CLEVERSON AUGUSTO FLORES BRUM. Vistos, relatados e discutidos os autos.

Transcrição

1 APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA PELO RITO ORDINÁRIO. SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. Não há que se falar em necessidade de ser realizada pelo Instituto Médico Legal, porquanto o laudo médico juntado aos autos foi realizado por perito designado pelo juízo, provido de idoneidade e imparcialidade. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME. APELAÇÃO CÍVEL Nº (Nº CNJ: ) CLEVERSON AUGUSTO FLORES BRUM SEGURADORA LIDER CONSORCIOS SEGURO DPVAT S A SEXTA CÂMARA CÍVEL COMARCA DE URUGUAIANA APELANTE APELADO ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao apelo. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores DES. LUÍS AUGUSTO COELHO BRAGA (PRESIDENTE) E DES.ª ELISA CARPIM CORRÊA. Porto Alegre, 15 de setembro de DES. RINEZ DA TRINDADE, Relator. RELATÓRIO DES. RINEZ DA TRINDADE (RELATOR) 1

2 Adoto o relatório da sentença, que passo a transcrever: CLEVERSON AUGUSTO FLORES BRUM ajuizou ação de cobrança em face de SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A, ambos qualificados. Falou o requerente, inicialmente, sobre o seguro DPVAT. Narrou que foi vítima de acidente de trânsito, ocorrido em , do qual lhe resultaram traumatismo em membros inferiores, cujas lesões ocasionaram sua invalidez permanente. Disse que recebeu indenização, administrativamente, a título de seguro DPVAT, no valor de R$ 4.720,95 (quatro mil setecentos e vinte e cinco reais). Alegou que a quantia não foi quitada corretamente. Afirmou que buscava a complementação da indenização recebida. Frisou que a redução funcional do membro corresponde a 100% do valor da indenização do seguro DPVAT, ou seja, R$ ,00 (treze mil e quinhentos reais). Colacionou legislação. Discorreu sobre a necessidade de realização de perícia médica. Postulou a procedência da ação com a condenação da ré ao pagamento do valor de R$ 8.779,05 (oito mil setecentos e setenta e cinco reais). Pediu AJG. Acostou documentos (fls. 07/23). Deferida a AJG (fl. 24). Citada (fl. 26), a requerida apresentou contestação (fls. 25/31). Arguiu que o requerente recebeu, na via administrativa, indenização no valor de R$ 4.720,95 (quatro mil setecentos e vinte reais e noventa e cinco centavos) e que o pagamento efetuado se deu de forma integral e de acordo com o grau de invalidez apurado na perícia. Afirmou que não há nos autos qualquer documento que justifique o pagamento de indenização em patamar superior ao já adimplido administrativamente. Falou que não restou comprovada a alegada invalidez permanente, bem como frisou sobre a necessidade de graduação da invalidez. Defendeu a realização de perícia. Discorreu sobre a incidência de juros e correção monetária. Pugnou pela improcedência da demanda. Juntou documentos (fls. 35/49). Houve réplica (fls. 51/52). 2

3 Foi determinada a inclusão do feito no Mutirão do DPVAT realizado nesta Comarca (fl. 53), sendo o demandante submetido à perícia médica (fl. 55). A tentativa de conciliação restou frustrada (fl. 56). A requerida juntou documentos (fls. 58/61). Encerrada a instrução (fl. 62), somente a parte ré apresentou memoriais (fls. 64/66). Sobreveio sentença que assim pôs termo ao processo: Pelo exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido formulado por CLEVERSON AUGUSTO FLORES BRUM em face de SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A, para condenar a ré ao pagamento de indenização a título de complementação do seguro DPVAT, em favor da autora, no valor de R$ 4,05 (quatro reais e cinco centavos), que deverá ser corrigido pelo IGP-M desde a data do pagamento administrativo ( fl. 46) e acrescido dos juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação. Sucumbente, condeno a parte autora ao pagamento de 80% das custas e honorários advocatícios do patrono da parte ré, arbitrados em R$600,00 nos termos do art. 20, 4º do CPC. Suspensa a exigibilidade, pois litiga o requerente sob o pálio da AJG. A requerida deverá arcar com o restante do pagamento das custas (20%) e honorários ao patrono do requerente, que fixo em igual valor, com fulcro no dispositivo legal supra referido. Vedada a compensação de honorários. Em suas razões recursais, o apelante discorre acerca da necessidade da realização de perícia médica pelo Instituto Médico Legal. Requer seja desconstituída a sentença para deferir a realização de perícia médica pelo Instituto Médico Legal. Foram apresentadas contrarrazões às folhas 78/84. Distribuídos os autos, vieram-me conclusos a julgamento. É o relatório. 3

4 DES. RINEZ DA TRINDADE (RELATOR) Eminentes Colegas. VOTOS O presente recurso visa a reforma da sentença de primeiro grau, tratando a matéria sobre o seguro obrigatório DPVAT. A apelação é tempestiva, dispensado do preparo em razão da gratuidade judiciária concedida. recurso e passo a analisá-lo. Assim, atendidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do Já adianto que a pretensão recursal não prospera. Não há que se falar em desconstituição da sentença por necessidade de ser realizada nova perícia, no entanto, pelo Instituto Médico Legal, porquanto o laudo médico de fl. 55 foi realizado por perito designado pelo juízo, provido de idoneidade e imparcialidade. Nesse sentido: Apelação cível. Seguros. DPVAT. Lei n.º 6.194/74. Invalidez permanente. Agravo retido. Impossibilidade de realização de exame pericial pelo Instituto Médico Legal. Exame realizado por perito designado pelo juízo de se mostra idôneo. Mérito. Aplicação da tabela para o cálculo de indenização em caso de invalidez permanente. Cabimento. Indenização que deve corresponder ao grau de debilidade da vítima. Legalidade do Conselho Nacional de Seguros Privados para estabelecer normas referentes ao pagamento das indenizações. Inteligência da Súmula 474 do STJ. Aplicação do artigo 3º, 1º, inciso II, da lei n.º 6.194/74 c/c artigo 333, I, do Código de Processo Civil e Súmula 474 do Superior Tribunal de Justiça. Indenização paga corretamente na seara administrativa. À unanimidade, negaram provimento ao agravo retido e ao apelo. (Apelação Cível Nº , Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luís Augusto Coelho Braga, Julgado em 26/06/2014) 4

5 Isso posto, voto no sentido de negar provimento ao apelo. DES. LUÍS AUGUSTO COELHO BRAGA (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a). DES.ª ELISA CARPIM CORRÊA - De acordo com o(a) Relator(a). DES. LUÍS AUGUSTO COELHO BRAGA - Presidente - Apelação Cível nº , Comarca de Uruguaiana: "NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME." Julgador(a) de 1º Grau: MICHELE SOARES WOUTERS 5