ ATÉ 2% DO VALOR DA CAUSA ATÉ 10% DO VALOR DA CAUSA EM CASO DE REITERAÇÃO INTERPOSIÇÃO DE OUTRO RECURSO FICA CONDICIONADO AO RECOLHIMENTO DA MULTA PROCESSUAL, NOS CASOS DE EMBARGOS REITERADAMENTE PROTELATÓRIOS, SOB PENA DE TOLHER O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO, À EXCEÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA E OS BENEFICIÁRIOS DA JUSTIÇA GRATUITA QUE RECOLHERÃO A MULTA AO FINAL. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 17

18 EFEITOS DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DEVOLUTIVO E SUSPENSIVO: NO NCPC O EFEITO SUSPENSIVO E VEIO EXPRESSO TRANSLATIVO: MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA PODERÃO SER EXAMINADAS NOS EMBARGOS, INDEPENDENTEMENTE DE SER RECURSO COM FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 18

19 1) Marcia ingressou com uma ação de revisão de cláusulas contratuais em face da Editora Encanto no I Juizado Especial da Comarca de Salvador. Após a realização da audiência de instrução e julgamento o juiz proferiu sentença julgando procedente o pedido da autora. A ré opôs embargos de declaração, sob o argumento de que houve erro material e omissão no julgado, no prazo legal, sendo este rejeitado pelo julgador. Após a publicação da decisão que julgou os embargos a empresa embargante interpôs recurso inominado no prazo de 10 dias. O recurso foi inadmitido pelo juiz por intempestividade, considerando a regra disposta no art. 50 da Lei nº 9.099/95. Agiu adequadamente o juiz? DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 19

20 2) Sobre os embargos de declaração, é INCORRETO afirmar que (Técnico Judiciário do TJ/RJ Prova 1 Concurso 2014): (A) têm por finalidade primordial o aclaramento ou a integração da decisão judicial; (B) devem ser interpostos no prazo de cinco dias; (C) suspendem o prazo para a interposição de outro recurso, por qualquer das partes; (D) podem dar azo à aplicação de multa, caso o órgão jurisdicional os reconheça como manifestamente protelatórios; (E) não estão sujeitos a preparo. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 20

21 EFEITOS DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DEVOLUTIVO E SUSPENSIVO: NO NCPC O EFEITO SUSPENSIVO E VEIO EXPRESSO TRANSLATIVO: MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA PODERÃO SER EXAMINADAS NOS EMBARGOS, INDEPENDENTEMENTE DE SER RECURSO COM FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 21