CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres. (Aula 08/05/2018). Resposta do réu.

Transcrição

1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres (Aula 08/05/2018). Resposta do réu. Defesa de mérito. DIRETA A defesa de mérito é o argumento material e se divide em INDIRETA Direta o réu enfrenta os argumentos do autor de forma direta, o ônus da prova é do autor, artigo 373, I do CPC. Indireta é aquela em que o réu não nega os argumentos do autor de forma direta, contudo, apresenta provas que modifica, impede ou extingue o direito do 1

2 autor, na indireta o ônus da prova é do réu, conforme preceitua o artigo 373, II do CPC: Art O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (Grifo nosso) (...) 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 2º A decisão prevista no 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 4º A convenção de que trata o 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo. Teoria dinâmica de distribuição do ônus da prova consiste em retirar o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente impossibilidade de produzi-la, mas possível para a parte contraria, neste caso o juiz pode inverter o ônus da prova, artigo 373, 1º. Reconvenção. A reconvenção encontra aparo no artigo 343 do CPC, podendo o réu na contestação reconvir. Quando for fazer a conclusão observe os pedidos: 2

3 Pelo exposto requer: a procedência da preliminar; porém, que no mérito julgue improcedente os pedidos da inicial e por fim julgue procedente os pedidos da reconvenção. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. A reconvenção por ter natureza de ação precisa observar o requisito do artigo 292 do CPC, recolher custas. Sentença Conceito: é o pronunciamento do juiz que, com fundamento no artigo 485 ou artigo 487 do CPC, julga 100% do processo de conhecimento (fase cognitiva) ou extingue a execução. Porém, o juiz pode usar os artigos 485 e 487 e não extinguir a fase cognitiva, julga parcialmente, logo, cabe agravo de instrumento, conforme preceitua o artigo 354, único do CPC: Art Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. Efeitos da sentença. A sentença pode ter dois efeitos: formal e material. 3

4 Formal trata-se de forma, aparência da sentença, todas as sentenças têm (com mérito e sem mérito). Material trata-se de sentença com mérito discutido, previsão artigo 487 CPC, sentença meritória. Terminativa também chamada de processual, é aquela em que baseia-se somente na forma do processo, ou seja, somente existe conteúdo formal/processual, não há mérito. Definitiva mediato. possui o conteúdo material, há julgamento de mérito, pedido Vício da sentença. Princípio da correlação por este princípio a sentença precisa ter harmonia com os pedidos formulados na inicial ou na reconvenção. Art É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. 4

5 A sentença pode ser ultra petita, extra petita ou citra/infra petita. Ultra petita (+) o juiz julga além do pedido, exemplo, há pedido de condenação do réu do pagamento de R$10.000,00 e o juiz condena ao pagamento de R$15.000,00 (ultra=ultrapassa). Extra petita ( ) juiz decide fora do pedido, diferente do que foi pedido, dá o que não pediu, ou nega o que não pediu. Exemplo, há somente o pedido de dano material, mas o juiz condena o réu ao pagamento de dano material e moral. Citra/infra petita (-) o juiz aprecia e julga menos do que foi pedido exemplo, há pedido de condenação do réu ao pagamento de danos estéticos e danos morais, mas o juiz conhece e condena o réu somente quanto ao pagamento de danos morais. Para configurar o juiz precisa deixar de apreciar ou a apreciar menos, no caso acima houve o vício. Requisitos da sentença. São três os requisitos essenciais que a sentença deve ter, relatório, fundamentação e partes dispositiva, conforme preceitua o artigo 489 do CPC: Art São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; 5

6 II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boafé. Relatório é o resumo do caso. Fundamentação julgamento. Parte dispositiva procedente em parte). o juiz faz a construção hermenêutica (jurídica) do aqui haverá o julgamento (procedente, improcedente, A sentença que não observar os requisitos cabe embargo de declaração (art , único, II do CPC). Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 6